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PARIS - O General Marcel Bigeard, um dos veteranos mais condecorados da França, que liderou as tropas da Resistência Francesa na 2ª Guerra Mundial e unidades de pára-quedistas nas guerras na Argélia e na Indochina, morreu sexta-feira, 18 de junho, aos 94 anos de idade, em Toul-França, onde morava. Sua morte foi confirmada por sua esposa, Gabrielle Grandemange.
O General Bigeard, foi ferido em combate cinco vezes e fugiu de campos de prisioneiros de guerra por três vezes, e alcançou o status de verdadeira lenda na França. Apelidado de "o Heróico Bigeard " por Charles de Gaulle, Bigeard participou de batalhas contra os nazistas e contra os rebeldes nas colônias francesas da Indochina e na Argélia.
Durante a Guerra da Argélia, o Coronel Bigeard emite ordens para seu regimento utilizando um rádio de campanha
Ele foi considerado o melhor pára-quedista no mundo - afirmou Martin Windrow, historiador militar britânico, à Associated Press - e qualquer que seja a verdade, ele certamente tem uma comprovação no campo de batalha.
Em 1954, saltou com seu batalhão de pára-quedistas na base francesa sitiada de Dien Bien Phu, na Indochina, e lutou contra o Vietminh - os vietnamitas comunistas e as forças nacionalistas - até a derrota da França em 1954.
No meio da guerra de independência da Argélia, seu regimento de pára-quedistas recuperou o controle de Argel, a capital, em 1957.
Um perfil do General Bigeard - que era coronel na época - publicado na revista Time, em 1958, definiu assim sua forte personalidade: "Um tirano, mas o ídolo de seus homens, Bigeard os chicoteava para fazê-los correr 15 milhas em uma hora. Ele os obrigava a fazerem a barba todos os dias, não importa onde estivessem, distribuía cebola crua em vez da ração de vinho tradicional, porque ‘o vinho reduz a resistência.’"
Nascido em Toul, em 1916, Marcel Bigeard começou sua vida profissional como um funcionário de banco, antes de entrar para o exército francês em 1939. Foi capturado pelos alemães em junho de 1940, mas fugiu um ano depois e juntou-se à infantaria colonial no Senegal.
Em 1944 saltou de pára-quedas na França para liderar um grupo clandestino de resistência contra os alemães.
Bigeard serviu ao exército francês até 1974, aposentando-se como um general de quatro estrelas, antes de ser nomeado ministro da defesa do presidente Valéry Giscard d'Estaing. Posteriormente, foi eleito deputado na Câmara do Parlamento da França.
Sua reputação foi manchada em 1999, quando revelou à Agência France-Presse, após o lançamento de uma das suas memórias da guerra, que os militares franceses usaram a tortura durante a guerra da Argélia.
Marcel Bigeard com suas condecorações
Em Julho de 2000, ele declarou que a tortura na Argélia tinha sido um "mal necessário", e descreveu-a como "uma missão dada pelo poder político", mas nunca especificou se tinha tomado parte pessoalmente em tais atividades.
Marcel Bigeard escreveu 16 livros, memórias, em sua maioria, e recebeu, dentre outras honrarias, a grã-cruz da Legião de Honra, uma das maiores distinções da França, bem como a Medalha da Resistência e a Ordem de Serviços Distintos, do governo britânico .
Além de sua esposa, Bigeard deixou uma filha, Marie-France.
Fonte: The New Tork Times
Grande General!!
ResponderExcluirQuanto a reputação dele ter sido manchada por causa de torturas,bem tortura é um mal necessário ,é preciso torturar se quiser ganhar uma guerra ou obter uma vitória estratégica,quem é contra tortura ou torturadores são humanistas afrescalhados que nunca se quer pegaram em um fuzil...
Descanse em paz General!