"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sábado, 15 de agosto de 2009

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - CAPITÃO-MOR PEDRO TEIXEIRA


* ??/??/1585 - Cantanhede - Portugal

+ 04/07/1641 - Belém 


"Tomo posse destas terras, se houver entre os presentes alguém que a contradiga ou a embargue, que o escrivão da expedição o registre."

Pedro Teixeira nasceu na Vila de Cantanhede, situada a cerca de 20 km ao Nordeste de Coimbra – Portugal, em 1585. Pouco se conhece sobre sua família e primeiros anos de vida. Sabe-se que, desde criança, foi muito forte, adquirindo na fase adulta uma compleição invejável que o tornou talhado para a vida agreste.

Após a expulsão dos franceses do Maranhão em fins de 1615, o governo português determina o envio de uma expedição à foz do rio Amazonas, com vistas a consolidar sua posse sobre a região. A força expedicionária lusa foi constituída por três companhias. Como subalterno de uma delas, seguia o então alferes Pedro Teixeira.

A 12 de janeiro de 1616, a tropa entrou na Baía de Guajará. Desembarcou numa ponta de terra firme, onde desde logo foram iniciadas as obras de instalação e defesa. Em local bem selecionado, foi erguido o Forte que tomou o nome de Presépio, origem da atual cidade de Belém.

O destemido desbravador prossegue prestando inestimáveis serviços à coroa portuguesa. Combate holandeses e ingleses em muitas refregas, bem como realiza várias entradas de exploração dos sertões amazônicos. Em princípios de 1622 foi encarregado de abrir uma estrada que ligasse as capitanias do Pará e do Maranhão. Tal empreendimento não foi concluído por terem surgido grandes dificuldades, especialmente pela grande profusão de rios a atravessar.
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Continuavam os holandeses a importunar a fixação dos portugueses na região. Foi incumbido Pedro Teixeira da destruição dos fortes holandeses «Nassau» e «Orange», incumbência que cumpre do melhor modo. Em 2 de Maio de 1625 foi entregue ao Capitão Pedro Teixeira a chefia duma expedição para destruir o forte holandês Mandiutuba, situado na margem direita do rio Xingu. A frente de cinquenta soldados e setecentos índios guerreiros, atacou simultaneamente o forte por terra e pelo rio. Apesar da valente resistência do capitão Nicoláo Ondaen e da sua bem organizada tropa, ao cair da noite o forte estava em poder das tropas portuguesas.


A maior de todas as suas façanhas teria início em outubro de 1639. À frente de 2.500 pessoas, entre militares, índios e familiares, empreende viagem de exploração da calha do rio Amazonas, partindo de Belém. Empregando cerca de cinquenta grandes canoas, atinge Quito, no Equador, e regressa a Belém depois de haver percorrido mais de 10.000 km de rios e trilhas. Com esse feito – um dos maiores da História do Brasil – contribuiria para assegurar a posse de vasta porção da bacia amazônica por parte de Portugal.

Como reconhecimento pelos seus 25 anos de profícuos serviços ao Rei de Portugal, Pedro Teixeira foi nomeado para o cargo de Capitão-Mor do Grão-Pará. Tomou posse em fevereiro de 1640. Infelizmente, sua gestão foi curta, durando até maio de 1641. A 4 de julho desse ano faleceu na mesma Belém que auxiliou a fundar e consolidar.

Mais de três séculos após sua morte, os empreendimentos de Pedro Teixeira ainda causam admiração. As lutas travadas contra os invasores estrangeiros e a exploração da bacia amazônica fizeram-no um dos maiores heróis da então Colônia no século XVII.

Por isso, sua figura representa o símbolo da luta pela preservação da soberania brasileira sobre a Amazônia.

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