"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



terça-feira, 2 de junho de 2009

BATALHA DE ALCÁCER-QUIBIR (1578)




A Batalha de Alcácer-Quibir ocorreu no Verão de 1578, entre os portugueses liderados por D. Sebastião, e os mouros do Marrocos. Dela resultou a derrota dos portugueses e o desaparecimento da nata da nobreza portuguesa e do próprio rei D. Sebastião, precipitando a crise dinástica de 1580, e o nascimento do mito do Sebastianismo.


Com o propósito de aliviar a pressão dos mouros sobre as fortalezas portuguesas, Portugal organizou uma força militar constituída por 17.000 homens, dos quais 5.000 eram mercenários estrangeiros. A armada partiu de Lisboa em 25 de Junho de 1578, fez escala em Cadiz e aportou em Tânger, seguindo depois para Arzila.

Nessa oportunidade os portugueses cometeram um primeiro erro, pois a tropa foi mandada seguir a pé de Arzila para Larache, quando o percurso poderia ter sido feito por via marítima, o que permitiria maior descanso às tropas e o necessário reabastecimento em víveres e água.. A partir de Larache a força afastou-se da costa em direção a Alcácer-Quibir.

Pintura que descreve o momento em que a cavalaria portuguesa é cercada e envolvida pelas forças muçulmanas.

Ressalta-se o fato de que, no século XVI, grande parte das vitórias portuguesas ocorreu na zona costeira, onde era possível fazer valer a vantagem do poder de fogo de seus navios de guerra. Longe dos navios, enfrentando o calor de uma região praticamente desértica e um exército superior em efetivo e combatendo no seu território, os portugueses não adotaram as medidas de segurança necessárias. O Rei D. Sebastião recusou-se terminantemente a ouvir os conselhos dos oficiais mais experientes, que ponderavam que o exército se devia manter próximo dos canhões dos navios. Alguns dos comandantes, diante da controvertida decisão, chegam a falar em prender o rei, para impedi-lo de levar seu plano adiante.

As forças muçulmanas compreendiam que não poderiam enfrentar os portugueses perto da costa, e não avançaram em direção à força invasora, preferindo que os portugueses tomassem a iniciativa e buscassem o combate. Por decisão do rei, o exército partiu finalmente em direção a sul afastando-se do litoral.

Quando as forças portuguesas estabeleceram contato com o exército mouro, em 4 de agosto, encontravam-se em marcha há sete dias e depararam-se com forças muçulmanas com cerca de 60.000 combatentes, ultrapassando os efetivos portugueses em uma razão de quatro para um.

No início do combate os arcabuzeiros muçulmanos dispararam contra os portugueses e, em seguida, uma carga de cavalaria ligeira moura forçou as primeiras linhas portuguesas a recuar de forma desordenada. O exército cansado e extenuado reagiu mal, recuando desordenadamente e gerando uma enorme confusão, quando a primeira linha misturou-se com as tropas na retaguarda.

A resposta portuguesa foi rápida, mas ineficaz. No que parece ter sido uma tentativa para desarticular o ímpeto do ataque muçulmano, uma força portuguesa, aparentemente de cavalaria, penetrou as linhas muçulmanas, mas foi subjugada pelos mouros em maior número. Metade do efetivo das tropas portuguesas morreu na batalha e a outra metade foi feita prisioneira. Muito poucos voltam.

Apesar de se duvidar da morte do rei português, é provável que ele tenha perecido nesta batalha.

O Rei D. Sebastião. Seu desaparecimento sem herdeiros provocou uma crise dinástica em Portugal.

O resultado e as consequências desta batalha foram catastróficos para Portugal. D. Sebastião desaparecera, deixando como sucessor o seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique, que veio a falecer sem descendência dois anos depois. Assim levanta-se uma crise dinástica ameaçando a independência de Portugal face a Espanha, pois um dos candidatos à sucessão era Filipe II de Espanha.

A disputa do trono português teve diversos pretendentes: D. Catarina de Médicis, rainha da França, que se dizia descendente de D. Afonso III; D. Catarina, duquesa de Bragança e sobrinha do Cardeal D. Henrique; Manuel Felisberto, duque de Savóia e D. Antônio, Prior do Crato, ambos, sobrinhos do rei; Alberto de Parma e Filipe II.

Filipe efetivamente ascendeu ao trono em 1580. A maioria da nobreza portuguesa que participou da batalha ou morreu ou foi feita prisioneira. Para pagar os elevados resgates exigidos pelos mouros, o país ficou enormemente endividado e depauperado em suas finanças.

Luís de Camões, em carta a D. Francisco de Almeida, referindo-se ao desastre militar, à ruína financeira da Coroa portuguesa, à independência nacional ameaçada manifestou o impacto de Alcácer-Quibir para Portugal:  "Enfim acabarei a vida e verão todos que fui tão afeiçoado à minha Pátria que não só me contentei de morrer nela, mas com ela".

17 comentários:

  1. devia de ter mais informaçao mas esclareceu as minhas duvidas..

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  2. Sim Falta dizer muita coisa e curiosa...

    1) O grande mentor da vitória dos Mouros era um general português (traidor) que comandava as tropas.

    2) O primeiro rei a morrer (morreram 3 reis na batalha) foi o vitorioso. Diz-se que de doença.

    3) O general português entra e sai da tenda do rei como que para receber ordens, mas o rei estava morto.

    Como é dificil encontrar estes factos bem curiosos, afinal!

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    1. Bom dia, como se chamava esse general?
      EWu nao diria traidor, antes mercenario, houve-os às carradas no sec.xvi e sempre.
      A esmagadora maioria da expanãso portuguesa na india eram privasdos independentes que comerciavam e serviam nao importa quem. A historia oficial fala dos 10% ao serviço e leais a coroa.
      Qual rei vitorioso? havias dois reis contra dois, e pelos vistos o unico que escapou com vida foi o sebastiao, morreu em limoges frança, ja la estive no tumulo dele

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  3. PELA IMAGEM D SEBASTIAO ERA JOVEM DEMAIS PARA ESTAR NESSA BATALHA. DA PARA SABER SUA IDADE? ELE NAO TEVE FILHOS, QUER DIZER QUE ERA AINDA SOLTEIRO OU JA ERA CASADO? DE QUE MODO FILIPE II CONSEGUIU PROVAR QUE ERA O HERDEIRO DO TRONO PORTUGUES? DIZ-SE QUE D SEBASTIAO DESAPARECEU NESSA BATALHA, NAO ENCONTRARAM SEU CORPO? SE PUDER RESPONDER, OBRIGADA.

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    1. d. sebastiao, nao era casado nem solteiro, era maricas, deixa-se possuir pelos negros nos bosques de almeirim, onde construiu um paço para o efeito que ainda la esta hoje. Deapareceu em Alcacer com 24 anos mas morreu ja velho em limoges. Filipe nao precisou de provar nada, era herdeiro natural da coroa, um dos...e o mais rico e poderoso....hoje é igual, quando ha um negocio familiar a herdar (nao esquecer que as casas reais sao empresas que gerem territorios) vai sempre parar ao herdeiro mais rico...o que supostamente sabe gerir melhor o negocio e tam mais aptidao natural para o chamar a si....foi igual à epoca. De frisar ainda que entre as casas reais ibereicas nao fazem uma tao grande divisão entre si como se faz parecer hoje....entendem que certamente é melhor um territoria ficar na sob a alçada da familia/casa dinastica do que nas maos de um qualquer bastardo, como era o prior do crato, era herdeiro por via bastarda. Hoje é igual, se o Harry e o William e o filho da Kate morrerem todos num acidente de carro, quem vai herdar o trono sará um herdeiro de sucessao direta e nunca um eventual filho de Carlos com Camila. Espero ter sido claro

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    2. Nessa Batalha D. Sebastião tinha 24 anos, não teve filhos, nunca casou. Dizia ele que sua noiva era a pátria portuguesa. O corpo do rei nunca foi encontrado e ninguém testemunhou sua nmorte

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  4. O mais provavel foi que Hel Rei D. Sebastiao foi cativado pelos mouros nessa mesma batalha...
    Porque fala a historia que ele desapareceu!!!

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    1. politiquices....d, sebastiao pediu apoio ao rei espanhol filipe ll seu tio encontraram-se numa cimeira ali para os lados do caia, e este negou-lhe-o e foi apoiar o sultao otomano, e incentivou o jovem imaturo sebastiao e maricas a participar apoiando o rei de marrocos, sabendo de antemao que me caso de as coisas correrem mal, coisa mais provavel, herdaria a coroa portuguesa unindo a iberia...um desejo muito antigo...desde sempre com varios episodios e tantativas desde d.afonso v d. joao ll e d.manuel, desapareceu, e foi capturado e feito refem em frança, aliada de espanha, para deixar o trono vago para o filipe...clarinho como a agua

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    2. as coisas não são tão lineares como dizes. A maior estudiosa de D.Sebastião não acredita que fosse maricas e alega que isso são tretas inventadas numa campanha de difamação do rei, e que ainda hj vende bem.

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  5. D.Sebastiãõ tinha 14 anos quando foi eleito como rei

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  6. havia cavaleiros com 13 anos na batalha... 24 anos era idade mais que suficiente para se combater nessa época e mesmo hoje ... levanta o texto questões interessantes, algumas já abordadas também por especialistas.

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  7. https://www.mundoportugues.pt/64155/

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  8. https://www.mundoportugues.pt/64196/
    e
    https://www.mundoportugues.pt/64232/

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  9. Eu sou do Brasil e estou a pesquisar sobre a vida de Dom Francisco de Souza que veio a ser o 7º Governador Geral do Brasil entre 1591/1611. Veio-me a informação que D. Francisco esteve com D. Sebastião, e que durante a crise dinástica pela derrota em Alcácer Quibir, ele teria ficado ao lado de Castela, e isso teria lhe rendido a nomeação para o governo geral. Pergunta: é verdade que foi ele que levou a notícia do desaparecimento de D. Sebastião e a derrota portuguesa. Onde eu encontraria uma informação dessa para tomar a referência bibliográfica?

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  10. Só faltou dizer que, baseado nesse fato histórico, o escritor português Alexandre Herculano escreveu o livro "Eurico, o Presbítero", romance histórico romântico, a respeito da dominação moura em terras da Península Ibérica.

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  11. Só faltou dizer que, baseado nesse fato histórico, o escritor português Alexandre Herculano escreveu o livro "Eurico, o Presbítero", romance histórico romântico, a respeito da dominação moura em terras da Península Ibérica.

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