"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



terça-feira, 30 de agosto de 2022

RECRIAÇÃO HISTÓRICA DO CERCO A CAMPO MAIOR, PORTUGAL, 1811

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Mais uma recriação histórica em Portugal. Não perca a oportunidade de assistir ou participar. 

Para mais informações contatar anp.portugal@gmail.com



segunda-feira, 29 de agosto de 2022

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – MARECHAL MANUEL GOMES DA COSTA

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* 14/1/1863 - Lisboa, Portugal

+ 17/12/1929 - Lisboa, Portugal


Manuel Gomes da Costa nasceu em Lisboa, na Rua do Sol ao Rato, nº 205, freguesia de Santa Isabel, descendente de militares. Era filho de Carlos Dias da Costa, à data sargento quartel-mestre do Regimento de Infantaria nº 16, e de Madalena Rosa de Oliveira, natural de Lisboa. Cresceu com duas irmãs mais novas, Amália e Lucrécia, iniciando sua carreira militar aos 10 anos de idade ingressando no Colégio Militar.

Como soldado, destacou-se nas campanhas de pacificação das colônias, na Índia e na África, e ainda na Grande Guerra. Ao lado dos Aliados, em inícios de 1917, comandou a 2ª Divisão do Corpo Expedicionário Português (CEP). Durante a Batalha de Lys, em 9 de abril de 1918, o CEP teve 400 baixas e cerca de 6.500 prisioneiros, um terço de suas forças na linha de frente. A divisão de Gomes da Costa foi particularmente atingida e foi praticamente exterminada.

A 15 de Fevereiro de 1919, foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de São Bento de Avis; em 14 de Setembro de 1920, foi feito Grande-Oficial da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e, em 5 de outubro de 1921, foi elevado a Grã-Cruz da Ordem Militar de São Bento de Avis.


Revolução

Monarquista convicto, Gomes da Costa tinha convivido com pessoas de várias orientações políticas. Isso e sua reputação de soldado levaram-no a liderar a direita conservadora, cujos revolucionários lideraram o golpe de estado de 28 de maio de 1926 em Braga, que derrubou a Primeira República portuguesa, depois da morte do general Alves Roçadas, sua escolha original, que deveria ter sido seu chefe.

Generais  Tamagini, Haking (britânico) e Gomes da Costa, fotografados durante a Primeira Guerra Mundial


Depois do sucesso da revolução, ele não assumiu o poder a princípio, confiando os cargos de Presidente da República e Presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) a José Mendes Cabeçadas, o líder da revolução em Lisboa. Logo, os líderes do golpe não gostaram da atitude de Mendes Cabeçadas, uma escolha do anterior presidente Bernardino Machado e ainda simpatizante da antiga república. Ele foi substituído por Gomes da Costa em ambos os cargos numa reunião do quartel-general em Sacavém, a 17 de Junho de 1926. O novo governo foi o primeiro a incluir o último primeiro-ministro e ditador de Portugal, Antônio de Oliveira Salazar, como Ministro da Fazenda.

O governo de Gomes da Costa durou tanto quanto o de Mendes Cabeçadas, porque foi derrubado por um novo golpe em 9 de julho do mesmo ano. Esta contrarrevolução foi chefiada por João José Sinel de Cordes e Óscar Carmona, depois de Gomes da Costa tentar remover Carmona do cargo de Ministro das Relações Exteriores e de se revelar incapaz de lidar com os dossiês governativos.


Exílio e posteridade

Carmona, agora presidente do Ministério, enviou-o para o exílio nos Açores, e fê-lo marechal do Exército Português, usando o pretexto de que Gomes da Costa era "inapto para o cargo". Ainda exerceu algumas funções de natureza política, mas com valor protocolar apenas. Em setembro de 1927, regressou doente ao Continente, tendo falecido em condições miseráveis, sozinho, pobre e desligado do poder, 3 meses mais tarde. 

Escultura de Gomes da Costa, do escultor Barata Feyo


Gomes da Costa foi casado com Henriqueta Júlia de Mira Godinho (1863-1936), cujo matrimônio ocorreu em Penamacor, em 15 de Maio de 1885. Deste casamento tiveram três filhos.


sábado, 27 de agosto de 2022

PENSAMENTO MILITAR

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“Apesar de um soldado por profissão, nunca senti qualquer tipo de gosto para a guerra, e eu nunca a defendi, exceto como meio de paz.”

(General Ulysses Grant)

terça-feira, 23 de agosto de 2022

OS SUBMARINOS BRITÂNICOS QUE DEFENDERAM A RÚSSIA NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

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Uma flotilha de submarinos do Reino Unido se uniu à Marinha Russa para combater os alemães na região do Mar Báltico. Após Revolução Russa, porém, as embarcações foram afundadas para não serem entregues ao inimigo.

Por Boris Egorov


Em pouquíssimas ocasiões, as tropas russas e britânicas lutaram lado a lado durante a Primeira Guerra Mundial. Cada país tinha suas próprias tarefas estratégicas. Um episódio, no entanto, foi praticamente esquecido: aquele em que as forças navais deste dois enormes impérios se uniram para combater a marinha alemã no mar Báltico.


Caminho perigoso

Para afetar a economia alemã, os britânicos decidiram cortar as rotas de fornecimento de minério de ferro da Suécia. Incapazes de fazê-lo sozinhos, eles decidiram aproveitar os portos e navios de guerra do Império Russo.

Além de objetivos militares estratégicos, a decisão de enviar a flotilha para o Mar Báltico teve um impacto psicológico. Winston Churchill, Primeiro Lorde do Almirantado, queria mostrar aos russos que os Aliados não os haviam esquecido e que o Reino Unido estava ao lado da Rússia.

Winston Churchill, Primeiro Lorde do Almirantado, inspeciona marinheiros durante Primeira Guerra Mundial

A ideia de enviar navios de superfície foi rapidamente descartada, porque era quase impossível atravessar o estreito dinamarquês, que era minado e monitorado pela marinha alemã.  Submarinos, porém,  conseguiam penetrar no Mar Báltico. Assim, dois dos três submarinos enviados conseguiram atravessar o estreito dinamarquês, mas o terceiro foi forçado a voltar.


Inverno rigoroso

A chegada dos submarinos britânicos foi uma surpresa para os russos, que não foram informados com antecedência sobre os planos de seu aliado. Os britânicos foram acolhidos calorosamente em Reval (hoje, a cidade de Tallinin, capital da Estônia), que se tornou a base das operações.

Submarino inglês HMS L 27 atracando no Báltico

Antes do combate, os marinheiros britânicos tiveram que sobreviver ao inverno, o que não foi tarefa fácil. De janeiro a abril, era impossível realizar operações submarinas no mar, já que as escotilhas e os periscópios estavam congelados.

Além disso, os marinheiros britânicos não tinham uniformes quentes o suficiente para as temperaturas do inverno russo e sofriam com a falta de rum. Os russos ajudaram os aliados fornecendo roupas e vodca.


Série de vitórias

No verão seguinte, a flotilha britânica foi reforçada com mais três submarinos, enquanto a Marinha Alemã iniciou uma operação no Golfo de Riga. Embora o número de navios alemães fosse o dobro do da frota russa do Báltico, o ataque foi repelido. Os marinheiros britânicos desempenharam papel significativo na batalha. 

Submarino inglês HMS E1

O submarino britânico HMS E-1, liderado pelo Capitão Noel Laurence, conseguiu danificar seriamente um dos mais importantes navios de guerra alemães - o cruzador de batalha Moltke. Devido a essa perda, os alemães abandonaram a operação e não entraram em Riga. O imperador Nikolai 2° se encontrou com Laurence e o premiou com a cruz de São Jorge, chamando-o de "salvador de Riga".


Após a Revolução 

Em 1916, os marinheiros britânicos foram forçados a descansar. Os alemães melhoraram suas táticas contra submarinos e limitaram bastante a atividade dos Aliados. Após a Revolução de Fevereiro de 1917, iniciou-se um verdadeiro caos no exército russo e a Marinha começou a desmoronar. Uma vez que os marinheiros russos se recusavam a obedecer os oficiais, o comandante da flotilha britânica, Francis Cromie, se tornou o chefe não oficial de todas as forças subaquáticas russas no Báltico.

Francis Cromie, comandante da flotilha de submarinos britânica: Segundo o czar, o "salvador de Riga" 

Quando os comunistas tomaram o poder, os submarinos russos e britânicos foram transferidos para a região da Finlândia. Em março de 1918, foi assinado o tratado de paz de Brest-Litovsk entre o novo governo bolchevique russo e as Potências Centrais, segundo o qual a Rússia devia entregar todos os submarinos à Alemanha. 

Lênin prometeu a Cromie não entregar os submarinos britânicos, mas acabou vendendo as embarcações ao imperador alemão Guilherme II. Os soldados britânicos, não querendo entregar os navios ao inimigo, afundaram todos os submarinos no Golfo da Finlândia e fugiram da Rússia por meio do porto de Murmansk, no extremo norte russo.

Fonte: Russia Beyond



terça-feira, 16 de agosto de 2022

PAZ ENTRE ÁUSTRIA E ITÁLIA (1866)

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No dia 3 de outubro de 1866, foi selada a Paz de Viena, entre a Itália e a Áustria, marcando a passagem do Veneto à Itália.


Por Dirk Kaufmann

O tratado de paz entre a Áustria e a Itália, assinado no dia 3 de outubro de 1866 em Viena, foi um passo pequeno mas decisivo para a reorganização política da Europa central no século XIX. O ponto mais importante do tratado prescrevia que a Áustria desistisse da sua influência sobre o norte italiano, e entregasse a região do Veneto à Itália.


Motivos da inimizade

O motivo para essa guerra remontava a fatos ocorridos na capital austríaca, no ano de 1815. No chamado Congresso de Viena, fora decidida a reestruturação política da Europa, que acabara de se libertar da ocupação pelas tropas francesas comandadas por Napoleão Bonaparte.

Um resultado do Congresso de Viena foi a formação da Liga Alemã: ela não era nenhuma pátria alemã unida, nem um Estado nacional, mas, pelo menos, a associação de um determinado número de Estados autônomos, com duas potências de destaque: a Prússia e a Áustria.

Porém, esta constelação estava fadada ao fracasso. O chanceler prussiano Otto von Bismarck escreveu a um amigo, em 1853: "Não há lugar para as duas, a Prússia e a Áustria, em virtude das ambições manifestadas pela Áustria; ou seja, não poderemos nos entender de forma duradoura, uma das duas terá de recuar. Até lá, teremos de ser adversários. Considero isto um fato".


Liga alemã, a ferro e sangue

Bismarck não perdeu nenhuma oportunidade de irritar e provocar a Áustria. E não apenas diplomática e politicamente. Na solução da "questão alemã", ele lançaria mão também de recursos militares. Data dessa época uma declaração do chanceler prussiano que mais tarde ficaria célebre, sendo frequentemente citada como advertência contra qualquer eventual política expansionista prussiana ou alemã:

"Temos a tendência de vestir uma armadura muito grande para o nosso corpo magro. A Alemanha não venera o liberalismo da Prússia, mas sim o seu poder. As grandes questões da nossa época não são decididas com conversação e votação majoritária, mas sim a ferro e sangue!"

Na luta pela unificação da Alemanha, só havia duas opções: a solução do "pangermanismo", com a Áustria como potência líder e a Prússia como parceira inferior, ou a chamada "pequena solução". Esta previa a união dos Estados do norte alemão, sem a Áustria – embora ela também se sentisse, na verdade, alemã.

A "pequena solução" teria naturalmente a Prússia como potência líder. Do ponto de vista de Bismarck, esta era a única constelação aceitável. E para lograr militarmente tal objetivo, a Prússia buscou um aliado no sul da Europa: a Itália.

Soldado do Regimento de Infantaria nº 31 austríaco

Ataque por duas frentes

Numa guerra contra a Prússia e a Itália, a Áustria teria de combater em duas frentes ao mesmo tempo. A Itália aceitou as propostas prussianas e firmou um pacto de solidariedade com a Prússia, do qual constava, entre outros pontos: "Se a Prússia chegar à situação de pegar em armas, a Itália declarará a guerra contra a Áustria".

Além disso: "Não poderá ser recusada a aceitação de um armistício, se a Áustria concordar em ceder o reino lombardo-veneziano à Itália e partes do território austríaco à Prússia ou fizer concessões na questão alemã".

Artilharia prussiana entrando em Leipzig

Em 1866, a Prússia e a Itália declararam guerra à Áustria. Os prussianos, militarmente mais fortes, venceram os austríacos sem grande esforço. A guerra estava praticamente decidida, depois da batalha de Königgratz. O caminho para Viena estava aberto.

Mas Bismarck foi contrário a novas conquistas. O que provocou indagações do rei da Prússia: "A Áustria não terá de pagar reparações razoáveis de guerra? O inimigo principal não terá de ceder territórios? O vencedor vai se deter diante dos portões de Viena, sem invadir a capital?" A resposta de Bismarck: "A Áustria não pode ser humilhada. É preciso ganhar sua amizade para o futuro; do contrário, ela se tornará aliada da França. Não devemos julgar a Áustria, mas sim, fazer a política alemã e preparar-nos para estabelecer a união alemã, sob o rei da Prússia".


Paz do futuro eixo

Quando Bismarck ameaçou renunciar, o rei prussiano aceitou seu ponto de vista e iniciou negociações de paz com a Áustria. No Acordo de Praga, a Prússia renunciou a grandes conquistas territoriais, uma vez que a Áustria concordou em se retirar da Liga Alemã. Mas Viena pretendia estender sua influência ao Leste Europeu e aos Bálcãs, a fim de se impor perante a Liga Alemã, dominada pela Prússia.

A expansão da Prússia

Para obter liberdade de ação nos seus planos, a Áustria concordou rapidamente em assinar um tratado de paz também com a Itália. Através do acordo assinado em Viena no dia 3 de outubro de 1866, a Áustria cedeu a região do Veneto à Itália.

O tratado de paz de Viena encerrou a chamada Guerra Alemã, e suas consequências se estenderam até no século seguinte. Os três países envolvidos nessa guerra – que estavam começando a constituir-se como Estados nacionais ou, no caso da Áustria, que passava por uma reorientação política – foram justamente aqueles que, como aliados, deram início à Primeira Guerra Mundial em 1914 e terminaram derrotados.

Fonte: DW

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

CERCO DE ALMEIDA - A MAIOR RECRIAÇÃO HISTÓRICA EM PORTUGAL ESTÁ DE VOLTA

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O Município de Almeida organiza a 18ª edição da Recriação Histórica do Cerco de Almeida, nos dias 26, 27 e 28 de agosto de 2022, na fortaleza abaluartada de Almeida.


A vila histórica de Almeida regressa novamente ao ano de 1810 para recriar o histórico Cerco de Almeida, aquando da terceira Invasão Francesa, com um vasto programa de atividades histórico militares e animação permanente para toda a família.

As atividades iniciam ainda no dia 25 de agosto – a partir das 21 horas, com uma visita encenada à Praça-Forte, estando o início oficial das atividades Histórico-Militares agendadas para as 17 horas do dia 26 na Câmara Municipal de Almeida.

Durante os três dias do evento serão recriados diversos combates entre as Tropas Aliadas e o Exército de Napoleão, Oficinas e manobras militares de época, visitas encenadas, um acampamento histórico-militar, mercado e baile oitocentista, e muita animação permanente para toda a família.

O Presidente da Câmara Municipal de Almeida, António José Monteiro Machado, destaca o momento do cerco à praça-forte e explosão do castelo com espetáculo piromusical, no qual este ano, se verifica um aumento de participação de recriadores ingleses, atingindo um expressivo número de cerca de 500 recriadores de várias nacionalidades.

Salienta ainda, a homenagem ao Exército, presidida pelo Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército Tenente-General Guerra Pereira, Cerimónia esta que surge no seguimento do excelente relacionamento entre o Município de Almeida e o Exército Português, fruto de um trabalho conjunto com o Museu Histórico Militar de Almeida e a Direção de História e Cultura Militar. 

Fonte: Mais Beiras Informação


quinta-feira, 11 de agosto de 2022

UNIFORMES - GUARDA IMPERIAL JAPONESA, 1870

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Guarda Imperial Japonesa
Artilharia
Japão, 1870



O exército Japonês introduziu equipamentos modernos em 1868, quando a capital do país foi transferida de Kyoto para Tóquio. A conscrição foi introduzida em 1872, quando o exército foi formalmente dividido em cinco Armas: Infantaria, Artilharia, Cavalaria, Engenharia e Transportes.

Originalmente, a Guarda Imperial, embrião do moderno Exército Japonês, tinha seus soldados recrutados entre os diversos clãs de senhores da guerra, de modo que não havia padronização rigorosa em seus uniformes.

O soldado ao lado, pertencente à Artilharia da Guarda Imperial, está fardado com túnica azul marinho e calça vermelha. A faixa amarela amarrada na cintura e a listra negra na calça indicam que pertence à Arma de Artilharia. A graduação de soldado é visível na forma de um "V" invertido na manga da túnica, e sua cobertura é um quepe de serviço também azul marinho. Seu armamento é um moderno fuzil Enfield, cujo sabre-baioneta está preso na cintura.

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

PERSONALIDADES DA HISTÓRIA MILITAR - PRÍNCIPE ALFRED FERDINAND

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* 11/2/1787 – Bruxelas, Bélgica

+ 21/3/1862 – Viena, Áustria

Alfred Candidus Ferdinand, príncipe de Windisch-Graetz, foi um oficial do exército austríaco que se destacou durante as guerras travadas pelo Monarquia de Habsburgo no século XIX.

Windisch-Graetz veio de uma família nobre da Estíria e começou a servir no exército imperial dos Habsburgos em 1804. Participou de todas as guerras contra Napoleão e lutou com distinção em Leipzig e na campanha de 1814. Em 1833, foi promovido ao posto de marechal de campo.

Nos anos seguintes de paz, recebeu sucessivos comandos em Praga, sendo nomeado chefe do exército na Boêmia em 1840. Tendo ganho a reputação de defensor de medidas enérgicas contra a revolução, durante as Revoluções de 1848 nas áreas dos Habsburgos, foi convocado para reprimir o levante de março de 1848 em Viena, mas encontrando-se mal apoiado pelos ministros, logo renunciou a seu posto.

Após retornar a Praga, sua esposa foi morta por uma bala perdida durante a revolta popular. Ele então mostrou firmeza ao sufocar um levante armado dos separatistas tchecos (junho de 1848), declarando a lei marcial em toda a Boêmia. Com o recrudescimento da revolta em Viena, em outubro foi convocado para liderar um grande exército e conduziu um cerco formal contra a cidade.

Nomeado para o principal comando contra os revolucionários húngaros sob Lajos Kossuth, obteve alguns sucessos iniciais e reocupou Buda e Peste, em janeiro de 1849, mas, devido à lentidão em perseguir seus oponentes, permitiu que o inimigo se reunisse em quantidade superior e impedisse uma concentração efetiva das forças austríacas.

Em abril de 1849, o príncipe Albert foi dispensado de seu comando e, a partir de então, raramente voltou a aparecer na vida pública, até a sua morte em 1862.

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terça-feira, 2 de agosto de 2022

OS TANQUES CHRISTIE SOVIÉTICOS

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Construtores soviéticos de tanques e o engenheiro norte-americano John Walter Christie pareciam destinados a trabalhar juntos.

Por Alexandr Verchínin


Em 1929, a delegação soviética que visitou as fábricas norte-americanas e europeias em busca de novos projetos para fabricação de blindados se deparou com John Walter Christie. Na época, o norte-americano trabalhava na melhoria do chassi do seu tanque. A sua ideia era usar grandes molas para a suspensão, mas a instalação delas exigia espaço adicional, o que contrariava a concepção de um taque ligeiro pequeno e rápido. Ao resolver este problema, Christie mostrou seu potencial de inovar: ele introduziu uma alavanca especial que transformava a orientação da mola de vertical para horizontal. Graças a isso, ela podia ter o tamanho que fosse necessário.

O projeto de Christie interessou aos soviéticos, que decidiram agir rapidamente, uma vez que os concorrentes – os poloneses – rondavam ali, e a Polônia era vista como um dos potenciais adversário da União Soviética na guerra que estaria por vir. Decidiram então comprar não o tanque em si, mas apenas o seu chassi – o que de mais valor havia no modelo de Christie.

Outro aspecto que tornava aquele negócio muito importante era o fato de o americano concordar em transferir para a parte soviética toda a documentação técnica, envolvendo-se pessoalmente na organização da produção dos tanques na URSS e permitindo o acesso de engenheiros soviéticos à produção dos veículos.

O revolucionário sistema de Chassis Christie


Os motores Liberty utilizados no modelo de Christie já eram produzidos em fábricas soviéticas sob uma marca diferente. No total, US$ 60 mil foram pagos por dois tanques – um valor bem alto para a época. Pelas peças de reposição foram outros US$ 4.000. Mas a maior parte do custo – US$ 100 mil – correspondia aos direitos técnicos e patentes.

A dificuldade estava no fato de não existirem relações diplomáticas entre a União Soviética e os Estados Unidos em 1930 e, por isso, o negócio foi oficialmente efetuado pela empresa Amtorg, criada pelo governo soviético para a aquisição de tecnologia no exterior. Além disso, um "acordo verba entre cavalheiros" foi feito por Christie e pelo chefe da delegação soviética, Khalepski. No final da década de 1930, dois exemplares do tanque sem torres foram enviados por mar para a URSS.


Bom, mas não ótimo

Já em Moscou, os veículos foram estudados nos mínimos detalhes. Na época, os engenheiros soviéticos tinham adquirido grande experiência em trabalhar com blindados estrangeiros. O modelo de Christie recebeu uma avaliação geral positiva, mas os testes principais seriam feitos no campo de treinamento militar.

Em dez dias, o tanque de Christie (ainda sem torre) percorreu uma distância de 150 km. Ao se livrar das lagartas quando passava para a estrada, o tanque alcançava a velocidade sem precedentes de 70 km/h. Equipado com rodas, superava facilmente as trincheiras e fileiras de arame farpado.

Mas também era evidente que havia deficiências: a suspensão do tanque não era suficientemente estável, o assento do condutor era muito apertado e a unidade de controle, pouco prática: ao fim de 5 horas de marcha, o tanquista ficava exausto. O motor superaquecia e na velocidade máxima era fácil perder o controle da viatura. Em outras palavras, ainda havia muito a ser feito. Mesmo assim, de um modo geral, essa máquina tinha um potencial grande.

Tanque da série BT em ação

"Considerando a forma com que foi apresentado nos testes, o tanque de Christie é uma máquina de deslocamento universal. Como máquina de combate, ainda requer muito trabalho e uma série de melhorias e alterações no projeto", concluiu a comissão responsável por avaliar o modelo. 

O tanque de Christie foi aceito para produção sob o código BT (de “tanque rápido”, em russo). Paralelamente, foi decidido descontinuar a produção dos modelos T-18. Foi a fábrica de Kharkov – uma das maiores do país e especializada na fabricação de veículos lagarta – que ficou incumbida de fabricar o tanque segundo o projeto de Christie. Um ano depois se deu o lançamento dos primeiros BT. Até o início da 2ª Guerra Mundial, esse era um dos tanques mais populares no Exército Vermelho. No entanto, o projeto mais importante desenvolvido com base no modelo de Christie foi o famoso T-34.

BT-7 do Exército Vermelho


Fonte: Gazeta Russa