"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



quinta-feira, 15 de outubro de 2009

CAVALARIA PESADA DO EXÉRCITO DA MACEDÔNIA

O exército macedônio é considerado uma das maiores forças militares do mundo antigo, primeiro sob o domínio do rei Filipe II da Macedônia e, posteriormente, com seu filho Alexandre, o Grande.
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O exército macedônio aplicou diversas inovações táticas, desenvolvidas com base na falange tradicional grega por homens como Epaminondas de Tebas (que por duas vezes derrotou os espartanos), bem como ataques coordenados entre as várias armas do seu exército, falange, a cavalaria e máquinas de sítio.
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Hetairoi
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A cavalaria pesada Macedônia (Hetairoi) era o braço de elite do exército, e tem sido considerada como a melhor cavalaria no mundo antigo. Juntamente com contingentes de cavalaria da Tessália, os Hetairoi, compunham o grosso da cavalaria pesada macedônia.
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A cavalaria pesada macedônia - 1.800 homens no total – constituía a melhor unidade do exército, seus cavaleiros eram recrutados dos filhos das famílias mais nobres da Macedônia. A unidade de Cavalaria Hetairoi era composta por oito esquadrões de 200 homens cada, com exceção do Esquadrão Real que possuía efetivo de 400 cavaleiros e se constituía na unidade de elite do exército. O esquadrão era dividido em quatro unidades menores chamadas tetrarchia, cada qual com 49 homens.

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O valor de 49 foi decidido de maneira muito simples: o tetrarca seguia à frente da unidade, com três homens na primeira linha atrás dele, cinco na segunda, sete na terceira e assim sucessivamente até a última, que tinha treze homens. Esta formação triangular foi introduzido no exército macedônio por Filipe II e tinha a vantagem de tornar possível a realização de rápidos movimentos de conversão à esquerda ou à direita, em ângulos de cerca de 45 graus, o que dava à unidade mais capacidade de manobra do que a formação em linha utilizada pela cavalaria persa.


Não havia necessidade de toda a unidade fazer a conversão para mudar de frente, bastava cada homem se virar para a meia-esquerda ou para a meia-direita, e a lateral esquerda ou direita do triângulo se tornava a nova linha de frente da unidade, com sete combatentes na primeira linha e seis na segunda. Os homens na primeira linha ficavam espaçados, de modo que não impedissem a segunda linha de carregar contra o inimigo. Isso dava à tetrarchia uma impressionante linha de frente de 13 homens, 52 para todo o esquadrão.


As quatro tetrarchias de um esquadrão eram dispostas como os dentes de uma serra, uma ao lado da outra. Em função desse dispositivo, os obstáculos existentes no terreno não impediam sua livre circulação em linha reta ou na diagonal. Diversos esquadrões reunidos constituíam uma brigada de cavalaria (hipparchy), comandada por um hipparch. A execução dessas manobras complexas em condições de batalha exigia forte disciplina e um elevado nível de treinamento.


Cada esquadrão era recrutado a partir do seu Conselho, levando seu nome e, provavelmente, seu brasão e insígnias. O armamento e o equipamento não diferia muito do grego, mas o capacete era caracteristicamente macedônio. O próprio Alexandre teve seu capacete danificado por um golpe de machado de um cavaleiro persa durante a Batalha de Granicus, e substituiu-o por um capacete beócio. Durante o reinado de Alexandre, os cavalarianos não portavam escudos. No entanto, a cavalaria Hetairoi da dinastia Antígonas passou a ser equipada por escudos grandes e redondos de origem trácia.


Nos tempos antigos, leões e leopardos eram encontrados na Macedônia, chegando a ser mencionados por fontes romanas vários séculos mais tarde. Macedônios e trácios cobriam seus cavalos com as peles desses animais, como podem ser vistos em relevos de pedra que foram preservados até os dias atuais.

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