"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



segunda-feira, 23 de julho de 2018

NAVIO NAUFRAGADO ENCONTRADO NO LITORAL CATARINENSE PARTICIPOU DA REVOLTA DA ARMADA

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Embarcação foi descoberta em Itajaí em agosto do ano passado. Pesquisa sobre a sua origem foi revelada 

Por Dagmara Spautz

A Superintendência do Porto de Itajaí (SPI), no litoral de Santa Catarina, confirmou nesta quarta-feira (11) que a embarcação naufragada descoberta junto à nova área de manobras dos terminais de Itajaí e Navegantes em 15 de agosto de 2017 é o navio Pallas, que participou da Revolta da Armada no fim do século 19. Ele encalhou na foz do Rio Itajaí-Açu em 1893, sob comando dos revoltosos. 

A Marinha ainda definirá de que forma será feita a retirada dos escombros. A medida é para evitar que a estrutura submersa provoque riscos à navegação.

Local do naufrágio do Pallas, na foz do rio Itajaí-Açu: risco à navegação

A descoberta do navio Pallas, que passou mais de um século debaixo d'água, ocorreu depois que a draga que faz o aprofundamento da nova bacia de evolução bateu em uma estrutura no fundo do rio. Os trabalhos foram suspensos no local até uma conclusão definitiva sobre a embarcação e sua importância histórica.

O trabalho de identificação, realizado pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali) sob responsabilidade do pesquisador Jules Soto, curador do Museu Oceanográfico, de  em Balneário Piçarras, utilizou sondas eletrônicas para identificar onde estavam as estruturas submersas. Mergulhadores, então, conseguiram fotografar e medir as estruturas. Foram necessárias 40 horas de mergulho em águas turvas, com pouca visibilidade, para trazer a história à tona.

Os registros de naufrágios no Brasil mostravam que o Pallas havia encalhado exatamente naquele local. Mas medidas entre a proa e a popa (a parte da frente e de trás do navio) não correspondiam ao registro de construção da embarcação. A estrutura submersa aparentava ter 40 metros a mais do que o Pallas, que tinha 68 metros de comprimento.

Os pesquisadores, então, mergulharam em documentos antigos para desvendar o mistério. Chegaram à conclusão de que uma provável tentativa de remover o navio do fundo do rio, possivelmente na época em que foram construídos os molhes, partiu a embarcação ao meio. Proa e popa se separaram, a uma distância de 40 metros uma da outra – era, de fato, o navio Pallas que vinha à tona.

Notícias publicadas pela imprensa à época, junto com informações do processo que envolveu o naufrágio – arquivos que agora foram abertos à pesquisa pela Marinha –, ajudaram a elucidar o papel do navio Pallas na Revolta da Armada. 


A importância do Pallas para o movimento

Setores da Marinha descontentes com o presidente, marechal Floriano Peixoto, deflagraram o movimento. Entre os navios tomados pelos revoltosos estava o Pallas, que era uma embarcação frigorífica e fazia a ligação entre os portos do Rio de Janeiro e Buenos Aires, na Argentina. O navio tinha um sistema de conservação com base em amônia, que mantinha as carnes frescas por mais tempo.

O Pallas acompanhava outros navios para fornecer alimento. Era a segurança dos revoltosos de que teriam comida por mais tempo — diz Soto.

As causas do naufrágio se perderam. O processo instaurado pela Marinha diz que a noite em que ocorreu o incidente, em 25 de outubro de 1893, tinha boas condições de navegação e não houve vítimas. Como os responsáveis acabaram anistiados, a investigação jamais avançou.

Encalhado, o navio foi saqueado e acredita-se que não tenham sobrado peças de valor. Registros encontrados pelos pesquisadores mostram que os saqueadores vinham de Itajaí, Blumenau e Florianópolis, em busca, principalmente, dos metais do navio, como cobre e bronze.

Destroços do Pallas submerso


"Exagero"

Diante das evidências encontradas, a pesquisa encomendada pelo Porto de Itajaí concluiu haver “exagero” em considerar o Pallas um monumento de guerra. No entanto, os pesquisadores recomendaram que, durante a retirada, redobre-se a atenção a objetos que não sejam de ferro ou madeira estrutural. A expectativa é, se possível, resgatar peças como as hélices ou a placa do estaleiro que construiu o navio.

Devido à degradação da embarcação, a pesquisa afasta a necessidade de um trabalho de arqueologia subaquática antes de remover o casco do fundo do Rio Itajaí-Açu. A avaliação é de que a investigação teria um alto custo e poucas possibilidades de sucesso.

Marcelo Salles, superintendente do Porto de Itajaí, disse que a retirada dos escombros do navio Pallas ainda não tem data prevista – mas as operações não vão interferir nas obras da nova bacia de evolução, porque a estrutura está fora do perímetro de dragagem.

A bacia de evolução é a nova área de manobras, que permitirá a entrada de navios maiores e mais carregados aos portos de Itajaí e Navegantes. A primeira fase, que será entregue nos próximos meses, abre espaço para embarcações de até 335 metros de comprimento.

Fonte: Gaúcha-Zero Hora


A BATALHA DE NEERWINDEN (1793)

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A Batalha de Neerwinden, travada a 18 de Março de 1793, nos Países Baixos Austríacos, opôs um exército austríaco (reforçado com alguns batalhões holandeses), sob comando do Príncipe Josias de Coburg, ao exército da França revolucionária, sob o comando do General Dumouriez. A batalha resultou numa vitória austríaca que permitiu passar à ofensiva e expulsar os Franceses (temporariamente) dos Países Baixos.


Antecedentes

Após as batalhas de Valmy (20 de setembro de 1792) e de Jemappes (6 de novembro de 1792), os franceses invadiram os Países Baixos austríacos que ocuparam sem dificuldade. No ano seguinte, após a execução de Luís XVI (21 de janeiro de 1793), o governo francês não se iludiu relativamente a uma reação das potências europeias e decidiu antecipar-se tomando a iniciativa. O General Dumouriez, comandante do Exército do Norte, recebeu ordens para marchar sobre as Províncias Unidas. Inicialmente esta invasão correu bem. Foram atacadas e capturadas algumas fortalezas perto da costa e o General Miranda iniciou o cerco de Maastricht. No entanto, um exército austríaco sob o comando do Príncipe de Saxe-Coburg lançou um contra-ataque e derrotou os Franceses em Aldenhoven (1 de março) e em Aix-la-Chapelle (2 de março), salvando Maastricht. Dumouriez deixou as suas forças a Norte, nas Províncias Unidas, e dirigiu-se para a Bélgica onde assumiu o comando do Exército das Ardenas (Louvan, 13 de março).

Ao assumir o comando do Exército das Ardenas, temendo que os austríacos recebessem mais reforços, Dumouriez decidiu lançar de imediato uma operação ofensiva. Após uma série de pequenos combates ao longo da estrada entre Liège e Bruxelas, Saxe-Coburg ocupou uma posição defensiva com o centro à volta da vila de Neerwinden.


O campo de batalha

Neerwinden é uma vila na província belga de Liège. É atualmente parte do município de Landen. O terreno é muito plano. Os pontos mais elevados de onde se pode visualizar o campo de batalha são, na realidade, elevações muito suaves, poucos metros acima do terreno circundante. O principal curso de água na região é o Kleine Gete, rio que nasce em Ramillies e é afluente do Grote Gete. O rio passa a Oeste de Neerwinden, a uma distância de aproximadamente 5 km. Entre Neerwinden e Oberwinden, mais a Sul, o terreno é ligeiramente mais elevado, formando a colina de Mittelwinden.


As forças em presença

As forças francesas presentes na batalha pertenciam ao Exército das Ardenas. Este exército tinha sido criado por decreto da Convenção e foi formado com forças retiradas ao Exército do Norte. O comandante deste último era o General Dumouriez, que assumiu o comando do Exército das Ardenas entre 11 de março e 4 de abril, data em que desertou para o campo austríaco.

Charles-François du Périer Dumouriez, comandante das forças francesas.

Não se conhecem com exatidão os efetivos franceses. Sabe-se que se situavam entre os 40.000 e os 45.000 homens. As forças estavam organizadas da seguinte forma:
- Guarda avançada, sob comando do General de Divisão La Marche, com cerca de 4.000 homens de infantaria e 1.000 de cavalaria;
- Ala direita, com cerca de 10.000 homens, sendo 1.000 de cavalaria, sob comando dos generais Valence, Neuilly, Veneur e Dampiérre;
- Centro, sob comando do General Égalité, como era conhecido o duque de Chartres, com cerca de 8.000 homens sendo 1.000 de cavalaria;
- Ala esquerda, sob comando do General Miranda, com 16.000 homens, sendo 2.000 de cavalaria.

As forças austríacas encontravam-se sob o comando do Príncipe Josias de Coburg e eram constituídas por cerca de 43.000 homens. Entre estas forças encontravam-se seis batalhões de infantaria das Províncias Unidas.

Frederick Josias de Saxe-Coburg-Saalfeld, comandante das forças austríacas.


A batalha
As forças austríacas foram colocadas numa linha virada para ocidente, com o seu flanco direiro sobre a estrada que ligava Tirlemont (a actual Tienen) a Maastricht e o flanco esquerdo na região de Oberwinden. No centro do dispositivo ficava a povoação de Neerwinden. A esquerda deste dispositivo encontrava-se sob comando do Arquiduque Carlos, enquanto a direita era comandada por Charles Joseph de Croix, conde de Clerfait.

Dumouriez assumiu que os Austríacos eram mais fortes na sua ala direita, onde defendiam a sua linha de comunicações. Partindo desta suposição, decidiu atacar em força a esquerda austríaca.

O exército francês foi dividido em oito colunas. À direita, as três primeiras colunas, sob comando do General Valence, iriam flanquear Oberwinden, atacar a vila e a colina de Mittelwinden. Ao centro, o duque de Chartres, com duas colunas, iria atacar Neerwinden. À esquerda, o General Miranda, com três colunas, teria de capturar Leau, e apoderar-se da estrada Tirlemont – Maastricht.


Na direita francesa, pelas 07:00h, as tropas atravessaram de surpresa o rio Kleine Gete e atacaram. No entanto, Valence não conseguiu capturar Mittelwinden antes do meio dia. Neerwinden foi capturada e perdida duas vezes. De igual forma, Oberwinden foi capturada pelas tropas francesas para depois ser recapturada por Clairfait. As tropas francesas, perante os ataques da cavalaria austríaca, ainda foram obrigadas a ceder outras áreas que já tinham ocupado. Dumouriez fez avançar todas as suas forças da ala direita mas sem obter sucesso. Ao fim do dia, a ala esquerda austríaca encontrava-se mais ou menos nas mesmas posições que ocupava no início dos combates.

Na ala esquerda francesa, o General Miranda começou por conquistar a vila de Doormaal com a sua primeira coluna mas as suas forças foram obrigadas a abandonar as posições conquistadas devido a uma série de contra-ataques efetuados pelas tropas austríacas. A segunda coluna não conseguiu penetrar as posições inimigas e a terceira coluna, que atacou Léau, fracassou igualmente. Suas forças viram-se obrigadas a recuar e a atravessaram novamente o Kleine Gete para depois se dirigirem para Tirlemont.

Para se ter uma ideia da violência dos combates, pode-se recorrer a uma carta do General Miranda, datada de 21 de março, em que ele conta que sofreu cerca de 2.000 mortos e feridos, entre eles um oficial general e trinta outros oficiais. Ao todo, os franceses perderam cerca de 4.000 homens, mortos ou feridos, incluindo cinco generais, 1.000 desaparecidos ou capturados e 30 bocas de fogo de artilharia. Os austríacos, por seu lado, tiveram entre mortos, feridos e desaparecidos, 93 oficiais e 2.762 praças. Também perderam um elevado número (779) de cavalos. Após esta batalha, cerca de 6.000 franceses desertaram para o lado austríaco.


Consequências

A conduta de Dumouriez foi muito criticada. A 21 de março sofreu mais uma derrota num combate sem grande importância. Depois disso entrou em negociações com os austríacos. Com isso conseguiu retirar o seu exército para ocidente de Bruxelas sem ser molestado e desta forma preservou as suas tropas. No entanto viviam-se tempos agitados e este recuo despoletou ainda mais críticas por parte das forças radicais em Paris. Sentindo que não podia contar com o apoio dos seus homens, Dumouriez desertou para o campo austríaco a 5 de abril.

Fontes:
- CHANDLER, David G. Dictionary of the Napoleonic Wars. New York: Macmillan Publishing, 1979.
- DUPUY, Richard Ernest; DUPUY, Trevor Nevitt, The Encyclopedia of Military History. New York: Harper & Row, Publishers, 1986.
- RICKARD, J. Battle of Neerwinden, 18 March 1793,  Disponível em http://www.historyofwar.org/articles/battles_neerwinden_1793.html
- SMITH, Gigby, The Greenhill Napoleonic Wars Data Book. Londres: Greenhill Books, 1998.


sexta-feira, 20 de julho de 2018

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - MARECHAL JOAQUIM DE OLIVEIRA ÁLVARES



* Ilha da Madeira, Portugal -19/11/1776

+ Paris, França - ??/??/1835


Nascido na Ilha da Madeira, Portugal, Joaquim de Oliveira Álvares foi um dos  primeiros generais do Exército Brasileiro, formado logo após a independência do Brasil, e o primeiro Ministro da Guerra do novo imperador D. Pedro I.

Completou seus estudos preparatórios na Inglaterra, depois frequentou a Universidade de Coimbra, onde formou-se em matemática e filosofia, e de lá saiu para alistar-se na marinha.

Após combates com a esquadra francesa de Napoleão Bonaparte, foi feito prisioneiro, mas conseguiu escapar, alistando-se, então, no exército. Transferido em 1804 para o Brasil, como capitão de artilharia da Legião de Voluntários de São Paulo. Em 1807, promovido a major comandante desta legião, foi transferido para o Rio Grande do Sul, onde ascendeu ao posto de tenente-coronel em 1810.

Participou das campanhas de 1811 e 1812, sendo promovido a coronel e depois a brigadeiro, em 1814.  Comandou as forças de cavalaria, que na Guerra contra Artigas, venceram as tropas inimigas na Batalha de Carumbé, derrotando a José Antonio Berdún, e participando depois da Batalha de Catalão.

Acabada a guerra, adoentado, mudou-se para Santa Catarina, em 1820, e depois para o Rio de Janeiro. Em 7 de janeiro de 1822 foi promovido a marechal. No Rio de Janeiro foi membro do 'Clube Conspirado', o qual também frequentavam Joaquim da Rocha Nóbrega, Francisco Maria Gordilho Veloso de Barbuda, apoiando D. Pedro I na Independência do Brasil.


Ofício de Joaquim de Oliveira Álvares à Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil, 1823 



Em 11 de janeiro de 1821, dois dias após o Dia do Fico, comandou as tropas locais que resistiam às tropas portuguesas do general Avilez, que queriam que D. Pedro I cumprisse o decreto de D. João VI e retornasse à Europa, para aprimorar sua educação. Logo em seguida foi nomeado ministro da Guerra, cargo que exerceu entre 16 de janeiro de 1821 a 27 de julho de 1822, tendo deixado o ministério por motivo de doença. Retornou ao ministério, entre 24 de julho de 1828 e 4 de agosto de 1829, tendo negociado um tratado de paz com a Argentina. 


Em fevereiro de 1829 uma revolta em Pernambuco foi prontamente sufocada, entretanto, por exageros no relatório do presidente da província, tanto o Ministro da Guerra, quanto o da Justiça, tomaram ações excessivas contra a pretensa rebelião. Álvares criou um tribunal militar para julgar os envolvidos, ação pela qual foi depois acusado de não respeitar a Constituição, que não permitia tribunais excepcionais e extraordinários, e, após extensos debates, foi depois inocentado.


Foi eleito deputado provincial pelo Rio Grande do Sul, na segunda legislatura. Em 1830 partiu para Londres para receber uma herança que lhe tinha recebido de seu irmão, que lá era negociante. Da herança gastou 80 mil libras na compra de títulos brasileiros, valorizando os títulos em Londres. Também avisou o governo brasileiro que poderia atrasar o seu pagamento de dividendos, caso necessário, que não tomaria nenhuma ação a respeito.


Adoentado na Europa, mudou-se para Paris, onde faleceu em 1835, sendo sepultado no Cemitério do Père-Lachaise.


Recebeu a comenda da Imperial Ordem de Avis, e depois foi nomeado oficial da Imperial Ordem do Cruzeiro, em 1825 e grã-cruz da recém criada Imperial Ordem da Rosa, em 1829.




Fontes:

- DARÓZ, Carlos Roberto.  A milícia em armas: o soldado brasileiro da guerra de independência. Anais do XXXVII Congresso Internacional de História Militar, Rio de Janeiro, 2011. 
- SILVA, Alfredo P.M. Os Generais do Exército Brasileiro, 1822 a 1889. Rio de Janeiro: M. Orosco & Co, 1906, vol. 1.

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sexta-feira, 13 de julho de 2018

UNIFORMES - EXÉRCITO IMPERIAL JAPONÊS NA REVOLTA DOS BOXERS

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Exército Imperial japonês

Tenente com uniforme de combate
Rebelião dos Boxers (1900)


O assassinato do embaixador alemão na China e o subsequente cerco dos Boxers ao bairro das legações estrangeiras em Pequim fizeram com que as potências ocidentais (Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Rússia e Estados Unidos) e o Japão enviassem tropas para intervir na situação, resgatar as missões diplomáticas, proteger os missionários ocidentais e punir os Boxers. O Exército Japonês usaria a ocasião para mostrar o resultado de suas mais recentes reformas militares.

Uma pequena força expedicionária aliada montada apressadamente sob o comando britânico contando com cerca de 2.000 soldados, incluindo aproximadamente 300 japoneses, marchou de Tianjin para Pequim no início de junho.  Em 12 desse mesmo mês, as forças armadas mistas de Boxer e Qing interromperam esse avanço, destruindo uma ponte a 30 milhas da capital. Os aliados, em número muito inferior, sofreram mais de 300 baixas.

Ciente do agravamento da situação, o estado-maior em Tóquio esboçou planos ambiciosos de contingência, mas o gabinete, com lembranças recentes e amargas da Intervenção Tripartite, recusou-se a mobilizar forças de grande porte, a menos que fossem solicitadas pelas potências ocidentais. 

Três dias depois, o estado-maior enviou uma força provisória de 1.300 homens ao norte da China, comandada pelo major-general Fukushima Yasumasa, diretor do 2º Departamento de Inteligência, escolhido porque seu inglês fluente lhe permitiria se comunicar com o comandante britânico. O destacamento de Fukushima desembarcou em 5 de julho perto de Tianjin.

O Exército Imperial japonês enviou o maior contingente para sufocar a rebelião.



quinta-feira, 12 de julho de 2018

LIVRO CONTA A HISTÓRIA DA MUDANÇA DE SEDE DA ESCOLA DE AERONÁUTICA PARA PIRASSUNUNGA

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Na manhã do dia 25 fevereiro de 1964, um Fairchild C-82 Packet, matrícula 2200, decolou do Campo dos Afonsos com destino a Pirassununga. A aeronave levava o primeiro grupo de 67 cadetes para o início da instrução de voo na aeronave NA T-6 Texan, no Destacamento Precursor da Escola de Aeronáutica. Viagens para instruções ou representações fora da sede eram atividades comuns para aqueles cadetes, mas aquela viagem tinha um significado especial na história da formação dos oficiais da Força Aérea Brasileira. Pela primeira vez, a tão anunciada transferência da Escola do Campo dos Afonsos começava a ser cumprida. Tal fato distinguiria de forma indelével aquela turma de cadetes das demais, até então integralmente formadas no “Lendário Berço da Aviação”.

Aeronaves NA T-6 na AFA

Lançado no dia 3 de julho, durante a V Olimpíada de História Militar e Aeronáutica da Academia da Força Aérea, o livro intitulado 1964: Precursores da Academia da Força Aérea, o novo Ninho das Águias, de autoria de Claudio Passos Calaza e Hermelindo Lopes Filho, conta, com detalhes, toda uma história até então desconhecida pelas novas gerações.  Mediante intensas pesquisas e sob o viés da memória da turma de aspirantes aviadores de 1964, os autores resgataram o intrincado processo de mudança de sede da Escola de Aeronáutica, do Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro, para a cidade de Pirassununga, no interior de São Paulo. A obra constitui, sem dúvida, uma inestimável contribuição para a história da FAB e de sua principal escola de formação.

Os autores Hermelindo Lopes Filho e Claudio Passos Calaza durante o lançamento da obra


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ANVFEB COMEMORA MAIS UM ANIVERSÁRIO

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quarta-feira, 11 de julho de 2018

46º DE BOMBARDEIO NOTURNO DE GUARDAS: O ÚNICO REGIMENTO DE AVIAÇÃO INTEGRALMENTE FEMININO

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O 46º Regimento de Bombardeio Noturno de Guardas foi o único regimento criado a partir do 122º Grupo de Aviação que permaneceu integralmente feminino durante toda a guerra. O primeiro slogan da unidade era "Você é uma mulher, e você deve se orgulhar disso."

O regimento chegou a receber ofertas para ter homens em seu efetivo, mas as garotas recusaram. Em março de 1944, o marechal Konstantin Rokossovsky, comandante da 2ª Frente Bielorrussa, e o general Konstantin Vershinin, comandante do 4º Exército Aéreo, visitaram o regimento. Rokossovsky comentou com Vershinin que provavelmente era difícil para as mulheres fazerem tudo sozinhas, e sugeriu enviar-lhes alguns homens para ajudar com o trabalho pesado. As mulheres protestaram com veemência: "Nós não precisamos de ajudantes, estamos gerenciando bem por conta própria!"

O marechal Konstantin Rokossovsky, comandante da 2ª Frente Bielorrussa, ofereceu ajuda masculina. 
As mulheres recusaram de imediato.

Na realidade estavam mesmo fazendo o seu trabalho muito bem e, nessa altura da guerra, o regimento já havia recebido a designação honorífica de unidade de Guardas.


Você pode conhecer essa e outras histórias reservando já o seu exemplar de

BRUXAS DA NOITE: AS AVIADORAS SOVIÉTICAS NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL


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terça-feira, 10 de julho de 2018

ACADEMIA DA FORÇA AÉREA HOMENAGEIA CENTENÁRIO DA ROYAL AIR FORCE

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Durante a V Olimpíada de História Militar e Aeronáutica, a Academia da Força Aérea (AFA) homenageou o centenário de criação da primeira força aérea independente do mundo.


A solenidade de abertura da V Olimpíada de História Militar e Aeronáutica da AFA foi marcada pela homenagem à Royal Air Force (RAF) pelos 100 anos de sua criação. Acontecimentos nos últimos anos da Grande Guerra (1914-1918) precipitaram o reconhecimento da importância do poder aéreo. A experiência no conflito e a visão de futuro fizeram com que os britânicos entrevissem a necessidade de que a aviação tivesse um comando independente da Marinha e do Exército. Desse modo, foi criada, em 1º de abril de 1918, a Royal Air Force, a primeira força aérea da história. 

Efeméride marcante para todas as forças aéreas, a homenagem brasileira à força aérea britânica teve início com as palavras do coronel Claudio Passos Calaza, professor de História Militar da AFA, que fez uma retrospectiva sobre o processo de autonomia da aviação no Reino Unido no contexto da Primeira Guerra Mundial. O breve discurso culminou com a exaltação à participação da RAF na Batalha da Grã-Bretanha, que sob a liderança do marechal Hugh Dowding garantiu a própria sobrevivência da nação na Segunda Guerra Mundial.

Cadetes da AFA realizam a entrega de brindes para a senhora Cecília Bijos, secretária da aditância de Defesa do Reino Unido no Brasil e o senhor Russel Dowding, empresário, aviador e descendente do marechal Hugh Dowding


Em seguida, cadetes da AFA entregaram uma maquete da aeronave T-27 Tucano aos membros da representação britânica no evento, composta pela senhora Cecília Bijos, secretária da aditância de Defesa do Reino Unido no Brasil e o senhor Russel Dowding, empresário, aviador e descendente do marechal Hugh Dowding.

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TRÊS SUBMARINOS JAPONESES DA 2ª GUERRA SÃO ENCONTRADOS QUASE INTACTOS NO MAR DO JAPÃO

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Todos os submarinos mantiveram grande parte de sua forma original, o que ajudou a equipe a identificá-los a partir do formato de suas proas.


Três submarinos da Marinha Imperial japonesa, incluindo um U-boat transferido da Alemanha nazista, foram encontrados quase intactos no leito marinho no Mar do Japão ao largo da costa da província de Kyoto, disseram pesquisadores na semana passada (3 de julho).

Os pesquisadores identificaram os nomes dos submarinos, que sobreviveram à 2ª Guerra Mundial, mas foram afundados pelas forças de ocupação lideradas pelos EUA em 1946, durante um execício de tiro.

O I-121 fotografado no final da década de 1930

Os submarinos – o RO-68, construído em 1924, o I-121, de 1927 e o RO-500, um U-boat alemão doado ao Japão em 1943 – estavam no leito marinho a cerca de 90 metros de profundidade na Baía de Wakasa, de acordo com Tamaki Ura, professor no Instituto de Tecnologia de Kyushu e membro de uma equipe de pesquisa. 

A equipe vasculhou a área em junho usando um sonar e um submersível não tripulado. Todos os três submarinos mantiveram grande parte de sua forma original, o que ajudou a equipe a identificá-los a partir do formato de suas proas ou pelo comprimento de suas estruturas, disseram os pesquisadores.

O RO-500 foi um U-boat transferido para a Marinha Imperial em 1943


Ura disse que o U-boat fornecerá pistas importantes para compreender a cooperação tecnológica de tempos de guerra entre o Japão e a Alemanha.

Fonte: NHK

sábado, 7 de julho de 2018

LANÇADO FINANCIAMENTO COLETIVO PARA "AS BRUXAS DA NOITE: AS AVIADORAS SOVIÉTICAS NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL"

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Desde os primórdios voar sempre foi um desejo da humanidade. Várias foram as tentativas até o grande feito de Santos-Dumont que voou pela primeira vez com um avião mais pesado do que o ar.


VOAR SEMPRE FOI UM SONHO DOS HOMENS – E DAS MULHERES TAMBÉM.

Muitas mulheres pioneiras e contemporâneas desafiaram todas as barreiras sociais e da gravidade com o objetivo de realizar seus sonhos. Uma atividade aparentemente masculina, teve a mulher como protagonista em várias épocas.

Atualmente cortar o céu em máquinas voadoras ainda é limitado a um grupo pequeno de mulheres. Agora imaginem o tamanho da ousadia das Bruxas da Noite – as aviadoras soviéticas que participaram da Segunda Guerra Mundial pilotando aeronaves, bombardeando tropas alemãs e fazendo resgates.

Parece filme de ficção, não é mesmo?

Mas a história contada no livro Bruxas da Noite mostra a força e a determinação da mulher, que é capaz de assumir riscos e executar qualquer tarefa que se propõe a realizar.

Bruxas da Noite, as Aviadoras Soviéticas na Segunda Guerra Mundial é a fascinante história das mulheres aviadoras que lutaram pela seu país, um fenômeno único na história dos conflitos modernos inspiradas nas intrépidas aviadoras que bateram diversos recordes de desempenho aeronáutico no período entreguerras. Para muitas delas, o sonho de voar foi estimulado por Marina Raskova, uma famosa aviadora, Heroína da União Soviética. As garotas de Raskova escreveram nos céus da Europa uma página de sacrifício e coragem, e deixaram, com seu exemplo, um legado de inspiração para as forças aéreas do mundo muitas décadas mais tarde. Elas representam a capacidade das mulheres alçarem voos mais altos. Este livro é um tributo a essas pioneiras, por arriscarem a vida em nome de seu país, ultrapassando barreiras, quebrando paradigmas e abrindo novos caminhos às gerações posteriores.


OS AUTORES

Carlos Daróz é historiador militar, pesquisador, professor e escritor. Bacharel em Ciências Militares e licenciado em História, especializou-se em História Militar pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e pelo Instituto de Geografia e História Militar do Brasil; e possui os mestrados em História e em Operações Militares. 

Ana Daróz inicia sua trajetória como escritora com As Bruxas da Noite. Comissária de bordo formada pela New Flight Escola de Aviação Civil, é acadêmica de Letras-Literatura na Universidade Federal Fluminense, onde desenvolve pesquisas nas áreas de gênero e História. Atuou como professora de Língua Inglesa.

Elas venceram a guerra ... uma guerra, no feminino.


INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Edição: Somos Editora
Dimensão: 17,5 x 24 cm
Miolo: Papel Couchê Fosco 115g, 1 cor
Capa: Flexível em Papel Supremo 300g, 4 cores, 2 orelhas de 9cm cada e laminação fosca
Acabamento: Lombada quadrada
Quantidade de Páginas: 230


Para que a aventura dessas mulheres seja conhecida e sirva de exemplo e motivação para outras mulheres, precisamos do seu apoio neste financiamento coletivo.  Participe clicando na imagem abaixo:



Agradecemos sua participação!


quinta-feira, 5 de julho de 2018

ACADEMIA DA FORÇA AÉREA PROMOVE A 5ª EDIÇÃO DA OLIMPÍADA DE HISTÓRIA MILITAR E AERONÁUTICA

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A Academia da Força Aérea promoveu a 5ª edição da Olimpíada de História Militar e Aeronáutica.

Nos dias 3 e 4 de julho, a Academia da Força Aérea (AFA) realizou em Pirassununga-SP a V Olimpíada de História Militar e Aeronáutica, que, neste ano, contou com a participação de aspirantes do Instituto Tecnológico de Aeronáutica e da Escola Naval, e cadetes da AFA e da Academia Militar das Agulhas Negras.

Mais uma vez o editor do Blog Carlos Daroz-História Militar teve a honra de participar da banca julgadora e também o privilégio de realizar a palestra de abertura: "Bruxas da Noite: as aviadoras soviéticas na Segunda Guerra Mundial."

Auditório lotado para a cerimônia de abertura

Um evento acadêmico extremamente bem organizado e conduzido pela equipe de docentes de história militar da Academia, sob a liderança do Cel Claudio Passos Calaza.

Oportunidade única para compartilhar conhecimento e interagir com a vibrante juventude militar do nosso país, rapazes e moças dedicados e comprometidos com o Brasil.

O editor do Blog ministrando a palestra de abertura: Bruxas da Noite: as aviadoras soviéticas na Segunda Guerra Mundial."

As equipes finalistas enfrentam mais uma bateria de questões.

Sagrou-se vencedora a equipe do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (equipe Marechal Montenegro), ficando em 2º lugar a Escola Naval (equipe Almirante Saldanha da Gama) e em 3ª colocação a equipe General De Gaulle, da Academia da Força Aérea.

Premiação das equipes vencedoras.

Parabéns a todos os participantes e que venha a 6ª edição no próximo ano.

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