quinta-feira, 31 de março de 2022

1763: TRATADO CONFIRMA PRÚSSIA COMO POTÊNCIA EUROPEIA

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  Em 15 de fevereiro de 1763, é selada no castelo Hubertusburg, na Saxônia, a paz da Guerra dos Sete Anos, que marcaria a ascensão da Prússia ao rol das potências europeias.


Por Rachel Gessat 

A Guerra dos Sete Anos durou de 1756 até 1763 e envolveu todas as potências europeias da época. A Áustria pretendia recuperar a rica província da Silésia, perdida para a Prússia em 1748, e ao mesmo tempo queria acabar com a ambição prussiana de ascender como potência.

Depois de uma reordenação de forças entre as potências europeias, Maria Teresa, grã-duquesa da Áustria e rainha da Hungria e Boêmia, recebeu o apoio da Rússia, da Suécia, da Saxônia, da Espanha e da França. Do outro lado estavam Prússia, Reino Unido e Hannover.

Em vista dos preparativos da Áustria e da Rússia para um ataque militar em 1757, o Rei da Prússia, Frederico II, decidira tomar a dianteira e ocupara a Saxônia um ano antes. No início de 1757, invadira a Boêmia e conquistara Praga, mas teve de se retirar da região após a derrota em junho do mesmo ano. Em setembro, Hannover, aliado prussiano, foi obrigado a garantir neutralidade depois de ser derrotado pela França.
 

Prússia torna segunda grande potência germânica

Apesar da pressão de todos os lados e de dispor de menos tropas que os inimigos, a Prússia e seus aliados conseguiram impor-se até o final de 1758: em novembro de 1757 derrotaram os franceses na Saxônia; em dezembro, os austríacos na Silésia; e, em agosto de 1758, os russos em Brandemburgo, enquanto Braunschweig expulsava os franceses para as outras margens do Reno.
 
Frederico II, o Grande: no seu reinado a Prússia tornou-se grande potência
 
A Prússia sofreu sua derrota mais amarga para a Rússia e a Áustria em agosto de 1759, no local onde hoje fica Zielona Góra, centro-oeste da Polônia. No começo de 1760, os dois aliados chegaram a ocupar Berlim, mas as tropas prussianas venceram outras duas importantes batalhas. No final do ano seguinte, o Reino Unido cortou as subvenções à guerra. O que salvou a Prússia foi a morte da imperatriz russa Elisabeth, em janeiro de 1762.

Seu sucessor, Pedro III, era um admirador de Frederico, o Grande, com quem selou a paz em 5 de maio de 1762 e assinou uma aliança a 17 de junho. Pouco depois, também a Suécia fez as pazes com a Prússia. Às vitórias sobre a Áustria em julho e outubro, seguiu-se o armistício entre o Reino Unido e a França. A paz definitiva foi então selada em 15 de fevereiro de 1763, na hoje Saxônia. A Prússia receberia o poder sobre a Silésia e devolveria a Saxônia.

Na realidade, ninguém lucrou com o conflito. Pelo contrário, todos sofreram enormes perdas humanas e financeiras. Frederico, o Grande, e a Prússia consolidaram sua importância na história. O "velho Fritz", como passou a ser carinhosamente chamado pelo seu povo, mandou construir um imponente castelo em Potsdam. A Prússia tornou-se a segunda grande potência germânica, ao lado da Áustria, iniciando um dualismo que se prolongaria pelos próximos 100 anos.

Fonte: DW (transcrição)
 
 

domingo, 27 de março de 2022

EDITOR DO PORTAL REALIZA PESQUISA DE CAMPO EM ZEEBRUGGE

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Editor do portal realiza pesquisa de campo sobre o reide de Zeebrugge


O editor do portal Carlos Daróz-História Militar realizou pesquisa de campo em Zeebrugge, grande porto no Mar do Norte, que foi palco da maior incursão naval da Grande Guerra: o reide de Zeebrugge.

Depois da invasão e ocupação da Bélgica, os alemães logo identificaram a posição estratégica do local, e instalaram no porto uma base de submarinos (u-boats) e de navios ligeiros para atacar a navegação Aliada no Mar do Norte e no Canal da Mancha.

Na gare de Zeebrugge, chegando para começar a pesquisa.


Esquema mostrando como se desenvolveu o reide de Zeebrugge de 23 de abril de 1918.




Depois de fracassadas tentativas de neutralizar a base alemã, incluindo bombardeio naval e ataques aéreos, em 1918 a Marinha Real britânica colocou em prática um ousado plano, que consistia em afundar navios obsoletos no canal de navegação do porto, e, assim, bloqueá-lo.

Bandeiras da região da Flandres (à esquerda), da Bélgica, e da comuna de Bruges (à direita) hasteadas em Zeebrugge.


Junto ao molhe Sul do porto de Zeebrugge, o principal palco da luta.




Uma das eclusas do porto.


Porto de Zeebrugge, local do reide 23 de abril de 1918.


Fotografia aérea do porto após a incursão mostrando os navios afundados que bloqueiam, parcialmente, o canal de navegação.


Em 23 de abril de 1918, os britânicos atacaram o porto e conseguiram a um custo de 227 mortos, afundar alguns navios no canal, embora em locais não previstos. 

O reide não foi bem sucedido, pois, apesar dos navios afundados, os u-boats continuaram a operar favorecidos pela maré alta. 

Memorial St. George´s Day, junto ao molhe Sul de Zeebrugge.


Memorial St. George´s Day, junto ao molhe Sul de Zeebrugge. Tributo ao submarino C3 que se fez explodir com toda sua tripulação para cumprir seu objetivo


Memorial St. George´s Day, junto ao molhe Sul de Zeebrugge. Tributo aos mortos do 4º Batalhão dos Royal Marines.


Memorial junto à igreja de São Donato (Sint-Donatianuskerk) em Zeebrugge.


Lápides de marinheiros (ou fuzileiros ?) britânicos não identificados (soldados desconhecidos - "know unto God") e sepultados no jardim da igreja de São Donato (Sint-Donatianuskerk) em Zeebrugge.


AVIÕES SOVIÉTICOS DA GUERRA FRIA E SEUS CODINOMES

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Conheça os aviões utilizados pelos soviéticos durante a Guerra Fria e seus respectivos codinomes, atribuídos pela OTAN.


segunda-feira, 14 de março de 2022

EDITOR DO PORTAL REALIZA PESQUISA DE CAMPO EM TOURNAI SOBRE A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

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O editor do portal História Militar-Carlos Daróz visitou Tournai, no contexto de suas pesquisas de campo de doutorado sobre a Grande Guerra (1914-1918).


Na ofensiva alemã de agosto de 1914 contra a Bélgica, em seu caminho na direção de Paris atendendo ao Plano Schlieffen, envolvendo Charleroi, Dinant, Liège e Mons como objetivos principais, os alemães também investiram contra Tournai.

Em 4 de agosto de 1914, quando a Alemanha atravessou a fronteira belga após a recusa do ultimato, a guerra foi formalmente declarada. Os alemães foram impiedosos e avançaram rapidamente. Em Tournai, a neutralidade belga da época podia explicar a ausência de um sistema defensivo efetivo. Recém-chegados por via ferroviária do norte da França, os 83º e 84º regimentos de infantaria, componentes da divisão 88ª Divisão Territorial francesa,  compostos de soldados mais velhos que os da infantaria regular, marcharam em direção a Tournai para se oporem ao avanço relâmpago alemão. 

Soldados da 88ª Divisão territorial francesa, muitos em idade superior aos regulares, enviados para defender Tournai

Os franceses estavam armados apenas com fuzis Lebel e não possuíam artilharia ou metralhadoras, ao contrário do inimigo. Uma batalha desigual e impiedosa pelo controle de Tournai foi travada na madrugada de 24 de agosto ao longo da estrada Renaix e na ponte Morelle. Os alemães não hesitaram em usar os civis como escudos humanos.

Homenagem ao 83º regimento de Infantaria francês no Monument du Vendrées

Monumento das vítimas de Tournai nas duas guerras mundiais

Ante o avanço do II Exército alemão, com poder de combate muito superior e com os devidos apoios de artilharia e metralhadoras, os franceses e belgas logo sucumbiram. Tournai permaneceu ocupada pelos alemães durante toda a guerra, sendo liberada apenas três dias antes do armistício de 11 de novembro de 1918, quando o rei-soldado Alberto I e a rainha Elisabeth entraram na cidade.

Hoje existem diversas referências à memória da guerra na cidade, como o Monumento de Vendrées, próximo à gare, e o memorial homenageando Gabrielle Petit, uma enfermeira de Tournai que foi acusada de espionagem e fuzilada pelos alemães em 1916. Diante de seu pelotão de fuzilamento, a guerreira bradou: 

“Vocês verão como uma mulher belga sabe morrer”.

Monumento em homenagem a Gabrielle Petit, cidadã de Tournai fuzilada pelos alemãs na Grande Guerra.


“Vocês verão como uma mulher belga sabe morrer”. As últimas palavras de Gabrielle Petit, uma heroína belga fuzilada durante a Primeira Guerra Mundial.





sexta-feira, 11 de março de 2022

MORRE NA BOLÍVIA O MILITAR QUE MATOU CHE GUEVARA

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Militar boliviano Mario Terán Salazar morreu aos 80 anos em decorrência de um câncer de próstata


O militar boliviano Mario Terán Salazar, que confirmou ter matado em 1967 o guerrilheiro argentino-cubano Ernesto "Che" Guevara, morreu nesta quinta-feira (10 de março), aos 80 anos, em Santa Cruz de la Sierra, no leste da Bolívia, informaram pessoas próximas.

"Morreu de câncer de próstata", confirmou seu filho Mario, acrescentando que o militar faleceu por volta da meia-noite local (1h em Brasília) de quinta-feira. "Estava doente e não havia nada a fazer", disse mais cedo Gary Prado, o militar que capturou "Che" Guevara na selva boliviana há 54 anos. "Fui avisado pela família e colegas das forças armadas porque ele estava internado no Hospital Militar", explicou. 

Em 8 de outubro de 1967, o Exército Boliviano deteve Guevara, figura mítica da luta armada durante a Guerra Fria, com apoio de dois agentes da CIA cubano-americanos. Che estava à frente de um grupo de guerrilheiros que tinha sobrevivido aos combates, à fome e às doenças. Ferido em combate, foi levado para uma escola abandonada no povoado de La Higuera.  Ali passou sua última noite. Foi fuzilado no dia seguinte por Terán, com o aval do então presidente René Barrientos (1964-1969), um anticomunista ferrenho.

"Esse foi o pior momento da minha vida"  relatou Terán na época. "Sentia que se jogava em cima de mim e quando me olhou fixamente, tive um enjoo. Pensei que, com um movimento rápido, o 'Che' poderia tirar minha arma. 'Fique sereno - disse a mim mesmo - e mire bem! Vai matar um homem!'  Então, dei um passo para trás até a soleira da porta, fechei os olhos e atirei", contou o militar.

Militares bolivianos exibem o corpo de "Che" Guevara em 1967


Aos 39 anos, "Che" se tornava uma lenda, enquanto seu corpo, inerte, e seu rosto com os olhos abertos era exibido como um troféu na cidade vizinha de Vallegrande, uma imagem imortalizada pelo fotógrafo da AFP Marc Hutten. Após 30 anos de serviço, Terán se reformou e se manteve no anonimato, evitando a imprensa. Chegou, inclusive, a afirmar que a morte de Guevara não tinha sido sua responsabilidade, mas de outro militar com mesmo sobrenome.

Fonte: France Press 


quarta-feira, 9 de março de 2022

EXÉRCITO BRASILEIRO: PERSPECTIVAS INTERDISCIPLINARES - LANÇAMENTO

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Lançada coletânea com um olhar interdisciplinar sobre o Exército Brasileiro


Começando a produção de 2022, saindo do forno mais uma contribuição do editor portal Carlos Daróz-História Militar para a historiografia militar brasileira, na coletânea Exército Brasileiro: perspectivas interdisciplinares organizada por Fernando Rodrigues e Tássio Franchi.

A obra constitui importante contribuição para os estudos históricos sobre o Exército Brasileiro. Seus diferenciais são vários: o corpo de autores reúne pesquisadoras e pesquisadores civis e militares, com formação acadêmica em programas de pós-graduação; as pesquisas fazem uso de fontes documentais originais; a obra é abrangente, nos temas e nos recortes temporais; por fim, o Exército é analisado em suas várias dimensões, tanto em tempos de paz quanto em tempos de conflitos. A obra exibe o notável desenvolvimento dos estudos de história militar no país. 

A organização do Exército é abarcada desde seus primórdios, no período imperial, até a experiência crucial de seu emprego na Segunda Guerra Mundial. A segunda parte apresenta os princípios geopolíticos e estratégicos que nortearam as ações e doutrinas militares brasileiras, particularmente a "estratégia da presença". A última seção visa compreender as transformações das concepções do sentido da profissão armada nos dias de hoje, analisando as mudanças e permanências da formação de oficiais e sargentos nos estabelecimentos de ensino militar. Obra de leitura necessária para o entendimento do Exército Brasileiro do passado e do presente.





Juntamente com Fernando Velôzo, coordenamos a Parte I-A ORGANIZAÇÃO MILITAR E A GUERRA, e produzimos o capítulo ORGANIZAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO NA REPÚBLICA, que analisa, sob o ponto de vista da história das instituições e da história militar, a evolução estrutural da força terrestre brasileira desde 1889 até os dias atuais.

A versão digital já está a venda pelo Google Play 
O lançamento da versão impressa ocorrerá em breve.

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