"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



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quarta-feira, 9 de março de 2022

EXÉRCITO BRASILEIRO: PERSPECTIVAS INTERDISCIPLINARES - LANÇAMENTO

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Lançada coletânea com um olhar interdisciplinar sobre o Exército Brasileiro


Começando a produção de 2022, saindo do forno mais uma contribuição do editor portal Carlos Daróz-História Militar para a historiografia militar brasileira, na coletânea Exército Brasileiro: perspectivas interdisciplinares organizada por Fernando Rodrigues e Tássio Franchi.

A obra constitui importante contribuição para os estudos históricos sobre o Exército Brasileiro. Seus diferenciais são vários: o corpo de autores reúne pesquisadoras e pesquisadores civis e militares, com formação acadêmica em programas de pós-graduação; as pesquisas fazem uso de fontes documentais originais; a obra é abrangente, nos temas e nos recortes temporais; por fim, o Exército é analisado em suas várias dimensões, tanto em tempos de paz quanto em tempos de conflitos. A obra exibe o notável desenvolvimento dos estudos de história militar no país. 

A organização do Exército é abarcada desde seus primórdios, no período imperial, até a experiência crucial de seu emprego na Segunda Guerra Mundial. A segunda parte apresenta os princípios geopolíticos e estratégicos que nortearam as ações e doutrinas militares brasileiras, particularmente a "estratégia da presença". A última seção visa compreender as transformações das concepções do sentido da profissão armada nos dias de hoje, analisando as mudanças e permanências da formação de oficiais e sargentos nos estabelecimentos de ensino militar. Obra de leitura necessária para o entendimento do Exército Brasileiro do passado e do presente.





Juntamente com Fernando Velôzo, coordenamos a Parte I-A ORGANIZAÇÃO MILITAR E A GUERRA, e produzimos o capítulo ORGANIZAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO NA REPÚBLICA, que analisa, sob o ponto de vista da história das instituições e da história militar, a evolução estrutural da força terrestre brasileira desde 1889 até os dias atuais.

A versão digital já está a venda pelo Google Play 
O lançamento da versão impressa ocorrerá em breve.

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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

PESQUISADORES INAUGURAM OFICIALMENTE A REDE INTERNACIONAL HERMES

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​Nesta segunda-feira (31) foi inaugurada a Rede Internacional Hermes, um grupo que pretende congregar pesquisadores e instituições que se dedicam aos estudos e pesquisas em Fronteiras, Integração, Conflitos, Forças Armadas e Defesa. A proposta é estabelecer uma Rede de comunicação e troca de informações profícua e frequente. Para iniciar o evento, o doutor Tito Carlos Machado de Oliveira, da UFMS, destacou a importância de uma visão holística sobre os temas fronteiras, integração, conflitos, forças armadas e defesa que, muitas vezes, seja por dificuldades de fontes, seja por uma visão limitada das pesquisas, acabam sendo abordados como elementos estanques.

Feita a abertura oficial do evento, foi a vez da palestra conduzida pelo doutor Armando Marques-Guedes, da Universidade Nova de Lisboa, que falou sobre a importância de se discutir a política dos mares e suas influências na constituição das sociedades. Em uma de suas justificativas, ele apontou, com propriedade, que há quatro vezes mais oceanos do que terra firme no planeta. Mas, apesar disso, muitas vezes o assunto acaba não recebendo a devida atenção por parte dos pesquisadores. Por isso, ele frisou que é preciso aprofundar as investigações em hidropolítica.

Em seguida, coube ao General de Brigada Marcio Tadeu Bettega Bergo, presidente do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB) e antigo chefe do Centro de Estudos e Pesquisas de História Militar do Exército (CEPHiMEx) abordar a questão das fronteiras militares, físicas e da integração entre nações no contexto de uma sociedade em constantes transformações como o mundo do Século XXI. Além disso, o general Bergo também tocou em questões importantes acerca de conflitos e tensões internacionais, equilíbrio de forças e imposições culturais.  

Após as palestras inaugurais, o presidente da Rede Internacional Hermes, doutor Fernando Rodrigues, do PPGH-UNIVERSO, conduziu uma sessão de perguntas elaboradas pelo público para os dois pesquisadores. Neste momento, foi possível perceber a qualidade dos questionamentos e como as pessoas ficaram positivamente impressionadas com as palestras. Ao final do evento, o doutor Fernando Rodrigues destacou a importância da Rede para a pesquisa militar no Brasil e no mundo.

- É com grande satisfação que, hoje, inauguramos oficialmente a Rede Internacional Hermes. Ela já é uma realidade. Um caminho sem volta. Um grupo que veio para ficar. Que surgiu da vontade de reunirmos pesquisadores de diversas partes do Brasil e do mundo para aprofundarmos os estudos sobre temas tão importantes quanto fronteiras, conflitos, integração, forças armadas e defesa. Todos são fundamentais neste projeto – analisou.

A página oficial da Rede Internacional Hermes é https://www.redeinternacionalhermes.org/. Nela é possível encontrar as linhas de pesquisa, os grupos de pesquisa, os profissionais associados, publicações, eventos e um farto material relacionado ao tema Fronteiras, Integração, Conflitos, Forças Armadas e Defesa. Integram a Rede pesquisadores de diversas instituições do Brasil e do mundo.


A conferência de inauguração oficial da Rede Hermes pode ser vista em
https://www.youtube.com/watch?v=Fsa3-rr-Ms0.




sábado, 4 de julho de 2020

DISCRETAMENTE, FORÇA AÉREA DA FINLÂNDIA APOSENTA A SUÁSTICA

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Comando Aéreo exibia uma versão do símbolo desde 1918, antes que o emblema passasse a ser associado aos nazistas, mas havia questionamentos sobre se era apropriado continuar a usá-lo. Mudança ocorreu sem anúncio oficial.

A Finlândia mudou o símbolo do Comando Aéreo do país sem fazer um anúncio oficial. O novo emblema mostra uma águia dourada cercada por um círculo de asas. Já o antigo trazia um símbolo com implicações mais sinistras: uma suástica. A mudança, feita discretamente, foi notada por Teivo Teivainen, professor de política internacional da Universidade de Helsinque.

A Força Aérea do país usava a suástica em seu emblema desde 1918, antes que o símbolo passasse irremediavelmente a ser associado aos nazistas. Embora a entidade tenha parado de estampar a suástica em seus aviões após a Segunda Guerra Mundial, o símbolo ainda figurou pelas décadas seguintes em bandeiras, uniformes e símbolos de unidades de combate, em versões na cor azul, enquanto o brasão do Comando Aéreo usava uma suástica adornada com asas douradas.

Um porta-voz das Forças Armadas finlandesas disse à rede BBC que o emblema do Comando da Força Aérea foi modificado já em 2017, para corresponder ao símbolo usado mais comumente pela Força Aérea desde o final dos anos 1940: a águia dourada: "Como os emblemas das unidades são usados nos uniformes, foi considerado impraticável e desnecessário continuar usando o emblema antigo, que causava mal-entendidos de tempos em tempos", disse o porta-voz.

A suástica foi substituída como símbolo na Força Aérea Finlandesa pela águia dourada (à direita)

O Comando Aéreo é responsável por centralizar a direção da defesa aérea do país e serve como quartel-general do comandante da Força Aérea. O QG está localizado em Tikkakoski, cerca de 250 quilômetros ao norte de Helsinque.

Segundo a BBC, o professor Teivainen, o primeiro a notar e anunciar a mudança, já havia questionado no passado se era apropriado continuar a usar a suástica. Ele levantou questionamentos de que o símbolo poderia gerar antipatia entre os jovens finlandeses em relação às Forças Armadas.

Ele ainda argumentava que a Rússia, vizinha da Finlândia, poderia interpretar a persistência do símbolo como um sinal de que os finlandeses ainda seriam inimigos. Ele também temia que o símbolo pudesse impactar a atitude dos vizinhos ocidentais em apoiar a Finlândia caso o país voltasse a ser ameaçado pelos russos.


História

Embora a suástica seja hoje mais comumente associada aos nazistas, a relação da Força Aérea finlandesa com o símbolo remonta a 1918. Ou seja, antes que o símbolo fosse apropriado por Adolf Hitler e pelo movimento nacional-socialista da Alemanha.

No início do século XX, a suástica era bastante disseminada como um adorno, sendo usada até mesmo como logotipo de empresas. No Brasil, figurou em propagandas da predecessora da empresa petrolífera Shell publicadas em jornais paulistas. No caso finlandês, a associação tem origem em um presente oferecido por um nobre sueco chamado Eric von Rosen (1879-1948).

O Conde Von Rosen, que deu origem à Força Aérea finlandesa, possuía uma suástica azul como símbolo pessoal

No início de 1918, ele presenteou os finlandeses com aquela que seria a primeira aeronave a compor a Força Aérea do país, um monoplano de origem francesa fabricado sob licença na Suécia. À época, a Finlândia havia acabado de obter a independência do antigo Império Russo e ainda tentava formar as suas próprias forças armadas.

O conde Von Rosen usava uma suástica azul como um símbolo pessoal, uma espécie de amuleto da sorte. O avião dado como presente tinha justamente o símbolo estampado na fuselagem. A partir daí, a suástica azul se disseminou em futuras aeronaves finlandesas, passando ainda a fazer parte dos uniformes e emblemas de unidades de combate.  

Aeronaves finlandesas voaram com o símbolo durante a Guerra de Inverno (1939-1940), quando o país enfrentou os invasores soviéticos. Ainda estamparam os aviões quando o país se envolveu mais diretamente na Segunda Guerra Mundial, se aliando à Alemanha nazista para combater os soviéticos mais uma vez. No país, essa segunda fase é conhecida como Guerra da Continuação. Depois do fim da guerra, os finlandeses pararam de usar a suástica na fuselagem dos aviões, mas ela persistiu até o século 21 em unidades de combate e uniformes. 

As aeronaves finlandesas combateram na Segunda Guerra Mundial ostentando a suástica em sua fuselagem. Aqui, um Hawker Hurricane durante a Guerra de Inverno contra a União Soviética

Apesar de Von Rosen não ter tido nenhuma associação com os nazistas em 1918 – que nem sequer existiam como movimento organizado ainda –, ele eventualmente acabou tendo conexões com a ditadura dos nacional-socialistas. A irmã de sua esposa, Carin von Kantzow, se casou em 1923 com Hermann Göring, que viria a ser um dos mais poderosos do regime nazista. Göring seria ainda o primeiro comandante supremo da Luftwaffe, a Força Aérea da Alemanha, em 1933. O casal se conheceu no castelo Von Rosen em 1920, quando Göring trabalhava como piloto na Escandinávia. 

Von Rosen também acabaria fundando o Bloco Nacional-Socialista Sueco, um grupo fascista que existiu entre 1933 e 1936. Em entrevistas da época, ele expressou admiração pelos nazistas e disse esperar um renascimento do "espírito nórdico" na Suécia.

Fonte: BBC/DW


quinta-feira, 28 de maio de 2020

MORRE, AOS 105 ANOS, A ENFERMEIRA DA FEB CARLOTA MELLO

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Faleceu hoje em Belo Horizonte, aos 105 anos de idade, uma heroína do Brasil, a enfermeira da FEB Carlota Mello.

 
Carlota Mello era natural de Salinas, Norte de Minas, e foi uma das 73 mulheres que  serviram  na Europa durante a Segunda Guerra Mundial integrando a Força Expedicionária Brasileira (FEB). Como enfermeira, foi um exemplo para todos os profissionais de enfermagem. Única mulher entre oito filhos, Carlota desde cedo queria um destino diferente de suas primas. Segundo ela, “não  desejava, de jeito nenhum, me casar e  ter uma penca de filhos.  Por isso,  decidi vir para Belo Horizonte, morar com meu irmão mais velho e fazer o curso de normalista, uma das únicas funções que uma mulher poderia assumir naquela época”. 

Quando se formou, não satisfeita com a vida de professora, resolveu fazer o curso de Enfermagem de Emergência, em 1942, na Cruz Vermelha. Inquieta, viu uma propaganda do Exército Brasileiro convocando interessados em fazer curso de socorrista para atuar na Europa. “Não pensei duas vezes e resolvi me inscrever. Confesso que fiquei apavorada com o módulo prático. Tínhamos que correr comum tronco nos ombros, rastejar na lama, fazer tudo que  um  soldado  faz.  Das 16 moças que foram para esse curso no Rio de Janeiro, apenas quatro foram aprovadas para ir à guerra”, disse.  

Em 1944, Carlota Mello fez o curso de Enfermagem de Emergência do Exército, ministrado  pela  Diretoria  de Saúde na 4ª Região Militar, sendo nomeada Enfermeira de 3ª Classe e, no mesmo ano, foi convocada para atuar no Teatro  de  Operações da Itália, incorporando-se  à  equipe  brasileira no 45º Hospital Geral norte-americano, em Nápoles, na Itália. Diante das colegas norte-americanas, todas oficiais, acharam por bem dar o posto de 2ª tenente às Enfermeiras brasileiras. 

A tenente Carlota na 2ª Guerra Mundial

Lá, a Enfermeira permaneceu por 11 meses, em condições bem diferentes das encontradas no Brasil. “Cheguei à Europa numa época em que a neve cobria os joelhos e o frio fazia doerem os ossos. Morei em uma barraca de lona, sem colchões, e comia apenas derivados de trigo e  frutas.  A  carne era de cavalo.  No início achei estranho, mas depois me acostumei”, contou em entrevista. 

O hospital em que  trabalhava era totalmente de barracas de tábuas e cobertura  de  lona  no  centro,  uma  verdadeira estufa, conforme lembrou Carlota Mello. "E tudo era norte-americano: nossos uniformes de trabalho, chefes, alimentação e nossa convivência. Eu trabalhava em uma enfermaria com doentes brasileiros que contavam com o atendimento  de  mais duas Enfermeiras norte-americanas, dois técnicos, além de doutores norte-americanos  e brasileiros. Os 64 leitos lá instalados ficavam permanentemente ocupados", lembrou.

No 45º,  o  serviço  era  contínuo:  cuidava-se  de  soldados  sem  perna,  braço, olho  e,  muitas  vezes,  sem  memória, segundo  a  enfermeira. Aplicava-se penicilina, fazia-se curativos, tirava-se gesso, dava-se comida na boca, aferia-se a pressão arterial,  media-se  temperatura, dava-se  comprimido para dor, entre outros  cuidados,  que até superavam as atribuições  específicas  da  Enfermagem. "Escrevíamos cartas para mães, esposas, namoradas e, assim, esquecíamos  as apreensões  de  um  possível  bombardeio, de  uma  mina  implantada  em  qualquer lugar - uma chegou a explodir bem próximo ao alojamento onde estava -, das saudades, angústias, tristezas e incertezas do amanhã." 

Carlota Mello sendo homenageada em seu 105º aniversário

Em um  dos  constantes  bombardeios que presenciou, Carlota Mello arriscou a própria  vida  para  salvar  a  dos  soldados hospitalizados. Quando todos saíram correndo para se  proteger,  ela correu para carregar um caixote contendo ampolas de penicilina,  usadas  nos  64  pacientes  sob os cuidados  das  brasileiras.  “Consegui chegar rápido, juntei todas as minhas forças e o levei até o local seguro. Ao chegar lá, para  minha  surpresa,  fui  aplaudida  e  os soldados  me  levantaram  no  ar.  Me  senti como  se  fosse  um  jogador  de  futebol  em fim de campeonato”, brincou.

Com  o  fim  da  Segunda Guerra,  em  maio  de  1945,  a  tenente Carlota  demorou  mais  dois  meses  para retornar  ao  Brasil.  “Algumas  regiões  da Europa  foram  rapidamente  evacuadas,mas não foi o caso de Nápoles. A batalha tinha acabado no campo, mas os hospitais continuavam a receber feridos”, contou.

Mesmo com tantas batalhas, ao chegar ao Brasil, a sensação da enfermeira foi de dever cumprido.  "Sinto-me gratificada pelos serviços que prestei ao meu país, pelos quais me foram outorgados o Diploma da Medalha de Campanha, o Diploma da Medalha de Guerra, o Diploma da Cruz Vermelha, o Diploma da Inconfidência e Diploma  de  Honra  ao Mérito."

Que nossa heroína descanse em paz. A cobra continuará fumando.

Fonte: adaptado da Revista do COREN-MG

 

quarta-feira, 20 de maio de 2020

OFICIAL BRASILEIRO RECEBE O PRÊMIO OUTSTANDING ACADEMY EDUCATOR NA USAFA

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Existem situações que nos enchem de orgulho de sermos brasileiros. 

Em meio à tragédia da pandemia de Covid-19, recebemos a grata notícia de que nosso amigo e ex-aluno do curso de pós-graduação em História Militar da Universidade do Sul de Santa Catarina, Major-Aviador Julio Cesar Noschang Junior, recebeu o Prêmio Outstanding Academy Educator, da Academia da Força Aérea dos EUA (USAFA), com sede em Colorado Springs, EUA.

Oficial da Força Aérea Brasileira (FAB), o Major Noschang recebeu a premiação, concedida pela USAFA ao professor que mais se destaca em cada Departamento. Em tempos de Covid, a cerimônia foi realizada on-line.

Major-Aviador Noschang, vencedor do prêmio Outstanding Academy Educator da USAFA

O militar brasileiro, que atua como Oficial de Ligação para os programas de intercâmbios de cadetes entre Brasil e EUA, é professor do Departamento de Línguas Estrangeiras da USAFA, onde concorreu ao prêmio junto com cerca de 40 professores, entre militares e civis. Na USAFA desde junho de 2018, o Major Noschang ministra aulas de Português, Política, História e Cultura do Brasil. O término da missão está previsto para maio de 2021.

O fato de haver sido, em toda a história da USAFA, a primeira vez que um estrangeiro recebe esse prêmio, somente valoriza o trabalho desenvolvido pelo Major Noschang naquela instituição.  A seleção do Prêmio Outstanding Academy Educator é baseada tanto nas avaliações que os cadetes fazem dos instrutores quanto na análise de desempenho funcional pela chefia do departamento. Depois disso, uma banca avaliadora analisa as aulas dos professores e outros fatores, como desenvoltura, interação, capacidade de transmitir o conhecimento e postura profissional.

Vencedores do prêmio  Outstanding Academy Educator em cada Departamento da USAFA em 2020

Antes de ir pra USAFA, o Major Noschang atuou como instrutor de voo na Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga-SP, no período de 2010 a 2012 e de 2016 a 2018, tendo trabalhado no Corpo de Cadetes da Aeronáutica. É piloto de Asas Rotativas, possui mais de 2.500 horas de voo em diferentes aeronaves, incluindo T-25, T-27, H-50, UH-1H e UH-60L. Mais recentemente, foi Comandante do 2º Esquadrão de Instrução Aérea da AFA.

Ao amigo Noschang, as nossas congratulações. Profissionais da sua envergadura representam muito bem o nosso país no exterior. 

Muito orgulho de tê-lo como ex-aluno e amigo.


Parabéns! Ad Astra!


Fontes:  CComSocAer, USAFA, Maj Noschang

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segunda-feira, 30 de março de 2020

MORRE O GREGO QUE RETIROU A BANDEIRA NAZISTA DA ACRÓPOLE DURANTE A 2ª GUERRA MUNDIAL

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Herói da resistência grega  Manolis Glezos tinha 97 anos.

Por Helena Tecedeiro


Manolis Glezos tinha apenas 18 anos quando, a 30 de maio de 1941, ele e o amigo Apostolos Santas decidiram subir à Acrópole no meio da noite para retirar a bandeira com a suástica que os nazistas haviam hasteado junto ao Partenon, durante a ocupação da Grécia. Foi nessa noite que o estudante ganhou a aura de herói da resistência grega que o acompanharia até à morte, nesta segunda-feira, aos 97 anos.

O herói de guerra estava já hospitalizado desde o início do mês devido a uma gastroenterite e uma infecção urinária, tendo acabado por não resistir a uma parada cardíaca, anunciou a televisão estatal grega ERT. Em novembro, Glezos já tinha estado no hospital devido a problemas respiratórios.

Tropas alemãs hasteando a bandeira nazista na Acrópole, junto ao Partenon
 
Depois daquela noite de 1941, os nazistas condenaram à morte os responsáveis por retirar a bandeira da Acrópole, à revelia. E se Glezos e Santas terminaram sendo detidos pelos ocupantes em março de 1942, por outras atividades ligadas à resistência, acabaram por ser libertados um mês depois, uma vez que os nazistas desconheciam a identidade de quem tinha retirado a bandeira. Apostolos Santas morreu em 2011.

"Hitler disse num discurso que a Europa é livre. Quisemos mostrar-lhe que a luta estava apenas começando", afirmou Glezos à AFP em 2011, numa entrevista em que recordou como roubou a bandeira com o amigo. E lamentou que depois da guerra a Grécia tenha "conquistado a sua liberdade mas não a sua independência", numa referência à dependência do país de credores estrangeiros durante a crise.

Terminada a 2ª Guerra Mundial, Glezos foi eleito várias vezes para o Parlamento grego, com apoio dos comunistas, dos socialistas e de outros partidos da esquerda, tendo servido como deputado durante mais de seis décadas.

Manolis Glezos e Apostolos Santas

Em 2014, Glezos foi eleito para o Parlamento Europeu pelo Syryza, o partido de esquerda radical do então primeiro-ministro Alexis Tsipras, tornando-se no mais velho eurodeputado, aos 91 anos.

Apesar desse apoio, durante auge da crise económica grega, Glezos não hesitou em criticar as medidas de austeridade extremas impostas pelo governo, por pressão da União Europeia e do FMI, tendo feito campanha para obrigar a Alemanha a pagar à Grécia indenizações de guerra. Um dinheiro que queria ver usado para pagar os empréstimos internacionais que o país teve de fazer.

Fonte: Diário de Notícias


quinta-feira, 12 de março de 2020

M.BOOKS LANÇA "ENIGMA", MAIS NOVA OBRA ABORDANDO A ESPIONAGEM NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

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A verdadeira história da quebra do código secreto e como  ajudou a vencer a Segunda Guerra Mundial


A editora M.Books, que tem em seu portfólio uma extensa linha editorial dedicada à História Militar, acaba de lançar mais uma obre de referência abordando a Segunda Guerra Mundial: ENIGMA.

Ricamente ilustrado e com diagramação primorosa, o livro conta a história do impacto de Bletchley Park sobre a guerra, incluindo a superação da ameaça dos submarinos alemães na Batalha do Atlântico, a ajuda aos Aliados na vitória do Mediterrâneo, com a identificação dos movimentos navais e aéreos do Eixo, o entendimento dos planos e disposições das tropas alemães antes dos desembarques na Normandia e a ajuda para afundar o encouraçado Scharnhorst no norte da Noruega. 

Ao acompanhar esses eventos, o livro também mergulha na história dos principais personagens de Bletchley: gênios como Alan Turing, que construiu a máquina de decifração Bombe e teve grande influência no desenvolvimento da ciência da computação e da inteligência artificial; Gordon Weilchman, um dos primeiros especialistas em análise de metadados; e novatos como Mavis Batey, que decifrou o código Enigma italiano e deu à Marinha Real britânica vantagem estratégica na Batalha do Cabo Matapan, em março de 1941. 

Bletchley Park durante a Segunda Guerra Mundial

Faz um relato histórico do papel dos decifradores que ajudaram os Aliados a vencer a Segunda Guerra Mundial. Apresenta decifradores fundamentais como Alan Turing, Gordon Welchman, Dillwyn “Dilly” Knox, Jane Hughes e Mavis Batey.

Ilustrado com cerca de 180 fotografias, desenhos e mapas, este livro explica o trabalho vital dos decifradores na vitória dos Aliados em muitas batalhas e campanhas importantes daquele conflito.


Sobre o autor

MICHAEL KERRIGAN é autor de Stalin, Hitler: The Man behind the Monster, World War II Plans That Never Happened, World War II Abandoned Places e Dark History of the American Presidents, entre outros. É crítico literário e escritor de artigos para publicações como The Scotman e Times Literary Supplement. Mora em Edimburgo, na Escócia. 


Ficha técnica

Título: Enigma
Subtítulo: A verdadeira história da quebra do código secreto e como ajudou a vencer a Segunda Guerra Mundial
Autor: Michael Kerrigan
Tradutora: Maria Beatriz Medina
Áreas de interesse: 1. História 2. Segunda Guerra Mundial 3. Códigos Secretos  4. Enigma
Páginas: 224
Formato: 17 x 24cm
ISBN: 9788576803300
EAN: 9788576803300



ENIGMA pode ser adquirido na página da M.Books, clicando aqui.

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sábado, 25 de janeiro de 2020

RÚSSIA CRIARÁ O MAIOR ARQUIVO DE DOCUMENTOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

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A Rússia criará o maior arquivo de documentos da Segunda Guerra Mundial e vai torná-lo acessível tanto para os seus cidadãos como para os de outros países, declarou Vladimir Putin, numa intervenção na Assembleia Federal (Parlamento).

O arquivo será “o maior e mais completo de documentos escritos, fotografias e filmes relativos à Segunda Guerra Mundial e será acessível aos cidadãos do nosso país como do mundo inteiro. Vemos neste trabalho o nosso dever de país vencedor desta guerra e a nossa responsabilidade para as futuras gerações”, afirmou Putin.

O presidente russo também sublinhou a obrigação da Rússia em conservar a verdade sobre a Segunda Guerra Mundial e opor-se às tentativas de falsificação da história.

“O 9 de Maio é a maior e mais sagrada festa para a Rússia. A memória (da guerra) é mais que um tributo ao passado histórico, também serve o nosso futuro porque fortalece a nossa unidade. Defender a verdade sobre a Vitória é nossa obrigação, caso contrário o que diremos aos nossos filhos se permitirmos que a mentira se propague como uma peste pelo mundo inteiro? Devemos opor os factos à descarada mentira e às tentativas de reescrever a história”, finalizou.

Fonte: Sputnik


quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

UNESP LANÇA O LIVRO "A HISTÓRIA DO BRASIL NAS DUAS GUERRAS MUNDIAIS"

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O Brasil foi a única nação da América do Sul a enviar contingentes para as duas grandes guerras. O presente livro permite ao leitor ultrapassar as linhas gerais em que são descritas as participações brasileiras nos dois grandes conflitos mundiais e observar de posição privilegiada o que ocorria na trincheira, no navio, na caserna. A obra vem preencher lacuna ainda sentida na bibliografia relativa à temática, contemplando ângulos raramente explorados do envolvimento brasileiro nas duas guerras, como a geopolítica, a economia, a espionagem, o desenvolvimento de instituições militares e o próprio cotidiano dos soldados no calor da batalha.


Ficha Técnica

Assunto: História do Brasil
Ano: 2019
Acabamento: Brochura
Páginas: 262
Edição: 1
ISBN: 9788539308200
Peso: 465g
Formato: 16 X 23


Os autores

Mary Del Priore (Org.)
Mary Del Priore é doutora em História pela Universidade de São Paulo (USP). Publicou, pela Editora Unesp, Ao sul do corpo (2009), História do esporte no Brasil (2009), História do corpo no Brasil (2011), História dos crimes e da violência no Brasil (2017) e História das mulheres no Brasil (1997), sendo vencedor dos prêmios Jabuti e Casa Grande & Senzala no mesmo ano.

Carlos Daróz (Org.)
Carlos Daróz é historiador militar, pesquisador e escritor. Doutorando em História Social (UFF), mestre em Operações Militares e em História. Autor de Um céu cinzento (2013), A Guerra do Açúcar (2015), O Brasil na Primeira Guerra Mundial (2016) e Bruxas da Noite (2018)

Adquira seu exemplar clicando AQUI


NAVIO ALEMÃO DA 1ª GUERRA É LOCALIZADO NO MAR DAS FALKLANDS 105 ANOS DEPOIS DE AFUNDADO

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O naufrágio de um cruzador alemão da 1ª Guerra Mundial foi identificado nas Ilhas Malvinas, onde fora afundado pela Marinha britânica há 105 anos.


O SMS Scharnhorst foi o principal ativo da esquadra alemã na Ásia Oriental, comandada pelo vice-almirante Maximilian Graf von Spee. O navio foi afundado em 8 de dezembro de 1914 com mais de 800 homens a bordo, incluindo o próprio vice-almirante.

O líder da busca pelos destroços, Mensun Bound, disse que o momento da descoberta foi "extraordinário". "Muitas vezes, perseguimos sombras no fundo do mar, mas quando o Scharnhorst apareceu pela primeira vez no fluxo de dados, não havia dúvida de que era um navio alemão", disse Bound.

"De repente, ele saiu da escuridão com grandes armas apontando para todas as direções. Como ilhéu das Malvinas e arqueólogo marinho, uma descoberta com esse significado é um momento inesquecível e comovente na minha vida."


Buscas levaram cinco anos

As buscas pelo SMS Scharnhorst começaram há cinco anos, no 100º aniversário da Batalha das Ilhas Malvinas, mas não obtiveram sucesso de início.

As equipes de busca retomaram suas atividades neste ano usando uma embarcação submarina, o Seabed Constructor, e quatro veículos subaquáticos autônomos. O SMS Scharnhorst foi encontrado no terceiro dia, a uma profundidade de 1.610m.

Os destroços não foram afetados pela operação, e o Falkland Maritime Heritage Trust, instituição sem fins lucrativos voltada para a promoção do valor histórico e social do patrimônio marítimo das Ilhas Malvinas, está tentando manter o local formalmente protegido por lei.  O SMS Scharnhorst fazia parte do esquadrão da Ásia Oriental da Marinha Imperial alemã, que operava principalmente no oceano Pacífico até o início da 1ª Guerra Mundial, em 1914.


Da vitória à derrota em cinco semanas

O cruzador blindado desempenhou um papel fundamental na Batalha de Coronel, travada entre a Marinha Real britânica e a Marinha Imperial alemã, na costa do Chile. Foi a primeira derrota naval britânica na 1ª Guerra Mundial, com resultados devastadores. Os alemães afundaram dois dos quatro navios britânicos, com a perda de mais de 1,6 mil vidas. Nenhum marinheiro alemão morreu.

O Scharnhorst afunda durante a Batalha das Falklands

Os efeitos desta derrota foram sentidos em todo o império britânico e além. Mas sua resposta não demorou a chegar. A Marinha Real despachou navios do Mar do Norte para o Atlântico Sul e confrontou os alemães nas Ilhas Malvinas cinco semanas depois.

O esquadrão britânico perseguiu a esquadra alemã. O HMS Invincible e o HMS Inflexible causaram danos substanciais ao SMS Scharnhorst, fazendo com que ele afundasse com todas as 860 pessoas a bordo. A Marinha Real, em seguida, foi atrás dos navios alemães restantes.


Descoberta 'agridoce'

Os dois filhos do vice-almirante von Spee também morreram nesse confronto. No total, 2,2 mil marinheiros alemães morreram neste segundo embate. Para a família von Spee, a descoberta dos destroços foi "agridoce". "É reconfortante saber qual foi o local de descanso final de tantas pessoas, que agora pode ser preservado, além de lembrar do enorme desperdício de vidas", disse Wilhelm Graf von Spee.

Destroços do Schanhorst localizados no fundo do oceano

"Enquanto família, perdemos um pai e seus dois filhos em um dia. Como as milhares de outras famílias que sofreram perdas inimagináveis ​​durante a 1ª Guerra Mundial, nós nos lembramos deles e devemos garantir que seu sacrifício não foi em vão." O vice-almirante von Spee foi aclamado como um herói na Alemanha por não se render, e, em 1934, um novo cruzador recebeu seu nome.

A Batalha das Ilhas Malvinas teve um efeito duradouro na 1ª Guerra Mundial, porque, como resultado, a esquadra da Ásia Oriental, a única formação naval permanente da Alemanha, deixou de existir.

Fonte: BBC