No princípio do século XX o marechal Hermes da Fonseca empreendeu uma ampla reforma estrutural no Exército Brasileiro, com o propósito de superar as deficiências técnicas e operacionais instaladas desde o fim da Guerra do Paraguai e evidenciadas por ocasião da Campanha de Canudos.
A estagnação no Exército somente foi rompida no início do século XX, com as transformações iniciadas pelos Ministros da Guerra marechais João Nepomuceno de Medeiros Mallet, Francisco de Paula Argolo e Hermes da Fonseca, entre os anos de 1900 e 1908. Com o apoio do Barão do Rio Branco, que intercedeu junto ao Presidente da República Afonso Pena, Hermes da Fonseca conseguiu promover um processo de revitalização do Exército, que incluía o sorteio militar, a aquisição de armamentos e a criação de novas unidades.
Marechal Hermes da Fonseca
A “Reforma Hermes”, como ficou conhecido esse processo de modernização, compreendeu a reestruturação da força terrestre, a reorganização do ensino militar, a criação e a regulamentação do Estado-Maior e a melhoria das defesas da barra do Rio de Janeiro, então Capital Federal. A partir de 1908, foi fixada uma nova organização de comando para o Exército Brasileiro, ficando o território nacional dividido em 21 regiões para alistamento militar e 13 para inspeção.
Hermes da Fonseca era um grande admirador do Exército Prussiano e dizia publicamente que a força terrestre brasileira precisava atingir o nível dos germânicos, onde se destacava o Estado-Maior, criado por Helmuth von Moltke, e a tecnologia de ponta na produção de armamentos. Assim, motivado também pela inexistência de uma indústria bélica nacional, viajou para a Alemanha em agosto de 1908 em busca de material bélico moderno e de novos conhecimentos técnico-profissionais.
400.000 fuzis Mauser calibre 7 mm foram adquiridos para a infantaria
Como resultado da viagem, foram adquiridos armamentos variados em grandes quantidades, como 400.000 fuzis Mauser calibre 7 mm para a infantaria e 10.000 lanças Ehradt, 20.000 espadas e 10.000 mosquetões para a cavalaria.
A artilharia de campanha foi servida com 27 baterias de canhões Krupp 75 mm Modelo 1908, seis de canhões Krupp 75 mm de montanha e cinco de obuses Krupp 105 mm.
A artilharia de campanha foi servida com 27 baterias de canhões Krupp 75 mm Modelo 1908, seis de canhões Krupp 75 mm de montanha e cinco de obuses Krupp 105 mm. A artilharia de costa também foi reaparelhada, com o início da construção do Forte de Copacabana e a aquisição de seus imensos canhões Krupp de 305 mm. Parte deste armamento adquirido na Alemanha, no entanto, não chegaria ao Brasil, devido ao início da guerra na Europa.
A artilharia de costa também foi reaparelhada, com o início da construção do Forte de Copacabana e a aquisição de seus imensos canhões Krupp de 305 mm.
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