"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

REINO UNIDO LIBERA DOCUMENTOS SIGILOSOS DA GUERRA DAS MALVINAS



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Documento diz que Thatcher ficou 'estupefata' com invasão das Malvinas.
Documentos oficiais perderam o sigilo nesta sexta (28). 
Então premiê britânica disse que invasão da Argentina foi 'estúpida'.

A então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher ficou estupefata com a "estúpida" invasão pela Argentina em 1982 do arquipélago das Malvinas, que provocou um conflito de 74 dias, de acordo com documentos oficiais que perderam o sigilo nesta sexta-feira (28).


"Nunca, jamais pensei que a Argentina invadiria diretamente as Malvinas. Foi uma ação tão estúpida", declarou Thatcher a uma comissão de investigação britânica sobre as Malvinas em outubro de 1982, quatro meses depois do fim da guerra, segundo os documentos divulgados pela BBC.


No entanto, em 31 de março de 1982, dois dias antes da invasão argentina, Thatcher foi informada pelo serviço secreto britânico que uma ação de Buenos Aires era iminente.


"Foi o pior dia da minha vida", afirmou Thatcher em outubro de 1982, antes de completar: "Aquela noite ninguém soube me dizer como poderíamos recuperar as Falklands (nome inglês das Malvinas). Ninguém. Não sabíamos, não sabíamos".

A invasão argentina nas Malvinas pegou o governo britânico de surpresa, revelam os documentos



Os documentos que deixaram de ser confidenciais revelam ainda que Thatcher fez tudo para impedir que a França vendesse mísseis Exocet ao Peru, que poderiam ser depois repassados à Argentina, que os utilizaria para afundar navios britânicos.


Em um telegrama ao então presidente francês François Mitterrand, com data de 30 de maio de 1982, a primeira-ministra britânica adverte: "Se o mundo soubesse - como provavelmente seria o caso - que a França entrega ao Peru armas que certamente serão fornecidas à Argentina (e) que podem ser utilizadas contra nós, aliados da França, isto teria um efeito devastador para as relações entre nossos dois países".  "Isto teria um efeito devastador para a Aliança", completa Thatcher, em referência à OTAN.  No dia seguinte, um diplomata francês, Francis Gutmann, informou ao conselheiro especial de Thatcher para as Malvinas que os mísseis não seriam entregues.  

A primeira-ministra Margaret Thatcher recepciona os soldados que chegam da guerra



O conflito das Malvinas - de 2 de abril a 14 de junho de 1982 - terminou com a derrota da Argentina, enquanto a Grã-Bretanha recuperou o controle do arquipélago. Mais de 900 pessoas morreram na guerra (650 argentinos, segundo estimativa, 255 britânicos e três civis das ilhas).


O arquipélago das Malvinas, no Atlântico Sul, 500 km ao leste da costa argentina, está sob o controle do Reino Unido desde que as autoridades argentinas foram expulsas em 1833.  A Argentina ainda reivindica a soberania sobre o arquipélago.

Fonte: G1

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MORRE, AOS 78 ANOS, O GENERAL NORMAN SCHWARZKOPF, O COMANDANTE DA TEMPESTADE NO DESERTO

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O general americano Norman Schwarzkopf, que comandou a coalizão internacional durante a primeira Guerra do Golfo, em 1991, morreu em Tampa, na Flórida, aos 78 anos, informou nesta quinta-feira (27) um oficial americano.

Schwarzkopf ficou conhecido mundialmente em 1990, quando o líder iraquiano Saddam Hussein invadiu o Kuwait e ameaçava a Arábia Saudita, colocando em risco mais de 40% das reservas mundiais de petróleo.

O então presidente americano, George Bush, formou uma coalizão de 32 países para expulsar as forças iraquianas e Schwarzkopf assumiu o comando de 425 mil soldados americanos e de outros 118 mil militares aliados, para dizimar a máquina de guerra de Saddam, mas sem derrubá-lo do poder no Iraque.

George Bush - hoje hospitalizado no Texas - lamentou a morte de Schwarzkopf, "um dos maiores chefes militares de sua geração". "Barbara e eu choramos a perda de um verdadeiro patriota americano e de um dos maiores chefes militares de sua geração".

"Um distinto membro desta longa linhagem proveniente de West Point, o general Norman Schwarzkopf resume a crença no dever, no serviço ao país, na liberdade, nesta grande Nação que defendeu durante as mais exigentes crises internacionais", destacou Bush, 88 anos.

Schwarzkopf, conhecido como "Stormin Norman", morreu justamente na cidade na qual ocupou sua última chefia militar, como titutar do Comando Central dos Estados Unidos.


O Capitão Norman Scharzkopf (a esquerda), socorrendo um soldado sul-vietnamita durante a Guerra do Vietnã


O general Schwarzkopf nasceu em Trenton, Nova Jersey, em 1934, em uma família de militares. Estudou em Teerã, Genebra e Frankfurt, acompanhando as missões do pai, até regressar aos Estados Unidos para seguir carreira militar como oficial de engenharia mecânica formado em West Point.

Com fama de destemido e audacioso, Schwarzkopf ficou conhecido na Guerra do Vietnã por resgatar pessoalmente homens de seu batalhão presos em um campo minado na península de Batangan.

Após a Guerra do Golfo, o general Schwarzkopf recusou o posto de Chefe de Pessoal do Exército e se retirou do serviço ativo, em agosto de 1991. Reformado do Exército, escreveu sua autobiografia, It Doesn´t Take a Hero, publicada em 1992.



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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

MENSAGEM DE FIM DE ANO





A você, que acompanhou o nosso BLOG ao longo do ano, que enviou sugestões ou material para ser publicado, que entrou em contato apresentando suas dúvidas e colaborações, ou que simplesmente visitou a nossa página, o meu muito obrigado. 

Continuaremos em 2013 procurando sempre melhorar o BLOG  HISTÓRIA MILITAR.



RECEITA DE ANO NOVO
Carlos Drummond de Andrade

Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, 
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) 
para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; 

Novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama,
se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?) 

Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. 
Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver. 

Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.


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sábado, 22 de dezembro de 2012

IMAGEM DO DIA - 22/12/2012

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No contexto das Guerras Italianas, um oficial de cavalaria espanhol dispara contra um sargento alemão, a serviço da França, durante a Batalha de São Quintino, em agosto de 1557, onde os terços espanhois obtiveram uma significativa vitória contra o exército francês de Henrique II.

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sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

HISTORIOGRAFIA MILITAR

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Estamos atualizando a lista de obras que tratam do tema História Militar na seção Historiografia Militar do nosso BLOG.  Estejam atentos às novidades.

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MARINHA RUSSA ANUNCIA A RECUPERAÇÃO DE SUBMARINOS NUCLEARES AFUNDADOS



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Dois submarinos atômicos afundados, o K-27 e o K-159 da Frota do Norte da Marinha Russa, serão içados e reciclados em terra. Segundo informações de uma fonte do Ministério da Defesa da Rússia ao jornal “Izvéstia”, esse ponto foi incluído no projeto “Estratégia de Desenvolvimento da Zona Ártica da Federação Russa”.

Foi examinado uma série de medidas para limpeza dos mares polares. Além dos submarinos afundados, será dada especial atenção à eliminação de resíduos perigosos de equipamentos militares deixados na Terra de Francisco José (arquipélago polar entre o mar de Barents e o oceano Glacial Ártico), nas ilhas de Novossivirsk, na ilha Beli”, informou a fonte que preferiu não se identificar.

Outra fonte, do Estado Maior da Marinha, disse ao jornal “Izvéstia” que as forças e os recursos técnicos russos não são suficientes para operações de tamanha dimensão. Para erguer embarcações, que se encontram a grandes profundidades, são necessários navios especiais de apoio a mergulhadores, rebocadores, barcas e lanchas com sistema de guindaste. A experiência de içamento do Kursk, 11 anos atrás, mostrou que a Rússia não tem condições de garantir toda a parte técnica sozinha. Na época, os trabalhos básicos foram realizados pela empresa holandesa Mammoet.

Até hoje não temos as embarcações necessárias. Logo após a tragédia do submarino Kursk, a Frota adquiriu da Grã-Bretanha cinco aparelhos Venom, que submergem a grandes profundidades sem piloto, e agora eles serão substituídos por três Gavia islandeses de tecnologia avançada. Eles conseguem realizar operações específicas com seu complexo de instrumentos hidráulicos, como brocas, perfuradores e serras, mas são aparelhos de busca e salvamento, não de içamento”, disse o entrevistado.

Ele explicou que a Frota da Marinha Russa praticamente não possui pessoal especializado para trabalhos em grandes profundidades. Por isso, será necessária a abertura de uma licitação internacional entre empresas especializadas dos EUA, Holanda, França e Coreia do Sul.

O submarino K-159 afundou em 2003 no Mar de Barents, quando era rebocado para desmonte e reciclagem


Um representante da holding Corporação Industrial Reunida considera que os requisitos de içamento do K-27 e do K-159 podem ser atendidos por uma série de empresas russas, inclusive pela Corporação de Construção Naval Reunida. “Porém, ninguém pode dizer o preço e o prazo de realização dos trabalhos sem saber os parâmetros da solicitação. Içar a embarcação inteira é uma coisa, serrá-la no fundo do mar e erguer as partes é outra”, explicou o representante da indústria da defesa.

O submarino K-27 está no fundo do Mar Cáspio desde 1980. O K-159 afundou em 2003 no Mar de Barents, quando o rebocavam para reciclagem. O primeiro, numa profundidade de 75 m, não apresenta grandes dificuldades para içamento, mas a situação do segundo é mais complexa. Ninguém sabe com exatidão a profundidade em que se encontra, algo entre 170 m e 250 m.


Fonte: Gazeta Russa


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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

HEROÍSMO - UMA HOMENAGEM DO BLOG HISTÓRIA MILITAR

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O post a seguir nada tem a ver com o tema do nosso BLOG, mas, como professor e como pai, não poderia deixar de homenagear uma heroína da vida real.  

É comum associarmos atos heroicos a soldados, bombeiros, equipes de resgate, enfim, àqueles que arriscam sua vida para salvar outras pessoas.  Mas desta vez foi diferente.  Nossa heroína é professora, muito jovem ainda, mas suas ações - que lhe custaram a vida - fizeram com que seus alunos (que estavam sob sua responsabilidade) fossem salvos de um inacreditável ato de violência.




A jovem na primeira foto é Carlee Soto, quando recebeu notícias sobre sua irmã, uma professora na Escola Sandy Hook.

A jovem na segunda foto é Victoria Soto, 27 anos, a irmã de Carlee. Victoria estava, aparentemente, escondendo as crianças no arm
ário quando o atirador apareceu. Ela colocou-se na frente das crianças e do atirador, quando levou um tiro e foi morta. 

Quando ela soube que esse homem havia invadido a escola, ela escondeu seus alunos (da primeira série) em armários e cabines, e então falou para o homem que os estudantes estavam no ginásio. Ele matou Victoria, mas nenhum de seus estudantes foi ferido.

Você é uma heroína, Victoria, e ninguém jamais esquecerá o quão incrível você foi, e o que fez por seus estudantes.  Que descanse em paz.







segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

UNIFORMES - OFICIAL DO GOVERNO REFORMADO CHINÊS, 1939

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Governo Reformado Chinês
General de Divisão
Guerra Sino-Japonesa, 1939





O General-de-Divisão ao lado pertence ao Governo Reformado constituído em Nanquim pelos japoneses, em 1938.  Seu posto de general é indicado pela estrela de oito pontas na insígnia de gola.  O uniforme é um modelo japonês para oficiais com a insígnia do governo títere.  O quepe leva a flor esmaltada de cinco pétalas nas cores da antiga bandeira republicana, a qual passou a ser utilizada pelo regime.

O general está armado com uma espada de oficial japonês, o que era padrão para a maioria dos oficiais do governo fantoche.  Outras tropas do Governo Reformado vestiam uma grande variedade de uniformes.

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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O SOLDADO SANFONEIRO LUIZ GONZAGA - CENTENÁRIO DE NASCIMENTO

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Comemora-se hoje o centenário de nascimento do sanfoneiro Luiz Gonzaga, consagrado como o Rei do Baião.  Além de músico, Luiz Gonzaga pertenceu ao Exército Brasileiro.  A seguir, um pouco dessa história.

Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu em 13 de dezembro de 1912, no município de Exu (Pernambuco), e faleceu em 2 de agosto de 1989. Foram 76 anos de vida marcados por muita música e obstinação, no intuito de alcançar seus objetivos.

A fim de traçar seu destino, Luiz Gonzaga, aos 17 anos, mudou-se para Fortaleza, onde sentou praça no 23º Batalhão de Caçadores (23º BC), atual Batalhão Marechal Castelo Branco, a 5 de junho de 1930, sendo conhecido pelos colegas de farda como “Recruta 122”.

Logo depois, estourou a Revolução de 1930 nos Estados do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e da Paraíba. Luiz foi transferido para o 22º Batalhão de Caçadores, em João Pessoa, para combater os revoltosos na cidade de Sousa (PB) e, em seguida, movimentado para o 25º Batalhão de Caçadores, em Teresina, para lutar na revolução no interior do Ceará e Teresina.

No Piauí, conseguiu engajamento e foi para o centro-sul do País: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande e, finalmente, Juiz de Fora, no então 10º Regimento de Infantaria, onde ganhou fama no Exército e o apelido de “bico de aço”, pela habilidade como corneteiro.

O Soldado Luiz Gonzaga (o segundo, a partir da esquerda) na banda do 10º Regimento de Infantaria, de Juiz de Fora, já com sua inseparável sanfona


Eu fui soldado durante nove anos e eu sentia naquele meio um engrandecimento muito grande para com a minha pessoa. Eles me chamavam para cantar para eles e eu me apresentava diante de vinte, trinta generais, cantando coisas do sertão, porque militar gosta muito de música que decanta o trabalho, a força, a coragem, a capacidade de desenvolver a terra, tudo que minha música cantava. Uma vez eu cantei para Castello Branco numa festa grande que houve em Fortaleza. No final, ele me cumprimentou e disse: ‘gosto muito de você, Luiz’”, narrou Luiz Gonzaga, no livro da jornalista Regina Echeverria, Gonzaguinha e Gonzagão, Uma História Brasileira.

Em seu livro Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, o autor José de Jesus Ferreira relata alguns trechos marcantes da passagem do sanfoneiro pelo Exército. “Sua permanência nas fileiras do Exército foi pontilhada de constantes movimentações. Nos princípios de julho de 1930, ainda com as insígnias da unidade cearense cingidas na túnica, participou, sob o comando do coronel Pedro Ângelo, de algumas incursões a municípios sertanejos, como Princesa e Cajazeiras, na Paraíba, e Cariri, no Ceará. A partir de outubro daquele ano, com a explosão do movimento revolucionário, liderado pelos Estados do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e da Paraíba, e a consequente deposição do presidente Washington Luís, o pracinha Gonzaga, já militarmente aprimorado, deixou as fronteiras cearenses".

Em 27 de março de 1939, entretanto, recebeu a sua baixa no Exército, depois que foi sancionada uma lei que impedia o reengajamento de cabos e soldados com mais de dez anos de atuação. Por conta disso, partiu rumo ao Rio de Janeiro, com a intenção de poder voltar para casa.

 Luiz Gonzaga ficou no Batalhão de Guardas do Rio de Janeiro, enquanto aguardava um navio para Pernambuco, e foi aconselhado por um soldado sobre a possibilidade de ganhar dinheiro por sua habilidade.

Em 1940, passou a apresentar-se em programas de rádio como calouro. Com repertório variado, que ia desde músicas estrangeiras, que lhe renderam críticas, às músicas populares brasileiras. Mas foi a partir de suas músicas, algumas compostas em parceria, que o “Lua”, apelido dado pelo então radialista Paulo Gracindo, que o sanfoneiro arretado conseguiu sucesso.  Em 1949, Luiz Gonzaga é consagrado o Rei do Baião, gênero que praticamente introduziu e divulgou no centro-sul do País.

A partir dos anos 80 do século XX, algumas iniciativas foram adotadas no intuito de reconhecer o homem e a arte de Luiz Gonzaga do Nascimento, insigne brasileiro nordestino. O Exército Brasileiro, em 1982, lhe concede a Medalha do Pacificador, em 2001, in memorian, o homenageia com uma placa, com a réplica da corneta usada à época no 23º BC e com a cópia do Boletim de Incorporação pelo Comando Militar do Nordeste, e, em 2006, por proposta do Comando Militar do Nordeste, o Comandante do Exército lhe outorga, post mortem, a Medalha da Ordem do Mérito Militar, que foi entregue a irmã, Francisca Gonzaga.


 Fonte: EB
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