* 26/12/1878 - Madri, Espanha
+ 12/04/1956 - Madri, Espanha
José Moscardó Ituarte
nasceu em Madri, no dia 26 de outubro de 1878.
No posto de coronel foi nomeado Governador Militar de Toledo e, durante
os combates entre republicanos e nacionalistas que aconteceram na cidade de Toledo,
durante a Guerra Civil Espanhola, o Coronel Moscardó refugiou-se com as suas
tropas no Alcazar da cidade. Em 1936, as forças republicanas montaram cerco ao Alcazar,
cortando o acesso a água e alimentos, ao mesmo tempo que bombardeavam
diariamente o reduto do Coronel Moscardó.
Não conseguindo
entrar no Alcazar, nem forçar a sair o exército nacionalista, os republicanos
capturaram um dos filhos do Coronel Moscardó, Luís Moscardó, de apenas 16 anos,
e telefonaram para o Alcazar para falar com o Coronel. Os nacionalistas
anunciam a Moscardó que tinham em seu poder o seu filho Luís e ameaçaram
matá-lo se o Alcazar não se rendesse de imediato. Moscardó pediu então para falar com o filho e
disse-lhe: "Encomenda a tua alma a Deus e morre como um patriota, dizendo Viva
o Cristo Rei! e Viva a Espanha!". A resposta do filho foi:
"É o que farei." Moscardó decidiu assim estoicamente manter a defesa
do Alcazar mesmo sabendo que isso lhe iria custar a vida do filho. Luís
Moscardó viria a ser assassinado 1 mês depois do telefonema. Existe um episódio de heroicidade similar na
história de Espanha, quando no século XIII Alonso de Guzmán preferiu a morte do
filho à rendição do Castelo de Tarifa por ele comandado.
O Alcazar de Toledo em ruínas após o cerco de 1936
Durante o cerco
a guarnição militar nacionalista do Alcazar de Toledo era constituída por 1 000
homens, incluindo 600 membros da Guarda Civil e 400 militares do Exército.
Estavam também sitiados no Alcazar 670 civis, incluindo 100 homens, 520
mulheres e 50 crianças. As forças militares sitiantes do exército republicano
eram constituídas por 10.000 homens.
As forças
militares e os civis sitiados no Alcazar de Toledo tiveram de racionar a comida
e a água de tal modo que chegaram a passar fome e sede. Tiveram ainda de
suportar os constantes ataques dos republicanos de que resultavam baixas
diárias entre militares e civis e que, no fim do cerco, deixaram o Alcazar
parcialmente destruído.
Apesar da
aviação nacionalista ter efetuado bombardeios aéreos sobre as posições
republicanas, o cerco do Alcazar de Toledo durou 70 dias, apenas terminando com
a chegada, por via terrestre, de reforços nacionalistas que venceram
definitivamente o exército republicano sitiante. Apesar de ter perdido um
filho, o Coronel Moscardó conseguiu aguentar o cerco do Alcazar de Toledo, o
que foi determinante para as tropas franquistas controlarem a cidade de Toledo.
O Coronel Moscardó, fotografado entre as ruínas do Alcazar
Devido à heroica
defesa do Alcazar de Toledo, Moscardó foi nomeado General. Francisco Franco
decidiu ainda outorgar-lhe o título nobiliárquico de Conde do Alcazar de Toledo,
com honras de “Grande de Espanha”. Posteriormente, Moscardó foi ainda nomeado Capitão-General,
o que constituia ao tempo a mais elevada distinção militar espanhola atribuível
a um não Chefe de Estado (com a extinção em 1975 do posto de Generalíssimo o
mais elevado posto militar espanhol passou a ser precisamente o de Capitão-General,
posto ocupado pelo Rei enquanto Chefe Supremo das Forças Armadas e por
militares elevados excepcionalmente a esta distinção a título honorífico).
Depois de
abandonar a vida militar, Moscardó foi ainda Presidente do Comitê Olímpico da
Espanha. Moscardó morreu na mesma cidade
onde nascera, no dia 12 de abril de 1956.
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