É
bastante conhecido o papel da Missão Militar Francesa junto ao Exército
Brasileiro, entre 1919 e 1940. O que
poucos sabem, contudo, é que a França também enviou uma missão militar para o Japão no
final do século XIX, que ansiava por se modernizar nos moldes ocidentais.
O
trabalho dessa missão pode ser visto, ainda que de forma romanceada, no
celebrado filme O último samurai, estrelado por Tom Cruise.
A
Missão Militar Francesa ao Japão (1867-1868) foi a primeira missão militar
ocidental no Japão. Foi criada por iniciativa de Napoleão III, como resultado
de um pedido do Shogun Tokugawa Yoshinobu. A Missão treinou o exército por
pouco mais de um ano, antes da derrota das forças shogunais perante as forças
imperiais na Guerra Boshin. Depois da guerra a Missão foi obrigada a deixar o
país por decreto imperial de outubro 1868.
A
Missão era composta por dezoito membros, convocados pelo Ministro da Guerra,
General Jacques Louis Randon, escolhidos por suas habilidades: seis oficiais
(representando a infantaria, a cavalaria, a artilharia e a engenharia), dez
sargentos e um soldado.
A Missão Militar Francesa de partida para o Japão, em 1866. Ao centro Charles Chanoine, Jules Brunet é o segundo à partir da direita
Participaram
da Missão:
Comandante
Capitão
Charles Sulpice Jules Chanoine
Oficiais
Jourdan,
capitão, engenheiro do 1º Regimento de Engenharia.
Charles
Albert Dubousquet, tenente do 31º Regimento de Linha, instrutor de infantaria.
Édouard
Messelot, tenente do 20º Batalhão de Caçadores a Pé, instrutor de infantaria.
Léon
Descharmes, tenente do Regimento de Dragões da Guarda da Imperatriz, instrutor
de cavalaria.
Jules
Brunet, tenente do Regimento de Artilharia Montada da Guarda, instrutor de
artilharia.
Sargentos
Jean
Marlin, sargento do 8º Batalhão de Caçadores a Pé, instrutor de infantaria.
François
Bouffier, sargento do 8º Batalhão de Caçadores a Pé, instrutor de infantaria.
Henry
Ygrec, sargento do 31º Regimento de Linha, instrutor de infantaria.
Emile
Peyrussel, sargento, sub-mestre da Escola do Estado-Maior, instrutor de
cavalaria.
Arthur
Fortant, sargento, Regimento de Artilharia Montada da Guarda, instrutor de
artilharia.
L.
Gutthig, Trompetista do Batalhão de Caçadores da Guarda.
Charles
Bonnet, sargento, Chefe-Armeiro de 2ª Classe.
Barthélémy
Izard, sargento, Chefe-Artífice do Regimento de Artilharia Montada da Guarda.
Frédéric
Valette, sargento, especialista em madeira.
Michel,
sargento, Engenheiro do 1º Regimento de Engenharia.
Jean-Félix
Mermet, brigadeiro, especialista em aço.
A
missão deixou Marselha em 19 de novembro de 1866 e chegou a Yokohama em 13 de
janeiro de 1867. Sua chegada foi saudada por Léon Roches e pelo
contra-almirante Pierre-Gustave Roze, comandante da Divisão Naval dos Mares da
China, que voltava ao Japão depois de liderar uma expedição contra a Coreia (12
de setembro a 12 de novembro de 1866).
Oficiais franceses treinando os soldados do Shogun em Osaka em 1867
Mesmo
depois do decreto imperial para a retirada da Missão, Jules Brunet e quatro de
seus sargentos (Fortant, Marlin, Cazeneuve e Bouffier), preferiram ficar no
Japão e continuar a apoiar o Shogun. Eles se demitiram do exército francês, e
foram para o norte do Japão com o que restava dos exércitos do shogunato, na
esperança de organizar um contra-ataque.
O
conflito continuou até a Batalha de Hakodate, em maio de 1869, onde ocorreu a
vitória definitiva das forças imperiais.
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Prof. Daróz
ResponderExcluirNão devemos esquecer a missão Francesa na Força Pública do Estado de São Paulo em 1906, bem antes do EB.
Feliz 2017, Aldo J. Alberto