Por Francisco Miranda
Pernambuco sempre se orgulhou de seu passado de lutas. Não por acaso,
a célula inicial dos preceitos pátrios de nosso País tem sua origem nas
“terras dos altos coqueiros”, com expulsão dos flamengos nas memoráveis
Batalhas dos Guararapes de 1648. Este mesmo ímpeto de luta e senso de
justiça social retorna nas revoluções de 1817 e 1824, com objetivos de
formar uma nova nação, um novo País, sendo um dos primeiros movimentos
separatista a declarar independência do Império que se formava. Esse é o
povo pernambucano, sempre disposto a lutar por sua terra e defender sua
gente.
Em 1943, quando na formação da Força Expedicionária Brasileira,
divisão militar que iria ser enviada para o Teatro de Guerra, nosso
Estado contribuiu com 681 militares pernambucanos compondo a Divisão do
General Mascarenhas de Morais. E eles lutaram bravamente. Infelizmente
13 perecerem em combate ou em decorrência da guerra.
Infelizmente, assim como todos os outros soldados da Força
Expedicionária Brasileira, o esquecimento foi o flagelo que a política
impôs a geração que lutou na Itália. Os 13 pernambucanos mortos na
Itália, não teriam seus nomes assemelhados aos nomes como Felipe
Camarão, Fernandes Vieira ou Frei Caneca, seus nomes estavam destinados
ao esquecimento, estavam…
O veterano Alberides, presidente da ANVFEB-PE descerra a placa e reinaugura o monumento
No meio do mar do esquecimento eis que surge uma lâmpada de esperança
para o Brasil. Desde 2010 a Associação Nacional dos Veteranos da Força
Expedicionária Brasileira (ANVFEB-PE) vem estruturando um projeto de
reforma e destaque do único memorial para os pernambucanos que morreram
na campanha da Itália. Esse monumento foi inaugurado em 1971 no Parque
13 de maio, no centro do Recife, na gestão do Prefeito Geraldo
Magalhães. Década depois, não havia qualquer referência ao monumento,
anos de abandono e descaso. As placas que foram afixadas por ocasião da
inauguração inexistem, e ninguém da administração pública sabia informar
do que se tratava. Realizamos um projeto de resgate histórico e, com o
apoio irrestrito do Comando Militar do Nordeste, a Prefeitura do Recife
entrou no processo de restruturação do monumento.
Hoje, 27 de setembro de 2014, os mesmos veteranos que participaram da
inauguração em 1971, puderam presenciar em vida a lembrança dos
companheiros que tombaram na guerra que insistimos em esquecer.
Que outros 27 de setembro cheguem para iluminar nosso povo e nossa
passado, para um futuro que possa sempre valorizar as gerações que
viveram e morreram por nossa terra.
Fonte: Blog do Chico Miranda
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