"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



domingo, 1 de janeiro de 2017

A MISSÃO MILITAR FRANCESA NO JAPÃO

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É bastante conhecido o papel da Missão Militar Francesa junto ao Exército Brasileiro, entre 1919 e 1940.  O que poucos sabem, contudo, é que a França também enviou uma missão militar para o Japão no final do século XIX, que ansiava por se modernizar nos moldes ocidentais.  


O trabalho dessa missão pode ser visto, ainda que de forma romanceada, no celebrado filme O último samurai, estrelado por Tom Cruise.



A Missão Militar Francesa ao Japão (1867-1868) foi a primeira missão militar ocidental no Japão. Foi criada por iniciativa de Napoleão III, como resultado de um pedido do Shogun Tokugawa Yoshinobu. A Missão treinou o exército por pouco mais de um ano, antes da derrota das forças shogunais perante as forças imperiais na Guerra Boshin. Depois da guerra a Missão foi obrigada a deixar o país por decreto imperial de outubro 1868.


A Missão era composta por dezoito membros, convocados pelo Ministro da Guerra, General Jacques Louis Randon, escolhidos por suas habilidades: seis oficiais (representando a infantaria, a cavalaria, a artilharia e a engenharia), dez sargentos e um soldado.

A Missão Militar Francesa de partida para o Japão, em 1866. Ao centro Charles Chanoine, Jules Brunet é o segundo à partir da direita



Participaram da Missão:


Comandante

Capitão Charles Sulpice Jules Chanoine


Oficiais

Jourdan, capitão, engenheiro do 1º Regimento de Engenharia.

Charles Albert Dubousquet, tenente do 31º Regimento de Linha, instrutor de infantaria.

Édouard Messelot, tenente do 20º Batalhão de Caçadores a Pé, instrutor de infantaria.

Léon Descharmes, tenente do Regimento de Dragões da Guarda da Imperatriz, instrutor de cavalaria.

Jules Brunet, tenente do Regimento de Artilharia Montada da Guarda, instrutor de artilharia.


Sargentos

Jean Marlin, sargento do 8º Batalhão de Caçadores a Pé, instrutor de infantaria.

François Bouffier, sargento do 8º Batalhão de Caçadores a Pé, instrutor de infantaria.

Henry Ygrec, sargento do 31º Regimento de Linha, instrutor de infantaria.

Emile Peyrussel, sargento, sub-mestre da Escola do Estado-Maior, instrutor de cavalaria.

Arthur Fortant, sargento, Regimento de Artilharia Montada da Guarda, instrutor de artilharia.

L. Gutthig, Trompetista do Batalhão de Caçadores da Guarda.

Charles Bonnet, sargento, Chefe-Armeiro de 2ª Classe.

Barthélémy Izard, sargento, Chefe-Artífice do Regimento de Artilharia Montada da Guarda.

Frédéric Valette, sargento, especialista em madeira.

Michel, sargento, Engenheiro do 1º Regimento de Engenharia.

Jean-Félix Mermet, brigadeiro, especialista em aço.


A missão deixou Marselha em 19 de novembro de 1866 e chegou a Yokohama em 13 de janeiro de 1867. Sua chegada foi saudada por Léon Roches e pelo contra-almirante Pierre-Gustave Roze, comandante da Divisão Naval dos Mares da China, que voltava ao Japão depois de liderar uma expedição contra a Coreia (12 de setembro a 12 de novembro de 1866).

Oficiais franceses treinando os soldados do Shogun em Osaka em 1867
 

Mesmo depois do decreto imperial para a retirada da Missão, Jules Brunet e quatro de seus sargentos (Fortant, Marlin, Cazeneuve e Bouffier), preferiram ficar no Japão e continuar a apoiar o Shogun. Eles se demitiram do exército francês, e foram para o norte do Japão com o que restava dos exércitos do shogunato, na esperança de organizar um contra-ataque.


O conflito continuou até a Batalha de Hakodate, em maio de 1869, onde ocorreu a vitória definitiva das forças imperiais.


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Um comentário:

  1. Prof. Daróz
    Não devemos esquecer a missão Francesa na Força Pública do Estado de São Paulo em 1906, bem antes do EB.
    Feliz 2017, Aldo J. Alberto

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