"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



segunda-feira, 12 de julho de 2010

CASTELO DE GUIMARÃES

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A construção do castelo remonta ao tempo de Mumadona Dias, que o mandou edificar no século X, com o objetivo de defender dos ataques muçulmanos e normandos o mosteiro que tinha fundado para se recolher quando tornou-se viúva.

Muralhas do Castelo de Guimarães.  Seu projeto é típico das fortificações europeias do século X

Mais de um século depois, o Conde D. Henrique - a quem tinha sido doado o condado portucalense -  escolhe Guimarães para estabelecer a sua corte.  Talvez tenha pesado na sua decisão a segurança que o Castelo de S. Mamede (assim denominado por sua fundadora) oferecia. O forte, com mais de cem anos de vida, necessitava de reformas urgentes e o nobre optou por demolir o que restava da construção de Mumadona, ampliando com novos e mais potentes muros a área ocupada pela fortaleza do século X.  Abriu ainda duas portas: a principal, a oeste, que vigiava o burgo, e a de leste, chamada da Traição.

No reinado de D. Dinis foi necessária uma nova reedificação, devido às lutas que travou com o seu filho, futuro rei D. Afonso IV. A última obra realizou-se ao tempo de D. João I que mandou construir as torres que flanqueiam as duas portas.


Planta atual do castelo

A partir do século XV, o Castelo de Guimarães deixou de intervir na defesa da população da vila. Para trás ficaram episódios bélicos, como foi o cerco de Guimarães, no ano de 1127, quando Afonso VII, rei de Leão, tentou exigir vassalagem de D. Afonso Henriques. Egas Moniz, aio deste último, vendo a vila em situação de desespero, garantiu ao rei a vassalagem do seu amo. O cerco foi levantado, mas o príncipe português não cumpriu o prometido pelo seu aio e este foi com a sua família até ao reino de Leão, de corda ao pescoço, oferecendo suas vidas em resgate da palavra dada.

Outros acontecimentos envolveram o Castelo, como o que se deu no histórico dia 24 de Junho de 1128, quando, nas proximidades da fortaleza, se defrontaram D. Afonso Henriques e sua mãe D. Teresa na Batalha de S. Mamede, tendo a vitória de D. Afonso Henriques dado início à fundação de Portugal.  Em 1385 D. João I cercou e conquistou Guimarães com a colaboração dos seus moradores.

Por esta imagem é possível verificar a posição dominante do castelo em relação à cidade de Guimarães


A partir do século XVI, foi instalada uma cadeia no seu interior e, no século XVII, funcionou como palheiro de Sua Majestade. O estado de ruína do Castelo aumentava cada dia.

Em 1836, um dos membros da Sociedade Patriótica Vimaranense (associação criada para promover os interesses locais) defendeu a demolição do Castelo e a utilização da sua pedra para ladrilhar as ruas de Guimarães, já que a fortaleza tinha sido usada como prisão política no tempo de D. Miguel. Tal proposta, felizmente, nunca foi aceita. Quarenta e cinco anos depois, em 19 de Março de 1881, o Diário do Governo classificou o Castelo de Guimarães como o único monumento histórico de primeira classe em todo o Minho.

Em 1910, foi declarado Monumento Nacional e em 1937 a Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais iniciou a grande restauração do Castelo, que foi reinaugurado em 4 de Junho de 1940, por ocasião das Comemorações do VIII Centenário da Fundação da Nacionalidade.

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Um comentário:

  1. O nome original de Guimarães, onde começou Portugal, é "Gvimarães" e por isso a chamada sociedade Vimaranense.

    Estive lá e o lugar é espetacular. Dentre outras coisas, podemos conferir uma placa do governo brasileiro oferecida a Portugal durante a República Velha. Vale a pena conferir, eu recomendo!

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