"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sábado, 29 de maio de 2010

CONDECORAÇÕES - MEDALHA POUR LE MÉRITE



A medalha Pour le Mérite foi a mais alta condecoração militar da Prússia até o final da 1ª Guerra Mundial.

Instituída em 1740 por Frederico II, embora prussiana era nomeada em francês, pois esta era a língua oficial da corte real. Até 1810 a condecoração era uma honraria tanto civil quanto militar, mas, em janeiro do mesmo ano, o rei da Prússia Frederico Guilherme III decretou sua exclusividade ao meio militar.

Em 1842, Frederico Guilherme IV estabeleceu uma classe civil, a Orden Pour le Mérite für Wissenschaften und Künste (Ordem Pour le Mérite para as Ciências e as Artes), dividida em três níveis: humanidades, ciências naturais e belas artes.

Durante as Guerras Napoleônicas, após o Exército Prussiano ocupar Paris, em 1814, 1.662 Pour le Mérites foram distribuídas, inclusive a soldados russos que atuavam como aliados contra Napoleão.

Foi que A Pour le Mérite, no entanto, notabilizou-se durante a 1ª Guerra Mundial, quando recebeu o apelido informal de Blue Max. Embora pudesse ser entregue a qualquer oficial militar, seus mais famosos recipiendários foram os aviadores alemães, os quais eram indicados à condecoração após abaterem oito aviões inimigos, sendo que esse número aumento ao longo da guerra. Max Immelmann e Oswald Boelcke foram os primeiros pilotos galardoados.

A medalha foi abolida após a abdicação do Kaiser Guilherme II em 9 de novembro de 1918, por ocasião do fim da 1ª Guerra Mundial, contudo, em 1952 o presidente da Alemanha Ocidental, Theodor Heuss, reinstituiu a classe civil da condecoração, criando a Bundesverdienstkreuz.


Manfred von Richthoffen -o Barão Vermelho - ostentando sua Pour le Mérite

Dentre os agraciados da Pour le Mérite figuram os principais comandantes e soldados prussianos e alemães, dentre os quais, destacam-se:

• Otto von Bismarck

• August von Gneisenau

• Erich von Ludendorf

• August von Mackensen

• Lothar von Arnauld de la Perière

• Manfred von Richthofen

• Oswald Boelcke

• Hermann Göring

• Paul von Hindenburg

• Erwin Rommel

• Werner von Blomberg

• Fedor von Bock

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quinta-feira, 27 de maio de 2010

IMAGEM DO DIA - 27/05/2010

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Durante a Guerra de 1812, travada entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, o USS Constitution ataca a fragata inglesa HMS Guerriere ao largo de Boston.  Após trinta e cinco minutos de combate, o navio inglês foi capturado e, posteriormente, incendiado.

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PRIMEIRA GUERRA ANGLO-BIRMANESA (1824-1825)

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A partir do final do século XVIII, o rei da Birmânia Bodawpaya (1782-1817), expandiu seu reino firmemente para oeste. Ao mesmo tempo, os ingleses ganharam o controle territorial sobre Bengala e no resto da Índia. Em 1784 Bodawpaya atacou e anexou o reino de Arakan, na costa da baía de Bengala e trouxe sua fronteira para o que se tornaria a Índia britânica. Rebeldes Arakaneses, operando a partir do território britânico, criaram uma situação tensa na fronteira anglo-birmanesa, dando início a frequentes conflitos de fronteira. A Birmânia ameaçou invadir a Índia britânica se estes não conseguissem impedir as incursões dos rebeldes a partir de seu território.

A partir do século XVIII o reino de Assam, ao norte de Bengala, estava em declínio. O reino se estendia do vale do Brahmaputra, no Himalaia, até a foz do rio na planície de Bengala. Grupos rivais na corte de Assam solicitaram assistência tanto para os britânicos quanto para os birmaneses, o que motivou a realização de uma expedição britânica em 1792. Em 1817, um tumulto na corte de Assam levou a outro pedido de assistência e, desta vez, Bodawpaya enviou um exército invasor. As tropas de Assam foram derrotadas e um primeiro-ministro pró-Birmânia foi instalado no governo.

Tropas britânicas e birmanesas enfrentam-se em Assam

Duas décadas antes, Bodawpaya invadira Manipur, um reino situado num pequeno vale a oeste do rio Chindwin, e lá instalou um principado fantoche. Em 1819, o príncipe de Manipur afirmou sua autonomia em relação à corte birmanesa e não participou da coroação de Bagyidaw, sucessor do Bodawpaya. Os birmaneses invadiram novamente e uma guarnição permanente foi instalada em Manipur, a partir da qual mais expedições militares birmaneses foram lançadas contra Assam. Em 1821, após anos de instabilidade local, Bagyidaw enviou um exército de 20.000 homens através das montanhas, comandado pelo General Mahabanula, com o objetivo de consolidar o poderio da Birmânia em Assam. Em 1823, com a resistência assamesa em grande parte solapada, Mahabandula montou sua base em Rangpur e lançou ataques contra Cachar e Jaintia. Os britânicos, por sua vez, declararam Cachar e Jaintia um protetorado. Os bengaleses britânicos ficaram, dessa forma, confinados às suas fronteiras e espremidos ao norte e ao leste pelo império birmanês.

Em janeiro 1824, Mahabandula assumiu o comando no Arakan e iniciou uma campanha contra Chittagong, com o objetivo final de capturar a Bengala britânica. Em resposta, em 05 de março de 1824, os ingleses declararam guerra à Birmânia, a partir de seu QG de Fort William, em Calcutá. O plano britânico consistia em afastar as forças birmanesas de Mahabandula da fronteira Bengalesa, realizando uma invasão anfíbia em larga escala na baixa Birmânia. O ataque a Rangun, liderado por Sir Archibald Campbell, surpreendeu completamente os birmaneses e a cidade foi tomada em 10 de maio de 1824, sem qualquer prejuízo para os invasores. Diante da notícia da queda de Rangun, Mahabandula foi forçado a uma retirada rápida. A força britânica em Rangun, entretanto tinha sido incapaz de proceder para o interior, pois não dispunha de transportes fluviais adequados. Depois de terem sido abastecidos, após a monção o exército britânico de Campbell continuou as operações e, em 1825, na batalha de Danubyu, Mahabandula foi morto. No mesmo ano Arakan, a Baixa Birmânia e Tenasserim foram conquistados.
Forças britânicas desembarcam na baixa Birmânia para atacar Rangun


Após uma segunda batalha, o caminho para a capital da Birmânia, Amarapura, estava aberto. Campbell já possuía o transporte fluvial adequado e foi feito rápido progresso até o rio Irrawaddy. Após a paz de Yandabo os birmaneses tinham cedido ao Arakan britânico, Tenasserim, Assam, Manipur e pago uma indenização em rúpias - o equivalente a 1.000.000 libras esterlinas - para garantir a retirada das tropas britânicas da baixa Birmânia.

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terça-feira, 25 de maio de 2010

IMAGEM DO DIA - 25/05/2010


O dia é 15 de julho de 1865, durante a Guerra da Tríplice-Aliança.  Tropas da 3ª Divisão de Infantaria do Exército Imperial - a Divisão Encouraçada - transpondo o arroio Juqueri Grande com o auxílio de uma passadeira improvisada sobre navios de transporte argentinos.  À testa da divisão segue, a cavalo, o Brigadeiro Sampaio que desfila com seus homens diante do Marechal Osorio, o qual permanece observando junto a dois ajudantes-de-ordens.

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PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – BRIGADEIRO ANTÔNIO DE SAMPAIO



* 24/05/1810 – Tamboril, CE

+ 06/07/1866 – a bordo do vapor Eponina



No último dia 24 de maio, comemorou-se em todo o Brasil o bicentenário do Brigadeiro Antônio de Sampaio, o patrono da arma de Infantaria do Exército Brasileiro e um dos maiores soldados brasileiros do período Imperial.

A homenagem do Blog História Militar ao Brigadeiro Sampaio e aos infantes de todo o Brasil.

Antônio de Sampaio nasceu em 24 de maio de 1810 no pequeno povoado do Tamboril, localizada na então Capitania do Ceará-Grande. Era filho de Antônio Ferreira de Sampaio, ferreiro, e de D. Antônia de Souza Araújo Chaves. O local de nascimento, paupérrimo e encravado em pleno sertão, deixava supor que somente um prodigioso esforço pessoal poderia fazer com que o jovem Antônio saísse daquele recanto distante para atingir o posto de Brigadeiro do Exército Imperial brasileiro.

Em 1830, ao completar 20 anos, fugindo de pistoleiros contratados para matá-lo pelo pai de uma jovem pela qual tinha se apaixonado, Sampaio deixa o Tamboril e assenta praça como voluntário no 22º Batalhão de Caçadores de 1ª linha do Exército, com sede no Forte - hoje cidade de Fortaleza. Em menos de dois anos, recebia seu batismo de fogo no violento combate de Icó, travado para debelar rebelião que se opunha à abdicação de D. Pedro I. O general e historiador Paulo de Queiroz Duarte relata a bravura de Sampaio em seu batismo de fogo:

O combate nas ruas e casario de Icó assumiu feição desesperadora, tendo a duração de seis horas; nessa ação uma força comandada pelo furriel Antônio de Sampaio teve saliente ação, conduzida com determinação por seu comandante e se empenhou na luta corpo-a-corpo contra numerosos adversários.

O combate de Icó foi um marco na vida de Sampaio. Com apenas 22 anos de idade, experimentou o sabor da batalha e, praticamente, não parou de combater até o final de sua vida, dando início a uma carreira de lutas que iria extrapolar as fronteiras nacionais.

Durante a Cabanagem, na Província do Pará, Sampaio participou da expedição que, em 1835, atacou e tomou Turiaçu. Depois, na Província do Maranhão, lutou com denodo na repressão à Balaiada: de 1839 a 1841, tomou parte em 40 combates, tendo exercido o comando em 36 deles. Mercê de sua competência, dedicação e bravura, Sampaio ascendeu rapidamente na hierarquia militar. Em 1844, já capitão, foi destacado para o exército do Barão de Caxias, em operações contra os farroupilhas da Província do Rio Grande do Sul. Combateu sempre na linha de frente e ali permaneceu até a paz do Poncho Verde. Em seguida, tomou parte na pacificação da Revolução Praieira, em 1848, na Província de Pernambuco. Em ordem do dia, Sampaio foi citado “pela inteligência, zelo e circunspecção com que desempenhou suas funções”.

Em 1850, Sampaio retornou ao sul do País e, dois anos depois, atuou na decisiva e gloriosa jornada de Monte Caseros, que restituiu a justiça e a liberdade ao povo argentino, jogando no exílio o ditador Rosas. Em 1861, era promovido a coronel e passava a comandar a 5ª Brigada, pertencente ao Exército do Sul.
Sampaio inspecionando a instrução da tropa durante a Guerra da Tríplice-Aliança

Nessa época, a guerra civil entre blancos e colorados grassava no Estado Oriental do Uruguai trazendo tensão à fronteira meridional do Brasil. Com o fracasso da ação diplomática junto ao governo blanco de Aguirre, o Império do Brasil foi levado a outro confronto. O Brigadeiro João Propício Mena Barreto, designado comandante-em-chefe do Exército do Sul, dispunha de divisões comandadas pelos Brigadeiros Manoel Luís Osório e José Luís Mena Barreto. Em 1865, a brigada comandada pelo Coronel Sampaio, integrante dessa última divisão, exerceu papel de destaque na vitória brasileira em Paissandu. Após esse combate, Sampaio e sua brigada tomaram parte no cerco e na capitulação de Montevidéu. A brilhante atuação na Campanha do Uruguai rendeu-lhe, naquele mesmo ano, as dragonas de Brigadeiro.

Mas seria na Guerra da Tríplice-Aliança contra a República do Paraguai que a glória cobriria definitivamente a figura do estóico sertanejo do Tamboril e o consagraria como grande soldado do Império.

Em 1866, Sampaio rumou para o Paraguai. À frente da 3ª Divisão - a Divisão Encouraçada  - o Brigadeiro Sampaio lutou nas operações de transposição do Rio Paraná, conduzidas pelo legendário Marechal Osorio, e nas batalhas da Confluência e do Estero Bellaco. Na marcha para Tuiuti, coube-lhe o comando da vanguarda, oportunidade na qual o 26º Batalhão de Infantaria, integrante de sua divisão, foi duramente castigado pelo fogo paraguaio. Na véspera da batalha, coordenou o perigoso e bem-sucedido reconhecimento na Linha Negra, de onde provieram preciosas informações de combate e grande número de prisioneiros.

Tuiuti: foi a maior batalha campal já travada na América do Sul. A Divisão Encouraçada detém várias vagas de assalto inimigas, mas, em certo momento, esquadrões paraguaios valem-se de uma brecha aberta na frente argentina e investem contra ela. A despeito da extrema dificuldade imposta pelo terreno pantanoso, os infantes da Encouraçada resistem ao violento embate sem ceder um palmo. Sampaio, no entanto, é ferido duas vezes, um dos quais com gravidade.

Osório, confiante na combatividade da Divisão Encouraçada, envia um de seus ajudantes-de-ordens ao encontro do Brigadeiro, a fim de encorajá-lo a resistir a qualquer custo. Sampaio, coberto de poeira e sangue, fala ao oficial: “Capitão, diga ao Marechal Osório que estou cumprindo meu dever, mas, como já perdi muito sangue, seria conveniente que me mandasse substituir”. No momento em que o ajudante-de-ordens se retirava, Sampaio sofre mais um ferimento, mas, antes de perder os sentidos, ainda se dirige ao oficial: “Diga ao marechal que este é o terceiro!”

Antes de terminar o dia, a posição de Tuiuti estava assegurada e os paraguaios repelidos. A tenacidade e a valentia de Sampaio e de sua Encouraçada fizeram com que fracassasse o bem planejado ataque de Solano Lopez.

Evacuado do campo de batalha, Antônio de Sampaio faleceu no dia 6 de julho de 1866, a bordo do transporte de guerra “Eponina”, pouco antes deste atracar em Buenos Aires.

Seu corpo foi sepultado na capital argentina dois dias mais tarde. Seus restos mortais foram repatriados em 1869, para o Rio de Janeiro, sendo depositados na Igreja do Bom Jesus da Coluna, no Asilo dos Inválidos da Pátria, onde permaneceram até 14 de novembro de 1871, quando foram novamente trasladados para sua terra natal - o Ceará.

Atualmente os restos mortais do Brigadeiro Sampaio repousam no Panteão Brigadeiro Sampaio, erguido na parte frontal da Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, sede do Quartel-General da 10ª Região Militar.

Sampaio só foi consagrado Patrono da Arma de Infantaria do Exército em 1962, mas o 1º Regimento de Infantaria (atual 1º Batalhão de Infantaria Motorizado-Escola)– unidade originária do Terço Velho de Mem de Sá e “cuja fama se perde distante, no silêncio dos tempos passados” –, ostenta com orgulho, desde 1940, o nome do bravo líder.

Panteão do Brigadeiro Sampaio em Fortaleza-CE

Na 2ª Guerra Mundial, quando a Medalha Sangue do Brasil foi instituída para condecorar os feridos em ação, a saga de Sampaio também foi lembrada. Na comenda, três estrelas esmaltadas em vermelho representam os três ferimentos recebidos pelo brigadeiro durante a Batalha de Tuiuti.

Estandarte do Regimento Sampaio

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quarta-feira, 19 de maio de 2010

SEMINÁRIO SAMPAIO 200 ANOS - CORAGEM E DETERMINAÇÃO

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Será realizado em 20 de maio de 2010, no auditório do Colégio Militar do Recife, o seminário Sampaio 200 anos - coragem e determinação, onde será apresentada e debatida a trajetória do Brigadeiro Antônio de Sampaio - patrono da Infantaria do Exército Brasileiro.

O seminário contará com os seguintes trabalhos, apresentados pelos historiadores militares que se seguem:

- A vida de Sampaio: do nascimento aos primeiros anos no Exército Imperial
          Major Carlos Roberto Carvalho Daróz

- As campanhas militares de Sampaio: de Icó até a Guerra da Tríplice Aliança
          Major Haroldo Galvão

- Batalha de Tuiuti: o último combate de um soldado
          General-de-divisão Aureliano Pinto de Moura



Local: Auditório do Colégio Militar do Recife
End: Av. Visconde de São Leopoldo n° 198
         Engenho do Meio
         Recife-PE

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sexta-feira, 14 de maio de 2010

ENCONTRADA MINA DA 2ª GUERRA MUNDIAL EM ALAGOAS

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Aconteceu esta semana na bela cidade de Maragogi-AL, aqui perto do Recife ...

Uma mina flutuante foi encontrada nesta terça-feira durante a escavação de uma obra de saneamento e reurbanização do centro e da orla de Maragogi, litoral norte de Alagoas. A descoberta deixou tensos os moradores da região. O artefato bélico foi detonado por uma equipe especializada da Polícia Militar à tarde.

Trabalhador mostra a mina semi-enterrada em Maragogi

O artefato foi encontrado por trabalhadores que quebravam parte do calçamento da Avenida Senador Rui Palmeira, a principal da praia. Eles esbarraram na bomba, usada pela Marinha do Brasil na época da 2ª Guerra Mundial para afastar os navios inimigos.

- Eram artefatos usados na 2ª Guerra soltados em alta profundidade. Quando as embarcações se aproximavam, as minas explodiam e destruíam parte dos navios - detalhou o subcomandante da Capitania dos Portos.

Mina flutuante em operação, semelhante a que foi encontrada em Alagoas

Os militares levaram a bomba para uma área reservada, a dois quilômetros do Hotel Salinas e a enterram em uma vala de aproximadamente dois metros de profundidade. Com a detonação, que foi sentida num raio de três quilômetros, o buraco causado pela bomba passou dos quatro metros de diâmetro. Moradores da região próxima afirmam que algumas casas foram danificadas pela força da explosão.



Fonte: O Globo

domingo, 2 de maio de 2010

CARRO DE COMBATE COM AS CORES DO EXÉRCITO BRASILEIRO EM BOVINGTON

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O Museu do Tanque de Bovington, Inglaterra, possui  um dos maiores acervos de carros de combate no mundo.  Dentre os muitos modelos existentes, destaca-se um exemplar do carro de combate leve M-3 A1 Stuart com as cores do Exército Brasileiro, onde recebeu de suas guarnições o apelido carinhoso de perereca.

O blindado, pintado com a matrícula EB 11-209, traz em sua placa descritiva a inscrição "Este é um de diversos importados recentemente do Brasil para o mercado de colecionadores".

A seguir, algumas fotos do perereca brasileiro em Bovington ...





IMAGEM DO DIA - 02/05/2010


Tração animal:  bateria de artilharia de montanha do exército indiano utilizando elefantes para tracionar seus canhões em 1897

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XXVII SEMANA DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

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A XXVII Semana de História  da UFJF tem como tema:

O Brasil em Conflitos Armados: guerras, revoltas e revoluções.

O evento, cujo tema foi escolhido pelos acadêmicos do curso de História da UFJF por via de pleito eleitoral no ano de 2009, acontecerá nas dependências do Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora entre os dias 24 e 28 de maio de 2010.

Mais informações referentes ao evento podem ser encontradas no site:
 http://www.ufjf.br/semanadehistoria


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sábado, 1 de maio de 2010

"O FANTASMA DA MORTE" – O TREM BLINDADO PAULISTA DE 1932

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A década de 1930, asseguram os especialistas,  foi o princípio do fim das ferrovias. Curiosamente, também foi um período em que elas se destacaram como coadjuvantes de acontecimentos que marcaram aqueles tempos. Um dos mais lembrados pelos estudiosos prende-se à participação do trem no transporte de tropas na Revolução de 1932, que colocou São Paulo contra o resto do Brasil, uma guerra civil travada em nome das eleições e da Constituição.

São Paulo podia se dar a esse luxo: era dono de uma malha formada por cinco importantes estradas de ferro que haviam propiciado a integração do estado, ainda no século passado, em favor da cafeicultura.

O "fantasma da morte" em sua configuração de combate com pintura camuflada


Além de levar os soldados para as frentes de batalha, o trem foi adaptado pelos paulistas para, no palavrear do então coronel Euclides Figueiredo, um dos comandantes do levante, "fazer incursões diabólicas nas linhas inimigas". Ele se referia ao trem blindado, ou "Fantasma da Morte", como foi apelidado pelos combatentes, uma composição formada por dois carros, um de cada lado da máquina e revestidos de aço (duas placas de aço entremeadas de pranchões de cerne de peroba duríssima).

Camuflado - era pintado com listas de diversas cores - o trem era armado com canhão de 75 milímetros e metralhadoras pesadas nos flancos, e carregava dois potentes holofotes na parte superior. "Quando ele entrava nas posições inimigas, fazia funcionar os holofotes, iluminando as trincheiras adversárias", escreveu Samuel Baccarat, autor do livro "Capacetes de aço". De acordo com o relato de Baccarat, "os soldados inimigos, desafeitos a essas coisas, tomavam-se de pânico, desabando pelos morros, inteiramente descobertos. Era o momento do trabalho infernal das metralhadoras".


Guarnição do trem blindado paulista posa para uma fotografia durante uma parada de abastecimento

Essa couraça invulnerável, segundo depoimento de Figueiredo feito em 4 de agosto de 1932, dia da estréia do aterrorizante blindado, "causou pavor entre os ditatoriais, que abandonaram as suas posições". Fernando Penteado Medici, autor do livro "Trem blindado", descreveu assim a ação da composição: "Dois quilômetros e o inimigo à vista. Os homens avançavam, certos de que era um trem de mercadoria, ou de víveres (realmente, como estava disfarçado), e, em posição de atirar, ajoelhavam pelos trilhos. As nossas metralhadoras picotaram os inconscientes. A primeira impressão foi dolorosa. Pungente mesmo. Presenciar umas cenas destas".

Apenas duas composições do trem blindado foram fabricadas, em Sorocaba-SP, especialmente para atender às tropas paulistas,  na revolução de 1932.

Fonte: Portal Railbuss



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