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Em 15 de fevereiro de 1763, é selada no castelo Hubertusburg, na Saxônia, a paz da Guerra dos Sete Anos, que marcaria a ascensão da Prússia ao rol das potências europeias.
Por Rachel Gessat
A Guerra dos Sete Anos durou de 1756 até 1763 e envolveu todas as potências europeias da época. A Áustria pretendia recuperar a rica província da Silésia, perdida para a Prússia em 1748, e ao mesmo tempo queria acabar com a ambição prussiana de ascender como potência.
Depois de uma reordenação de forças entre as potências europeias, Maria Teresa, grã-duquesa da Áustria e rainha da Hungria e Boêmia, recebeu o apoio da Rússia, da Suécia, da Saxônia, da Espanha e da França. Do outro lado estavam Prússia, Reino Unido e Hannover.
Em vista dos preparativos da Áustria e da Rússia para um ataque militar em 1757, o Rei da Prússia, Frederico II, decidira tomar a dianteira e ocupara a Saxônia um ano antes. No início de 1757, invadira a Boêmia e conquistara Praga, mas teve de se retirar da região após a derrota em junho do mesmo ano. Em setembro, Hannover, aliado prussiano, foi obrigado a garantir neutralidade depois de ser derrotado pela França.
Prússia torna segunda grande potência germânica
Apesar da pressão de todos os lados e de dispor de menos tropas que os inimigos, a Prússia e seus aliados conseguiram impor-se até o final de 1758: em novembro de 1757 derrotaram os franceses na Saxônia; em dezembro, os austríacos na Silésia; e, em agosto de 1758, os russos em Brandemburgo, enquanto Braunschweig expulsava os franceses para as outras margens do Reno.
Frederico II, o Grande: no seu reinado a Prússia tornou-se grande potência
A Prússia sofreu sua derrota mais amarga para a Rússia e a Áustria em agosto de 1759, no local onde hoje fica Zielona Góra, centro-oeste da Polônia. No começo de 1760, os dois aliados chegaram a ocupar Berlim, mas as tropas prussianas venceram outras duas importantes batalhas. No final do ano seguinte, o Reino Unido cortou as subvenções à guerra. O que salvou a Prússia foi a morte da imperatriz russa Elisabeth, em janeiro de 1762.
Seu sucessor, Pedro III, era um admirador de Frederico, o Grande, com quem selou a paz em 5 de maio de 1762 e assinou uma aliança a 17 de junho. Pouco depois, também a Suécia fez as pazes com a Prússia. Às vitórias sobre a Áustria em julho e outubro, seguiu-se o armistício entre o Reino Unido e a França. A paz definitiva foi então selada em 15 de fevereiro de 1763, na hoje Saxônia. A Prússia receberia o poder sobre a Silésia e devolveria a Saxônia.
Na realidade, ninguém lucrou com o conflito. Pelo contrário, todos sofreram enormes perdas humanas e financeiras. Frederico, o Grande, e a Prússia consolidaram sua importância na história. O "velho Fritz", como passou a ser carinhosamente chamado pelo seu povo, mandou construir um imponente castelo em Potsdam. A Prússia tornou-se a segunda grande potência germânica, ao lado da Áustria, iniciando um dualismo que se prolongaria pelos próximos 100 anos.
Fonte: DW (transcrição)