"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



terça-feira, 20 de julho de 2010

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – GRIGORI POTEMKIN

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* ??/09/1739 – Chizhovo, Rússia

+ ??/10/1791 — Jassy, Rússia


O Príncipe Grigori Alexandrovich foi um marechal-de-campo russo, estadista e o favorito da czarina Catarina II, a Grande. Ele é principalmente lembrado por seus esforços em colonizar as escassamente povoadas estepes selvagens do Sul da Ucrânia, que passaram ao domínio russo pelo Tratado de Kuchuk-Kainarji (1774). Dentre as várias cidades fundadas por Potemkin estão: Kherson, Nikolaev (Mykolayiv), Sebastopol e Yekaterinoslav (hoje Dnipropetrovsk).

Potemkin nasceu em Chizhovo, uma vila próxima a Smolensk, na família de um oficial do exército imperial. Depois de estudar na Universidade de Moscou, alistou-se na cavalaria de guarda e participou do golpe que expulsou Pedro III em 1762, no qual ascendeu ao trono Catarina II. Em seguida, recebeu a patente de 2º Tenente da Guarda. Catarina precisava de assistentes de confiança e apreciava a energia e a habilidade organizacional de Potemkin. As historietas biográficas relativas a ele durante os próximos anos, como a sua participação no assassinato do imperador deposto, são obscuras e, sobretudo carecem de fontes que as sustentem.


Amante da czarina

Em 1774, a relação entre Potemkin e Catarina II assumiu um caráter mais íntimo. Potemkin tornou-se o favorito da csarina; recebeu muitos prêmios e era indicado para os postos mais altos. Durante os próximos dezessete anos ele foi a pessoa mais poderosa na Rússia. Potemkin sentia prazer em ostentar o luxo e a riqueza pessoal. Assim como Catarina, cedeu ante a tentação de poder absoluto, contudo, em muitos procedimentos ele era guiado pelas ideias iluministas. Mostrou tolerância às diferenças religiosas e deu proteção às minorias nacionais. Como comandante supremo do Exército Russo - a partir de 1784 - enfatizou um conceito mais humanitário de disciplina, ao exigir que os oficiais tratassem os soldados com menos brutalidade.

Em 1776, por solicitação de Catarina, o Imperador José II elevou Potemkin ao grau de príncipe do Sacro Império Romano-Germânico. Em 1775, no entanto, foi substituído nas graças da imperatriz por Zavadovsky; mas as relações entre Catarina e seu amante anterior continuaram sendo muito amigáveis, e sua influência com relação a ela nunca foi perturbada seriamente por quaisquer dos favoritos subsequentes.

Um grande número de acontecimentos testemunha a extraordinária influência de Potemkin durante os próximos dez anos. Sua correspondência com a imperatriz não foi interrompida. Os documentos de estado mais importantes passavam pelas suas mãos.

Soldados russos na segunda metade do século XVIII.  Como comandante militar, Potemkin modificou a disciplina no Exército Russo, exigindo que os oficiaisdos tratassem melhor seus soldados


Governador na Crimeia

Potemkin alcançou grande sucesso nas províncias sulistas recentemente ganhas pela Rússia, nas quais era o governante absoluto. Apoiou o fluxo de colonos russos e estrangeiros, fundou algumas novas cidades e criou a Frota do Mar Negro. Em 1783 executou o projeto de anexar a Crimeia à Rússia, pelo qual recebeu o título de Sua Alteza Serena Knyaz Tavrichesky, ou príncipe de Tauride, um antigo nome para a Crimeia.

Quatro anos depois organizou a viagem cerimonial amplamente anunciada de Catarina com seu séquito para as províncias sulistas. O propósito da viagem era a intimidação dos inimigos da Rússia, e conduziu a uma guerra para a qual o país se mostrou mal preparado (Guerra Russo-Turca de 1787-1792). Como comandante, Potemkin foi guiado por uma estratégia de cautela que, embora militarmente justificada, não lhe trouxe popularidade.

Seu sistema de colonização foi exposto à crítica muito severa, contudo é impossível não admirar os resultados de suas atividades. O arsenal de Kherson, iniciado em 1778, o porto de Sebastopol e a nova frota de quinze navios de linha regular e vinte e cinco navios menores eram monumentos do seu gênio. Mas houve exagero em tudo que ele tentou. Ele não poupou homens, dinheiro, nem ele mesmo na tentativa de executar o seu gigantesco projeto para a colonização das estepes do sul da Ucrânia.

Em 1790 Potemkin conduziu operações militares no Dniéster e instalou sua corte em Jassy com toda a pompa asiática. Em 1791 voltou a São Petersburgo onde, junto com seu amigo Bezborodko, fez esforços vãos para subverter o novo favorito, o Príncipe Platon Zubov, e, em quatro meses, gastou 850.000 rublos em banquetes e entretenimentos no Palácio de Tauride, uma soma posteriormente reembolsada a ele pelo tesouro.

Em razão dos gastos elevados, a imperatriz impacientou-se e determinou seu retorno, em 1791, a Jassy para conduzir as negociações de paz como chefe plenipotenciário russo.

Potemkin morreu de malária no caminho de Jassy para Nikolayev nos braços de sua sobrinha, a Condessa Branicka, em outubro de 1791. Foi enterrado em Kherson. Sua morte foi lamentada na famosa ode Cachoeira, do poeta russo Gavrila Romanovich Derzhavin.

O Grão-Duque Paulo permitiu, em 1798, que os restos mortais de Potemkin fossem desenterrados, uma vez que há muito tempo se estava em dúvida quanto ao seu verdadeiro jazigo. Apenas o Imperador Alexandre I se preocupou novamente com seu enterro, e o Imperador Nicolau permitiu, que a cidade de Kherson em homenagem ao seu fundador Potemkin, em 1836, construísse uma estátua de bronze.


O encouraçado Potemkin

Em 1904 entrou em serviço, na Frota do Mar Negro, um navio batizado em sua homenagem: o encouraçado Potemkin. A construção do navio foi baseada no encouraçado Tri Sviatitelia e numa versão modernizada da classe de encouraçados Peresviet. A couraça foi concebida tendo por base o encouraçado britânico HMS Majestic.

O encouraçado Potemkin na primeira década do século XX


O navio tornou-se famoso devido à revolta da sua tripulação, em Junho de 1905, devido às más condições em que operavam, às implicações da derrota russa na Batalha de Tsushima. Serguei Eisenstein, realizaria em 1925, um filme sobre a revolta, chamado Bronenosets Potyomkin, o qual se tornou num marco da história do cinema.

Após a revolta o navio mudou de nome para Panteleimon, a partir de São Pantaleão, tendo voltado ao nome original em Fevereiro de 1917. A seguir à Revolução de Outubro de 1917, seu nome foi alterado definitivamente para Boretz za Svobodu. Em 1918 foi capturado em Sebastopol pelo Exército Alemão, sendo mais tarde recapturado pelo Exército Branco russo e entregue , no ano seguinte, às forças aliadas, que o fizeram explodir de modo a impedir a sua utilização pelos Bolcheviques. O encouraçado Potemkin foi finalmente desmantelado em 1922.

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