"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



quarta-feira, 30 de outubro de 2019

A QUEDA DE SAIGON (1975)

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A 30 de abril de 1975, helicópteros dos EUA viajavam ininterruptamente entre um porta-aviões e Saigon, para evacuar os cidadãos americanos e simpatizantes do governo sul-vietnamita. O pânico reinava na embaixada norte-americana. O conflito representou a maior derrota militar da história dos EUA.

Por Michael Marek

Enquanto tropas do Vietnã do Norte invadiam Saigon, o pânico reinava na embaixada dos EUA na cidade. Milhares de pessoas desesperadas forçavam a entrada no edifício, sob a mira das armas de marinheiros americanos. Além dos cidadãos dos Estados Unidos, foram poucos os que tiveram acesso ao heliporto sobre o prédio da embaixada, última chance para fugir de Saigon naquele dia 30 de abril.

Segundo o jornalista Dietrich Mummendey, milhares de franceses e vários correspondentes permaneceram no país, e a Cruz Vermelha declarou vários edifícios como "zonas internacionais". Nenhum outro acontecimento mobilizou tanto a opinião pública internacional na década de 70 como a Guerra do Vietnã (1964-1975). O conflito representou a maior derrota militar da história dos EUA.

Blindado norte-vietnamita invade o palácio presidencial em Saigon

Pela primeira vez, as crueldades de uma guerra – fuzilamentos ao vivo e cadáveres de crianças nuas, mortas queimadas por bombas de napalm – foram exibidas no horário nobre da programação de TV.


Crônica de uma guerra anunciada

As hostilidades que antecederam o conflito começaram em 1956, quando o Vietnã do Norte decidiu não convocar eleições, em desacordo com o que havia sido decidido pelo Pacto de Genebra, após a derrota militar da França (potência colonial na região na primeira metade do século).

O Vietnã do Norte era dominado pela guerrilha comunista, cuja política pretendia anexar também o Vietnã do Sul. Os EUA passaram a fortificar suas posições no sul, a fim de garantir "a liberdade do país". A política norte-vietnamita tinha o apoio da União Soviética e da China. Já os EUA lutavam contra a expansão do sistema comunista em outros países.

Em 1964, o suposto bombardeio norte-vietnamita a barcos americanos, no golfo de Tonquin, serviu de pretexto ao presidente Lyndon Johnson para iniciar as ações militares contra o Vietnã do Norte.


Descontentamento nos EUA

Em 1969, no auge dos combates, 543 mil soldados dos EUA estavam nas frentes de batalha. Os norte-vietnamitas, vindos de uma guerra com a França, usaram melhor estratégias de guerrilha e aproveitaram a vantagem geográfica (selva fechada e calor de mais de 40ºC) para derrotar os americanos.

Fuga desesperada: depois de desembarcar fugitivos de Saigon em um porta-aviões norte-americano e sem condições práticas de ser reabastecido, um helicóptero da Força A´rea do Vietnã do Sul (material bélico fornecido pelos EUA) é lançado ao mar para permitir o pouso de novas aeronaves

O descontentamento da opinião pública dos EUA com a Guerra no Vietnã forçou a abertura de negociações de paz, em 1971. Dois anos antes da tomada de Saigon, em 1973, os ministros do Exterior do Vietnã do Norte e dos EUA haviam assinado um cessar-fogo, em Paris.

O acordo não foi implementado, mas os Estados Unidos começaram a retirar suas tropas. Em 1975, completada a retirada norte-americana (que incluiu também o corte de ajuda financeira), o regime sul-vietnamita entrou em colapso.


Vitória dos pequenos

A ofensiva norte-vietnamita começara um mês antes da capitulação de Saigon. Os militares norte-americanos foram surpreendidos pelo rápido sucesso dos vietcongues e a fraca resistência do exército sul-vietnamita.

Uma nova intervenção dos EUA foi descartada pelo presidente Gerald Ford, por falta de apoio no congresso. Resultado: os norte-vietnamitas conquistaram o sul, a 30 de abril de 1975, no que ficou conhecido como a "queda de Saigon".

A evacuação de nove mil norte-americanos foi feita às pressas, na última hora. Mesmo assim, ainda foram resgatados cerca de 150 mil vietnamitas. A guerra deixou um saldo de 58 mil americanos mortos e 153 mil feridos; do lado vietnamita, um milhão de mortos e 900 mil crianças órfãs.

Milhões de hectares de terra, minados ou envenenados, se tornaram incultiváveis. Os EUA gastaram cerca de US$ 200 bilhões com o movimento bélico e lançaram um milhão de toneladas de bombas por ano. Em agosto de 1995, vinte anos após o fim da guerra, os EUA reataram relações comerciais com o Vietnã, ainda hoje um dos países mais pobres do mundo.

Fonte: DW


segunda-feira, 28 de outubro de 2019

UMA AVIADORA PIONEIRA VITIMADA PELO CÂNCER – CAMPANHA OUTUBRO ROSA

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Neste mês de outubro, quando destacamos a campanha do Outubro Rosa, para incentivar as mulheres na prevenção contra o câncer, homenageamos a capitão Caroline Aigle, do Armée de l’ Air francês, falecida prematuramente em consequência da doença.


Nascida em Montauban, França, Caroline Aigle viajou por grande parte de África, acompanhando seu pai, um médico do exército francês.Com apenas 14 anos de idade, ingressou no Lycée Militaire de Saint-Cyr, e, mais tarde,  transferiu-se para a Escola Politécnica. Caroline cumpriu seu serviço militar obrigatório entre 1994 e 1995, no 13º Batalhão de Caçadores Alpinos. Durante os seus estudos na Escola Politécnica, contudo, decidiu escolher a Força Aérea, e, em setembro de 1997, iniciou sua formação como piloto.


No dia 28 de maio de 1999, Caroline Aigle tornou-se primeira mulher piloto de caça na França. No ano seguinte, foi destacada para a Base Aaérea nº 115, em Orange, no Esquadrão de Caça 2/5  Île-de-France, pilotando o Mirage 2000. Mais tarde foi transferida para o Esquadrão de Caça 2/2 Côte-d'Or, na Base Aérea 102 Dijon-Longvic (BA102), e tornou-se comandante de esquadrilha a partir de 2005. Em setembro de 2006, foi encarregada da segurança em voo do comando das forças aéreas da Base aérea 128, em Metz-Frescaty (BA 128).

Caroline Aigle, a primeira mulher piloto de caça do Armée de l´Air francês


Caroline Aigle foi campeã militar de triathlon da França em 1997, campeã mundial por equipes nesse mesmo ano e vice-campeã mundial militar de triathlon por equipas em 1999. Praticava outra de suas paixões: o salto livre de paraquedas.

Caroline Aigle antes de ser diagnosticada com câncer


Caroline Aigle diante de seu Mirage 2000: a primeira piloto de caça da França morreu prematuramente, em 2007, aos 32 anos de idade.
 
 Caroline Aigle estava para ser selecionada como astronauta pela Agência Espacial Europeia, mas foi diagnosticada com câncer. Mesmo  doente, sua última grande participação foi como madrinha do meeting aéreo Airexpo-Toulouse. Morreu no dia 21 de agosto de 2007, aos 32 anos, vítima do câncer diagnosticado apenas alguns meses antes.


Nossa página BRUXAS DA NOITE: AS AVIADORA SOVIÉTICAS  NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, homenageia a capitão Caroline, primeira mulher piloto de caça da França, e incentiva as aviadoras brasileiras e de todo o mundo a se prevenirem contra o câncer.

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domingo, 27 de outubro de 2019

A BATALHA DE MOSCOU (1612) PRESERVA O ESTADO RUSSO

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Combate foi travado pela Rússia contra tropas polonesas

Por Aleksêi Timofeitchev


“No fim de 1611, o governo de Moscou parecia estar à beira da demolição total. Os poloneses haviam tomado Smolensk, destruído Moscou e capturado o Kremlin, estabelecendo suas tropas no local. Os suecos haviam tomado Novgorod e proposto seu próprio candidato ao trono de Moscou. Enquanto isso, o país continuava sem governo...”

A descrição do historiador Vasily Klyuchevsky contrasta fortemente com a posição em que o jovem estado russo havia permanecido por diversas décadas após conquistar vastos territórios ao leste e introduzir diversas reformas políticas. No início do século XVII, essas vitórias datadas do reinado de Ivan, o Terrível, já faziam parte do passado. Com a morte do sucessor de Ivan, a dinastia Rurik, que governou territórios russos por sete séculos, estava acabada.


Competição de czares

A falta de popularidade dos governantes da Rússia após a queda da dinastia Rurik contribuiu para o sucesso do Falso Dmitry I, um aventureiro que dizia ser filho de Ivan, o Terrível. Com o apoio da nobreza de Moscou e dos poloneses, que naquela época tinham um papel importante nesta parte da Europa, ele foi proclamado tsar da Rússia em 1605.  

Falso Dmitry I jurando a Sigmundo III a introdução do catolicismo na Rússia

Mas a nobreza logo ficou insatisfeita com o novo governante, e ele foi assassinado menos de um ano após sua coroação. Os nobres então escolheram outro tsar, Vasily Shuysky, cuja autoridade foi logo desafiada por outro Falso Dmitry, o Segundo, e os poloneses.

Shuysky foi obrigado a fazer votos monásticos e acabou entregue ao rei da Polônia. Temendo o Falso Dmitry mais do que os poloneses, os nobres pediram ao filho do rei polonês que tomasse o trono de Moscou e deixaram que tropas polonesas entrassem na capital russa. Este conflito interno, que já desafiava o estado russo há anos, tornou-se uma luta pela sobrevivência da nação.

Como aponta o historiador Dmitry Volodikhin, a principal força motriz durante este período, conhecido na Rússia como o Tempo de Dificuldades, foi a nobreza provincial. Naquela época, “a nobreza provincial, formada por dezenas de milhares de homens, não oferecia um modo de ascensão social, já que esta era bloqueada pelos membros da alta classe de Moscou. Por esta razão, esta nobreza tornou-se um combustível perfeito para as causas de diferentes tipos de impostores e regimentos de aventureiros”.


O crescimento de movimentos de raiz

Parecia que o país estava focado em conflitos com a nobreza. Havia poloneses no Kremlin e suecos haviam tomado um enorme pedaço do norte da Rússia, que nunca seria reclamado de volta. Mesmo assim o estado sobreviveu, e a solução começou a se formar em um lugar inesperado.

Segundo o pensador do século XIX Konstantin Aksakov, embaixo do estado arruinado jazia uma sólida estrutura social. As classes média e baixa se uniram e tomaram a luta pelo país em suas próprias mãos. Kuzma Minin, um açougueiro, foi eleito oficial municipal em Nizhniy Novgorod, a 400 km de Moscou, e tornou-se um líder defensor da nação. Em 1611, ele foi eleito líder do Exército Voluntário Popular, a segunda tentativa de formar um exército para libertar Moscou dos poloneses.

Kuzma Minin e Dmitriy Pozharskiy 

A formação do exército começou em setembro, quando Minin fez um anúncio público. Ele pediu a seus companheiros que “não poupassem suas vidas” e que doassem tudo o que tinham para a causa da libertação do país. Minin assumiu o papel administrativo de organizar o exército, e o príncipe Dmitry Pozharsky tornou-se o líder militar. O príncipe já havia vencido diversas batalhas enquanto servia outros tsares e era muito estimado naquela época.


Dois exércitos convergem em Moscou

Os organizadores do Exército Voluntário Popular levantaram uma verba considerável, reuniram diversos milhares de soldados e começaram a marchar lentamente em direção a Moscou, recrutando mais homens ao longo do caminho. Quando alcançou quase 10 mil soldados, o exército finalmente chegou a Moscou, vindo do oeste.

Os poloneses queriam libertar a guarnição que estava sendo cercada no Kremlin pelos remanescentes do primeiro Exército Voluntário. A guarnição estava em péssimas condições – a comida havia acabado e os soldados estavam recorrendo ao canibalismo.

Os regimentos do Exército Voluntário chegaram ao centro de Moscou e tomaram suas posições. As tropas polonesas, sob o comando de Jan Karol Chodkiewicz, atacaram os russos em 22 de agosto. A batalha durou seis horas, mas Chodkiewicz e o exército polonês não conseguiram chegar ao Kremlin.


Uma retumbante derrota

A batalha final aconteceu no decorrer de dois dias. Após cinco horas de luta pesada no centro da cidade, as tropas polonesas forçaram o Exército Voluntário a recuar, mas perderam muitos homens nesse processo.

Poloneses entregam Kremlin ao príncipe Pojárski em 1612

Enquanto os poloneses se recuperavam, os russos conseguiram reagrupar-se e lançaram um contra-ataque. Um avanço inesperado de Kuzma Minin, acompanhado de várias centenas de cavaleiros, foi especialmente eficaz. Os cossacos também tiveram papel importante e, segundo crônicas da época, foram estimulados pelo poder do discurso do monge Avraámi Pálitsin, que reuniu as tropas desertoras tocando o sino de uma igreja e dirigiu a todos palavras inspiradoras.

Os poloneses não conseguiram mais segurar suas posições e fugiram de Moscou. A batalha havia sido vencida pelo Exército Voluntário. O feito selou o destino dos poloneses no Kremlin e eles se renderam alguns meses depois. Com esta derrota, as pretensões polonesas de controlar o governo de Moscou se perderam para sempre.

Este período de tumultos terminou no ano seguinte, com a ascensão ao trono do tsar Mikhail, fundador de uma nova dinastia: os Romanovs.

Fonte: Russia Beyond



terça-feira, 22 de outubro de 2019

III ENCONTRO DE HISTÓRIA MILITAR DO MUSEU MILITAR DO CMS

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Alô galera de POA e do RS... grande oportunidade para conhecer mais sobre a pesquisa no campo da História Militar.


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segunda-feira, 21 de outubro de 2019

NAUFRÁGIO DO PORTA-AVIÕES JAPONÊS "KAGA", AFUNDADO NA BATALHA DE MIDWAY, É DESCOBERTO 77 ANOS DEPOIS NO FUNDO DO MAR

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Exploradores descobriram os destroços do porta-aviões japonês Kaga, 77 anos depois dele ter sido afundado pelas forças americanas durante a Batalha de Midway, na Segunda Guerra Mundial.


Por James Rogers

Especialistas a bordo do navio de pesquisa RV Petrel anunciaram a descoberta na úlitma sexta-feira, 18. Depois de examinar mais de 500 milhas náuticas quadradas, os tripulantes identificaram os destroços na quarta-feira, a uma profundidade de mais de 17.000 pés no Pacífico. O RV Petrel faz parte da Vulcan Inc., uma organização de pesquisa criada pelo falecido sócio-fundador da Microsoft, Paul Allen.

"[A Batalha de Midway] foi uma grande batalha de porta-a-porta que deixou suas evidências assustadoras espalhadas por milhares de quilômetros através do fundo do oceano", disse Robert Kraft, diretor de operações submarinas da Vulcan, em um comunicado. "Com cada pedaço de entulho e cada navio que descobrimos e identificamos, nossa intenção é honrar a história daqueles que serviram e pagaram o sacrifício final por seus países".

Pesquisadores do RV Petrel analisando uma imagem do Kaga

O Kaga foi um dos quatro porta-aviões japoneses que participaram da Batalha de Midway, entre 4 a 7 de junho de 1942. Todos eles, junto com o cruzador Mikuma, foram afundados na batalha, marcando uma vitória crucial para a Marinha dos EUA.

Após o devastador ataque a Pearl Harbor, em dezembro de 1941, o Japão esperava dar outro grande golpe na frota do Pacífico dos EUA em Midway. No entanto, os decodificadores dos EUA conseguiram obter detalhes do plano japonês e a Marinha preparou sua própria emboscada. "A Batalha de Midway foi um avanço da inteligência americana", disse Frank Thompson, curador do Comando de História e Patrimônio Naval.  “A equipe que decifrou os códigos da frota japonesa permitiu ao comandante da frota do Pacífico, almirante Chester Nimitz, compreender as intenções japonesas e planejar adequadamente. Este foi um verdadeiro ponto de virada na guerra para a Marinha dos EUA.”

A tripulação do RV Petrel espera encontrar e pesquisar os destroços de toda a batalha, um esforço que poderia adicionar novos detalhes sobre Midway aos livros de história. O RV Petrel já realizou diversas descobertas de naufrágios. No início deste ano, por exemplo, especialistas do navio de pesquisa descobriram os destroços do porta-aviões USS Wasp,  no Mar de Coral, mais de 70 anos depois de o navio ter sido afundado durante a campanha de Guadalcanal.

Destroços do Kaga, afundado a mais de 17 mil pés
Também em 2019, o RV Petrel descobriram  um dos primeiros navios de guerra japoneses a serem afundados pelas forças americanas durante a Segunda Guerra Mundial, o couraçado Hiei, posto a pique 14 de novembro de 1942, nas Ilhas Salomão.

Paul Allen  morreu  em outubro de 2018 por complicações do linfoma não-Hodgkin. Sua organização de pesquisa descobriu uma série de naufrágios militares históricos, como os naufrágios do  USS Helena, USS Lexington  e USS Juneau.

A maior descoberta do grupo, no entanto, ocorreu em 2017, quando Allen e sua equipe encontraram os destroços do USS Indianapolis, no mar das Filipinas.

Fonte: Fox News

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quarta-feira, 16 de outubro de 2019

CRUZADOR "AURORA": SÍMBOLO DA REVOLUÇÃO RUSSA

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Todo russo – e cidadãos mundo afora – aprendem que o Aurora disparou o tiro que marcou o início da Revolução Bolchevique, porém, a história completa dessa embarcação vai muito além no tempo. O famoso cruzador é, de fato, um dos navios de guerra mais heroicos e inafundáveis da história naval russa.

Por Boris Egorov


O Aurora, o navio de guerra mais lendário da Rússia, é sobretudo associado à Revolução de 1917. Acredita-se – à parte de controvérsias – que seu tiro em branco foi o sinal para os soldados e marinheiros revolucionários lançarem um ataque ao Palácio de Inverno, onde o Governo Provisório estava baseado; e assim, teria começado uma nova era na história russa. Antes desse tumultuado evento, no entanto, o Aurora superou diversos momentos difíceis e sobreviveu a tragédias.

A construção do cruzador começou em 1897 e foi concluída seis anos depois. Por ordem pessoal de Nicolau II, o navio recebeu o nome da deusa romana da aurora.

O Aurora no início do século XX


Guerra contra o Japão

O primeiro grande conflito do navio foi a Guerra Russo-Japonesa. Em outubro de 1904, como parte do Segundo Esquadrão do Pacífico, o Aurora viajou ao mar Báltico, iniciando um longa trajeto rumo ao Extremo Oriente para combater os japoneses.

No caminho, o esquadrão quase deu início a uma guerra contra o Império Britânico. Em uma noite coberta por nevoeiro, os marinheiros russos confundiram os barcos de pesca ingleses com torpedeiros japoneses e abriram fogo.

O incidente foi resolvido pacificamente, mas o Aurora não saiu ileso. Assim como ocorreu com os pescadores ingleses, o cruzador russo também foi confundindo na escuridão com um navio inimigo e danificado por disparos. Além disso, o padre ortodoxo que estava a bordo ficou gravemente ferido e morreu pouco tempo depois.

Na maioria das vezes, porém, o Aurora foi um navio de sorte, especialmente quando entrou em ação na desastrosa Batalha de Tsushima contra a frota japonesa, mas milagrosamente sobreviveu. Mesmo sofrendo 18 ataques de projéteis inimigos, o cruzador conseguiu encontrar refúgio no porto neutro de Manila, onde foi alocado.

O casco do Aurora foi severamente avariado na Batalha de Tsushima

Em 1910, o Aurora visitou a cidade italiana de Messina para receber uma medalha pelos marinheiros russos que participaram de operações de resgate após o terremoto de 1908. Naquela época, um incêndio começou na cidade durante a noite, e a tripulação do Aurora foi a primeira a chegar para socorrer. Por esse feito, eles também foram premiados com milhares de laranjas e limões.


Primeira Guerra Mundial e Revolução

Durante a Primeira Guerra Mundial, o Aurora ficou encarregado sobretudo de missões de patrulha e apoio às operações de tropas terrestres. Também sobreviveu com sucesso a confrontos com navios de guerra e hidroaviões inimigos.


A hora de o Aurora brilhar chegou quando os bolcheviques invadiram o Palácio de Inverno e derrubaram o Governo Provisório. O tiro em branco do navio de guerra foi um sinal para o início do ataque, embora algumas pessoas afirmem que o Aurora abriu fogo somente após o assalto já ter começado. Desde então, o navio de guerra passou a ser celebrado como um dos principais símbolos soviéticos.

Quando a Guerra Civil Russa chegou ao fim, em 1922, o Aurora foi convertido em um navio de treinamento. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, a embarcação retornou ao serviço militar e foi incluída na defesa antiaérea de Leningrado.

O Aurora em serviço na defesa de Leningrado


Novas tarefas - museu e símbolo

Depois de 1945, os dias conturbados do navio enfim terminaram. Desde então, o navio ganhou um lar permanente na margem do rio Neva, passando a servir como museu e um dos símbolos de Leningrado (atual São Petersburgo).

Um último episódio, entretanto, resgatou o passado revolucionário do antigo navio. Em 1975, o capitão Valéri Sablin e seus seguidores apreenderam uma fragata antissubmarino em Riga e seguiram a Leningrado para iniciar uma nova revolução. Os planos de Sablin para ancorar seu navio de guerra ao lado do símbolo da Revolução Russa nunca se materializaram, porque sua embarcação foi rapidamente interceptada pela Frota do Báltica da União Soviética.

Fonte: Russia Beyond



terça-feira, 15 de outubro de 2019

COLÓQUIO DE HISTÓRIA NAVAL EM PORTUGAL

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Aos amigos de Portugal que apreciam História Militar e História Naval, uma excelente oportunidade para aprender mais sobre a epopeia da "Invencível Armada" e seus desdobramentos na Península Ibérica.


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terça-feira, 8 de outubro de 2019

UFMS LANÇA NOVO LIVRO SOBRE A GUERRA DO PARAGUAI

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É com grande satisfação que convidamos os amigos para o lançamento do livro 150 Anos após - A Guerra do Paraguai: entreolhares do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai, contendo trabalhos de pesquisadores dos quatro países, e organizado pelos professores Ana Paula Squinelo e Ignacio Telesca.

O editor do Blog Carlos Daróz-História Militar contribuiu com um capítulo que aborda a trajetória do 7º CORPO DE VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA, unidade de infantaria brasileira formada na Província de São Paulo.

Para quem estiver pelo Mato Grosso do Sul, fica a dica e o convite.



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CONSULADO GERAL DA RÚSSIA NO RJ E UFRJ PROMOVEM DIA DO BRICS

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O Consulado Geral da Rússia no Rio de Janeiro e o Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ (IRID) convidam para o Dia dos BRICS: a cerimônia de plantio da Árvore da amizade dos BRICS e o evento The Great Teachers of BRICS - IRID/UFRJ, a ser realizado no dia 17 de outubro de 2019, no Campus da Praia Vermelha (Av. Pasteur, 250 - Urca, Rio de Janeiro).

13h30m - Árvore da amizade dos BRICS - cerimônia de plantio no jardim do Campus da Praia Vermelha - UFRJ, com a presença de autoridades acadêmicas, diplomáticas e representações estudantis.
14h00 - 15h30m - The Great Teachers of BRICS ceremony - Salão Pedro Calmon, Palácio Universitário. Com a presença de autoridades acadêmicas, diplomáticas, professores e estudantes. Apresentação do projeto por Liudmila Sekacheva, presidente da organização "BRICS. The World of Traditions".

Na sequência, serão ministradas as aulas e conferências sobre os países dos BRICS em inglês e abertas a todos.

15h40 - 16h30m - Coquetel de recepção para autoridades acadêmicas, diplomáticas e representações estudantis, oferecido pelo Consulado Geral da Rússia. Salão Dourado, Palácio Universitário da Praia Vermelha.

Conferências, mesas e aulas

16h00 - 17h00m (Salão Moniz de Aragão) – Educação na Rússia. Informações e oportunidades. Sergey Shumilov, Representante da Agência Rossotrúdnichestvo no Brasil.
17h10m - 18h30h (Salão Moniz de Aragão) - War and Peace, Tolstoy, Russia's international relations and Russian society in the nineteenth century. IRID students presentations, mediated by Profesor Marina Kunovsky, Cand. Sc. Philology, Head of the Russian Language Department, RUDN University.
18h30m – 20h20m (Salão Pedro Calmon) – GPPI research group The BRICS: Braziliam and Russian challenges (energy, trade, environment, multiculturalism). Alexander Zhebit, Ass. Prof., PhD, key-speaker; Elitza Bachvarova, Prof., PhD; Mauro Filgueiras, Bachelor in Law; Victor Gonçalves Guerra Alonso, Bachelor in International Relations; Wesley Martins, graduation student of International Relations
18h30m – 20h40m (Salão Moniz de Aragão) - Indian Foreign Policy: from independence to nuclearization. Marianna Albuquerque (Iesp/UERJ)
18h30m – 20h20m (sala 24 do aulário) - China in the Security Council. Leonardo Valente (IRID/UFRJ)
18h30m – 20h20m (sala 35 do aulário) - War, Peace and Post-Conflict in Colombia. Diogo Dario (IRID/UFRJ)
18h30m – 20h20m (sala 25 do aulário) - Beyond comnon markets failures and governance of complex economic systems. Renata Bastos da Silva (IPPUR/UFRJ).



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terça-feira, 1 de outubro de 2019

LANÇAMENTO DO LIVRO RELAÇÕES MILITARES BRASIL-EUA 1939/1943

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Alô, galera do Rio de Janeiro. No próximo dia 15 ocorrerá o lançamento do livro do nosso amigo Giovanni Latfalla, Relações Militares Brasil-EUA 1939/1943.

Excelente oportunidade para quem estuda História Militar e Relações Internacionais.


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