O feito dos espartanos nas Termópilas vem
sendo celebrado constantemente pela humanidade no último milênio e meio. Poetas como Simónides de Céos, Cícero, Lord
Byron e até Luís de Camões fizeram alusões a Leônidas e seus 300 homens em
algumas de suas obras. Estátuas e
pinturas ressaltando o feito – como o óleo de Jacques-Loius David, Leônidas nas Termópilas, obra típica do
romantismo europeu, atualmente exposta no Louvre, em Paris – podem ser vistas
em museus de todo o mundo.
A tela Leônidas nas Termópilas, de Jacques-Louis David, em exposição no Louvre
A literatura também contemplou essa saga
inesquecível em Gates of fire: an epic
novel of the Battle of Termopylae (1998), de Steven Pressfield. Mas foi na sétima arte que o legado dos 300
de Esparta ficou mais evidenciado dentro de nossa cultura de massa. Em 1962, o polonês Rudolph Mate dirigiu o
épico The 300 spartans. Ais recentemente, Zack Snyder dirigiu 300 – estrelado por Gerard Butler e pelo
brasileiro Rodrigo Santoro -, baseado na minissérie em quadrinhos que Frank
Miller produziu em 1998, contando sua versão para os fatos.
Os quadrinhos 300, de Frank Miller
Em uma entrevista ao jornal The New York
Times, na época do lançamento do filme, Miller declarou que o mais fascinante
da saga de Leônidas e seus comandados é a noção de que os heróis não têm que
ser necessariamente invencíveis: “Eu
estava acostumado a ver o Super-Homem socando planetas. Foi uma epifania perceber que o herói não é
necessariamente o cara que vence. Como
escritor eu tendo a criar personagens que podem morrer esgarçados pelo mundo,
que perdem os combates mas conquistam a vitória moral.”
O artista estava ainda mais preocupado com a possibilidade de ver a obra que criou chegar aos cinemas: “300 era a jóia da coroa da minha carreira e significa muito para mim. Vê-lo homogeneizado em algo como Troia, que praticamente vira a Ilíada do avesso, seria uma traição para mim.”
O artista estava ainda mais preocupado com a possibilidade de ver a obra que criou chegar aos cinemas: “300 era a jóia da coroa da minha carreira e significa muito para mim. Vê-lo homogeneizado em algo como Troia, que praticamente vira a Ilíada do avesso, seria uma traição para mim.”
Já o diretor Zack Snyder, de acordo com o que
cansou de declarar durante as turnês de lançamento do filme, não se sentiu tão
pressionado assim por Miller: “A coisa
foi bem estressante para mim no começo, mas logo Frank ficou totalmente à minha
disposição dizendo que faria tudo que eu precisasse, mas que o filme era meu e
iria detonar. Isso, às vezes, foi duro
de ouvir, porque a responsabilidade ficava totalmente nas minhas mãos. Era como se ele dissesse: ‘não vá ferrar com
tudo.’ Quando viu o filme, Frank me
disse o seguinte: ‘Olha, escrevi essa história porque assisti a um filme
chamado Os 300 de Esparta quando era menino.
Depois que vi sua versão da minha história em quadrinhos, compreendi que
desejara que o filme que eu havia visto fosse o seu, não o que de fato vi’.”
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