Há exatos cem anos, com um tiro à queima-roupa, Gavrilo Princip mata o príncipe austro-húngaro, Francisco Ferdinando. É o pretexto para a 1ª Guerra Mundial
Por Andressa Rovani
Por pouco, o plano não foi por água abaixo. Inexperientes, os três
jovens sérvios, Gavrilo Princip, Nedjelko Cabrinovic e Trifko Grabez,
estiveram a um passo do fracasso de sua missão: matar o herdeiro do
trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando. Mas uma trapalhada da
segurança do arquiduque colocou Princip de cara com o seu alvo. O tiro
atingiu Ferdinando no pescoço. O crime foi a gota dágua para o início
do conflito que deixou um saldo de 10 milhões de mortos.
Por trás do atentado estava a sociedade secreta Mão Negra. A
organização nacionalista não havia engolido a anexação da Bósnia ao
Império Austro-Húngaro, em 1908. E, em 1914, contratou o trio de sérvios
para matar o arquiduque, em Sarajevo. Em seguida, os assassinos
deveriam cometer suicídio com cianureto. Eles foram escolhidos
justamente porque já estavam condenados à morte pela tuberculose. Não
tinham o que perder.
O arquiduque austríaco Francisco Ferdinando
Com um arsenal de quatro pistolas e seis bombas, a ideia era que os
rapazes, com a ajuda de agentes da organização, se distribuíssem no
caminho que seria feito pela comitiva de Ferdinando com destino à
prefeitura. O plano, no entanto, não saiu como eles imaginavam. Mas a
sorte - ou azar - estava com Princip, que deu fim à vida do herdeiro do
trono austro-húngaro em 28 de junho de 1914.
No total, oito homens foram presos. Princip foi condenado à pena
máxima: 20 anos de prisão. O que ele desejava, no entanto, era morrer.
"Minha vida já está arruinada. Eu sugiro que me preguem em uma cruz e me
queimem vivo. Meu corpo em chamas será uma tocha para iluminar meu povo
no caminho para a liberdade", declarou. Mas o jovem ainda viveria para
ver, um mês mais tarde, a eclosão de um conflito que mobilizou todas as
grandes potências mundiais.
Gavrilo Princip é conduzido preso após disparar contra o arquiduque
Apesar da ameaça de guerra já estar sendo gestada há anos pelos dois
lados, o ataque à família real austro-húngara merecia uma resposta
imediata - e à altura. Um ultimato, preparado pelo conselho ministerial
austríaco, tornou inevitável o confronto. Foi a última tentativa
diplomática de paz. Princip morreria antes do final da refrega, em 28 de
abril de 1918.
Fonte: Aventuras na História
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