"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



terça-feira, 27 de agosto de 2024

IMAGEM DO DIA - 27/8/2024

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Milícia escocesa combatendo na Batalha de Killiecrankie, durante a Rebelião Jacobita de 1689




quinta-feira, 15 de agosto de 2024

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - CONDE FRANZ CONRAD VON HÖTZENDORF

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* 11/11/1852 - Viena, Áustria

+ 25/8/1925 - Bad Mergentheim, Alemanha



O Conde Franz Conrad von Hötzendorf foi o chefe do Estado-maior da Áustria-Hungria durante o início da Primeira Guerra Mundial.


Conrad von Hötzendorf nasceu em Penzing, um subúrbio de Viena. Seu pai era um coronel aposentado, originário do sul da Morávia. Seu avô havia ascendido à nobreza em 1816 quando adicionou ao seu nome "von Hötzendorf", o sobrenome da sua esposa. Sua mãe era a filha do famoso artista vienense Kübler. Ele tornou-se cadete quando ainda era muito jovem, e permaneceu nas forças armadas até o final da Primeira Guerra Mundial. Conrad ascendeu na hierarquia militar muito rapidamente.

Conrad casou-se com Wilhelmine le Beau em 1886, com a qual teve quatro filhos. Posteriormente, ele viria se casar com Virginia von Reininghaus, em 1915, contra a vontade de seus filhos.

Em novembro de 1906, Conrad tornou-se comandante do Exército Austro-Húngaro, e lutou pela modernização do exército e da marinha. Ele era algo como um darwinista social, e acreditava que uma batalha entre os alemães e a civilização eslava era inevitável. O poder da elite magiar na Áustria-Hungria também o desiludia, uma vez que acreditava que a Áustria deveria constituir um império essencialmente germânico. Também se preocupava com as ambições italianas na península balcânica, e uma de suas maiores ambições era uma guerra preventiva contra a Sérvia, como forma de neutralizá-la e também mudar o balanço de poderes da Áustria-Hungria contra os magiares, ao incorporar mais eslavos à população do império.

De acordo com Hew Strachan, "Hötzendorf propôs uma guerra preventiva contra a Sérvia pela primeira vez em 1906, e o fez o mesmo em 1908/09, em 1912/13, em outubro de 1913 e em maio de 1914: entre 1 de Janeiro de 1913 e 1 de Janeiro de 1914, ele propôs uma guerra contra a Sérvia por vinte e cinco vezes".


Primeira Guerra Mundial

Conrad von Hötzendorf foi um dos principais proponentes de uma guerra com a Sérvia como resposta ao assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando. Entretanto, apesar de seu desejo por guerra, o exército austro-húngaro não conseguia estava preparado para um conflito de grandes proporções.

Conrad muitas vezes propôs grandiosos planos fora da realidade, desconsiderando as realidades do terreno e do clima. Os planos feitos frequentemente subestimavam o poder dos inimigos. Por exemplo, o exército sérvio provou-se muito mais eficaz em batalha do que se esperava. Além disso, suas primeiras ofensivas contra a Itália ficaram conhecidas por sua falta de eficácia combinada com uma maciça perda de homens. Seus erros levaram ao desastroso primeiro ano da Áustria-Hungria na guerra, que acabou por minar todas as suas capacidades militares. 

A derrota mais desastrosa veio em 1916, com a Ofensiva Brusilov na Rússia. As forças austro-húngaras sob o comando de Conrad perderam aproximadamente 1,5 milhão de homens, e o exército nunca voltou a se tornar capaz de montar uma ofensiva sem ajuda alemã. A maior parte das últimas vitórias austríacas foram possíveis apenas com a ajuda de exércitos alemães, que acabaram por tornar o exército austro-húngaro extremamente dependente.

Conrad von Hötzendorf durante uma visita de inspeção

Por outro lado, o historiador britânico Cyril Falls contra-argumenta, afirmando que Conrad era provavelmente o melhor estrategista da guerra e que seus planos eram brilhantes na teoria. Os generais alemães do leste basearam muitas de sua operações nos planos de Conrad.

Conrad von Hötzendorf foi demitido do seu posto no exército pelo novo imperador, Carlos I da Áustria, e foi nomeado para o comando do Grupo de Exércitos que lutava no front italiano. Depois do fracasso na Batalha de Piave, foi demitido definitivamente das Forças Armadas.

Muitos historiadores acreditam que a razão da derrota austríaca no conflito deve-se à divisão das forças de ataque em duas: o grupo Conrad que lutou próximo ao Platô Asiago e o grupo Boroevic, que lutou nas planícies. 

No final de sua carreira, Conrad também se opôs ao imperador, que tentava chegar a um acordo de paz com a Tríplice Entente.  Em 1918, ele tornou-se Graf (conde), depois de ter sido um barão.

Após a guerra, Conrad negou qualquer culpa pessoal pela derrota e pelos resultados da guerra e culpou a corte imperial e os políticos por ela. Acometido por doença e desgostoso, morreu em 25 agosto 1925, em Bad Mergentheim, Alemanha.

Quando foi sepultado no cemitério de Hietzing, em Viena, em 2 de setembro de 1925, mais de 100 mil pessoas participaram dos funerais. Após longas discussões, seu Ehrengrab (túmulo de honra) foi transformado em túmulo histórico em 2012.


Fontes:
- FROMKIN, David. O Último Verão Europeu. Quem Começou a Grande Guerra de 1914? Rio de Janeiro: Objetiva, 2005.
- FALLS, Cyril. The Great War (1914-1918). Nova Iorque: Capricorn Books, 1961.


domingo, 4 de agosto de 2024

UNIFORME DE VERÃO DA LEGIÃO ESTRANGEIRA FRANCESA NA FRENTE MACEDÔNICA (1915-1918)

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Durante a Primeira Guerra Mundial, na frente da Macedônia (ou Salônica), os franceses e seus aliados sérvios, também britânicos, italianos, russos e gregos, lutaram em condições terríveis. Enfrentaram condições climáticas duras, doenças e terreno difícil. Cerca de 400.000 franceses lutaram nos Balcãs, longe das trincheiras mais conhecidas da frente ocidental; 70.000 deles nunca voltaram. 

As unidades francesas do Armée d'Afrique ("Exército da África") enviadas nesta "frente Oriental" eram:
-  1º e 2º Regimentos de Marcha Estrangeiros (R.M.A), com batalhões de Legionários e Zuavos;
- Regimento de Marcha de Spahis Marroquinos (R.M,S.M.);
- 1º, 4º e 8º Regimentos de Chasseurs d'Afrique; e
- Brigada Montada dos Chasseur d'Afrique.

Os regimentos do Armée d'Afrique, criados principalmente na Argélia Francesa (Legião Estrangeira, Zuavos e Tirailleurs), são as unidades mais condecoradas do Exército Francês, logo após o Regimento de Infantaria Colonial de Marrocos (R.I.C.M.), que pertencia às Tropas Coloniais.

Cerca de 32.000 estrangeiros serviram nos regimentos de Marcha da Legião Estrangeira entre agosto de 1914 e abril de 1915, sendo o maior contingente italiano, tornando possível formar um regimento inteiro (4º de Marcha do 1º Regimento Estrangeiro). Além deles, incorporaram-se muitos russos, suíços, belgas, poloneses, tchecos, espanhóis, alemães, turcos e ingleses, e até alguns americanos.

A imagem mostra o uniforme com o equipamento padrão dos legionários na Frente Macedônica. O armamento é o fuzil Lebel Modelo 1886, calibre 8mm. 

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