"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



terça-feira, 26 de maio de 2015

sábado, 23 de maio de 2015

EDITOR DO BLOG HISTÓRIA MILITAR RECEBE A MEDALHA MMDC

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Uma jornada memorável.  É o mínimo que pode ser dito da solenidade comemorativa ao Dia da Juventude Constitucionalista, realizada ontem, no Obelisco do Ibirapuera, pela Sociedade de Veteranos de 32 - MMDC.

A cerimônia foi de rara beleza e carregada de emoção e patriotismo, ficando evidente o culto, por parte dos associados, a valores tão caros e tão em falta em nosso país, na atualidade.  

Na oportunidade, diversas personalidades foram agraciadas com a Medalha MMDC, criada com o fim de galardoar pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que por seus méritos e serviços relevantes prestados à São Paulo e ao culto da Revolução Constitucionalista de 1932, se tenham tornado pessoas dignas de especial distinção.  O nobre significado da sigla “MMDC”, deve-se às iniciais dos nomes dos quatro estudantes, Martins, Miragaia, Drausio e Camargo, que reivindicando para o povo brasileiro uma Constituição que visasse um Estado Democrático de Direito, no dia 23 de maio de 1932 na Pça da República – SP, acabaram por serem baleados por parte do governo ditatorial e faleceram.

 
Na qualidade de neto do ex-combatente constitucionalista Pefani Daróz, recebi minha condecoração com muita honra e com um orgulho sem tamanho.

Registro aqui os meus agradecimentos ao Cel Mário Ventura, presidente da Sociedade, pela outorga; ao professor Jefferson Biajone, pela indicação, e à Sra. Oritia Serafim, pelas fotografias e pelo apoio.

A seguir, algumas imagens da cerimônia.

Cel Mário Ventura, presidente da Sociedade de Veteranos de 32-MMDC e o editor do Blog História Militar

Mausoléu do Soldado Constitucionalista

O professor Carlos trajado com uniforme histórico e portando a célebre "matraca" 

Dezenas de pessoas prestigiaram a cerimônia , realizada no Obelisco do Ibirapuera

Uniformes históricos e uma bandeira de São Paulo original de 32 abrilhantaram a solenidade



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sábado, 16 de maio de 2015

IMAGEM DO DIA - 16/05/2015

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  Guerreiros Maori realizando o ritual de guerra Haka, antes da batalha de Maketu em 1864, durante as Guerras Maori

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PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – MARECHAL WILLIAM CARR BERESFORD

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* ??/??/1768 - Irlanda

+ 08/01/1854


William Carr Beresford nasceu em 1768 na Irlanda, filho ilegítimo do Marquês de Waterford e protegido pelo Partido Tory, onde era amigo de Arthur Wellesley. Serviu no Exército Britânico em Toulon (1793), foi tenente-coronel na Índia, coronel do 88º Regimento no Egito (1801), brigadeiro no Cabo da Boa Esperança, e ocupou Buenos Aires (1806), onde foi aprisionado. Comandou a ocupação da Madeira em dezembro de 1807 e aí aprendeu português. Comandou a expedição da Corunha em 1809 e regressou a Portugal.

Foi em Portugal Marquês-de-Campo-Maior, título recebido por decreto de 17 de dezembro de 1812 de D. Maria I, e Conde de Trancoso; Visconde de Beresford na Grã-Bretanha. Era de grande estatura e corpulento, sendo a presença realçada por um rosto muito irregular e de aparência algo sinistra, pois tinha o olho esquerdo vazado por um tiro, o que surpreendia os interlocutores. Nomeado Marechal do Exército, em março de 1809, pelo Conselho de Regência, Beresford aproveitou a reorganização das forças militares criada por D. Miguel Pereira Forjaz para a adaptar ao serviço de campanha nos moldes do exército britânico.

Encontrando o exército desfalcado pela ausência dos comandos no Brasil e na Legião Portuguesa, e pela relativa velhice e ineficácia de muitos dos oficiais, recorreu à atribuição de comandos a oficiais britânicos, tendo plenos poderes para nomear e demitir (hire and fire) os subordinados. Dentre outras medidas, Beresford criou os depósitos de recrutamento em Peniche, Mafra e Salvaterra; presidiu à distribuição das novas armas e equipamentos; levou um exército treinado à prussiana a manobrar à inglesa; introduziu Ordens do Dia para informar o exército e apurar a disciplina: tanto se lhe conhecem mandatos de prisão e de execução sumária sem julgamento em tribunal militar, como louvores e promoções por mérito. João Pedro Ribeiro chamou-lhe moderador e animador do exército.

Foi um enérgico administrador. Sendo o melhor dos segundos, Wellington preferia-o como seu lugar-tenente, posto muito evitado pelos generais britânicos mais antigos. Era pessoalmente muito bravo, destacando-se em Albuera, onde teve de combater a corpo-a-corpo com um lanceiro polaco, sendo depois auxiliado por um cavaleiro português. Em Salamanca, comandou pessoalmente o ataque da 3ª Brigada portuguesa que imobilizou o contra-ataque francês, ficando gravemente ferido.

Era adulado até 1815 pela população que reconhecia nele o artífice da vitória. Contudo, sua carreira de “protetor” de Portugal após o fim da guerra apagou muito do que lhe deve o país.

Após o julgamento e execução do tenente-general Gomes Freire de Andrade e outros, em 1817, deslocou-se ao Brasil para pedir maiores poderes. Havia pretendido suspender a execução da sentença até que fosse confirmada pelo soberano mas a Regência, "melindrando-se de semelhante insinuação como se sentisse intuito de diminuir-se-lhe a autoridade, imperiosa e arrogante ordena que se proceda à execução imediatamente" (Rocha Pombo, "História do Brasil", volume IV, p. 12). 

Beresford como comandante do Exército Português

Diz o mesmo autor: "Não pequeno susto causou no Rio a vinda inesperada de Beresford. Convocou imediatamente D. João o seu conselho." Achada a fórmula para a solução do momento, "reformou-se a constituição da Regência, reduzindo-lhe as funções ao meramente administrativo e concentrando a autoridade política nas mãos de um delegado imediato do soberano, com o título de marechal-general junto à sua real pessoa. Fizeram então voltar para Lisboa o marechal Beresford investido de tão alto posto, como se respondessem assim aos clamores do povo português - entregando-o à tutela humilhante, ao arbítrio e às truculências daquele estrangeiro."

Mas, afastando para a América o inglês, os absolutistas facilitavam a execução do plano dos liberais: assim que o marechal partiu, em 2 de maio de 1820, trataram os governadores do reino de estabelecer o mais cauteloso sistema policial e de repressão. Fechou-se Portugal ao mundo, e deixou-se a Regência ficar desapercebida dos riscos que sobrevinham. A cidade do Porto levantou-se então contra o obscuro regalismo da Regência. Ali se fundara o Sinédrio, ali Fernandes Tomaz e Silva Carvalho reuniam ao redor de si outros chefes de prestígio. Tudo se preparou para o rompimento, e pela madrugada de 24 de agosto rompeu a revolução.

No regresso do Rio de Janeiro pela nau Vengeur, fundeada no Tejo em 10 de outubro, Beresford foi impedido pela Junta de desembarcar em Lisboa e regressou à Grã-Bretanha.

Ainda esteve em Portugal em 1823 procurando vergar D. João VI às tentativas absolutistas de D. Miguel.

Contribuiu para as obras Strictures on Napier’s History e Further Strictures, escritas por Benjamin D'Urban, refutações da História da Guerra Peninsular de William Napier, que confirmam o respeito pelo exército português, que comandou durante onze anos.
 
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sábado, 9 de maio de 2015

70 ANOS APÓS FIM DA GUERRA, ESTUPRO COLETIVO DE ALEMÃS AINDA É EPISÓDIO POUCO CONHECIDO



O papel da União Soviética na derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, há 70 anos, é visto como uma das grandes glórias da história recente da Rússia e de seu passado comunista


Por Lucy Ash

Mas existe um lado sombrio e pouco conhecido nessa história: os estupros em massa cometidos no final da guerra por soldados soviéticos contra mulheres alemãs. Alguns leitores poderão achar esta história perturbadora.

O sol se põe sobre o Treptower Park, nos arredores de Berlim, e eu observo uma estátua que faz um desenho dramático contra o horizonte. Com 12 metros de altura, ela mostra um soldado soviético segurando uma espada numa mão e uma menina alemã na outra, pisando sobre uma suástica quebrada.

A estátua marca um lugar onde estão enterrados 5 mil dos 80 mil soldados do Exército Vermelho mortos na Batalha por Berlim entre 16 de abril e 2 de maio de 1945. A proporção colossal do monumento reflete o sacrifício destes soldados. No entanto, para alguns, a estátua poderia ser chamada de Túmulo do Estuprador Desconhecido.

Existem registros de que os soldados de Stalin atacaram um número bastante alto de mulheres na Alemanha e, em particular, na capital alemã, mas isto era raramente mencionado no país depois da guerra e o assunto ainda é tabu na Rússia de hoje. A imprensa russa rejeita o tema regularmente e diz tratar-se de um "mito espalhado pelo Ocidente".


Diário de um tenente

Uma das muitas fontes de informação sobre estes estupros é o diário mantido por um jovem oficial soviético judeu, Vladimir Gelfand, um tenente vindo da região central da Ucrânia, que, de 1941 ao fim da Guerra, pôs no papel seus relatos, apesar de os soviéticos terem proibido diários de militares.

Os manuscritos – que nunca foram publicados – mostram como a situação era difícil nos batalhões: alimentação pobre, piolhos, antissemitismo e soldados roubando botas uns dos outros.

Em fevereiro de 1945, Gelfand estava perto da represa do rio Oder, preparando-se para a entrada em Berlim. Em seu diário, ele descreve como seus camaradas cercaram e dominaram um batalhão de mulheres militares. "As alemãs capturadas disseram que estavam vingando seus maridos mortos. Elas devem ser destruídas sem piedade. Nossos soldados sugeriram esfaqueamento das genitais, mas eu apenas as executaria", escreveu.

O tenente Vladimir Gelfand, fotografado durante a guerra.
Seu diário revela atrocidades cometidas contra mulheres alemãs


Uma das passagens mais reveladoras do diário de Gelfand é a do dia 25 de abril, quando ele narra a chegada a Berlim. Ele estava andando de bicicleta perto do rio Spree, a primeira vez que andou de bicicleta, quando cruzou com um grupo de mulheres alemãs carregando malas e pacotes. Em seu alemão ruim, ele perguntou para onde estavam indo e a razão de terem saído de casa. "Com horror em seus rostos, elas me disseram o que tinha acontecido na primeira noite da chegada do Exército Vermelho", escreveu. "'Eles cutucaram aqui a noite toda', explicou a bela garota alemã, levantando a saia. 'Eles eram velhos, alguns estavam cobertos de espinhas e todos eles montaram em mim e me cutucaram – não menos do que 20 homens'. Ela começou a chorar." "'Eles estupraram minha filha na minha frente e eles ainda podem voltar e estuprá-la de novo', disse a pobre mãe. Este pensamento deixou todas aterrorizadas." "'Fique aqui', a garota, de repente, se atirou em cima de mim, 'durma comigo! Você pode fazer o que quiser comigo, mas só você!'"


Proibição

Àquela altura, já se sabia de horrores cometidos por soldados alemães na invasão da União Soviética. O próprio Gelfand tinha ouvido essas histórias. "Ele passou por tantos vilarejos nos quais os nazistas tinham matado todos, mesmo crianças pequenas. E ele viu provas de estupro", disse o filho do soldado, Vitaly Gelfand.

As Forças Armadas alemãs estavam longe da imagem de força disciplinada "ariana" que não se interessaria em ter relações sexuais com Untermenschen (povos inferiores, em alemão). Tanto que, segundo Oleg Budnitsky, historiador da Escola Superior de Economia de Moscou, os comandantes nazistas, preocupados com o alto número de doenças venéreas entre seus soldados, estabeleceram uma cadeia de bordéis militares nos territórios ocupados.

É difícil encontrar provas de como os soldados alemães tratavam as mulheres russas, muitas vítimas não sobreviveram. Mas no Museu Alemão-Russo de Berlim, o diretor, Jorg Morre, mostra uma foto feita na Crimeia, parte do álbum pessoal de um soldado alemão, feito durante a guerra. Na imagem, o cadáver de uma mulher é visto no chão. "Parece que ela foi morta no estupro ou após o estupro. A saia está puxada para cima e as mãos estão na frente do rosto. É uma foto chocante. Tivemos discussões no museu sobre se deveríamos mostras as fotos – isto é guerra, isto é violência sexual sob a política alemã na União Soviética. Estamos mostrando a guerra. Não falando sobre, mas mostrando", disse.

Enquanto o Exército Vermelho avançava, cartazes estimulavam os soldados soviéticos a mostrarem sua raiva: "Soldado: Você agora está em solo alemão. A hora da vingança chegou!".


Pesquisa

Enquanto pesquisava para o livro que lançou em 2002 sobre a queda de Berlim, o historiador Antony Beevor encontrou, no arquivo estatal da Federação Russa, documentos que detalham a violência sexual. Eles tinham sido enviados pela então polícia secreta, a NKVD, para o chefe desta polícia, Lavrentiy Beria, no final de 1944.

"Eles foram passados para Stalin. Você pode até ver se eles foram lidos ou não – e eles relatam estupros em massa no leste da Prússia e a forma como as mulheres alemãs tentavam matar os filhos e se matar, para evitar os estupros", disse.

Outro diário escrito durante a guerra, deste vez o da noiva de um soldado alemão ausente, mostra que algumas mulheres se adaptaram a estas circunstâncias horríveis para tentar sobreviver.

Soldados soviéticos assediam mulher berlinense


O diário, anônimo, começou a ser escrito no dia 20 de abril de 1945, dez dias antes do suicídio de Hitler. Como no diário de Gelfand, a honestidade é brutal, o poder de observação é grande e há até demonstrações ocasionais de humor.

Se descrevendo como uma "loira pálida que está sempre com o mesmo casaco de inverno", a autora do diário descreve a vida dos vizinhos no abrigo contra bombas logo abaixo do prédio de apartamentos onde ela morava em Berlim, incluindo "um jovem em calças cinzas e óculos de armação de chifre que, em uma observação mais atenta, é, na verdade, uma jovem", e três irmãs mais velhas, "espremidas, juntas, como um grande pudim".

Enquanto aguardam a chegada do Exército Vermelho, elas fazem piada dizendo "melhor um russo em cima do que um ianque sobre nossas cabeças". Estupro é considerado melhor do que ser pulverizada por bombas. Mas quando os soldados chegam ao porão onde elas moram, as mulheres imploram para a autora do diário usar suas habilidades no idioma russo para reclamar ao comando soviético.

Ela consegue encontrar um oficial no ambiente caótico da cidade, mas ele não toma providência alguma, apesar do decreto de Stalin proibindo a violência contra civis. "Vai acontecer de qualquer jeito", diz. Ao tentar voltar para seu apartamento, a autora do diário é estuprada no corredor e quase estrangulada; as mulheres que vivem no porão não abrem as portas durante o estupro, apenas depois que tudo acaba. "Minhas meias estão caídas em cima dos meus sapatos, ainda estou segurando o que sobrou da minha cinta-liga. Começo a gritar 'Suas porcas! Eles me estupraram duas vezes aqui e vocês me deixaram largada como lixo!'"

Com o passar do tempo, ela percebe que precisa achar um "lobo-chefe" que ponha fim aos estupros da "alcateia". A relação entre agressor e vítima fica menos violenta, mais ambígua. Ela divide a cama com um oficial mais importante, vindo de Leningrado, com quem ela conversa sobre literatura e o sentido da vida. "Não posso falar, de maneira nenhuma, que o major está me estuprando. Estou fazendo isto por bacon, manteiga, açúcar, velas, carne enlatada.... Além do mais, gosto do major e, quanto menos ele quer de mim como homem, mais gosto dele como pessoa", escreveu.

Muitas de suas vizinhas fizeram acordos parecidos com os conquistadores. Este diário só foi publicado em 1959, depois da morte da autora, com o título Uma Mulher em Berlim, e foi criticado por "macular a honra das mulheres alemãs".


Filme

Setenta anos depois do fim da guerra, pesquisas ainda revelam a dimensão da violência sexual sofrida pelas alemãs nas mãos não apenas dos soviéticos, mas também de americanos, dos britânicos e dos franceses. 

Em 2008, o diário da berlinense foi transformado em um filme, chamado de Anonyma, com uma atriz alemã conhecida, Nina Hoss. O filme teve um efeito catártico na Alemanha e estimulou muitas mulheres a falarem sobre suas experiências. Entre elas estava Ingeborg Bullert, hoje com 90 anos. Ela mora em Hamburgo, no norte da Alemanha. Em 1945, ela tinha 20 anos, sonhava em ser atriz e vivia com a mãe em Berlim.

Ingeborg Bullert, hoje com 90 anos, demorou décadas para falar sobre sua infeliz experiência


Quando o ataque soviético começou, ela se refugiou no porão do prédio – assim como a mulher no diário. "De repente havia tanques em nossa rua e, em toda parte, corpos de soldados russos e alemães", disse. Durante uma pausa nos ataques aéreos, Ingeborg saiu do porão para pegar um pedaço de fio no apartamento, para montar um pavio para uma lâmpada. "De repente, havia dois soldados soviéticos apontando revólveres para mim. Um deles me obrigou a me expor e me estuprou, então eles trocaram de lugar e o outro me estuprou. Pensei que ia morrer, que eles iam me matar." Ingeborg passou décadas sem falar sobre o crime.

Os estupros afetaram mulheres em toda Berlim. Ingeborg lembra que as mulheres entre 15 e 55 anos tinham que fazer exames para doenças sexualmente transmissíveis. "Você precisava do atestado médico para conseguir os cupons de comida e lembro que todos os médicos faziam estes atestados e que as salas de espera estavam cheias de mulheres."


Número

Ninguém sabe exatamente quantas mulheres foram vítimas de violência sexual de combatentes estrangeiros na Alemanha. O número mais citado estima em 100 mil as mulheres estupradas apenas em Berlim – e em dois milhões no território alemão. Há documentos que expõem um alto número de pedidos de aborto – contra a lei na época –, devido à "situação especial". É provável que nunca se saiba o número real. Tribunais militares soviéticos e outras fontes continuam secretas.

O Parlamento russo aprovou recentemente uma lei que afirma que qualquer pessoa que deprecie a história da Rússia na Segunda Guerra Mundial pode ter que pagar multas ou ser preso por até cinco anos. Uma jovem historiadora da Universidade de Humanidades de Moscou, Vera Dubina, só descobriu sobre os estupros depois de ir para Berlim devido a uma bolsa de estudos. Ela escreveu um estudo sobre o assunto, mas enfrentou dificuldades para publicá-lo.

Vitaly Gelfand, filho do autor do diário, Vladimir Gelfand, não nega que muitos soldados soviéticos demonstraram bravura e sacrifício durante a guerra, mas, segundo ele, esta não é a única história. Recentemente, Vitaly deu uma entrevista em uma rádio russa que desencadeou uma onda de "trollagem" antissemita em redes sociais. Muitos disseram que o diário é falso e que Vitaly deveria emigrar para Israel. Mesmo assim, Vitaly espera que o diário seja publicado na Rússia ainda neste ano. Partes dele já foram traduzidas para o alemão e para o sueco. "Se as pessoas não querem saber a verdade, estão apenas se iludindo. O mundo todo entende (que ocorreram estupros), a Rússia entende e as pessoas por trás das novas leis sobre difamar o passado, até elas entendem. Não podemos avançar sem olhar para o passado", disse.

Fonte: BBC

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segunda-feira, 4 de maio de 2015

JAPÃO HOMENAGEIA KAMIKAZES ANTES DO ANIVERSÁRIO DO FIM DA 2ª GUERRA MUNDIAL

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Centenas se reuniram em antiga base de onde partiram 439 pilotos. Cerca de 4 mil japoneses morreram pilotando aviões em missões suicidas.


A poucos meses do aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, centenas de japoneses prestaram homenagem neste domingo (3) aos kamikazes em um antiga base do sudeste do Japão, de onde os pilotos decolavam para as missões suicidas.

A multidão, na qual estavam familiares dos pilotos, se reuniu em Chiran, na ilha de Kyushi, a partir da qual voaram 439 kamikazes até o final do conflito bélico, informou a emissora pública NHK.

Sob a chuva, rezaram em silêncio e depositaram crisântemos brancos diante de um monumento budista.

"Juramos trabalhar pela paz sem esquecer dos duros sacrifícios dos jovens desaparecidos em missões suicidas", afirmou um homem de 84 anos que perdeu seu irmão, piloto kamikaze, citado pela NHK.

Entre 25 de outubro de 1944 e 15 de agosto de 1945, dia da derrota japonesa, cerca de 4 mil japoneses morreram pilotando seus aviões, nos quais transportavam bombas de até 250 quilos, e eram frequentemente abatidos pelo inimigo americano antes de alcançar seus objetivos.

A palavra "kamikaze" significa "vento divino", em referência aos tufões providenciais que destruíram as frotas de invasores mongóis no século XIII.

Fonte: France Press

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domingo, 3 de maio de 2015

LIVRO - SOB O CÉU DAS VALQUÍRIAS

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Sob o céu das valquírias: as concepções de heroísmo e honra dos pilotos de caça na Grande Guerra (1914-18)

A obra debruça-se sobre a memorável atuação dos pilotos da aviação de caça da Primeira Guerra Mundial envolvidos nas operações do conflito.
 A ilusão de que a guerra de 1914-1918 seria empolgante, edificante e rápida, foi desfeita nas trincheiras. As batalhas do revelaram-se como gigantescos massacres, sem qualquer resultado decisivo. À custa de milhões de mortos, avançavam-se apenas alguns metros de terreno. Não era possível conceber atuações heroicas diante do morticínio das trincheiras. 
Em contrapartida, um novo armamento, que levou a um novo tipo de combate, possibilitou reinventar o combate individual épico. A aviação de caça estimulou a imaginação do povo, ao recriar um heroísmo que se julgava perdido. Portanto, enquanto os combates terrestres enterraram o heroísmo e a honra, os combates aéreos os ressuscitaram.
Destacando-se da massa dos militares, formada por combatentes da superfície, os pilotos da nascente aviação militar moldaram uma imagem de verdadeiros heróis do mundo contemporâneo. Essa imagem, assumida por eles mesmo e acolhidas por seus compatriotas, não apenas derivou das façanhas que praticaram. Nutriu-se também de sua conduta, pautada por valores como honra, nobreza, audácia e lealdade. 
O livro não se detém nas realidades materiais do conflito. Aborda as circunstâncias precedentes e formas de operação das hostilidades apenas como contexto das ações dos chamados "ases" da aviação. Seu foco principal são os padrões de conduta por eles adotados, colhidos nos modelos de heroísmo guerreiro fixados pelas epopeias homéricas e pelas sagas da cavalaria medieval.

Sobre o autor
O Prof Dr. Delmo de Oliveira Arguelhes é Licenciado em História (UniCEUB, 1991), Mestre em História das Relações Internacionais (UNB, 1996) e Doutor em História das Ideias (UNB, 2008). Professor do Programa de Mestrado em Ciência Política da UniEURO; Professor da Coordenação de História do UniCEUB.
Ficha Técnica:
Autor(es): Delmo de Oliveira Arguelhes
ISBN: 978-85-8042-706-6
Editora: EDITORA CRV 
Número de páginas: 234
Ano de Edição: 2013
Formato do Livro: 14x21
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sábado, 2 de maio de 2015

IMAGEM DO DIA - 02/05/2015

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O Terço Espanhol : Durante a Guerra dos Oitenta Anos (Guerra de Independência Holandesa 1568-1648) tropas espanholas lutaram contra os holandeses em formações de piqueiros escalonados em profundidade. Os Terços foram considerados os melhores esquadrões de infantaria na Europa


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