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Após a morte de Alexandre Severo, o Império Romano submergiu numa profunda crise caracterizada pelo ataque dos bárbaros e pela sucessão anárquica de imperadores. Perante a crise generalizada, o povo fez ouvir o seu grito de resistência à situação difícil, lutando com grande determinação e abrindo caminho para uma lenta recuperação. Mas os alicerces do Império ficariam irremediavelmente abalados e, durante meio século, inúmeros imperadores foram proclamados pelas legiões e depostos pelas mesmas ou pelos seus opositores, após um período variável.
Como imperadores da anarquia militar encontramos:
- Maximino I Trácio (235 d. C.-238 d. C.),
- Gordiano I e II, Balbino e Pupieno (238 d. C.),
- Gordiano III (238 d. C-244 d. C.),
- Filipe I, o Árabe (244 d. C.-249 d. C.),
- Décio (249 d. C.-251 d. C.),
- Treboniano Galo (251 d. C.-253 d. C.),
- Emiliano (253 d. C.),
- Valeriano (253 d. C.-260 d. C.),
- Galieno (253 d. C.-268 d. C.),
- Macrino, os usurpadores Quieto (260 d. C.-261 d. C.) e Auréolo (268 d. C.),
- Cláudio II o Gótico (268 d. C.-270 d. C.),
- Aureliano (270 d. C.-275 d. C.),
- Tácito (275 d. C.-276 d. C.),
- Probo (276 d.C.- 282 d.C.),
- Caro (283 d. C.),
- Numeriano (283 d. C.-284 d. C.) e
- Carino (283 d. C.-285 d. C.).
Todos morrem assassinados, com a exceção de Décio, que morreu em combate, Valeriano, que morreu em cativeiro com os Persas, e Cláudio II, que morreu de peste. São várias as motivações dos pretendentes ao trono imperial: uns foram forçados ou pressionados pelas tropas, outros procuraram o lucro e o sentimento de ser todo-poderoso, outros ainda foram motivados por um sentimento de patriotismo.
Verificou-se, no período, um recuo das fronteiras: Valeriano evacuou os Campos Decumates, Aureliano renunciou à Dácia e, no Norte da África, houve um recuo em direção à costa. Ao mesmo tempo os soldados imperiais trataram com violência os cidadãos romanos e instalou-se uma profunda crise econômica, que foi, simultaneamente, causa e consequência de toda a situação.
Imperador Aureliano, restaurador da unidade imperial romana
O Senado perdeu poder e correu o risco de separação do poder imperial. Paradoxalmente, surgiu lentamente nas povoações, que viam no poder imperial e na generosidade de quem o exercia o único recurso, um sentimento de patriotismo romano. Mas o Império não se deixou abandonar à tragédia, resistindo com grande determinação.
Assim, aos poucos, sobretudo durante o reinado de Aureliano, abriu-se um caminho para a recuperação. Aureliano foi o restaurador da unidade imperial e autor de diversas reformas mas foi com Diocleciano (284 d. C.-305 d. C.) que se deu o restabelecimento do poder do Império, depois dos esforços empreendidos pelos seus antecessores e conterrâneos Ilírios (desde Cláudio II Gótico, em 268-270).
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