"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



segunda-feira, 24 de abril de 2017

EDITOR DO BLOG PARTICIPA DE PAINEL SOBRE AS INVASÕES HOLANDESAS NO COMANDO MILITAR DO NORDESTE

.

O Comando Militar do Nordeste, com sede no Recife, promoveu o painel "Guararapes: berço da nacionalidade brasileira", com a participação de militares, professores e acadêmicos das universidades de Pernambuco.

Na oportunidade, o editor do Blog Carlos Daroz-História Militar apresentou a conferência "As invasões holandesas a as batalhas dos Guararapes".  A seguir, algumas imagens do painel.

















sábado, 22 de abril de 2017

IMAGEM DO DIA 22/4/2017 - DIA DA AVIAÇÃO DE CAÇA

.


O Dia da Aviação de Caça no Brasil é comemorado neste 22 de abril, data em que o primeiro Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira realizou o maior número missões na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Foram 44 missões de guerra e mais de 100 alvos destruídos. 

Aos caçadores de ontem e de hoje, a homenagem do Blog Carlos Daróz - História Militar.

.

sábado, 15 de abril de 2017

quinta-feira, 13 de abril de 2017

ASPECTOS GEOGRÁFICOS NA OPERAÇÃO BARBAROSSA

.


Por Jamicel Silva

Em 22 de junho de 1941, ao iniciar a Operação Barbarossa, Adolf Hitler rompia o pacto de não-agressão com a União Soviética e invadia aquele território que, no passado, mostrou-se inóspito a conquistas militares. Durante toda a campanha, que durou até dezembro daquele ano, aspectos geográficos influenciaram decisivamente na definição daquela fase da guerra, que impactou nos resultados finais do conflito, em 1945.

O início da operação foi descrito por Churchill (1874 – 1965) da seguinte maneira:

A hora havia soado. Às 4h desse mesmo 22 de junho de 1941, Ribbentrop entregou uma declaração formal de guerra ao embaixador russo em Berlim. Ao raiar do dia,Schulenberg apresentou-se a  Molotov no Kremlin. Este ouviu em silêncio a declaração lida pelo embaixador alemão, e em seguida comentou: “É a guerra. Vossos aviões acabaram de bombardear umas dez aldeias desprotegidas. O senhor acha que nós merecíamos isso?” (CHURCHILL, 2005, p. 530).

A partir daí, o que se observou foi uma massa de veículos militares e tropas deslocando-se rumo ao Leste, em três frentes de ataque: Leningrado, no norte; Moscou, no centro, e no sul rumo aos campos de petróleo no território da atual Ucrânia, já que as reservas dessa fonte de energia na África foram relegadas a segundo plano, mesmo com as vitórias de Rommel naquele teatro, decisão influenciada pela convicção de Hitler da necessidade de derrota do bolchevismo russo (FILHO, 2015).

O avanço alemão foi realizado em três direções, cada qual apoiada por um grupo de exércitos. No início a operação foi bem sucedida, mas, com a chegada de rigoroso inverno, a situação mudou completamente.


A observação do território soviético no local da campanha alemã permite compreender que as grandes extensões de planícies foram propícias ao avanço rápido das divisões mecanizadas, que permitiu o sucesso inicial da Operação Barbarossa. Em decorrência das campanhas da Polônia e França, com a Inglaterra encurralada, após a retirada de Dunquerque, Hitler acreditou que o avanço na Rússia seria breve.

A convicção de Hitler começou a ser colocada em xeque com a chegada do rigoroso inverno russo e, como em outras campanhas do passado, fatores climáticos influenciaram no resultado das ações militares. Como se sabe, Napoleão também foi derrotado nesse mesmo território, durante avanço, com o clima influenciando diretamente no desgaste das tropas da Grande Armèe, alcunha pela qual ficou conhecido o exército francês da época.

Hitler, mesmo ciente das dificuldades dos exércitos alemães, em decorrência do clima rigoroso, que debilitou a capacidade operacional, não permitiu a rendição dos generais e insistia que a resistência durasse até o limite das forças. Com o passar dos combates, a situação das tropas só piorava e a influência do clima se fazia sentir. Aliado ao clima, o relevo e vegetação potencializavam a derrocada das tropas, com o congelamento do solo que dificultava os deslocamentos, causava congelamento de membros, criava escassez de água e alimentos, além de tornar os equipamentos militares inoperantes, como, por exemplo, divisões blindadas que tiveram veículos militares destruídos pelo congelamento de componentes.

Hitler negligenciou os ensinamentos da História Militar e, como ocorreu com Napoleão, fracassou em sua tentativa de conquistar a Rússia.

A análise da Operação Barbarossa demonstra a importância de se levar em conta aspectos geográficos no estudo da História Militar, pois é um dos fatores decisivos no resultado de campanhas militares, como ficou demonstrado com a influência do inverno na sorte das tropas alemãs, na Segunda Guerra Mundial, já que essa foi considerada a primeira derrota de Hitler. A partir dela, os exércitos soviéticos avançaram rumo à Alemanha, com a abertura de um novo front no Leste, que deu tranquilidade aos outros Aliados para atuarem em regiões a oeste e sul da Europa, além da África e Ásia, com destino ao centro do Reich.

Aliadas à importância dos aspectos geográficos, as estratégias e táticas militares também são essenciais para o entendimento do sucesso de operações, pois são levados em conta o terreno, clima e o relevo no planejamento dos comandantes militares. No caso da Operação Barbarossa, a estratégia dos generais soviéticos de recuo das tropas com o intuito de esperar o inverno foi decisivo, pois com tropas mais adaptadas e melhor equipadas a esse clima, o enfrentamento do inimigo foi facilitado como se vê no rápido contra-ataque realizado com a  expulsão das tropas nazistas daquele território.


Referências

- CHURCHILL, Winston S. Memórias da Segunda Guerra Mundial. 3.ed. v.1. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 2005, 534 p.

- FILHO, Cyro Rezende. Rommel: a raposa do deserto. São Paulo: Contexto, 2015, 206 p.

Fonte: Werra


.

sábado, 8 de abril de 2017

CHINESES SE ENFRENTAM EM XUZHOU (1948-1949)

.

Em 6 de novembro de 1948 começou a batalha decisiva de Xuzhou, na qual os comunistas chineses derrotaram os nacionalistas. Os liderados de Mao Tsé-tung vinham do norte, pressionando o Kuomintang cada vez mais para o sul.


Por Thomas Bärthlein


Na primavera setentrional de 1949, as tropas de Mao Tsé-tung conquistaram quase todo o território continental da China. Cerca de seis meses antes, elas não tinham sequer uma cidade importante sob o seu controle. Mas logo tinham conseguido impor-se através da vitória na batalha de Huaihai, nas proximidades da cidade de Xuzhou, um entroncamento ferroviário de grande importância estratégica na China central. A batalha começou no dia 6 de novembro de 1948 e durou até 10 de janeiro de 1949.

Esta foi a primeira batalha campal desde o início da guerra civil em 1946. Até então, os comunistas haviam empregado uma tática de guerrilha no interior do país. Em Xuzhou, participaram da batalha cerca de 600 mil soldados de cada lado. No final, as tropas de Chiang Kai-shek foram derrotadas de forma aniquilante.

Só existem especulações sobre o número de mortos, feridos e desertores: os arquivos chineses continuam até hoje fechados para a pesquisa por parte dos historiadores. Em janeiro de 1949, os comunistas conquistaram Pequim e Tientsin no norte da China; em abril, cruzaram o rio Yang-tsé, em direção ao sul. O exército de Chiang Kai-shek estava derrotado.

O líder comunista Mao Tsé-tung


Toda a história remontava à década de 20. Na época, Chiang Kai-shek já tinha lutado contra os comunistas. Eles controlavam grandes áreas, mas tiveram de retirar-se para as regiões afastadas do interior, promovendo a famosa "longa marcha".

Veio então a invasão japonesa. Entre 1937 e 1945, as tropas japonesas assolaram a China. Os comunistas e o Kuomintang de Chiang Kai-shek formaram uma "frente de unidade nacional" para combater os japoneses.

Para o sinólogo Thomas Kampen, o equilíbrio na China foi decisivamente abalado durante o período da ocupação japonesa: "Sem a invasão dos japoneses, Chiang Kai-shek teria podido derrotar os comunistas na década de 30. Ele teria podido investir todas as forças nessa luta e teria alcançado o seu objetivo. É preciso levar em conta, por exemplo, que a 'longa marcha' de 1934/35 começou com cem mil comunistas e terminou com dez mil – os comunistas estavam praticamente derrotados!"


Duas consequências

"O ataque japonês resultou em duas coisas: em primeiro lugar, Chiang Kai-shek não pôde mais concentrar-se na luta contra os comunistas; e em segundo lugar, os comunistas puderam fazer um longo trabalho clandestino nas regiões onde estava o exército japonês. Pois o problema para os japoneses era de que não dispunham de tanta tropa, para controlar todo o território. Eles controlavam principalmente as metrópoles e as linhas ferroviárias. E os comunistas podiam fazer a sua mobilização nas áreas rurais."

Isso valeu também na região de Xuzhou, por exemplo. Os comunistas tinham apoio nos povoados da região, pois tinham conquistado prestígio durante a luta contra os invasores japoneses. Já as tropas de Chiang Kai-shek tinham se retirado durante esse período. Thomas Kampen: "A Segunda Guerra Mundial terminou com a derrota do Japão. Mas não se pode dizer que os chineses tenham derrotado os japoneses. O motivo da derrota foi, antes, a bomba atômica etc. Ou seja: um grande problema era o fato de Chiang Kai-shek, seu partido e seu exército serem acusados de não ter combatido os japoneses com determinação. E, por essa razão, eles tinham uma péssima imagem."

Tropas comunistas chinesas em ação na região de Xuzhou


Além disso, os soldados de Chiang Kai-shek estavam pouco motivados nessa guerra civil. Muitos não sabiam o porquê da luta contra os comunistas. O que não era de se admirar, pois muitos deles eram camponeses recrutados compulsoriamente, segundo esclarece Thomas Kampen: "Eles não ingressaram voluntariamente no exército, mas foram sequestrados e então incorporados à tropa. Por isso, muitos deles também desertaram".

"Entre os comunistas, uma das prioridades era motivar os camponeses, fazendo com que cooperassem voluntariamente. Na verdade, os comunistas não tinham o poder necessário para fazer um recrutamento compulsório."

Os camponeses – na época, 90 por cento da população chinesa – deveriam sustentar a Revolução, segundo a teoria de Mao Tsé-tung. De fato, num trabalho minucioso de anos de duração, os comunistas conseguiram convencer muitos camponeses a dar apoio às suas reivindicações de reforma agrária.

A longo prazo, a luta pelo poder foi decidida através da péssima imagem do governo e da excelente imagem dos comunistas, tanto em questões nacionais quanto em questões sociais.

O que causa admiração é que os comunistas tenham conseguido enfrentar com êxito as tropas do Kuomintang, equipadas com armamentos americanos. Nem mesmo os soviéticos ajudaram os comunistas chineses com o fornecimento de armas. Pois, tradicionalmente, Moscou mantinha um bom relacionamento com Chiang Kai-shek.


Fonte: DW

.

terça-feira, 4 de abril de 2017

LANÇAMENTO DO LIVRO "O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - A LONGA TRAVESSIA"

.

Realizamos, em 29 de março de 2017, o lançamento do nosso novo livro O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - A LONGA TRAVESSIA, em uma tarde memorável no belíssimo auditório do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica.

O meu agradecimento de coração ao INCAER, na pessoa dos Brigadeiros Pohlmann e Terroso, e a todos os que prestigiaram o evento e nos honraram com suas presenças.

A seguir, fotos do lançamento: