"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sábado, 29 de janeiro de 2011

PRISIONEIROS NA GUERRA CIVIL AMERICANA


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Nos grandes conflitos do século XX, o trato com os prisioneiros de guerra foi motivo de muitas preocupações para os comandantes militares. Durante a Guerra Civil Americana (1861-1865), o problema já se apresentava.

Prisioneiros de guerra sepultando companheiros mortos em um campo de detenção


Durante as fases iniciais da guerra, nem o exército da União nem o da Confederação pensaram muito sobre o que fazer com os prisioneiros de guerra. Se soldados fossem capturados, era comum que os comandantes locais elaborassem acordos para trocá-los de maneira improvisada.

Mas, durante o ano de 1862, o número de prisioneiros feitos por ambos os lados cresceu rapidamente, quando baluartes como o Forte Donelson se renderam, superando os recursos locais dos comandantes. Em julho de 1862, ambos os lados concordaram com um sistema formal de troca de prisioneiros. O arranjo vigorou até que os confederados começaram a capturar soldados negros que lutavam pela União. Tais soldados ou eram mortos ou vendidos como escravos ou aprisionados sem esperança de troca. Como retaliação, a União suspendeu as trocas de prisioneiros.

Assim, daí em diante os soldados capturados foram mantidos em campos, que iam desde velhos fortes até outros que pouco mais eram do que paliçadas de madeira cercando descampados. Em seu interior, os prisioneiros dispunham de recursos limitadíssimos.

Prisão de Andersonville


O campo de pior reputação foi a prisão de Andersonville, do Exército Confederado. O tratamento dado aos internos era sofrível e boa parte ddas dezenas de milhares de soldados da União morreu nele em função de doença, fome, frio e negligência em geral. A indignação pelas condições encontradas em Andersonville foi tamanha, que seu comandante, o suíço Heinrich Wirz,  foi enforcado após a guerra.

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LIVRO - 50 LÍDERES MILITARES QUE MUDARAM A HISTÓRIA DA HUMANIDADE

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50 Líderes Militares que Mudaram a História da Humanidade. William Weir. M. Books, 304 pág.



O livro não celebra a guerra, antes, volta sua atenção para os líderes que o autor afirma terem tido maior impacto sobre a história universal. Os 50 líderes militares que mudaram o mundo não foram necessariamente os "melhores" líderes, nem os estrategistas mais inovadores, nem os táticos mais astutos e nem mesmo as pessoas mais corajosas, sagazes ou admiráveis. Foram, entretanto, os homens e mulheres que, por bem ou por mal, entraram no campo de batalha e deixaram o mundo bastante diferente após sua saída.

O leitor vai ficar fascinado com as histórias, as proezas e o heroísmo de muitas figuras que pensava já conhecer, de Alexandre, o Grande, a Guilherme, o Conquistador, e de Simón Bolívar, a Mao Tsé-tung. E ficará intrigado com as vidas daqueles cujos  nomes talvez nem reconheça.


Alguns, como Gêngis Khan, foram brilhantes. Outros, como Ivan, o Terrível, foram, quando muito, generais medianos. Joana d'Arc é oficialmente uma santa, enquanto Adolf Hitler é universalmente considerado um monstro. Átila, o Huno, violentou, pilhou e matou brutalmente milhares, e Mao Tsé-tung matou milhões a mais até mesmo do que Hitler.

O leitor talvez já conheça a historia da maioria dos lideres relacionados neste livro. Pode respeitar alguns e não valorizar outros, mas, depois de ler 50 Líderes Militares que Mudaram a Historia da Humanidade, reconhecerá que estes foram líderes que impactaram de forma marcante a breve história da humanidade neste planeta.


Sobre o autor

William Weir, ex-correspondente de guerra e fotógrafo do exército americano na Guerra da Coréia, escreveu oito livros, inclusive o bestseller 50 Batalhas que Mudaram o Mundo. Além de ter servido no Exército, Weir foi repórter de jornal e especialista em relações públicas. Seus artigos apareceram no New York Times, na Gun Digest e na War, Literature & Camp. Ele está hoje aposentado e mora em Guilford, Connecticut, com sua esposa, Anne.




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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

IMAGEM DO DIA - 25/01/2011

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Soldados da Real Artilharia a Cavalo britânica sob ataque de tropas afegãs na batalha de Maiwand, durante a 2ª Guerra Anglo-Afegã, em 1880

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RECUPERADO UM P-39 AIRACOBRA DA 2ª GUERRA MUNDIAL

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Uma aeronave Bell P-39Q Airacobra, que havia sido fabricada na fábrica a oeste de Nova York em 1943, começou a retornar para casa após ter ficado no fundo de um lago russo desde 1944.

Essa aeronave em particular foi um dos 4.719 P-39s enviados para a União Soviética através do programa norte-americano Lend-Lease, que provisionou as forças aliadas com material de guerra antes e após os EUA entrarem na 2ª Guerra Mundial.  O “Miss Lend-Lease“, como o caça foi chamado por Ira G. Ross, do Niagara Aerospace Museum, que efetuará a restauração, serviu com um esquadrão da Força Aérea Soviética que operava na fronteira com a Finlândia.

A descoberta em 2004 é rara desde que, restos do piloto, encontrados junto com artefatos chaves, estavam juntos da aeronave, e que fornecem sinais do mistério de porque a aeronave de repente quebrou a formação enquanto o esquadrão se deslocava para um aeródromo mais próximo do combate.

O P-39Q Miss Lend-Lease ao ser retirado do lago.  Pode-se observar a pintura e as insígnias soviéticas perfeitamente preservadas


O “Miss Lend-Lease” era o P-39Q-15BE (s/n 44-2911), um dos últimos do modelo Q-15 Airacobra produzidos pela Bell Aircraft Corporation, em Buffalo, New York. O Airacobra (batizado pelos britânicos) foi desenvolvido como um interceptador de grande altitude, mas um inadequado supercharger limitava seu teto operacional efetivo em 12.000 pés no máximo. A aeronave foi projetada ao redor de seu armamento, um canhão Oldsmobile T9 de 37 mm e duas metralhadoras de 12mm, tudo localizado no nariz da aeronave. Com todas essas armas localizadas na frente, o único lugar para colocar o motor foi atrás do piloto.

Um eixo de mais de 3 metros dividido em duas partes conectava a hélice e o motor, passando pelo cockpit, muito parecido com um sistema de transmissão de um carro. O P-39 também foi feito com quatro metralhadores de 7mm montadas nas asas, mas muitas forças aéreas preferiram remover essas para melhorar o desempenho.

A história completa pode ser acessada no site http://www.eaa.org/


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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

IMAGEM DO DIA - 20/01/2011

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Tropas irregulares árabes executam uma emboscada a um comboio de suprimentos israelense durante a Guerra de Independência de Israel em 1948

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OS EXÉRCITOS VIKINGS

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Durante os séculos IX e X, a Europa foi varrida por saqueadores organizados. Na Europa central e oriental, a ameaça vinha dos magiares montados; no Mediterrâneo, dos sarracenos; e no norte europeu, dos povos nórdicos. De todos esses grupos errantes, movidos pelo desejo de pilhagem e pelo amor à violência, os corsários pagãos da Escandinávia são os mais conhecidos.

Piratas vikings, armados com lanças, espadas e achas, cruzavam os mares da Escandinávia em naus longas movidas por velas ou remos. Os da Noruega atacavam alvos, sobretudo, na Irlanda e na Escócia; os vikings dinamarqueses atacavam a Inglaterra e o noroeste da Europa; os suecos assolavam a Rússia e a Ucrânia, tendo chegado até mesmo ao Império Bizantino.



Os primeiros saqueadores viajavam e lutavam a pé assim que desembarcavam. Entretanto, depois de se haverem defrontado com cavalarias europeias, adaptaram-se rapidamente e, para preservarem o elemento surpresa, começaram a seguir a cavalo até seus alvos, embora preferissem lutar desmontados.

A dimensão dos exércitos vikings permanece controversa. Os primeiros ataques foram, provavelmente, desfechados por pequenas forças, de um ou dois navios, cada qual com sessenta homens. Com o tempo, as forças de assalto uniram-se e, na década de 850, milhares podiam tomar parte em pilhagens ao longo da costa da Europa.

Capacete viking do século X

O Grande Exército viking que assolou a Inglaterra e a Europa ocidental era uma força substancial. Ainda assim, é provável que consistisse em uns poucos milhares  de homens, embora nunca tenha chegado aos assombrosos 40 mil vikings mencionados por uma testemunha do cerco de Paris, em 885.

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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

IMAGEM DO DIA - 17/01/2011

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Tropas francesas de Montcalm celebrando a vitória na Batalha de Carillon, durante a Guerra dos Sete Anos em 1758

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1ª GUERRA DO GOLFO COMPLETA 20 ANOS

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Há vinte anos começava no Oriente Médio a 1ª Guerra do Golfo, onde uma coalizão internacional, liderada pelos EUA, venceu o Iraque em uma rápida  e vigorosa operação militar




À meia-noite no Iraque, o prazo estipulado pela ONU para a retirada das tropas iraquianas do Kuwait expira e o Pentágono se prepara para começar as operações de ataque a fim de expulsar pela força o Iraque de sua ocupação do vizinho rico em petróleo, que havia durado cinco meses.

Às 04h30 de 16 de janeiro de 1991, o primeiro caça-bombardeiro decola da Arábia Saudita e, em seguida, de porta-aviões navegando pelo Golfo Pérsico, alçando voo para missões de bombardeio sobre o Iraque. Durante todo o dia, aparelhos da coalizão militar liderada pelos Estados Unidos bombardearam objetivos em Bagdá e em seus arredores, enquanto o mundo acompanhava os acontecimentos pela televisão através de imagens transmitidas via satélite de Bagdá e de outros lugares. Poucas horas depois do início das hostilidades, a Casa Branca anunciava formalmente que a Operação Tempestade no Deserto, o codinome dado à maciça ofensiva contra o Iraque, havia começado.

A operação foi conduzida por uma coalizão internacional sob o comando do general norte-americano Norman Schwarzkopf, composta por forças de 32 nações, como Grã-Bretanha, Egito, França, Arábia Saudita e Kuwait. Durante as seis semanas que se seguiram, as forças aliadas engajadas numa pesada guerra aérea com o objetivo de destruir a infraestrutura militar e civil do Iraque encontraram pequena resistência efetiva da força aérea iraquiana ou de suas defesas antiaéreas.

Mapa mostrando o esquema de manobra utilizado pela coalizão para invadir o Iraque em 1991
 
 
As forças de terra iraquianas foram de pouca ou nenhuma utilidade nesta fase da Guerra e as únicas significativas medidas de retaliação tomadas pelo chefe iraquiano Saddam Hussein foram o lançamento de mísseis Scud contra Israel e a Arábia Saudita. Saddam esperava que os ataques com mísseis iria provocar a entrada de Israel no conflito, afastando desse modo o apoio árabe à guerra. A pedido dos Estados Unidos, contudo, Israel se manteve a parte.

Em 24 de fevereiro começava uma grande ofensiva por terra e as forças armadas iraquianas, obsoletas e pobremente armadas, foram rapidamente superadas. O Kuwait foi libertado em menos de quarto dias e a maior parte do exército do Iraque se rendeu, retirou-se para o Iraque ou foi destruída. Em 28 de fevereiro, o presidente George Bush (pai) declarou o cessar-fogo, tendo o Iraque se comprometido a honrar os termos de paz da coalizão e das Nações Unidas. Cento e vinte e cinco soldados norte-americanos foram mortos na 1ª Guerra do Golfo Pérsico e outros 21 tidos como desaparecidos em ação.
 
Colhido pela ofensiva terrestre da coalizão, um carro de combate iraquiano arde em chamas no deserto saudita
 

Em 20 de março de 2003, uma segunda guerra entre o Iraque e uma coalizão de países, desta vez bem menor mas também liderada pelos Estados Unidos, teve início. Não foi transmitida livremente pela televisão e o objetivo estabelecido era remover Saddam Hussein do poder e ostensivamente encontrar e destruir as armas de destruição em massa fartamente alardeadas. Hussein foi capturado por uma unidade militar norte-americana em 13 de dezembro de 2003, contudo, as armas de destruição em massa jamais foram encontradas.

Embora o presidente George W. Bush tivesse declarado o fim das operações de combate, com a missão cumprida, em 1º de maio de 2003, uma intensa guerra de guerrilha se instalou em todo o país, resultando na morte de milhares de soldados da coalizão e da guerrilha e de centenas de milhares de civis.

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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

PENSAMENTO MILITAR - PLANOS DE BATALHA


“Cuide para que seu plano e seu dispositivo sejam flexíveis e adaptáveis à situação. Seu plano deve prever e prover a manobra a ser realizada em caso de êxito, de fracasso ou de êxito parcial, que é o caso mais comum na guerra.”


Sir Basil Liddell Hart, militar e estrategista britânico
 
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MORRE O MAJOR "DICK" WINTERS, COMANDANTE DA COMPANHIA EASY

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Faleceu no último dia 2 de janeiro em Palmyra, Pennsylvania, EUA, de causas naturais aos 92 anos de idade, o famoso comandante da Easy Company, Major Richard "Dick" Winters, celebrizado pela série Band of Brothers da HBO.

 Nascido em Ephrata, Pennsylvania, Winters trabalhou em uma série de empregos para pagar sua faculdade, na qual graduou-se em junho de 1941. Na esperança de encurtar seu tempo de serviço militar, decidiu alistar-se no Exército em 25 de agosto daquele ano, passando pelo treinamento básico na Carolina do Sul. Com o ataque japonês a Pearl Harbor, as coisas mudaram de figura, e Winters foi selecionado para a Escola de Aspirantes a Oficial em abril de 1942, e lá conheceu seu futuro colega de guerra Lewis Nixon. Comissionado 2º Tenente em julho, decidiu juntar-se à infantaria paraquedista, recebendo ordens para se apresentar ao 506º Regimento de Infantaria Paraquedista em Camp Toccoa, Georgia. Lá, Winters recebeu o comando do 2º Pelotão da Companhia E ("Easy Company"), e ganhou o respeito dos soldados devido à sua competência e espírito de liderança.

Chegando à Inglaterra em setembro de 1943 - já como parte da 101ª Divisão Aerotransportada - o 506º Regimento iniciou uma dura fase de treinamento em Wiltshire, que resultou no crescimento de tensões entre Winters e o comandante da Easy Company, Capitão Herbert Sobel. Winters duvidava da capacidade de Sobel de exercer liderança em situações de combate, e sua opinião era compartilhada por muitos sargentos da unidade. Após uma troca de acusações e um manifesto oficial dos sargentos, o comandante do 506º, Coronel Robert Sink, decidiu remover Sobel e substituí-lo pelo 1º Tenente Thomas Meehan III.

Durante os saltos noturnos que precederam o desembarque na Normandia, o avião que levava Meehan foi derrubado pela aertilharia antiaérea alemã, e Winters passou a atuar como comandante da Easy já no dia 6 de junho de 1944. Neste mesmo dia, ele liderou um ataque a uma bateria alemã de obuseiros 105 mm que atiravam sobre a praia de Utah. O exemplar assalto coordenado por Winters, conhecido como Ataque de Brécourt Manor, ainda é ensinado na academia de West Point como exemplo de ataque à posições fixas. Com apenas 13 homens, ele destruiu a posição inimiga, guardada por 50 soldados, e ainda capturou um mapa das defesas alemãs na área. Por esta ação ele foi condecorado pelo General Omar Bradley com a Distinguished Service Cross e promovido a Capitão.

"Dick" Winters durante o treinamento de paraquedismo em 1942

Em setembro, a 101ª tomou parte na Operação Market-Garden, saltando sobre a Holanda. Numa encruzilhada, os paraquedistas entraram sob fogo de metralhadora alemã. Winters fez um reconhecimento e chamou o restante de seu pelotão para auxiliar no ataque à posição defensiva alemã. Embora tenha estimado a defesa inimiga em cerca de 50 homens, na verdade Winters concluiu com sucesso um ataque a uma força de 300 soldados alemães. Pouco depois, ele foi promovido a Oficial Executivo do 2º Batalhão, e nessa posição tomou parte na defensiva da cidade de Bastogne, na Bélgica, durante a ofensiva alemã de dezembro de 1944. Segurando a cidade contra uma força alemã muito maior, a 101ª sofreu muitas baixas, mas resistiu por uma semana até a chegada das tropas do 3º Exército do General George Patton.

Em março de 1945, Winters recebeu o comando do 2º Batalhão, liderando-o por um período de relativa pouca atividade, desde o Reno até a Bavária no fim de abril. No começo de maio, ele recebeu a ordem de capturar Berchtesgaden, o retiro montanhês de Hitler. No dia 5, a Easy Company chegou ao Ninho da Águia, a casa construída para o Führer no topo das montanhas bávaras.

Após a guerra, Winters foi trabalhar com seu amigo Nixon até 1951, quando foi reconvocado para serviço ativo durante a Guerra da Coreia. Winters treinou oficiais por algum tempo, entrando para a reserva novamente em 1952. Casado e pai de dois filhos, ele abriu uma empresa de insumos agropecuários em Hershey, Pennsylvania, atuando como fornecedor por todo o estado. Em 1992, foi entrevistado pelo historiador Stephen Ambrose para seu livro "Band of Brothers: Easy Company, 506th Regiment, 101st Airborne from Normandy to Hitler's Eagle's Nest", que foi transformado pela HBO na mundialmente famosa minissérie "Band of Brothers" em 2001.

Winters interpretado pelo ator Damian Lewis na minissérie "Band of Brothers".



Apesar da saúde frágil de seus últimos anos, bem como uma dura batalha contra o Mal de Parkinson, Dick Winters continuou o quanto pôde a participar de eventos públicos, e recentemente uma campanha foi iniciada para construir uma estátua sua na Normandia. William "Wild Bill" Guarnere, que serviu sob o comando de Winters na Easy, disse: "Quando ele dizia 'vamos', ele estava bem na frente. Nunca ficava para trás. Era um líder personificado".

Desejando apenas uma cerimônia simples para a família e amigos, Dick Winters pediu que seu falecimento fosse mantido em segredo até que o enterro fosse realizado, o que aconteceu no dia 8 de janeiro de 2010. Winters deixa esposa (Ethel) e dois filhos (Tim e Jill).

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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

OSPREY PUBLISHING LANÇA LIVRO SOBRE A FEB

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Uma boa surpresa da editora britânica Osprey Publishing para lançamento no mês de março de 2011 é "Brazilian Expeditionary Force in World War II", dos autores César Campiani Maximiano e Ricardo Bonalume Neto. Enquanto Maximiano é um versado historiador da FEB, tendo escrito quatro livros sobre o tema, Bonalume é jornalista especializado em temáticas militares.


O livro em si é uma obra inédita e há muito tempo necessária. Isso porque virtualmente não há literatura sobre a FEB em inglês, muito menos um livro conciso que lide especificamente com os aspectos militares do envolvimento brasileiro na Segunda Guerra Mundial. Este título tem tudo para - pelo menos começar a - preencher este vácuo. O ilustrador, Ramiro Bujeiro, é um colaborador constante da Osprey, e pode-se esperar bons resultados de seus desenhos (como já podemos notar pela capa).


O conteúdo do livro não discorre somente sobre nossa Divisão de Infantaria Expedicionária, mas também sobre o 1º Grupo de Caça e a 1ª Esquadrilha de Ligação e Observação, fazendo também um apanhado geral sobre a participação brasileira no conflito e a situação político-militar reinante na década de 1930. E claro, há também a seção de análise dos uniformes usados por nossos soldados.

Conforme já se tornou uma prática pela editora Osprey, o livro foi formulado depois de uma pesquisa de intenção de títulos, realizada pela internet em 2009, onde sagrou-se vencedor o tema FEB.

É aguardar para conferir ...


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IMAGEM DO DIA - 11/01/2011

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Soldado sérvio alimentando uma metralhadora durante a Guerra da Iugoslávia

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sábado, 8 de janeiro de 2011

OS TRÊS GRANDES E A CONFERÊNCIA DE TEERÃ

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Por Peter Philipp


Churchill e Roosevelt encontram-se com Stalin em 28 de novembro, em Teerã. É combinada uma coordenação dos ataques soviéticos à Alemanha nazista com o iminente desembarque dos aliados na Normandia. Joseph Stalin mantém os planos militares para expansão do comunismo em segredo e faz exigências que se confirmam no prosseguimento da 2ª Guerra Mundial.


O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Winston Churchill, e o presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, já se haviam se encontrado no Cairo para falar sobre a 2ª Guerra Mundial e fazer planos para o futuro da Europa, da Turquia e do  Extremo Oriente.

Antes de tentarem em vão a adesão da Turquia à aliança ocidental contra a Alemanha nazista e de nomearem Dwight D. Eisenhower como comandante supremo da iminente invasão da Normandia, os dois deixaram a cidade às margens do Nilo e viajaram para Teerã. Lá, eles haviam marcado um encontro de três dias com o presidente da União Soviética, Joseph Stalin.


Novo papel para a União Soviética no pós-guerra

Churchill foi ao encontro do líder comunista com desconfiança, mas Roosevelt estava convencido de que eles teriam que se arranjar de alguma maneira com a União Soviética e que este país teria um papel importante na Europa e no mundo do pós-guerra. E isso deveria ocorrer no contexto de uma nova organização mundial, ambicionada por Roosevelt e muitos americanos e destinada a assumir as tarefas da comunidade internacional fracassada. Sem a União Soviética, tal organização seria ineficaz.

Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha já estavam tentando há tempos deter as invasões alemãs. Roosevelt tinha consciência de que um futuro pacífico depois da Grande Guerra dependeria, decisivamente, das relações com a União Soviética.

Para Washington e Londres, esse futuro já estava traçado na mensagem de Roosevelt ao Congresso em 1941, na qual ele se referiu especialmente a quatro liberdades: de opinião, de religião e a libertação do medo e da miséria. As duas potências ocidentais declararam essas liberdades como metas de guerra em seu acordo conhecido como Carta do Atlântico e acrescentaram o direito à autodeterminação e rejeição de conquistas territoriais por meio de guerras.

Do ponto de vista de Roosevelt, o que fosse acertado entre os dois aliados atlânticos deveria servir de base para um tratado com a União Soviética e a China, pois só as quatro nações juntas poderiam assumir a responsabilidade para a preservação da paz no mundo.

Stalin, Churchill e Roosevelt: os três grandes em Teerã


Stalin faz reivindicações e esconde seus planos

Numa retrospectiva histórica, constata-se que essa era uma visão fantástica, idealista. Churchill e Roosevelt encontraram, em Teerã, um Stalin cordial. O chefe do Kremlin não tinha abandonado sua idéia de vitória do comunismo, mas sabia que o seu país precisava do apoio do Ocidente. A União Soviética tinha de suportar o maior fardo da guerra e para Stalin estava claro que isso iria afetar também o seu sonho de expansão do comunismo.

Em Teerã, combinou-se, em primeiro lugar, que Moscou deveria coordenar seus ataques contra a Alemanha com o iminente desembarque planejado pelos aliados ocidentais na Normandia. Mas Stalin também pôde fazer algumas exigências, indicando o que se confirmaria depois no decorrer da Guerra: ele reivindicou a Prússia Oriental e as fronteiras que foram asseguradas à União Soviética nos acordos com Berlim e Helsinque, em 1939 e 1940.

A idéia de uma organização não foi detalhada em Teerã. Nem houve acordo sobre o futuro da Polônia e, no que se referia ao Irã, a declaração conclusiva do encontro dos "Três Grandes" dizia que o país parcialmente ocupado receberia a sua independência de volta depois da Grande Guerra.

Há tempos que Stalin estava fazendo planos, em Moscou, para a divisão da Europa e a ampliação das fronteiras da União Soviética. Ele, porém, não revelou seus planos militares aos parceiros ocidentais.

O líder soviético mostrou-se ao mesmo tempo muito insatisfeito com o projeto de transformar a Alemanha e uma série de outros Estados da Europa Central e do Leste Europeu em nações agrícolas. Stalin viu no plano uma tentativa do Ocidente de frear a expansão da União Soviética e, em vez disso, defendeu uma balcanização do Leste Europeu e um enfraquecimento da França e da Itália.

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domingo, 2 de janeiro de 2011

IMAGEM DO DIA - 02/01/2011

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Por ocasião da Guerra dos Bôeres (1899), um esquadrão de cavalaria do 5º Regimento Real de Lanceiros Irlandeses durante uma patrulha

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MORRE GERALDINE DOYLE, ÍCONE DA MULHER TRABALHADORA DA 2ª GUERRA MUNDIAL

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CHICAGO (AFP) - Geraldine Doyle, conhecida em todo o mundo por sua imagem no cartaz que ilustrou o trabalho da mulher durante a Segunda Guerra Mundial, morreu no domingo passado, aos 86 anos, informou um funcionário do asilo onde vivia.


O cartaz mostrava 'Rosie, a rebitadora', uma operária de uma fábrica de Michigan com o braço forte mas um delicado cabelo envolto em um lenço vermelho e branco afirmando: "We can do it!" ("Podemos fazer isto!")

A mensagem se tornou um ícone do movimento feminista nos Estados Unidos durante anos.

Doyle não percebeu que era famosa até ver a reprodução do cartaz em uma revista em 1982.

"Olhe, sou eu!", reagiu a modelo, segundo sua filha.


O nome "Rosie, a rebitadora" se inspirou na música de 1942 que homenageava as mulheres que assumiram o controle das fábricas quando os homens partiram para a guerra.

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sábado, 1 de janeiro de 2011

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – FERNANDO II

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* 09/07/1578 – Graz, Áustria

+ 15/02/1637 – Viena, Áustria


No dia 9 de julho de 1578, nasceu o futuro imperador Fernando, na Áustria. Obstinado pelo catolicismo, acabou sendo um dos protagonistas da Guerra dos Trinta Anos, contra o soberano protestante Frederico V.

Natural de Graz, na Áustria, Fernando foi educado em um colégio jesuíta em Ingolstadt, no sul da Alemanha. Em 1617, tornou-se rei da Boêmia, e, no ano seguinte, da Hungria. Em 1619, sucedeu o imperador Matthias no Sacro Império Romano-Germânico.

Chamado "Imperador da Contra-Reforma", foi radical inimigo dos protestantes. Casou-se com Maria Ana da Baviera. Seu objetivo era impor o absolutismo católico romano em seus domínios.

No chamado Sacro Império Romano do Ocidente, um dos reis alemães era eleito pelos príncipes e bispos, sendo coroado pelo papa como Imperador da Cristandade. Todos os outros reis deviam respeitá-lo como tal. Mas, com a Reforma protestante, instalou-se um conflito entre os príncipes eleitores.

Na Boêmia, os grupos protestantes se rebelaram contra o imperador católico, construíram uma igreja evangélica num reduto católico e entronizaram o príncipe eleitor calvinista Frederico V, que estendia seu poder até o Palatinado e era o chefe da União Protestante contra os católicos.


Guerra dos Trinta Anos

Os principais adversários foram, do lado católico, Fernando II, e do lado protestante, Frederico V. O recém-coroado Fernando mandou as tropas de seu aliado, o duque Maximiliano da Baviera, para a Boêmia. Era a eclosão da Guerra dos Trinta Anos, a primeira grande guerra europeia. Na primeira batalha, Maximiliano conseguiu controlar os revoltosos rapidamente.

Frederico do Palatinado teve de fugir. Em Praga, o imperador vingou-se dos revoltosos com a execução pública de 27 nobres, líderes do levante. Para reprimir a insatisfação popular, enviou para a Boêmia tropas comandadas por Albrecht von Wallenstein, um comandante alemão sedento de guerra.

Na década de 1620, parecia que Wallenstein iria impor a paz na Boêmia, mas então outros países europeus entraram no conflito. Os holandeses invadiram a Renânia para enfrentar os exércitos da Espanha e dos Habsburgos, comandados pelo poderoso general Spinosa. Em 1626, uma força dinamarquesa comandada pelo monarca Cristiano IV invadiu a Alemanha pelo norte, para apoiar os protestantes.

Wallenstein ofereceu-se a Fernando II para expulsar os dinamarqueses com um exército organizado por conta própria – e teve sucesso. Como prêmio, tornou-se príncipe imperial. Em 1630, o exército do influente rei sueco Gustavo Adolfo II (1611–1632), protestante, invadiu o norte da Alemanha e avançou para a Renânia e Baviera no ano seguinte. As tropas comandadas por Fernando II conseguiram expulsá-lo.


Diplomacia

Os protestantes alemães procuraram soluções pacíficas para o conflito, o que culminou no  chamado Acordo de Paz de Praga, de 30 de maio de 1635. Esse acordo, porém, foi de pouca duração. A França e a Espanha intervieram, desencadeando mais uma série de lutas, que só terminaram em 1648, com a Paz de Vestfália, na qual foi reconhecida a liberdade religiosa dos calvinistas e dos demais protestantes.

Fernando II casou-se pela segunda vez com Eleonora Gonzaga de Mântua, em 1622, morrendo em Viena em 15 de fevereiro de 1637. Além das razões religiosas, entretanto, outros motivos haviam levado à guerra, inclusive disputas sucessórias e territoriais,  bem como questões comerciais.

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