"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



quarta-feira, 22 de março de 2023

A QUEDA DE CONSTANTINOPLA (1453)

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A Queda de Constantinopla ocorreu em 29 de maio de 1453, após o ataque dos turco-otomanos comandados por Mehmet II.  
O episódio marcou a transição da Idade Média para a Modernidade.


A cidade, vestígio do Império Romano do Oriente e do Império Bizantino, era a última depositária da Antiguidade Clássica. A capital do Império Bizantino já havia sido cercada duas vezes pelas frotas muçulmanas. O primeiro cerco durou cinco anos de 673 a 677; o segundo, um ano somente, em 717. Nos dois cercos, os muçulmanos foram repelidos com o uso de fogo grego. Entretanto, ao longo dos séculos, os bizantinos foram perdendo sua capacidade militar, além disso, as perdas de territórios, a expansão islâmica e as cruzadas podem ser considerados como fatores determinantes para o que ocorreria em 1453. Quando os turcos otomanos, atravessaram o Estreito do Bósforo. Tomaram a maior parte dos Bálcãs e instalaram a sua capital em Adrianópolis, cercando Constantinopla. Isolando a cidade e impedindo qualquer apoio das nações ocidentais. 

No século XIV, as vitórias dos turcos em Kosovo e Nicópolis sobre os cristãos prenunciavam a queda iminente de Constantinopla. A cidade de Constantino I, em meados do século XIV, era um pequeno Estado relacionado com os mercados do Extremo Oriente, porém em benefício dos mercadores de Veneza e Gênova. 

Em 1451, Maomé II sucede a seu pai, Murad II, à frente do Império Otomano, o novo sultão, de 19 anos, decide acabar com Constantinopla.

Tropas do sultão aproximam-se da muralha transportando um dos gigantescos canhões que seriam utilizados no sítio


Em Julho de 1452, é enviada uma declaração de guerra ao imperador bizantino. Dois meses mais tarde, são desencadeadas as hostilidades testando as muralhas da cidade com 50 mil homens. O cerco começa em abril de 1453 com 150 mil homens e uma poderosa frota. Os bizantinos só dispunham de sete mil soldados gregos e um destacamento de 700 genoveses sob o comando de Giovanni Giustiniani Longo, além de 40 navios.

O imperador Constantino XI Paleólogo envia emissários, disfarçados de turcos, que se infiltraram entre os navios e chegaram a Veneza. A Sereníssima República logo arma 10 embarcações para socorrer os seus tradicionais aliados. Porém, a ausência de vento e a pouca pressa dos venezianos não permitiram chegar a tempo para salvar Constantinopla.

Diante do tríplice anel de muralhas, Maomé II recorre a todos os seus recursos de artilharia. Durante semanas, sem trégua, arremessam projéteis com seus canhões. A frota do sultão cerca a cidade pelo Bósforo e o mar de Mármara mas não consegue entrar no canal do Corno de Ouro que fecha a cidade pelo leste.

Constantinopla sitiada

No dia 28 de Maio, os arautos do sultão anunciam a batalha decisiva. Na alvorada de 29, dezenas de milhares de soldados invadem a cidade. Diante da Igreja de Santa Sofia, o imperador Constantino XI Paleólogo, de armas na mão, morre no meio dos seus soldados. Ao meio-dia o sultão entra triunfalmente na cidade. Os combates fizeram pelo menos quatro mil mortos. Caía finalmente, depois de mais de dez séculos, a maçã de prata ou simplesmente Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente.

O sultão Mehmet II já dentro das muralhas da cidade

A queda de Constantinopla teve grande impacto no Ocidente. Chegou-se a iniciar conversações para uma nova cruzada para liberar Constantinopla do jugo turco, mas nenhuma nação poderia ceder tropas naquele momento. Os próprios genoveses se apressaram a prestar respeitos ao sultão, e assim puderam manter seus negócios por algum tempo.

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