O título não desvenda muito. “Journal
1811”, da propriedade de John Squire, um oficial do exército inglês, é nada
mais nada menos que um importante documento que nos conduz à história do século
XVIII, num momento em que Napoleão tentava expandir o seu império. E para
qualquer português, há algo na capa que nos capta imediatamente a atenção. A
palavra “Alentejo”, no canto superior direito.
Tudo porque, neste diário, o oficial
inglês, elogiado pelo seu especial talento para a escrita, descreve alguns
detalhes técnicos do cerco anglo-português de 1811 a Badajoz, liderado pelo
Duque de Wellington.
Mas
como foi um diário de um oficial inglês, que escreve sobre o Alentejo, parar a
uma livraria de livros em segunda mão na Tasmânia? “Os donos anteriores
colecionaram centenas de milhares de livros”, explicou Mike Gray, um dos
proprietários da Cracked and Spineless. “Alguns deles estavam num armário, por
isso pedi a uma pessoa interessada em livros antigos para ver se encontrava
alguma coisa. Trouxeram-me o diário e eu pensei 'está bem, talvez uns 20
dólares, mas vou verificar’”, acrescentou.
O interior do diário encontrado na Austrália quase por acaso
O
que Mike Gray não esperava era que os especialistas viessem a
considerar este diário um verdadeiro achado. John Squire é conhecido pelos
historiadores por ser referido várias vezes em relatórios do Duque de
Wellington. Há inclusive cartas da autoria de Squire na British Library.
Para
Gavin Daly, perito na Guerra Peninsular da Universidade da Tasmânia, este
diário é um “tesouro”, tendo adiantado à BBC que a correspondência entre a
caligrafia do diário e a do oficial do exército britânico já foi confirmada.
O
vida de John Squire após o cerco de Badajoz foi curta: o oficial inglês
morreu em 1812, vítima de doença.
Fonte: BBC
.
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