"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sexta-feira, 19 de julho de 2013

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – GENERAL P.G.T BEAUREGARD




* 28/05/1818 – St. Bernard Parish, EUA

+ 20/02/1893 - Nova Orleans, EUA



Pierre Gustave Toutant Beauregard nasceu em St. Bernard Parish, Louisiana, a cerca de 32 km de Nova Orleans, de uma família de Crioulos da Luisiana, o terceiro filho de Jacques Toutant-Beauregard e Helene Judith de Reggio Toutant-Beauregard. Beauregard frequentou escolas de Nova Orleans e depois foi para a "Escola Francesa", em Nova Iorque. Foi nesta época em Nova Iorque, aos 12 anos, que aprendeu a falar Inglês. Posteriormente, estudou na Academia Militar dos Estados Unidos da América em West Point. Um de seus instrutores foi Robert Anderson, que, mais tarde, se tornaria o comandante do Fort Sumter e que se renderia à Beauregard no início da Gerra Civil.

Ao se matricular em West Point, Beauregard passou a assinar "G. T. Beauregard." Graduou-se como segundo aluno da classe de 1838 e se sobressaiu tanto na arma de Artilharia quanto na de Engenharia. Seu colegas militares deram-lhe muitos apelidos: Pequeno Crioulo, Bory, Francesinho, Felix, e Pequeno Napoleão.


Guerra México – EUA

Durante a gerra Guerra Mexicano-Americana, Beauregard serviu como engenheiro sob o comando do General Winfield Scott. Foi capitão comissionado na Batalha de Contreras e na Batalha de Churubusco e, novamete, promovido a major comissionado na época da Batalha de Chapultepec, onde foi ferido no ombro e na coxa. Beauregard foi reconhecido pela eloquente performance em um encontro com Scott, onde expôs as opiniões dos oficiais gerais para mudar as táticas planejadas de ataque ao forte de Chapultepec, e foi um dos primeiros oficiais a entrar na Cidade do México. Considerava suas contribuições em perigosas missões de reconhecimento e elaboração de estratégia mais significantes para seus superiores do que as elaborados pelo colega engenheiro, Capitão Robert E. Lee, e, por isso, ficou desapontado quando Scott não o elogiou no seu relatório. Na oportunidade, Lee e outros oficiais obtiveram mais reconhecimento e promoções.

Beauregard retornou do México em 1848, e, durante os próximos 12 anos, foi responsável por aquilo que o Departamento de Engenharia chamou de "o Mississippi e a defesa do Lago em Louisiana". Apesar do título, muito do seu trabalho de engenheiro foi exercido em outros lugares, reparando fortes antigos e construindo novos na costa da Flórida e em Mobile, Alabama. Também melhorou a defesa dos Fortes St. Philip e Jackson no Rio Mississipi, abaixo de Nova Orleans. Beaugerard trabalhou ainda no Corpo de Engenheiros do Exército para melhorar a navegação dos canais na boca do Mississippi, e patenteou uma invenção que ele chamou de "self-acting bar excavator" para ser utilizada por navios na travessia barras de areia e argila.


Guerra Civil

Depois de um período muito breve como superintendente da Academia Militar, em 1861, com o rompimento da Guerra Civil Americana, tornou-se o primeiro general-de-brigada confederado e comandou as defesas de Charleston, Carolina do Sul, no início do conflito, na Batalha de Forte Sumter em 12 de abril de 1861. Três meses depois, ele foi o vencedor na Primeira Batalha de Bull Run, perto de Manassas, Virginia.



Tropas confederadas de Beauregard bombardeiam o Forte Sumter, em 1861, dando início à Guerra Civil Americana


Beauregard comandou exércitos no teatro ocidental da Guerra Civil Americana, incluindo a Batalha de Shiloh, no Tennessee, e o cerco de Corinto, no norte do Mississippi. Retornou a Charleston e defendeu-a de repetidos ataques navais e terrestres em 1863. Sua maior conquista foi sem dúvida, salvar a cidade de São Petersburgo, Virginia, e assim também a capital confederada - Richmond - de assaltos por forças esmagadoramente maiores das Forças Armadas da União, em junho de 1864.

Sua influência sobre a estratégia da Confederação, no entanto, foi marcada pelo seu mau relacionamento profissional com o Presidente Jefferson Davis e outros generais e oficiais. Em abril de 1865, Beauregard e seu comandante, o general Joseph E. Johnston, convenceram Davis e os membros do gabinete que a guerra necessitava caminhar para o fim. Johnston rendeu a maior parte das tropas remanescentes da Confederação para o general William T. Sherman, incluindo Beauregard e seus homens.


Pós-guerra

Após sua carreira militar, Beauregard trabalhou como executivo de ferrovia e tornou-se um dos poucos veteranos confederados ricos por causa de seu papel na promoção da Loteria da Louisiana. Hoje ele é comumente chamado de P.G.T. Beauregard, mas, durante a guerra, ele raramente usava seu primeiro nome e assinava suas correspondências como G.T. Beauregard.

Beauregard morreu de ataque cardíaco, enquanto dormia, em Nova Orleans, em 20 de fevereiro de 1893, aos 74 anos. Em sua homenagem existe a cidade de Beauregard Parish, no oeste da Louisiana e o Campo Beauregard, base da Guarda Nacional Pineville, no mesmo estado.
 

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quarta-feira, 17 de julho de 2013

LANÇAMENTO DE "UM CÉU CINZENTO" NO FORTE DO BRUM

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Nas históricas instalações do Forte do Brum, realizamos o lançamento do nosso livro "Um céu cinzento: a história da aviação na Revolução de 1932". O evento contou com a presença de autoridades, historiadores, professores, alunos e muitos amigos, que nos honraram com suas presenças.

A seguir, algumas fotos do evento:







 Fotos: Diego Mariano


Adquira seu exemplar de Um céu cinzento: a história da aviação durante a Revolução de 1932.  Saiba como visitando nossa página.


sexta-feira, 12 de julho de 2013

EVENTO - EXPOSIÇÃO REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932

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“Revolução Constitucionalista de 1932” - Exposição Temática do Acervo
Período: 02/07 a 28/07
Curadoria e Montagem: Equipe do Museu H. P. Prudente de Moraes


 
Em comemoração aos 81 anos da Revolução de 1932, o Museu H. P. Prudente de Moraes e a Sociedade dos Veteranos de 32 – MMDC (Núcleo Voluntários de Piracicaba) realizam a exposição temática do acervo “Revolução Constitucionalista de 1932”.

A mostra conta com diversos tipos de materiais utilizados nos confrontos entre as tropas paulistas e as forças do governo de Getúlio Vargas e que pertencem ao acervo do Museu. Serão expostas imagens, medalhas, documentos, peças de uso cotidiano das tropas, indumentárias, dentre outros objetos que, atualmente, guardam a memória de pessoas que contribuíram para que nosso país alcançasse uma Constituição mais justa e igualitária.

Uma parceria com a Prefeitura Municipal de Piracicaba por meio da Secretaria Municipal da Ação Cultural e Sociedade dos Veteranos de 32 – MMDC (Núcleo Voluntários de Piracicaba).

Local: Museu H. P. Prudente de Moraes.
Horário: De terça a domingo, inclusive feriados das 9h às 17h.
Informações: (19) 3422-3069 / 3432-2148.
Entrada gratuita!


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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SP LOCALIZA INQUÉRITO QUE APUROU A MORTE DE MMDC

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 A equipe que trabalha no programa de Gestão Documental do Tribunal de Justiça de São Paulo localizou, no último dia 26, os documentos que registram a apuração da morte dos heróis do Movimento Constitucionalista 1932: Mário Martins de Almeida, Euclydes Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza, Antônio Camargo de Andrade – MMDC.

O inquérito policial com 78 páginas, muito bem preservado, narra os acontecimentos ocorridos na sede do Partido Popular Paulista, na Rua Barão de Itapetininga, esquina com a Praça da República, na noite de 23 de maio de 1932. Nele podemos acompanhar as declarações de Dráusio Marcondes de Souza, herói aos 14 anos de idade que ferido com um tiro de fuzil morre cinco dias após o conflito, na madrugada de 28 de maio.

Laudos da necropsia de Martins, Miragaia e Camargo descrevem seus ferimentos e revelam a causa de suas mortes, com, até mesmo, o uso de granada para conter os populares.

A sentença manuscrita pelo juiz Waldemar César Silveira declarou a extinção da punibilidade pela prescrição, acatando cota ministerial do promotor Alberto Quartim Morais Júnior porque o inquérito só chegou ao Judiciário vinte anos depois do fato. Agora, os documentos farão parte do acervo digital do TJSP e podem ser acessados por aqueles que querem conhecer os autos.
        

Trabalho de equipe 

A Comissão de Arquivos e Memória Bibliográfica do TJSP, presidida pelo desembargador Eutálio Porto, comemorou a localização do processo, resultado dos investimentos na área de gestão documental que dentro da diretriz de preservação documental, consegue ampliar sua ação resgatando a memória, tanto da instituição quanto história de São Paulo.

Para se obter esse resultado foi necessário o envolvimento de diversas unidades e seus dirigentes: Izaltino Raymundi (Dipo-2), Hélio Braga da Silva (Cartório da 1ª Vara do Júri), Luciana Zavala, coordenadora (Coordenadoria de Arquivos), Ricardo, Kelson, Antônio e Isaac (Gráfica), todos em conjunto com a atuação da Coordenadoria de Gestão Documental. Na limpeza e recuperação do documento também atuaram Carlos Bacellar, Marcelo Lopes e Norma Cassares (Arquivo Público do Estado de São Paulo).

Fonte: TJSP

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terça-feira, 9 de julho de 2013

9 DE JULHO DE 1932: O DIA EM QUE SÃO PAULO FOI À GUERRA

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Dia 9 de julho é feriado em todo o Estado de São Paulo. Mas por que 9 de julho é feriado? E por que só em São Paulo? Nove de julho, além de ser o nome de uma das principais avenidas da maior cidade da América do Sul, marca o início da chamada Revolução Constitucionalista de 1932. Como o próprio nome diz, a revolução, que acabou com mais de 600 mortes, era uma reivindicação feita pela sociedade paulista por uma nova constituição após a entrada de Getúlio Vargas na Presidência do Brasil.

A data, no entanto, só se tornou feriado em 1997, por determinação do então governador Mário Covas. Conheça a seguir um pouco da história desses voluntários que perderam a guerra, mas conseguiram impor ao novo ditador a redação de uma constituição.




Revolução Constitucionalista de 1932


Até 1930, o Brasil passou por um período conhecido como República Velha. A principal característica dessa fase política era a alternância de poder entre as elites paulistas e mineiras, o que criou a chamada “política café com leite”, em alusão aos dois principais produtos destes estados. Assim, a cada quatro anos, ou um paulista ou um mineiro tornava-se presidente da República.

No final da década de 1920, essas forças políticas se tornaram débeis por causa de fatos como as greves operárias da década e o movimento tenentista (dissidência de oficiais do exército). Com a crise na Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, essa elite que dependia economicamente das exportações se enfraqueceu ainda mais. 

Na época, havia eleições “diretas” para presidência. Esses votos, no entanto, não eram universais. Além das mulheres não poderem votar, as eleições eram amplamente fraudadas, com a utilização do chamado “voto de cabresto” (quando os líderes políticos vigiavam os votos dos seus eleitores, que não eram secretos). Disputaram o pleito o paulista Júlio Prestes e o gaúcho Getúlio Vargas.

Prestes “ganhou”, mas não levou. Antes da saída do então presidente Washington Luiz do poder, houve o assassinato do candidato a vice-presidência na chapa de Getúlio, João Pessoa, provavelmente fruto de um crime passional. A morte foi o estopim para a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas tomou o poder.

O governo provisório de Getúlio prometeu uma nova constituição, mas nada ocorreu no primeiro ano. Enquanto isso, principalmente em São Paulo, a resistência ao governo continuou. O movimento se ampliou depois que quatro manifestantes foram mortos por policiais durante um protesto pró-constituição no dia 23 de maio. Mário Martins de Almeida, de 31 anos; Euclydes Bueno Miragaia, de 21; Dráusio Marcondes de Souza, 14 anos, e Antônio Américo de Camargo Andrade, de 30, acabaram tornando-se símbolos do movimento. As iniciais dos seus nomes mais usados formaram a sigla M.M.D.C. (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) e batizou a campanha. 




No dia 9 de julho, o ex-candidato Júlio Prestes, com apoio do interventor de São Paulo Pedro de Toledo, deu o estopim para a revolução. O Estado se mobilizou, milhares de pessoas tornaram-se voluntárias, moradores chegaram a doar jóias e ouro pela causa e a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) determinou que várias indústrias produzissem material bélico. No final, São Paulo tinha 40 mil soldados, divididos em três frentes principais de combate: as fronteiras com o sul de Minas Gerais e o norte do Paraná e o Vale do Paraíba.

A desigualdade entre as tropas constitucionalistas e as getulistas era grande. Além de um arsenal menor, o número de soldados paulistas era pequeno em relação aos adversários. O governo federal fez uma campanha contra o movimento difundindo a ideia de que São Paulo queria se separar do Brasil, o que ajudou a angariar voluntários. 




A intenção dos paulistas era receber apoio de setores insatisfeitos de outros Estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. Esses movimentos, no entanto, foram rapidamente inibidos. Em 3 de outubro, as tropas se renderam, após serem negociadas a anistia para os soldados e o exílio para as lideranças.

Com mais de 600 mortos, principalmente paulistas, a revolução acabou, mas teve como fruto uma nova constituição, promulgada em 1934.




Constituição de 1934


Em 1933, foram eleitos os representantes da Assembléia Constituinte, pela primeira vez, com voto feminino. Em julho de 1934, ela foi promulgada. A Constituição de 1934 teve vários itens progressivos em relação as duas anteriores. As novidades da nova carta foram, entre outras:

  • ampliação do princípio da igualdade perante a lei, independente de cor, sexo, idade ou classe social;
  • voto secreto e obrigatório para todos os maiores de 18 anos; criação da Justiça do Trabalho e da Justiça Eleitoral; 
  • nacionalização das riquezas de solo e fontes d´água; 
  • proibição do trabalho infantil; 
  • criação da jornada de trabalho de oito horas diárias, do descanso semanal remunerado, das férias de 30 dias e da indenização para o trabalhador demitido; 
  • regulamentação os sindicatos

A Constituição de 1934 durou cerca de três anos apenas, com o menor tempo de vigência no Brasil até hoje. Em 1937, alegando problemas de segurança nacional, Getúlio Vargas instala o chamado Estado Novo, perseguindo inimigos políticos e abolindo as eleições, por exemplo. A nova Constituição só seria promulgada em 1946, depois da saída do ditador e o estabelecimento de um novo governo, presidido por Eurico Gaspar Dutra.


Saiba mais sobre o papel desempenhado pela aviação durante a Revolução Constitucionalista.

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sexta-feira, 5 de julho de 2013

ARMAS - OS CANHÕES OTOMANOS

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No século XV, época em que a artilharia era ainda incipiente, o canhão tornou-se numa das armas mais temíveis do império otomano.

Com efeito, a tomada de Constantinopla pelos Turcos em 1453 apenas foi possível graças ao uso intenso de canhões que destruíram as suas inexpugnáveis muralhas. Mas os turcos otomanos não possuíam tradições no uso de artilharia e, se não fosse um irónico episódio, aparentemente insignificante, talvez a História tivesse seguido outro rumo...

O canhão que veio a ser conhecido como Bombarda Turca, Basílica, Canhão Real ou Canhão de Mehmed foi na verdade trazido da Hungria. O seu inventor, um engenheiro de nome Orban, apresentou-o ao sultão Mehmed II após uma tentativa falhada junto do então imperador do Império Bizantino, Constantino XI, que a recusou. É esta a grande ironia da História.

Ao invés do seu adversário, o sultão viu naquele engenho grandes potencialidades e dispôs-se a financiar a construção de um protótipo. Deve dizer-se que o projecto era extremamente complexo e oneroso. Terá sido este último aspecto, aliás, que desinteressou Constantino. Durante meses, na cidade de Edirne, um exército de operários trabalhou sob a orientação de Orban, consumindo quantidades enormes de bronze e outras matérias primas necessárias à fundição das duas peças que compunham o canhão. Quando ficou pronto, o sultão pôde enfim contemplar o enorme monstro que tinha encomendado...

O grande canhão otomano pode ser visto com suas duas seções

Ligadas, as duas peças formavam um tubo cilíndrico com 5,20 m de comprimento - uma dimensão colossal para a época. O conjunto pesava cerca de 19 toneladas e possuía um calibre de 75 cm (o que quer dizer que podia disparar bolas de pedra com este diâmetro) pesando cerca de 600 Kg, a uma distância superior a 2 Km. Era necessário testá-lo e, primeiro, conseguir tirá-lo dali.

Com a ajuda de 60 bois e 400 homens, dos quais metade prepararam um piso capaz de suportar tamanho peso, o canhão foi deslocado até um local de testes. Aí, foi carregado com pólvora e uma enorme esfera de pedra que foi projetada a mais de 1500 metros e se enterrou no solo quase 2 metros! Pouco preciso mas de efeito devastador. Vários destes canhões foram então preparados e colocados em frente às muralhas de Constantinopla. Bastou algumas horas de fogo para que as defesas fossem literalmente desbaratadas e as tropas otomanas tomassem a mítica capital do Império bizantino.


Fonte: Obvious

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terça-feira, 2 de julho de 2013

ARQUIVO MALVINAS - DECISÃO DE AFUNDAR NAVIO ARGENTINO FOI TOMADA EM ALMOÇO

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Os documentos abertos do National Archives, de Londres, revelaram que a decisão de afundar o cruzador General Belgrano, maior navio argentino, durante a Guerra das Malvinas, em 1982, foi tomada durante um almoço da primeira-ministra Margaret Thatcher com seus ministros em Chequers, casa de campo da premiê britânica.

Londres decidiu que qualquer navio ou submarino argentino que ameaçasse as forças britânicas poderia ser afundado, mesmo que estivesse fora da área de exclusão criada para delimitar o conflito. A principal preocupação era o porta-aviões argentino 25 de Maio. O alvo, porém, foi o Belgrano, que foi torpedeado no dia 2 de maio pelo submarino HMS Conqueror. O navio foi a pique matando 323 marinheiros. Outros 700 foram resgatados.

Os documentos indicam que, no dia 5 de maio, o ministro da Defesa britânico, John Nott, afirmou em um jantar de representantes da OTAN que "a decisão fora tomada por um grupo de ministros liderados por Thatcher".

O Belgrano foi construído em 1935. Sobrevivente do ataque japonês a Pearl Harbor, em 1941, foi revendido à Argentina após a 2ª Guerra pelos EUA. Embora antiquado, seus canhões aterro­rizavam a Marinha britânica. Seu afundamento é considerado um crime de guerra pelos argen­tinos. O ex-vice-chanceler Andrés Cisneros disse ontem que o afundamento do Belgrano foi proposital, com a intenção de chocar os argentinos e impedir qualquer alternativa negociada para o conflito.

O cruzador General Belgrano sendo abatecido em Ushuaia, sul da Argentina, em abril de 1982, um mês antes de ser afundado pelo submarino britânico



Os documentos revelam detalhes sobre os esforços de outros governos para uma trégua entre Londres e Buenos Aires, entre eles uma proposta de reunião que o presidente mexicano, José López Portillo, tentou organizar entre o general Leopoldo Galtieri e Thatcher em Cancún.

Nos últimos 20 anos, diversos historiadores britânicos haviam sustentado que Thatcher pensou seriamente em bombardear a Argentina. Mas, até o momento, nenhum documento oficial corrobora essa teoria.

Três documentos confirmam que assessores de Thatcher planejaram bombardeios na Patagônia, principalmente a bases áreas. No entanto, os documentos mostram que os ataques eram considerados apenas pelos assessores da premiê.

Os arquivos também indicam  que os EUA estiveram a ponto de comunicar à ditadura argentina uma manobra militar britânica para demonstrar a Galtieri que o país permaneceria neutro. O plano havia sido elaborado pelo secretário de Estado Alexander Haig, que pretendia avisar que os britânicos atacariam a ilha Geórgia do Sul.

A ideia de Haig era comunicar "de forma imprecisa" os planos britânicos quando fosse tarde demais para que os argentinos preparassem uma reação. Os americanos estavam preocupados com o destino dos militares argentinos, que haviam colaborado na luta anticomunista. No entanto, Haig foi dissuadido pelo embaixador britânico nos EUA, Nicholas Henderson. Ele disse que a antecipação da manobra teria um efeito devastador sobre a estratégia de Londres.

Fonte: Estadão

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