"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

GUERRA FRANCO-PRUSSIANA: MOLTKE E O PENSAMENTO MILITAR




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A Guerra Franco-Prussiana remodelou a Europa e preparou o caminho para a 1ª Guerra Mundial. Desenrolou-se de 19 de Julho de 1870 a 10 de Maio de 1871, tendo como adversários o Império Francês e o Reino da Prússia. O conflito marcou o clímax das tensões entre as duas potências após o crescente domínio da Prússia sobre a Alemanha, na época ainda uma federação de territórios quase que independentes.

Esta guerra sinalizou o crescente poderio militar e o imperialismo da Alemanha. Foi provocada por Otto von Bismarck, o chanceler prussiano, como parte do seu plano de criar um Império Germânico unificado. No campo militar, o papel de Helmuth von Moltke foi da maior importância, na preparação e condução da guerra com o trabalho de estado maior

A Guerra Franco-Prussiana foi o principal conflito armado da Europa no final do século XIX, teve como objetivo maior a unificação alemã, e segundo algumas interpretações de analistas, ela somente foi prolongada além do necessário, com o objetivo de propiciar o tempo para que alguns dos pequenos estados alemães se unissem em torno da Prússia contra um inimigo comum.

O conflito foi, de certa forma, a última guerra napoleônica, em relação à tática, e a primeira guerra industrial, em relação aos recursos logísticos e tecnologia. Este panorama se evidencia, primeiramente, pelo uso de novas, mas também das tradicionais táticas pela infantaria e artilharia, pelo papel secundário da cavalaria nos combates (que deveria ser repensado diante do novo tipo de guerra). Em segundo lugar, pela introdução do fuzil de retrocarga, das metralhadoras, canhões pesados de retrocarga e alma raiada, transporte maciço de tropas por ferrovias, comunicações por telégrafos, navios blindados à vapor, dentre outras inovações.

Helmuth von Moltke

No conflito surgem como grandes personagens, o chanceler Bismarck e o General Helmuth von Moltke, que comandou o exército prussiano na vitória contra os franceses, mas permaneceu como chefe do Estado-Maior durante 30 anos. Para ele, as guerras possuíam um fator fundamental que era sua capacidade de mobilização nacional, e não suas manobras no terreno. Ele não acreditava que houvesse um conjunto rígido de regras que poderiam ser seguidas pelos estrategistas, dessa forma, a estratégia era uma arte e seria fundamental saber agir sob pressão nas condições presentes. Moltke ainda afirmava que para se conquistar a vitória, era imprescindível ter capacidade de colocar um exército armado superior ao do inimigo, antecipar-se ao seu desdobramento e envolvê-lo pelos flancos, visando a sua retaguarda.

Moltke instituiu a função principal do Estado-Maior através da coordenação e apoio logístico, que exigiria oficiais altamente habilitados e treinados para a exploração das novas técnicas e das ferrovias, tendo poderes para realizar interferências diretamente sobre os comandantes nas batalhas. Ele implementou novas medidas como o sistema de “diretivas gerais” no lugar da rigidez das “ordens de operação”, garantindo liberdade de ação aos subordinados e a dispersão dos exércitos durante os deslocamentos, para somente se agruparem na hora do combate, aumentando a rapidez destes deslocamentos.

Estes conceitos e ideias de Moltke foram colocados em prática na Guerra Franco-Prussiana e, somados a ação efetiva do Estado-Maior, propiciaram a vitória do Exército Prussiano. Através de esmerada organização e planejamento, houve a mobilização rapidamente de quase 400 mil homens do Exército Alemão para os lugares dos combates. Havia uma superioridade numérica das tropas, mas também superioridade logística e da artilharia quanto a sua organização e mobilidade.


Tropas francesas sob fogo da artilharia prussiana


Durante a Batalha de Wörth, por exemplo, o Exército Alemão envolveu e derrotou o flanco direito francês, porém com muitas baixas. Já nas batalhas sangrentas de Vionville e Gravelotte, não houve vencedores, e após a reorganização do exército por Moltke, abandonando a tripartição e dividindo o exército alemão em dois grupos iguais, ocorreu a vitória esmagadora e decisiva na batalha de Sedan, onde as tropas francesas foram cercadas na fronteira belga pelo fogo cerrado da artilharia, e pelo ataque das tropas de infantaria e cavalaria alemãs.

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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

IMAGEM DO DIA - 04/11/2014

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O USS Holland, aqui fotografado em 1900, foi o primeiro submarino comissionado na Marinha dos EUA


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