"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sexta-feira, 29 de abril de 2011

terça-feira, 26 de abril de 2011

IMAGEM DO DIA - 26/04/2011

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Durante a primeira cruzada, entre 1097 e 1098, cruzados cristãos cercam a cidade de Antioquia ocupada pelos turcos seljúcidas

LIVROS - EXCERTOS DA HISTÓRIA MILITAR


Excertos da História Militar de Meados do Século XIX Até o Fim do Séc. XX
192 págs.  - Editora: Vitória Gráfica e Editora


Foi lançado, no último dia 19 de abril, a obra "Excertos da História Militar de Meados do Século XIX Até o Fim do Século XX" de autoria do General de Brigada César Augusto Nicodemus de Souza.

Em 192 páginas, o General Souza, reconhecido internacionalmente por suas pesquisas, sistematizou parte do conhecimento sobre a História Militar contemporânea ocidental através de nove estudos de caso selecionados da História Militar, de meados do Século XIX ao final do Século XX, período que marca a mudança da condução personalística das guerras por reis e imperadores para as decisões de governos amparados na vontade de seus povos, conduzidas por estados-maiores constituídos por profissionais de carreira.

São abordadas os casos Guerra México-Estados Unidos, Guerra de Secessão, Batalha de Königgrätz (ou Sadowa), Campanha contra o Paraguai, Guerra Franco-prussiana de 1870, Primeira Guerra Mundial, Segunda Guerra Mundial, Coréia, e Falklands / Malvinas.


Sobre o Autor

Natural de Bagé-RS, o autor pertence a Turma de 1960 da Academia Militar das Agulhas Negras.  Foi instrutor do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro e da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.  Cursou a École Supérieure de Guerre em Paris, implantando e coordenando em 1988 a primeira turma do CPEAEx, curso de mais alto nível do Exército.  Comandou o 5° Grupo de Artilharia Autopropulsado em Curitiba-PR. Como Oficial General comandou a 17ª Brigada de Infantaria de Selva de Porto Velho-RO e foi Diretor de Educação Preparatório e Assistencial do Exército.

Após passar para a Reserva em 1997, vem se dedicando a Educação e História, ministrando palestras em Universidades e em Institutos de História e Geografia; tem participado de Congressos de História Militar no exterior, apresentando comunicações; foi docente em cursos de pós-graduação em História Militar na UNIRIO e PUC/PR. Possui vários artigos publicados em revistas especializadas no Brasil e no exterior. Ocupa a Cadeira nº 1 do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.


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sábado, 23 de abril de 2011

PENSAMENTO MILITAR - COMANDO E LOGÍSTICA



“Encontramos na História muito mais exércitos que se perderam por falta de pão e de administração que pelo esforço de exércitos inimigos.”

Cardeal Richelieu, primeiro-ministro francês

LOCALIZADO UM DORNIER 17 INTACTO NO FUNDO DO MAR NO REINO UNIDO





A descoberta de um bombardeiro alemão da 2ª Guerra Mundial praticamente intacto na região costeira da cidade de Kent, na Grã-Bretanha, deixou especialistas surpresos.

Imagens recém-divulgadas sugerem que o Dornier 17 ainda está intacto e há esperanças de que ele possa vir a ser resgatado e exibido posteriormente.  O avião era chamado de ''lápis voador'', uma aeronave fina e elegante criada originalmente em 1934 para transportar passageiros, mas que no começo da Segunda Guerra Mundial foi convertida em um instrumento mortal.

O Dornier 17 foi um dos destaques das frotas de bombardeio da Luftwaffe, a Força Aérea alemã, que começou seu ataque sobre as cidades e os aeroportos britânicos da Força Aérea Real britânica, no verão de 1940, no que ficou conhecido como a Batalha da Grã-Bretanha.  Um total de 1.700 Dorniers foram construídos, mas o avião descoberto próximo a Kent é considerado o último dessa linha.

Segundo Ian Thirsk, responsável pelas coleções do Museu da Força Aérea Real, a descoberta do avião de 52 metros de comprimento e 18 metros de envergadura é uma das ''mais importantes na história da aeronáutica mundial''.

Os destroços do avião afundaram mais de 16 metros no mar e a aeronave virou de cabeça para baixo nas chamadas areaias Goodwin, um célebre banco de areia próximo à costa de Kent, no qual várias embarcações já desapareceram.

O Dornier 17 Z-2, número de série 1160, do esquadrão de número 7, Grupo 3, foi derrubado no dia 26 de agosto de 1940 e fez um pouso de emergência no mar.  Dois membros da tripulação morreram durante a queda da aeronave. Outros dois, inclusive o piloto, sobreviveram e foram feitos prisioneiros de guerra.

No mês passado, uma equipe do porto de Londres se dirigiu para a área em que o avião teria caído munida de equipamentos ultra-modernos com tecnologia de sonar.  O trabalho dos pesquisadores confirmou que o avião agora não estava mais coberto pela areia, devido à ação do tempo, ao longo de mais de setenta anos, e por inúmeras correntes marítimas.

''A notícia realmente boa é que agora temos imagens bem claras'', afirmou John Dillon-Leetch, um dos hidrofotógrafos da equipe de pesquisadores.  ''Os destroços estão ali. Ele parece estar intacto e nós teremos mais informações nos próximos dias, ao analisarmos em mais profundidade as informações que temos'', acrescentou.


O Dornier 17 no fundo do mar de Kent captado em imagem tridimensional


A BBC teve acesso exclusivo às imagens tridimensionais retratando a aeronave, que impressionam pela sua clareza.  O mais importante é que elas mostram que o avião não sofreu danos graves em sua estrutura. O Dornier está intacto em boa parte, exceto por estragos registrados em sua cabine dianteira e em suas janelas.

O plano de pesquisadores agora é restaurar a aeronave e colocá-la em exibição no Museu da Força Aérea Real, na cidade britânica de Hendon.  O museu, financiado pelo Ministério da Defesa britânico, está pleiteando verbas de organizações de preservação de patrimônio para cobrir os custos.O trabalho se faz urgente, porque mergulhadores descobriram o local em que os destroços se encontram e caçadores de suvenires já começaram a retirar pedaços do avião. Ao fazê-lo, no entanto, eles arriscam serem processados, já que o avião é propriedade do Ministério da Defesa da Grã-Bretanha.


Fonte: Estadão

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sábado, 16 de abril de 2011

IMAGEM DO DIA - 16/04/2011


Durante a Guerra da Argélia, soldados franceses examinam cuidadosamente uma estrada a procura de minas

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PRIMEIRAS INVASÕES FRANCESAS NO BRASIL





 A França não admite a existência do Tratado de Tordesilhas – estabelecido entre D. João II, rei de Portugal, e os Reis Católicos, em 7 de Junho de 1494, em Tordesilhas, no qual se determinou a divisão do mundo em duas regiões de influência, uma portuguesa e outra espanhola – e advoga o direito de posse do território brasileiro a quem primeiro atingisse o território em questão.


Tais fatores resultaram na tentativa francesa de colonização de parte do litoral do Rio de Janeiro (1555) – a chamada França Antártica – e da costa do Maranhão (1612) – França Equinocial.
 
 
Mapa da França Antártica (Rio de Janeiro), de Duval, elaborado a partir das viagens de Villegagnon e Jean de Leri ao Brasil nos anos de 1557 e 1558


França Antártica
 

No contexto da desastrosa administração de Duarte da Costa, iniciada em julho de 1553, os franceses, chefiados pelo Vice-Almirante Nicolas Durand de Villegagnon, desembarcaram na Baía da Guanabara, em 1555, com a franca intenção de fundar uma colônia nas Américas, a França Antártica.

Villegagnon, desiludido com a sociedade francesa e contando com a prestimosa ajuda do Almirante Gaspar de Chântillon, o Conde de Coligny, e ainda com a permissão do Rei Henrique II, após receber a esperada ajuda material e financeira e promover um rápido recrutamento pelos cantões das cidades francesas, partiu em direção ao Novo Mundo, a fim de dividi-lo com portugueses e espanhois. Contando com a ausência de resistência militar organizada por parte dos portugueses, ocupou, sucessivamente, as ilhas da Lage e de Serigipe, erguendo, nessa última, o fortim de Coligny. Assim, mediante a aliança com os indígenas e dispondo de reforços militares recebidos a partir de 1557, consolidou-se, no Rio de Janeiro, a presença militar francesa no Brasil.

Vice-almirante Nicolas Durand de Villegagnon


A  verdadeira reação à ocupação francesa desencadeou-se somente a partir de 1557, com a chegada de Mem de Sá ao Brasil, na condição de novo Governador-Geral. Ciente das disparidades numéricas e materiais concernentes às forças portuguesas e francesas e da necessidade de prudência diante de ações ofensivas contra as bases francesas, Mem de Sá tratou de fundar uma base terrestre na altura da Capitania do Espírito Santo, com a intenção de obter apoio cerrado em suas incursões e, ao mesmo tempo, impedir o acesso dos franceses à capital da colônia. Após um breve período de reorganização da sociedade colonial e organização das companhias compostas por portugueses e indígenas, voltou-se, então, para a difícil tarefa de expulsão do estrangeiro.

Mapa de época mostrando a entrada da Baía de Guanabara e o Forte de Coligny


A primeira investida de Mem de Sá contra os franceses deu-se no decorrer do ano de 1560, após receber valiosas informações sobre as tropas francesas fundeadas no Rio de Janeiro e recolher reforços nas capitanias pelas quais passava. Em 15 de maio iniciaram-se os combates e, apesar da discordância dos chefes portugueses em relação à oportunidade do ataque, prevaleceu a decisão de Mem de Sá. Mesmo diante da reação inimiga e de sua superioridade numérica, a vitória sobre os franceses foi rápida. Entretanto, a intempestiva saída do Rio de Janeiro somada a vários erros de conduta permitiram a reorganização dos franceses e dos indígenas seus aliados, fato que culminou na reconstrução do Fortim de Coligny, bem como na fortificação de uma aldeia na ilha de Paranapuã (atual Ilha do Governador) e na formação de um reduto em Uruçu-Mirim (atual bairro da Glória).


Mem de Sá


A partir de 1563, reorganizou-se a reação aos franceses com os reforços vindos de Portugal e chefiados por Estácio de Sá. Contanto com auxílio dos índios temiminós, inimigos dos tamoios, e com os reforços enviados por seu tio, Mem de Sá, Estácio erigiu fortificações e um povoado que seria o embrião da cidade do Rio de Janeiro. Reforçado por tropas oriundas de São Vicente, atacou as fortificações francesas e, em 1567, estes foram expulsos da Baía de Guanabara, refugiando-se, provisoriamente, na localidade de Cabo Frio. De lá, continuaram a pilhagem da costa e o comércio com os tamoios, e acabaram sendo novamente expulsos devido aos esforços de Salvador Correia de Sá, Capitão-Mor do Rio de Janeiro e Antônio Salema, Governador da Repartição do Sul, ambos auxiliados por indígenas.


França Equinocial

Depois de serem expulsos do Rio de Janeiro e já no contexto da união das Coroas Ibéricas, os franceses, unindo-se aos índios potiguaras, voltaram a assolar o litoral brasileiro acima de Pernambuco. Tal fato levou, a partir de 1580, à fundação de várias fortificações e povoados com vistas à defesa das terras luso-espanholas. Em 1584, tropas chefiadas por Frutuoso Barbosa iniciaram a construção de um forte denominado “Cabedelo”, no litoral da Paraíba, e o povoado de Nossa Senhora das Neves (Filipéia), erguido em seus arredores, originou a cidade de João Pessoa. Posteriormente, a ida dos franceses para o litoral do atual Rio Grande do Norte motivou, entre 1597 e 1598, a construção do Forte dos Reis Magos.

Em 1612, os franceses rumaram em direção ao litoral do atual estado do Ceará, onde tropas luso-espanholas fundam uma igreja e um forte dedicados a Nossa Senhora do Amparo, os quais originaram a atual cidade de Fortaleza. Ainda em 1612, os franceses, comandados por Daniel de la Touche, senhor de La Ravardière, invadiram o Maranhão e fundaram um núcleo, sede da França Equinocial, que deu origem à cidade de São Luís.

Diante da notícia da presença de franceses no Maranhão, o Rei Felipe II emitiu, de imediato, ordens para expulsá-los e, nesse contexto, o bravo Jerônimo de Albuquerque foi imbuído da missão. Recrutando homens até mesmo nas prisões e convencendo os indígenas à luta, Jerônimo organizou uma tropa mista de portugueses e indígenas e, contando com reforços vindos de Portugal, iniciou os combates contra os franceses. Diante da inferioridade numérica, os portugueses construíram fortificações e passaram a, literalmente, cercar as tropas francesas que desembarcavam nas praias. Em Guaxenduba, na madrugada de 19 de novembro de 1614, uma força naval formada por 50 canoas que conduziam franceses e tupinambás foi atacada e, diante da maré baixa desfavorável e da impossibilidade de os franceses receberem reforços, bem como de fugir para os sertões, deu-se a vitória portuguesa.

Após a derrota francesa, um acordo temporário de paz, respeitado por Jerônimo de Albuquerque mas contestado pelo governo luso-espanhol, levou à nomeação de um novo comandante das forças do Maranhão: o General Alexandre de Moura. Em 31 de outubro de 1615, iniciou-se um novo ataque aos franceses, chefiado por Jerônimo de Albuquerque, por terra, e por Alexandre de Moura, pelo mar, o qual levou, incondicionalmente, os franceses a uma grande retirada e à entrega do Forte de São Luís aos luso-espanhóis.

Busto de Daniel de La Touche, Senhor de La Ravàrdiere, existente em São Luís-MA

Enquanto os franceses se  retiravam das terras do Maranhão, o governo espanhol, que já sabia da presença de estrangeiros no delta do Amazonas, emitiu ordens para que Francisco Caldeira Castelo Branco seguisse para o norte e fundasse a capitania do Pará. De 1616 a 1632 ocorreram vários conflitos entre luso-espanhóis, de um lado, e ingleses e holandeses, de outro, fato que resultou, dentre outros fatores, na fundação do Forte do Presépio, o qual originou Belém, na presença e conquista portuguesa nas áreas ribeirinhas do Rio Amazonas, e na ocupação das terras denominadas de Cabo Norte, a qual se estendia até o Rio Oiapoque.
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No século XVIII, os franceses ainda ensaiariam uma nova tentativa de invasão ao Rio de Janeiro, mas logo desistiram da idéia. De todos os processos de invasão à América do Sul, somente na região da atual Guiana Francesa os franceses conseguiram estabelecer uma efetiva exploração colonial.






sábado, 9 de abril de 2011

XXXVII CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA MILITAR

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Pela primeira vez na América Latina, será realizado no Rio de Janeiro o XXXVII Congresso Internacional de História Militar.  O congresso ocorrerá de 27 de agosto a 2 de setembro, na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, e tem como objeto principal de estudo as guerras coloniais e de independência do século XVIII até o presente.




Maiores informações no site: http://www.cihm2011.com.br/index.php/br/informacoes


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sexta-feira, 8 de abril de 2011

PRESTES ATRIBUIU AO EXÉRCITO VERMELHO A FORÇA DA URSS


Defesa do aparato militar do proletariado está em artigo do líder comunista que se exilou em Moscou nos anos 30 do século passado.  Documento integra um lote de manuscritos de Prestes recentemente entregues pelo governo da Rússia ao Brasil




Por Graciliano Rocha


De Porto Alegre - Exilado em Moscou nos anos 30, o líder comunista Luiz Carlos Prestes (1898-1990) relacionava a sobrevivência do regime comunista na URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) à força do Exército Vermelho.

A conclusão está em esboço de artigo destinado possivelmente à imprensa comunista, onde Prestes previa, em 1934, que o aparato militar seria a "grande garantia da política de paz da URSS" e contra a invasão de forças estrangeiras ao que chamava de "Pátria do proletariado".  O documento integra um lote de manuscritos de Prestes recentemente entregues pelo governo russo ao Brasil e obtidos com exclusividade pela Folha.

"O Exército Vermelho, como arma do proletariado no poder, [...] é um dos grandes fatores que vão auxiliando o proletariado de todo o mundo na luta que sustenta contra a guerra imperialista e contra o ataque à Pátria do proletariado", escreveu.

A análise de Prestes se mostraria correta à luz dos fatos que ocorreriam na Segunda Guerra Mundial (1939-45), quando Adolf Hitler mandou tropas invadirem a URSS em junho de 1941.  A invasão nazista rompeu o pacto Ribbentrop-Molotov, acordo secreto de não agressão estabelecido entre Joseph Stálin e Hitler, em 1939.

Depois, o Exército Vermelho venceria a histórica batalha de Stalingrado contra os nazistas, marcando o início de uma contraofensiva que conduziria os russos à tomada de Berlim (1945) e seria fundamental para a vitória dos países aliados.

Na Segunda Guerra, a URSS lutava com os aliados - EUA, Inglaterra e França - contra os países do Eixo -Alemanha, Itália e Japão.

Historiadores afirmam que a marcha do Exército Vermelho rumo à Alemanha deu a Stálin a vantagem definitiva para delimitar esfera de influência soviética.

O manuscrito de Prestes é do final do seu primeiro exílio na URSS (1931-34), período em que suas atividades são pouco conhecidas.  Prestes só retornaria ao Brasil no ano seguinte para comandar a fracassada tentativa de derrubar Getúlio Vargas do governo na década de 30.


Fonte: Folha de São Paulo

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domingo, 3 de abril de 2011

LIVRO - ULTRAMAR SUL

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Ultramar Sul.  Juan Salinas e Carlos de Nápoli.  Record, 490 págs.


A investigação empreendida por Juan Salinas e Carlos de Nápoli contém ingredientes suficientes para lançar dúvidas sobre fatos históricos até pouco tempo considerados irrefutáveis. Em Ultramar Sul, os historiadores se valem de relatos, testemunhos e documentos para questionar a versão oficial sobre o destino de Adolf Hitler e o afundamento do cruzador brasileiro Bahia, logo após o fim da 2° Guerra Mundial.

Segundo os autores, a Operação Ultramar Sul foi a última jogada de Hitler, que consistia num audacioso plano de fuga com destino à Patagônia Argentina. Esta intenção tornou-se ainda mais factível quando, em 2009, foi confirmado oficialmente que o crânio encontrado em um bunker do Führer, e considerado por mais de sessenta anos uma prova conclusiva do seu suicídio, não lhe pertencia.
Salinas e Nápoli apresentam documentos, fotos e testemunhos que comprovam a chegada de um comboio de submarinos com oficiais nazistas na costa Argentina. Apesar de parecer pouco provável que o alto comando do Terceiro Reich tenha desembarcado nas praias de Miramar ou Mar del Sur, até hoje ninguém consegue ou deseja assegurar quem chegou naquela região.

Baseados em vasta documentação, os historiadores reconstroem a história do afundamento do Cruzador Bahia (4 de julho de 1945), a maior tragédia naval brasileira de que se tem conhecimento, com 336 mortos. Oficialmente, o episódio foi dado como acidente, fato que os autores põem em dúvida ao apresentar documentos que apontam para o torpedeamento do navio. O algoz da embarcação brasileira teria sido um dos submarinos que levava o alto comando nazista rumo à América do Sul.

O livro de navegação do USS Omaha é um dos principais documentos que comprovam a tese dos historiadores. O cruzador norte-americano resgatou o único oficial sobrevivente do Bahia, o primeiro-tenente Lúcio Torres Dias. Neste documento que leva o rótulo de confidencial, o comandante W.L Freseman relata que 

às 10h22 (8 de julho), fui chamado diretamente pelo Comando da Força Atlântico Sul. Fui informado pelo almirante de que, sem dúvida alguma, o cruzador Bahia havia sido afundado nas proximidades da estação de guarda de aviões n° 13 (...) e que era necessário que o Omaha e todos os navios brasileiros disponíveis se dirigissem para a área”.

Após o trágico episódio, os submarinos tiveram destinos diferentes e alguns indeterminados. Um deles se entregou ao alcançar a costa de Mar del Plata. Centenas de pessoas testemunharam dois outros seguirem para o extremo sul do Atlântico. Após um mês de viagem, um deles também se rendeu.

Apesar de todas as evidências, o incidente náutico foi encoberto pela Marinha Argentina em cumplicidade com britânicos e norte-americanos. No Brasil, o afundamento do cruzador Bahia foi oficialmente considerado um acidente.


 
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sexta-feira, 1 de abril de 2011

PENSAMENTO MILITAR

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"A força, às vezes, impede a agressão; a fraqueza, no entanto, é um convite a ela."

Henry Wallace, vice-presidente dos EUA durante a 2ª Guerra Mundial




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