Em
20 de junho de 1942, as tropas alemãs iniciaram o ataque decisivo ao porto
líbio de Tobruk, cuja importância era estratégica para o avanço do Afrikakorps
de Hitler. A batalha foi o ponto alto da carreira de Rommel.
Por
Dirk Kaufmann
Às
5h20 da manhã de 20 de junho de 1942, o Afrikakorps alemão atacou a cidade
portuária de Tobruk, na Líbia. Sob o comando do general Erwin Rommel, uma divisão de infantaria e duas divisões de tanques, apoiadas pela Força Aérea e pelo 20º
Exército italiano, abriram fogo.
Por
volta das 9 horas, os agressores atingiram o cruzamento da Via Balbia com a
estrada para El Adem, chamada King's Cross pelos ingleses. A contraofensiva da
32ª Brigada de Tanques britânicos chegou tarde demais. Com a tomada do King's
Cross, às 13h30, a queda de Tobruk estava praticamente selada.
Mapa do dispositivo defensivo em Tobruk
A
resistência ainda continuou até o dia seguinte. Vinte e quatro horas depois do
primeiro tiro, os alemães chegaram ao porto. Um correspondente de guerra narrou
assim os acontecimentos:
"São 5h10 da manhã. Começou o segundo dia da
batalha por Tobruk e, a verdade, ele prenuncia o fim da operação. A noite
passada foi iluminada pelos lança-chamas. Agora, aqui no porto de Tobruk,
ergue-se uma enorme coluna de fumaça, uma parede que se estende de Leste a Oeste.
A nuvem de fumaça sobe de um depósito de petróleo, incendiado por soldados em
fuga. Ela paira como um sinal de infortúnio sobre a fortaleza".
Valor
estratégico para abastecimento
Tobruk,
que em tempos de paz tinha só uma população de 4 mil habitantes, situa-se na
costa da Líbia, junto a uma ampla baía de águas profundas. Era, portanto, um
dos melhores portos naturais da costa norte-africana, o que lhe dava um imenso
valor estratégico como centro de abastecimento. Foi disputadíssima durante toda
a Segunda Guerra Mundial. Utilizada primeiramente pelos italianos como base
para seus ataques à Cirenaica, em janeiro de 1941 passou ao controle dos
ingleses.
Rommel
já havia tentado ocupar Tubruk um ano antes. Na ocasião, as tropas inglesas no
norte da África, enfraquecidas por perdas sofridas na Grécia, tiveram de recuar
até a fronteira do Egito, mas conseguiram defender Tobruk. Rommel fracassou
devido a excessivas perdas no flanco sul e porque Tobruk era abastecida
constantemente pelo mar. Além disso, foi surpreendido pela resistência de
unidades neozelandesas, que se destacaram por sua bravura na defesa do porto,
como lembra o historiador Barton Maughan. Depois de sitiar a cidade durante 242
dias, Rommel viu-se obrigado a interromper a campanha.
Tobruk em chamas após um bombardeio alemão.
Esse
fiasco, porém, não deveria se repetir em junho de 1942. A Operação Veneza,
destinada a expulsar os ingleses da África do Norte, tinha sido mais bem
preparada. Subestimando o significado estratégico de Tobruk, os ingleses haviam
deixado ali apenas a inexperiente segunda divisão sul-africana. Desta vez, as
tropas alemãs levaram apenas um dia para conquistar a cidade. Às 6h30, o
comandante da fortaleza, general Klopper, entregou-se aos nazistas, fato que a
rádio oficial alemã registrou com a seguinte notícia:
"Do
quartel geral do Führer, 21 de junho de 1942. O comando superior da Wehrmacht
(Forças Armadas) informa: tropas alemãs e italianas, comandadas pelo general
Rommel, tomaram a maior parte da cidade de Tobruk. Em consequência, um
parlamentar inglês propôs a comandantes do Exército italiano a entrega da
fortaleza. A cidade e o porto estão ocupados. Até agora, foram presos mais 25
militares, entre eles vários generais, e apreendido um volume inestimável de
armas."
A
conquista de Tobruk representou o auge da carreira de Rommel. Mas sua tentativa
de avançar até o Egito fracassou. Na primeira batalha de El Alamein, o
Afrikakorps foi contido e derrotado pelos ingleses. Outra consequência da
batalha de Tobruk foi a nomeação do general Bernard L. Montgomery para o
comando do 8º Exército dos Aliados, que também acabaria sendo promovido a
marechal de campo por suas vitórias no norte da África.
Fonte:
DW
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