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A Dinastia Qin levantou a
Grande Muralha, mas foi a Dinastia Han a responsável por tê-la ampliado em grande
escala, transformando-a em uma ferramenta fundamental para a defesa do
território chinês. Tendo durado de 206
a.C. a 220 d.C., a Dinastia Han marcou uma fase importante e próspera da
história chinesa, estabelecendo as bases do confucionismo, que permeou todos os
regimes do país até o final do Império.
A Dinastia Han pode ser
dividida em dois períodos: a Ocidental, que durou de 206 a.C. a 8 d.C., e a
Oriental, que governou o Império Chinês de 25 a 220 d.C. Tamanha foi a influência da ideologia deste
período que o povo chinês, até hoje, se refere a si mesmo como povo Han.
Todo o avanço registrado
durante este período esteve atrelado a grandes conquistas territoriais, que
fizeram das tropas chinesas que defenderam o Império durante todos aqueles
séculos algumas das mais aguerridas de todos os tempos.
Ameaça
dos hunos - novas armas
Uma das primeiras motivações
para que os Han entrassem em combate começou a se fazer notar ainda na Dinastia
Qin: os hunos, estabelecidos no norte da China, já muito poderosos e que,
frequentemente, invadiam o sul. Quando a
Dinastia Han assumiu o poder, os hunos passaram a ser a principal ameaça na
fronteira. Para se defender, os chineses
ampliaram a Grande Muralha, de 5.000 km erguidos pelos Quin, para 100 mil
quilômetros; para combatê-los, organizaram um exército de cavalaria,
substituindo a tradicional espada pela faca, que passou a ser a principal arma
de combate.
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Soldados chineses da dinastia Han. As armas utilizadas podem ser vistas
Apesar dessa mudança, os Han
não abandonaram a espada, ao contrário, a arte da esgrima passou a ser uma
verdadeira moda entre a sociedade chinesa.
Tanto funcionários públicos de alta estirpe, quanto intelectuais – e até
o imperador – orgulhavam-se de exibir sua habilidade com a arma. O Han
Shu – o Livro de Han – chegava a ter 38 artigos falando sobre a técnica de
esgrima usada na época. Ao mesmo tempo,
a técnica de atirar com arco e flecha também foi bastante aprimorada. Tal habilidade no manuseio das armas talvez
explique a pujança dos Han nos campos de batalha.
O
Império se expande
O Imperador Wu, que assumiu
o trono no ano 141 a.C., consolidou e ampliou o império ao expulsar os xiongnus (normalmente identificados com
os hunos) para a atual Mongólia Interior e, com isso, anexou os territórios
correspondentes às províncias de Gansu, Ningxia e Qinghai do presente. A posse dessas regiões permitiu que fosse
aberta a Rota da Seda, estabelecendo as primeiras ligações comerciais entre a
China e o Ocidente. Foi nessa mesma época que os chineses descobriram que havia
outros povos a oeste de suas fronteiras, o Império Romano. Essa descoberta foi possível porque Wu havia
enviado uma missão à Ásia Central para rechaçar os ataques dos hunos, bem como
estabelecer uma aliança com os turcos, no intuito de combaterem o inimigo
comum.
Armadura típica utilizada pelos soldados chineses
Em 121 a.C., o exército da
Dinastia Han derrotou os hunos no Corredor de Hexi. Vinte anos depois, a corte da dinastia Han
Oriental enviou a Luntai e Quli – que ficavam ao sul das montanhas Tianshan –
uma força com centenas de soldados para desbravar terras, liderada por um
comandante que também acumulava funções administrativas. Em 60 a.C., foi criado o Comando de Fronteira
das Regiões Oeste – sucedido por uma grande agitação na classe dominante dos
hunos -, marcando o início da soberania estatal da Dinastia Han do oeste e
fazendo com que Xinjiang se tornasse parte integrante da China.
A
dinastia ameaçada
Apesar da expansão, a
Dinastia Han passou por dificuldades. No
ano 8 d.C., um oficial rebelde acabou usurpando o trono para estabelecer a
curta Dinastia Xin, mas, em 25 d.C., o Imperador Guangwu restabeleceu a
Dinastia Han, sediada agora em Luoyang, próximo a Xian, com o apoio das
famílias proletárias e mercantis.
Este período, conhecido como
Dinastia Han Oriental, foi marcado por grande prosperidade no campo econômico,
educacional e científico. O comércio com
os vizinhos do norte e com as civilizações da Europa, através da Rota da Seda,
era mais do que intenso. O período foi
extremamente fértil no plano cultural, onde escritores criaram grandes obras
literárias, incluindo textos históricos e dicionários. Nessa mesma fase o Budismo foi introduzido na
China.
Soldados de cavalaria da dinastia Han
Com o tempo, porém, o poder
dos Han começou a declinar, por conta de aquisição de terras, invasões e rixas
entre clãs consortes e eunucos. Mesmo
assim, a Rebelião do Turbante Amarelo, promovida pelos camponeses, acabou
estourando em 184 d.C. e resultou numa era de chefes guerreiros.
A Dinastia Han era
extremamente militarizada e expandiu suas fronteiras para incorporar regiões
que, hoje, corresondem ao Tibete, Coreia do Norte e Vietnã.
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