"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



domingo, 31 de março de 2013

MORRE NO RIO DE JANEIRO O BRIGADEIRO MEIRA, HERÓI DA 2ª GUERRA MUNDIAL







Com a mesma garra com que combateu na Segunda Guerra Mundial, o Major-Brigadeiro do Ar José Rebelo Meira de Vasconcelos travava há cinco dias uma intensa luta no Hospital Central da Aeronáutica. Na manhã deste sábado (30/3), às 8h25, a batalha cessou aos 90 anos. A Força Aérea Brasileira perdeu, assim, um de seus maiores ícones. Herói de guerra, militar dedicado, deixou um legado inestimável para a FAB, para a aviação de caça e para o Brasil.

A trajetória do Major- Brigadeiro Meira iniciou-se em 1943, quando se formou na Escola de Aeronáutica no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro. Como Aspirante, seguiu para o Nordeste, mas logo em seguida foi convocado para servir no 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA).

O Grupo foi enviado para a 2ª Grande Guerra Mundial. No conflito, o Brigadeiro Meira tornou-se um herói. Cumpriu nada menos que 93 missões no front europeu, como piloto de caça da Esquadrilha Verde. Sua primeira missão ocorreu em 11 de novembro de 1944 e a última em 2 de maio de 1945, considerada a derradeira missão do Grupo de Caça nos céus da Itália. Em 18 de junho de 1945, o militar partiu de Pisa, na Itália, para os EUA a fim de efetuar o translado de novos aviões P-47 para o Brasil. Em sua carreira militar voou 6.000 horas entre as aviações de caça e de transporte.

Ao regressar ao Brasil, foi formar novos pilotos de caça no Grupo de Aviação de Caça, na Base Aérea de Santa Cruz. Por causa de sua grande experiência, foi convocado para transmitir a doutrina aplicada na Guerra aos oficiais, como instrutor da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica, em São Paulo. Comandou ainda a Escola de Bombardeio Médio.

 
Os vínculos e as amizades constituídas durante a Guerra tornaram-se perenes e renderam situações inusitadas. Durante o conflito mundial o então Tenente Meira era comandado pelo Major Nero Moura, que mais tarde assumiria o cargo de Ministro da Aeronáutica. Quando o Brigadeiro Meira, casado havia pouco tempo, chegou em Recife, foi convocado pelo Ministro Nero Moura de forma enfática: “Esteja em meu Gabinete, aqui no Rio de Janeiro, amanhã às 15 horas”. Ainda que tentasse argumentar, a confirmação do Ministro teve igual ênfase: “Esteja em meu Gabinete amanhã às 15 horas”. Foi designado então Oficial de Gabinete e Ajudante de Ordens do Ministro da Aeronáutica. Em um cenário distinto do vivido na campanha da Itália, os amigos voltavam a conviver.

Na sequência de sua carreira, o Brigadeiro Meira ocupou vários cargos de destaque. Foi Membro da Comissão Aeronáutica em Washington, EUA; Comandante e Oficial de Operações do 2º Grupo de Transporte; Chefe da Seção de Logística e de Operações do Comando de Transporte Aéreo; Instrutor da Escola de Comando e Estado Maior da Aeronáutica; Subchefe do Gabinete do Ministro da Aeronáutica; Chefe da Seção de Planejamento do Estado Maior da Aeronáutica; Membro do Corpo Permanente da Escola Superior de Guerra.

Reformado em outubro de 1966 no Posto de Major Brigadeiro do Ar, o Brigadeiro Meira continuou desenvolvendo suas atividades na vida civil. Entre os cargos que ocupou estão o de Superintendente Administrativo da Sondotécnica Engenharia de Solos S.A; Diretor Administrativo da Sondoplan Planejamento, Pesquisa e Análise S.A; Superintendente de Coordenação Operacional da VASP; Presidente da Cia Brasil Central Linha Aérea Regional; Assessor de Operações, Diretor Administrativo e Vice Presidente Executivo da Brinks S.A.

De temperamento afável, o Brigadeiro-Meira deixa um legado de profissionalismo e será sempre lembrado pela serenidade. Serenidade como a que exibia no Birutinha, bar do Clube de Ultraleves que fica no Clube de Aeronáutica da Barra da Tjuca. Ouvia atentamente as histórias de seus companheiros, mas quando na roda de amigos o assunto era o Grupo de Aviação de Caça, ali estava ele para contar com riqueza de detalhes as agruras, as dificuldades e as vitoriosas missões da FAB na Segunda Guerra Mundial. Relatos que só mesmo um herói de guerra poderia fazer. 


Fonte: Agência Força Aérea


sexta-feira, 29 de março de 2013

U-BOAT ALEMÃO LOCALIZADO NO MAR DO NORTE







O submarino alemão U-486 partido ao meio foi descoberto durante a construção de um oleoduto no Mar do Norte perto de Bergen, na Noruega, informou o Museu Marítimo da cidade.

Especialistas observam que o casco do submarino está revestido com borracha sintética para evitar detecção por radar.

O submarino afundou ao ser torpedeado por britânicos em 12 de abril de 1945, ninguém da tripulação conseguiu escapar. O próprio U-486, antes disso, afundou um navio de carga belga com 763 fuzileiros norte-americanos a bordo.


Detalhes do U-486, um submarino do Tipo VIII C


Fonte: A Voz da Russia


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segunda-feira, 25 de março de 2013

ARQUIVO MALVINAS - BRASIL FOI ROTA DE ARMAS PARA A ARGENTINA

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Aviões argentinos usaram o território brasileiro - mais especificamente, o aeroporto do Recife - para trazer um amplo arsenal da Líbia de Muamar Kadafi para a junta militar de Buenos Aires durante a Guerra das Malvinas. A informação, que inclui detalhes sobre as armas líbias e acusações contra o governo de João Batista Figueiredo, está entre os 6 mil documentos secretos da guerra de 1982 que o National Archives, de Londres, liberou no final de 2012.

A inteligência britânica usava um informante no Recife que conseguiu entrar em um dos aviões que faziam a "ponte aérea" Líbia-Argentina. Londres confrontou o Itamaraty com a informação, mas a chancelaria brasileira silenciou sobre o caso. Em uma reunião de gabinete, a primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher, chegou a es­tudar a possibilidade de abater um desses aviões argentinos que faziam escala no Brasil.

Os britânicos estavam convencidos de que o "mais alto escalão" do governo brasileiro tinha pleno conhecimento da opera­ção entre argentinos e líbios. O Brasil, que representava os interesses da Argentina em Londres, não teria coragem de enfrentar a questão, acusam os britânicos.

O chanceler brasileiro Ramiro Saraiva Guerreiro

Rubens Ricupero, à época responsável do Itamaraty para assuntos sul-americanos, confirma que o embaixador britânico no Brasil, George Hardings, reclamou do suposto uso do Recife como entreposto para envio de armas da Líbia à Argentina. "Ele me trazia com muita frequência esse tipo de reclamação. Eu reportava isso ao ministro (Ramiro Saraiva Guerreiro) e o assunto ia para a área de inteligência do governo, principalmente para o Serviço Nacional de Inteligência (SNI). Nunca tive um retorno", diz Ricupero.

No entanto, ele afirma ser "pouco plausível" a informação de que o Brasil tinha participação na operação. "Não havia intenção nossa em manter a disputa (nas Malvinas) acesa. Sempre houve muita especulação, mas acho que era fantasia (dos britânicos)." Londres pediu ajuda à Casa Branca para pressionar o Brasil. De acordo com um telegrama de 1° de junho, os americanos sabiam da rota Líbia-Argentina via Recife.




Informantes


Em um telegrama enviado a Londres em 1° de junho de 1982, o embaixador britânico no Brasil dá detalhes sobre um carregamento de armas. Ele fora até Recife "investigar" o caso e constatou que, até aquele momento, dois aviões haviam pousado na cidade, fazendo o trajeto da Líbia à Argentina.

O primeiro havia sido no dia 25 de maio, com registro WAS TC-93. Pilotado pelo "capitão Catiella" e com base em El Palomar, o avião estava vazio e parou apenas para abastecer. Ele seguiria para Trípoli.

O mesmo avião voltaria em 27 de maio. Uma hora depois, decolaria para a Argentina. "A fonte no Recife pôde ver dentro do avião e reportou seis longas caixas de madeira", indica o embaixador. "A fonte" trabalhava no aeroporto e as caixas teriam mísseis Exocet. Outras menores ocupavam o restante do espaço. Tanto para o pouso quanto deco­lagem, o avião usou toda a pista, o que indicaria seu peso.

No dia 28 à noite, mais um voo foi registrado pelos britânicos, dessa vez das Aerolíneas Argentinas e em direção a Trípoli, comandado pelo piloto civil identificado como "Cunivert". O mesmo avião retornaria no dia 30, carregado.

Documentos britânicos lançam suspeitas de que os aviões argentinos transportavam mísseis Exocet da Líbia para a Argentina



No mesmo dia, o embaixador viu a chegada de mais um avião, também das Aerolíneas. Segundo ele, pilotos falaram com o cônsul argentino, enquanto homens armados cuidavam do avião e outros, "nervosos", acompanhavam a situação. Os voos receberam a "autorização do Ministério da Aeronáutica", afirma o diplomata.

Em outro telegrama enviado pelos britânicos em Trípoli, em 1° de junho, diplomatas de Lon­dres confirmam que viram um avião civil argentino na área restrita a militares no aeroporto líbio. Segundo o documento, ele carregava 400 mísseis ERM.

O assunto rapidamente chegaria a Thatcher. No dia 11 de junho, o procurador-geral britânico, Michael Havers, relatou a ela  que havia sido solicitado a dar sua opinião sobre o impacto jurídico que teria uma eventual interceptação dessas aeronaves.

"Um avião voando diretamente de Trípoli para Recife, no Brasil, sem parar para abastecer, não poderia ser interceptado ou forçado para Ascensão (ilha britânica no Atlântico), porque não teria combustível suficiente", explicou. Os britânicos pediram a "ajuda da diplomacia francesa para contatar diretamente Muamar Kadafi e obter informações”. Paris apenas relatou que o dita­dor líbio negou qualquer envolvimento com o tráfico de armas para a Argentina.

Fonte: Estadão

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domingo, 17 de março de 2013

EXPEDIÇÃO BUSCA NAVIO DA INVENCÍVEL ARMADA ESPANHOLA NAUFRAGADO HÁ 425 ANOS

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Os restos de La Ragazzona, o maior navio da Invencível Armada, do rei espanhol Felipe II, está há 425 anos no fundo da Foz de Ferrol, sem que ninguém os tenha procurado nestes quatro séculos.

Uma expedição científica de arqueólogos submarinos pretende encontrar sua localização exata. No dia 8 de dezembro de 1588, a embarcação naufragou após o fracasso da expedição militar para derrubar a rainha Elizabeth I da Inglaterra.

Um temporal o levou para o litoral quando ia a caminho do porto de La Coruña para ser reparado e acredita-se que se foi a pique na entrada da Foz de Ferrol, próxima a este porto.

Essa é a história da embarcação La Ragazzona, que acabou repousando no fundo da foz galega após ser um dos navios de artilharia de maior capacidade de sua época.

O galeão La Ragazzona, em sua configuração de 1588
 

Um pesquisador da Faculdade de História da Universidade de Santiago de Compostela, David Fernández Abella, lidera agora um projeto de arqueologia submarina para localizar os restos da embarcação, confirmar sua procedência e registrar os restos do navio como patrimônio histórico.

Documentos da época relatam que o La Ragazzona liderava a Esquadra de Levante da Grande Marinha e os historiadores supõem que o monarca espanhol tenha alugado o navio da República de Veneza para aumentar sua frota, conhecida como "Invencível".

Era uma embarcação muito grande para a época, de cerca de 40 metros de comprimento, e com várias fileiras de canhões. Voltou do Canal da Mancha liderado pelas batalhas navais e circunavegou as costas da Irlanda até La Coruña, no noroeste da Espanha, onde tinha que ser reparado.

Sem âncora nem velas, o temporal o arrastou de La Coruña até a costa de Ferrol, uma distância de cerca de 12 quilômetros, onde encalhou entre as rochas e depois afundou.
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 A Invencível Armada espanhola a caminho do desastre


Uma equipe de pesquisadores do departamento de Arqueologia da Universidade de Santiago de Compostela com o apoio da unidade de mergulho das Forças Armadas espanholas e da empresa de arqueologia aquática Argônios, mergulharam nas frias águas da foz para buscar o rastro do navio e provas que permitam descobrir o que restou do galeão.

Os trabalhos, "modestos e autofinanciados", segundo Fernández Abella, começaram na segunda-feira passada e se prolongaram até a última sexta-feira com duas equipes de sete mergulhadores.

Localizaram restos da artilharia - grandes canhões - os quais, com quase toda certeza, pertenceram ao La Ragazzona, embora a cautela científica lhes impeça de confirmar que realmente se trate do famoso navio.

A equipe de arqueólogos não prevê a retirada de nenhuma peça e o trabalho se centra em localizar, estudar e documentar os restos.

Os pesquisadores lamentam não terem descoberto ainda elementos de cerâmica que permitam datar com maior precisão os restos da embarcação, para compará-los com outros da Grande Marinha no litoral da Irlanda.

"Precisamos de tempo para identificar a totalidade dos restos", disse Fernández Abella, que confia que possa provar que correspondem a esse navio. O lugar do naufrágio será então um ponto de interesse arqueológico.

Um acordo entre os ministérios espanhóis de Defesa e Cultura faculta à Marinha a vigilância dos espaços marítimos e a proteção do patrimônio subaquático.


Fonte: Arquivo insólito 


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