Em
19 de maio de 1798, Napoleão partiu com 18 mil soldados para conquistar o
Egito. Dois meses depois, suas tropas chegariam ao Cairo. Antes disso, venceram
os mamelucos na lendária Batalha das Pirâmides.
Por
Catrin Möderler
A
Revolução Francesa, cujo auge fora a queda da Bastilha, em junho de 1789, ainda
não fora superada: o país estava sacudido por conflitos. Napoleão Bonaparte,
jovem general corso, conseguiu estabilizar a situação, ao sufocar um levante
monarquista em Paris, em 1795. Ele reorganizou as tropas francesas e venceu os
austríacos e piemonteses, bem como seus aliados Prússia e Saboia. Seu domínio
logo se estendeu à margem esquerda do Rio Reno, à Bélgica e a Milão.
Foi
nesse cenário que Napoleão decidiu iniciar a campanha do Egito. O objetivo era
desmantelar uma importante rota de comércio inglesa. O rei Jorge III não havia
reconhecido as conquistas territoriais francesas na Itália. Vendo que não tinha
qualquer possibilidade de invadir a Inglaterra, Napoleão planejava derrotá-la
no setor econômico.
A
base da economia inglesa eram as colônias, das quais a Índia era a principal. O
comércio de mercadorias indianas era vital para a Inglaterra. E Napoleão
planejou exatamente bloquear o longo caminho inglês até a Índia, que passava por
território egípcio. A 19 de maio de 1798, partiu com 18 mil soldados para
conquistar o Egito.
Supostas
boas intenções napoleônicas
Em
18 de julho, suas tropas chegaram ao Cairo. Antes disso, venceram os mamelucos
na lendária Batalha das Pirâmides, onde, porém, sofreram pesadas perdas. Em
meio ao tiroteio, os disparos dos canhões franceses destruíram o rosto da
Grande Esfinge de Gizé, a sentinela da eternidade.
Como
pretexto para invadir o Egito, Napoleão Bonaparte alegou que queria apenas
garantir, por todos os meios, o acesso seguro dos peregrinos a Meca.
"Somos amigos dos muçulmanos e da religião do profeta Maomé", disse.
Hábil estrategista e mestre em empolgar as tropas, lembrou aos soldados, à base
das pirâmides, de que eles se encontravam diante de 40 séculos de história.
Suas supostas boas intenções, contudo, não convenceram os adversários.
O
sultão turco Selim III, que encarregara os mamelucos do xeque Abdallah al
Charkawi de administrar o território egípcio, tentou fazer uma guerra santa
contra Napoleão. Suas tropas precariamente armadas tornaram-se presa fácil para
os franceses. Ao contrário dos soldados britânicos sob o comando do almirante
Horatio Nelson: estes conseguiram derrotar a frota napoleônica na Baía de
Abukir, reconquistando a rota inglesa para a Índia, e barrando o retorno de
Napoleão à França.
Ascensão
de Napoleão na França
Somente
um ano mais tarde Napoleão conseguiu derrotar o exército turco em terra, na
Batalha de Abikur. Em seguida, deixou o general Kléber no Egito, como
comandante-em-chefe das tropas francesas, e voltou para casa, escoltado por uma
guarda pessoal mameluca.
O
que só alcançara em parte no Egito, o militar corso logrou inteiramente na
França: a ascensão ao poder. Auxiliado por militares e membros do governo,
Napoleão Bonaparte derrubou o Diretório a 10 de novembro de 1799, dissolveu a
Assembleia e implantou o Consulado, uma ditadura disfarçada. Depois de ser
cônsul-geral, em 1804 coroou-se imperador, como Napoleão I. Era o fim da
Revolução Francesa.
O
ditatorial governo napoleônico foi marcado tanto pelo êxito nas guerras e nas
reformas internas, como pela censura à imprensa e a repressão policial.
Napoleão 1º interveio em toda a Europa, passando a controlar grande parte dos
países europeus. Foi temendo a expansão francesa que a família real portuguesa
fugiu em 1808 para o Brasil. Em 1812, o império napoleônico incorporava 50
milhões dos 175 milhões de habitantes do continente europeu.
Fonte:
DW
.
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