"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sexta-feira, 27 de maio de 2011

IMAGEM DO DIA - 27/05/2011

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Durante as Guerras Médicas (século V a.C.), tropas espartanas detém o exército persa no estreito das Termópilas,  junto ao Mar Egeu


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GUERRA FRANCO-PRUSSIANA - CAUSAS

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No dia 19 de setembro de 1870, o cerco das tropas alemãs a Paris, marcou o início do fim da guerra de Bismarck contra Napoleão III.

O fato que conduziu diretamente ao irrompimento da Guerra Franco-prussiana de 1870 foi a candidatura do príncipe Leopoldo von Hohenzollern-Sigmaringen, um parente distante do rei prussiano Guilherme I, ao trono espanhol, que havia ficado vago após a revolução de 1868.

Embora sem o consentimento de Guilherme I, o então chefe de governo da Prússia, Otto von Bismarck, convenceu Leopoldo de que o trono espanhol deveria ser ocupado por alguém da dinastia Hohenzollern. Já a França, governada por Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, foi contra, por temer um desequilíbrio de poder na Europa em favor dos alemães.


Num gesto extremo, Paris ameaçou a Prússia com guerra, caso não retirasse o apoio ao candidato ao trono espanhol. A pressão de Guilherme I cresceu, a ponto de Leopoldo desistir oficialmente. Mas Napoleão III, que pretendia ver a Prússia humilhada, exigiu do soberano alemão um pedido oficial de desculpas e, acima de tudo, a garantia de que também no futuro a dinastia Hohenzollern não ambicionaria o trono espanhol.

Esta exigência foi manipulada por Bismarck para ser entendida como um ultimato da França. Ele não só acreditava que seu país estivesse preparado para um conflito armado; apostava, também, no efeito psicológico que uma declaração de guerra contra a Prússia teria nos países vizinhos. Contando com a solidariedade dos países de idioma alemão, estaria praticamente atingida a meta da unificação (que desembocaria no II Reich).


Vizinhos do sul aliaram-se à Prússia

A guerra foi declarada pela França a 19 de julho de 1870 e, imediatamente, a Alemanha e seus vizinhos sulinos uniram-se numa frente contra Napoleão III e suas tropas. O Império Áustro-Húngaro, a Rússia, a Itália e a Inglaterra preferiram manter a neutralidade. Enquanto as tropas alemãs, do comandante-em-chefe conde Helmuth von Moltke, dispunham de 400 mil soldados, os franceses conseguiram mobilizar apenas 200 mil.

A primeira batalha, a 2 de agosto, em Saarbrücken, foi vencida pela França. Quatro dias depois, entretanto, o país sofria a primeira derrota. As seguintes seriam em Vionville (15 de agosto), Gravelotte (18) e Beaumont (30/08).

A batalha decisiva foi iniciada na manhã de 1º de setembro, em Sedan. Napoleão chegou ao campo de batalha na tarde do mesmo dia e assumiu o comando militar. Ao conscientizar-se da situação desoladora, ordenou que fosse içada a bandeira branca. Na mesma noite, foi negociada a capitulação e a prisão de Napoleão e 83 mil soldados franceses.

Quando esta notícia chegou a Paris, houve uma rápida rebelião, a Assembléia Constituinte foi dissolvida e, a 4 de setembro, proclamada a República Francesa. No dia 19 de setembro de 1870, as tropas alemãs cercaram Paris. Nos conflitos que se seguiram, comandados pelo governo da resistência, em Tours, os franceses foram derrotados pelos prussianos. Os sérios problemas de abastecimento e a forma rudimentar com que a população civil tentava evitar a tomada da capital apressaram a capitulação, a 19 de janeiro de 1871.

Um dia antes, Guilherme I havia sido coroado imperador alemão no Palácio de Versalhes, selando o objetivo de Bismarck, de uma grande potência alemã. A capitulação formal de Paris e o armistício aconteceram a 28 de janeiro de 1871. Seguiram-se a composição da Assembléia Nacional francesa e a constituição da Terceira República. O acordo de paz foi selado em Frankfurt, a 10 de maio de 1871. Como reparação de guerra, a França abdicou da Alsácia  e foi forçada a pagar uma alta soma em dinheiro.


 
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sexta-feira, 20 de maio de 2011

PENSAMENTO MILITAR - A DECISÃO NA BATALHA


“Nenhuma batalha é decidida num único momento, embora em todas as batalhas surjam momentos de crise de que depende o resultado. A perda da batalha é, pois, um descair gradual.”

Carl von Clausewitz, general prussiano


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EXÉRCITO E IPHAN VISTORIAM RUÍNAS DO FORTE SÃO JOAQUIM

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O 7º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), visitaram o Forte de São Joaquim, localizado no município de Bonfim, para o reconhecimento das ruínas do local que será tombado como patrimônio nacional. A visita aconteceu quarta-feira, dia 18.

O Forte de São Joaquim foi idealizado em torno de 1752, mas sua construção só ocorreu em 1775, pelos portugueses, com a finalidade exclusiva de defender a região da expansão colonial espanhola, holandesa e inglesa, que já haviam tido conhecimento das terras que cercavam o Rio Branco. Hoje, as ruínas do Forte são um marco de memória da ocupação do território e, principalmente, desse processo de contato dos europeus com o continente americano. Apesar de nunca ter funcionado ativamente em confrontos, o Forte de São Joaquim foi uma importante sede administrativa da Coroa Portuguesa para a região. O local foi tombado como Patrimônio Histórico do Estado no dia 22 de abril de 2001.

A obra foi concluída finalmente em 1778 e recebeu a denominação de Forte São Joaquim do Rio Branco, em virtude de localizar-se em uma área onde ficava a fazenda real de São Joaquim. A edificação seguiu os padrões de construção de fortes lusitanos, com formato paralelogramo e seu lado maior voltado para o rio. O Forte São Joaquim possuía, em sua guarnição inicial, 10 canhões, dos quais, oito eram de ferro e dois de bronze. Das peças de ferro, cinco se encontram atualmente em frente ao quartel do 6º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC).

Esse será o primeiro tombamento federal de Roraima. "Nós estamos aguardando apenas a parte burocrática. No ano passado recebemos um técnico do Rio de Janeiro, especializado em fortes, que veio para fazer algumas medições. Só precisamos finalizar o trâmite que existe dentro do Iphan", contou a Superintende do Instituto, Mônica Padilha.

O tombamento virá como uma forma de preservar o Forte de São Joaquim, que hoje está em ruínas. "A princípio, nós queremos garantir a preservação do Forte. Impedir que ele se degrade ainda mais e, com isso, será elaborado um projeto científico para pesquisa, uma escavação arqueológica e outros processos. Com os resultados, nós pretendemos criar um museu, além de fazer uma estrutura básica de apoio ao turista", relatou o arqueólogo do Iphan, Roberto Costa.

A viagem de reconhecimento contou com uma estrutura organizada do BIS, além da presença do general Franklimberg Ribeiro de Freitas. “Nós temos inúmeros fortes na região amazônica. Esse é o nosso único em Roraima, por isso o interesse do Exército em trabalhar junto com Iphan, para podermos recuperar a memória do Forte de São Joaquim”, falou o General.

Fonte: Clipping Express

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domingo, 15 de maio de 2011

IMAGEM DO DIA - 15/05/2011

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Elefantes de guerra cartagineses avançam sobre soldados romanos aterrorizados durante a Batalha de Zama (202 a.C.)


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EXPOSIÇÃO SOBRE A FEB EM JUIZ DE FORA-MG

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sábado, 14 de maio de 2011

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA MILITAR - INSCRIÇÕES ABERTAS

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Para você que deseja tornar-se um especialista em Hitória Militar, a Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) abriu o processo seletivo para mais uma turma do curso de pós-graduação na modalidade ensino a distância.

Não perca essa oportunidade para estudar História Militar.

Inscrições pela internet no link a seguir:

http://portal2.unisul.br/content/paginacursosvirtual/historiamilitar/inscricoes.cfm


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QUANDO A AUDÁCIA FAZ TODA A DIFERENÇA

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Quando falta a superioridade bélica, estratagemas e audácia podem decidir a batalha.  O caso a seguir ocorreu em 1940, durante a invasão alemã na Noruega, no início da 2ª Guerra Mundial.

O pequeno porto norueguês de Horten compreendia umas 100 a 150 casas de pescadores. Mas a sua real importância estava no poderoso arsenal localizado nas suas costas, em uma colina. Fortemente defendido por uma guarnição de mais de 1.000 soldados noruegueses, a posição podia tornar-se inacessível para os atacantes alemães.


Soldados alemães inspecionando uma bateria costeira norueguesa capturada


O capitão Grundman, no comando das forças nazistas, procedeu habilmente...

Ao encontrar-se na presença do almirante norueguês Johansen, Grundman exigiu sua rendição imediata. As forças atacantes estavam dispostas a arrasar o forte. Os bombardeiros alemães estavam à espera da ordem de iniciar o ataque. Os navios aguardavam o sinal para iniciar o bombardeio. O almirante norueguês, tendo dúvidas sobre a atitude a seguir, telefonou a Oslo, antes de decidir. Grundman, por eu lado, fez uma chamada telefônica para deter a intervenção dos aviões e dos navios alemães. Previamente, comunicara a Johansen que o prazo que podia dar era de apenas 15 minutos.

Johansem decidiu render-se. O capitão Grundman transmitiu uma breve ordem e recebeu no forte cerca de 100 soldados alemães, que procederam ao desarme da guarnição norueguesa. Além disso, no porto, os guarda-costas noruegueses Harald, Haarfagre, Tordenskjold e Olav Tryggvasen e um submarino caíram em poder dos alemães.

Johansen, cavalheirescamente, lamentou que as comodidades do forte não fossem próprias para receber as tropas alemães. Grundman, então, esclareceu ao almirante norueguês que todas as forças alemães eram as que ele estava vendo ali... jamais poderiam ter atacado o forte os inexistentes bombardeiros, nem a frota, que só existia na imaginação e nas palavras de Grundman...

A audácia dera frutos. O estratagema, velho como o mundo, enganara o veterano almirante norueguês.

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domingo, 8 de maio de 2011

IMAGEM DO DIA - 08/05/2011

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Durante as Guerras Italianas, em 1525, o exército Habsburgo, sob o comando nominal de Carlos de Lannoy, trabalhando em conjunto com a guarnição de Pavia, comandada por Antonio de Levya, ataca e vence os franceses, sob o comando pessoal do rei Francisco I, no grande campo de Mirabello, no lado externo dos muros da cidade.


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A CARGA DA BRIGADA LIGEIRA





A Carga da Brigada Ligeira foi uma desastrosa ação de cavalaria, dirigida por Lord Cardigan no decorrer da Batalha de Balaclava, em 25 de outubro de 1854, durante a Guerra da Crimeia. Passou para a História como tema do célebre poema The Charge of The Light Brigade, de Alfred Tennyson, cujos versos dizem "Não há nenhuma razão / só há que agir e morrer", fazendo desta carga um símbolo do absurdo da guerra.


Acontecimentos

A carga é considerada como um dos episódios mais heróicos ou mais desastrosos de toda a história militar britânica. Lord James Cardigan realiza uma carga de cavalaria da Brigada Ligeira contra a bem defendida artilharia russa durante a Guerra da Crimeia. Os britânicos combatiam na Batalha de Balaclava quando Cardigan recebeu a ordem de atacar os russos, comandados por Pavel Liprandi. A cavalaria britânica carregou sobre os inimigos sem hesitar, mas foi dizimada pela artilharia russa, sofrendo 40% de baixas em poucos minutos. Posteriormente, soube-se que a ordem foi o resultado de um erro (uma ordem que não foi dada intencionalmente). Lord Cardigan, que sobreviveu à carga, foi considerado um herói nacional na Grã-Bretanha.

Os protagonistas do desastre: Lordes Raglan (a esquerda) e Cardigan


A Brigada Ligeira era formada pelos 4º e 13º Regimentos de Dragões Ligeiros, pelo 17º Regimento de Lanceiros, e pelos 8º e 11º Regimentos de Hussardos, sob as ordens do general Lord Cardigan. Carregaram junto com a Brigada Pesada, formada pelo 4º Regimento de Dragões Irlandeses da Guarda, pelo 5º Regimento de Dragões da Guarda, pelo 6º Regimento de Dragões de Inniskilling e pelo Regimento Scots Greys. Estas unidades eram as principais forças de cavalaria britânicas no campo de batalha. O comando da cavalaria recaía em Lord Lucan.

Lucan recebeu uma ordem do comandante-chefe do exército, Lord Raglan, indicando que «Lord Raglan deseja que a cavalaria avance rapidamente para diante, persiga o inimigo, e tente impedir que retire os seus canhões. A artilharia montada pode acompanhá-la. A cavalaria francesa encontra-se à sua direita. Imediatamente.». Quem levava a ordem era o capitão Nolan, que talvez tenha transmitido informações complementares de viva voz.



Como resposta à ordem, Cardigan dirigiu 673 (ou 661) ginetes diretamente através do vale existente no sopé da colina de Fedyukhin, que mais tarde o poeta Alfred Tennyson denominaria vale da morte. As tropas russas, sob o comando de Pavel Liprandi, eram formadas por aproximadamente 20 batalhões de infantaria com o apoio de mais de cinquenta peças de artilharia. Tais forças estavam distribuídas de ambos os lados e no fundo do vale.

Parece que a ordem de Cardigan se referia à massa de canhões russos existentes em um reduto no fundo do vale, aproximadamente 1,5 km mais longe, enquanto Raglan teria percebido que se referia a um grupo de redutos na outra vertente da colina que formava o lado esquerdo do vale. Aqueles não eram visíveis desde as posições ocupadas pela Brigada Ligeira, colocada na entrada do vale.

A carga da Brigada Ligeira sob o ponto de vista dos russos


A brigada alcançou o contato com as forças russas do fundo do vale, e obrigou-as a fugir do reduto. Sofreu fortes perdas, e foi rapidamente obrigada a recolocar-se. Lucan fracassou na sua missão de apoiar Cardigan, e alguns suspeitam que isso se devia à animosidade que sentia contra o seu cunhado: a Brigada Pesada alcançou o vale, mas não avançou mais. A cavalaria francesa, os Caçadores de África, foram mais eficazes, já que romperam a linha russa da colina de Fedyukin e cobriram os sobreviventes da Brigada Ligeira durante a sua retirada.

Cardigan sobreviveu, e descreveu o combate num discurso na Mansion House, em Londres, que foi registado e amplamente citado posteriormente na Câmara dos Comuns:

"Avançámos por uma encosta gradual de mais de um quilómetro, as baterias vomitavam sobre nós obuses e metralha, com uma bateria à nossa esquerda e outra à nossa direita, e o espaço intermédio cheio de fuzis russos; assim, quando chegámos a 50 metros da boca dos canhões que tinham lançado a destruição sobre nós, estávamos, de facto, rodeados por um muro de fogo, além do dos fuzis no nosso flanco.
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Enquanto subíamos a colina, o fogo oblíquo da artilharia caía sobre a nossa retaguarda, de tal modo que recebíamos um forte fogo sobre a vanguarda, os flancos e a retaguarda. Entramos no espaço da bateria, atravessamo-la, os dois regimentos à cabeça ferindo um grande número de artilheiros russos ao passar. Nos dois regimentos que tive a honra de dirigir, cada oficial, com uma única exceção, foi ou bem ferido, ou morto, ou viu o cavalo que montava morto ou ferido. Estes regimentos passaram, seguidos pela segunda linha, formada por dois regimentos suplementares, que seguiram o seu dever de ferir os artilheiros russos.

Depois veio a terceira linha, formada por outro Regimento, que completou o trabalho dado à nossa Brigada. Creio que se fez com verdadeiro êxito, e o resultado foi que esse corpo, formado por apenas 670 homens aproximadamente, conseguiu atravessar a massa da cavalaria russa que — como soubemos posteriormente — dispunha de 5240 homens; e tendo atravessado esta massa, deram a volta, como se diz na nossa expressão técnica militar, «ao fundo de tudo», e retiraram-se do mesmo modo, provocando tantos danos como era possível na cavalaria inimiga. De regresso à colina de qual havia partido o ataque, tivemos que sofrer a mesma mão-de-ferro e padecer o mesmo risco de disparos dos atiradores no nosso flanco que na ida. Muitos dos nossos homens foram atingidos, homens e cavalgaduras resultaram mortos, e muitos dos homens cujas montadas morreram foram massacrados quando tentavam escapar.

Mas, mylord, qual foi o sentimento destes valentes que regressaram à sua posição, se de cada regimento não voltou senão um pequeno destacamento, e dois terços dos efetivos implicados na ação se tinham perdido?. Creio que cada homem que participou neste desastroso assunto de Balaclava, e que teve a bastante sorte para continuar com vida, deve notar que foi somente por um decreto da Divina Providência que escapou à morte mais certa que era possível conceber".


Consequências

A brigada não foi completamente destruída, embora sofresse terríveis perdas: 118 mortos, 127 feridos, e a perda de 362 cavalos. Depois de serem reagrupados, apenas 195 homens dispunham de cavalo. A futilidade da ação e a sua bravura imprudente fizeram afirmar o general francês Pierre Joseph François Bosquet: "É magnífico, mas isso não é a guerra". Diz-se que os chefes russos acreditavam a princípio que os ginetes tinham abusado da bebida. A reputação da cavalaria britânica melhorou notavelmente com esta carga, embora o mesmo não se possa dizer do seu comando.

O jornalista irlandês William Howard Russell, presente no local do combate, apresentou na época a seguinte informação acerca dos efetivos e perdas da Brigada Ligeira nessa batalha:

4º Dragões Ligeiros - total 118 - perdas 79
13º Dragões Ligeiros - total 130 - perdas 69
8º Hussardos - total 104 - perdas 66
11º Hussardos - total 110 - perdas 85
17º Lanceiros - total 145 - perdas 110
Total - 607 sabres - perdas 409

Remanescentes da Brigada Ligeira fotografados após a batalha

A lentidão das comunicações marítimas fez com que as notícias do desastre não chegassem ao conhecimento do público britânico senão três semanas depois. Os relatos da frente dos chefes britânicos publicaram-se numa edição extraordinária da London Gazette em 12 de novembro de 1854. Raglan implica Lucan pela carga, declarando que "Por sua incompreensão da ordem de avanço, o tenente-general (Lucan) considerou que devia atacar a qualquer preço, e ordenou o major-general Cardigan avançar com a Brigada Ligeira".

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sexta-feira, 6 de maio de 2011

ÚLTIMO VETERANO DA 1ª GUERRA MUNDIAL MORRE AOS 110 ANOS NA AUSTRÁLIA



Britânico de nascimento, Choules mentiu sobre a própria idade para ser aceito na Marinha britânica quando tinha 14 anos


O último militar veterano da Primeira Guerra Mundial, Claude Choules, morreu na Austrália aos 110 anos de idade, informou nesta quinta-feira a sua família.

Britânico de nascimento, Choules mentiu sobre a própria idade para ser aceito na Marinha britânica quando tinha 14 anos. Dizia que queria seguir os passos dos irmãos mais velhos e defender seu país.

A bordo do navio HMS Revenge, ele serviu no Mar do Norte, onde viu a rendição das tropas alemãs no estuário do rio Forth, na Escócia, em 1918, e a derrota do inimigo nas águas de Scapa Flow, nas ilhas Orkney.


Conhecido entre os seus amigos por 'Chuckles' (algo como "Risadinha", em uma tradução livre), Choules descrevia os anos da Primeira Guerra (1914-1918) como "uma época difícil".

Depois de servir em missões de paz no Mar do Norte, foi enviado a uma missão de treinamento para a Austrália em 1926. A bordo do navio de passageiros no qual viajava, conheceu a futura esposa Ethel, com quem permaneceu casado por 76 anos.

Ele se transferiu para a Marinha australiana, na qual serviu até 1956, e, desde então, vivia no país do Hemisfério Sul. Apesar do histórico militar, o britânico era considerado um pacifista. Expressava publicamente sua oposição ao principal dia em memória dos soldados mortos da Austrália e da Nova Zelândia, o Anzac Day, e se recusava a marchar nas tradicionais paradas militares anuais.

Aos 80 anos, fez um curso de escrita criativa e, em 2009, anos 108 anos de idade, publicou seu primeiro e único livro, a coletânea de memórias "The Last of the Last" ('O Último dos Últimos').

Choules morreu dormindo na casa de repouso onde vivia, em Perth, três anos depois da morte da esposa. Deixou três filhos e 11 netos. Com a morte do veterano, a também britânica Florence Green, que completou 110 anos em fevereiro, passa a ser a última sobrevivente que serviu na Primeira Guerra. Green não era militar, mas garçonete da Força Aérea feminina.


Fonte: The Telegraph
 
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segunda-feira, 2 de maio de 2011

PENSAMENTO MILITAR - A OUSADIA NA GUERRA


"Desde o condutor de transportes e o tocador de tambor até o general, a ousadia é a mais nobre das virtudes, o aço verdadeiro que dá à arma o seu gume e brilho."



Carl von Clausewitz, general prussiano
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PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR – MARECHAL SIR ARCHIBALD WAVELL


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* 05/05/1883 – Colchester, Inglaterra

+ 24/05/1950 – Londres, Inglaterra


Archibald Percival Wavell nasceu em Colchester no dia 5 de maio de 1883, filho de um major-general do Exército. Foi educado em Winchester e cursou a Academia Militar Real de Sandhurst. Comissionado no Regimento Black Watch em 1901, serviu com essa unidade na Índia e África do Sul, antes de ingressar na Escola de Estado-Maior em 1909. Ao graduar-se, foi transferido para a inteligência, especializando-se em assuntos militares russos.


1ª Guerra Mundial e período entreguerras

Em 1914, Wavell foi selecionado como oficial de inteligência do IV Corpo, mas conseguiu ser comissionado como major-brigadeiro da 9ª Brigada de Infantaria. Foi ferido em 1915, perdendo a visão do olho esquerdo, e serviu o restante da guerra numa série de posições de estado-maior na França e Palestina.
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Em 1926, foi designado para a 3ª Divisão de Infantaria. Isso deu-lhe a oportunidade de trabalhar com forças mecanizadas experimentais adidas àquela grande-unidade, e, nos anos seguintes, Wavell adquiriu grande apreciação pelo valor da mobilidade e flexibilidade numa força de infantaria, com também o valor do poder aéreo.


No Egito

Após mais um período na Palestina, como comandante militar, Wavell retornou à Grã-Bretanha como Tenente-General em 1938, para assumir o Comando do Sul. Esse posto, contudo, durou pouco. Em julho de 1939 foi transferido novamente, para se tornar Comandante-em-Chefe do Oriente Médio, com responsabilidades de tempo de guerra sobre Egito, Palestina, Transjordânia, Chipre, Etiópia, Somalilândia Britânica, Aden, Iraque e Golfo Pérsico. O total de forças sob seu comando era de 90.000 homens, dos quais um terço estava no Egito.

Os recursos eram escassos e, como seu subordinado, Sir Claude Auchinleck, Wavell estava determinado a esperar antes de comprometer suas forças em batalha. Ele pediu por tempo para organizar os homens e o material que precisava, bem como aclimatá-los às condições locais. Isso rendeu-lhe a antipatia de Churchill, sempre impaciente para ação imediata, mas, quando Wavell finalmente fez seu movimento, despachando a Força do Deserto Ocidental de Richard O’Connor para a Líbia, e o Tenente-General Alan Cunningham para a Somalilândia Italiana e a Abissínia, a vitória foi rápida e decisiva.

Generais Auckinleck e Wavell (a direita) planejando no Egito


Esses sucessos marcaram o ponto alto da carreira de Wavell no Oriente Médio. A invasão alemã da Grécia e a subsequente captura de Creta, a resposta alemã na Cirenaica, bem como a revolta pró-Alemanha no Iraque, forçaram todas as tropas britânicas para a defensiva. Após a falha das Operações Brevity e Battleaxe na fronteira do Egito durante maio e junho de 1941, Wavell foi dispensado e enviado à Índia como Comandante-em-Chefe.


Combatendo os japoneses

Se essa transferência foi feita para colocar Wavell em um papel pouco relevante, então os esforços falharam. Imediatamente, Wavell viu-se enfrentando a declaração de guerra dos japoneses e, de seu quartel-general em Java, foi designado Comandante-Supremo das Forças Aliadas (americanos, britânicos, holandeses e australianos) na Birmânia, Cingapura, Malásia, Índias Orientais Holandesas, Filipinas e noroeste da Austrália.

Havia pouco que Wavell pudesse fazer para conter o avanço do inimigo, devido à falta de recursos, dificuldades de comunicação sobre área tão vasta, e natureza intratável de alguns de seus aliados americanos e chineses. A falha na contraofensiva em Arakan foi a gota d’água para Churchill. Em setembro de 1943, o agora Marechal-de-Campo Wavell aceitou o convite para se tornar Vice-Rei da Índia. Em seu novo posto, ele perdeu contato com Churchill e seu sucessor, Clement Attle, sendo rapidamente dispensado em fevereiro de 1947.
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Wavell, vice-rei da Índia, discursando em Nova Delhi em 1946



Crítica e legado

Wavell foi uma personalidade desconcertante. Ele se tornou lendário por seus silêncios, apresentando uma máscara quase impenetrável que provocava suspeitas, e mesmo hostilidade, entre políticos, especialmente Churchill, que gostava de uma boa discussão. Wavell ainda desapontou o Primeiro-Ministro por recusar-se a ir à guerra na Líbia e África Oriental até que seus homens estivessem aclimatados e bem-equipados.

O sucesso de ambas as ofensivas provaram o acerto da decisão de Wavell, e apresentou marcado contraste com os eventos seguintes na Grécia, Líbia, e mais tarde na Birmânia, quando, até certo ponto, ele pagou o preço do equipamento ruim e ultrapassado do Exército.

Wavell subestimou a capacidade dos japoneses, embora, nesse caso, de forma alguma estava sozinho. Ainda assim era querido e respeitado por aqueles que serviram sob seu comando e, em contraste com seus hábitos conservadores, sempre apoiou e encorajou os não-ortodoxos: os Chindits e a Força V (unidade de inteligência) devem sua existência a Wavell.

Ao retornar para a Inglaterra em 1947, foi feito Visconde de Keren e Winchester. O Marechal-de-Campo Sir Archibald Wavell faleceu em Londres aos 67 anos de idade, no dia 24 de maio de 1950.


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