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Personagem principal do novo filme de Mel Gibson, Desmond Doss teve um testemunho impactante de superação e desafios para conservar seus valores de fé, durante a Segunda Guerra Mundial.
Quando Mel Gibson revelou que novo filme seria um drama sobre a Segunda Guerra Mundial e o primeiro homem a contrariar as 'regras de guerra', se recusando a pegar em armas, o ator e diretor teve cinco palavras para descrever o soldado da história: 'heróis reais não vestem Spandex' — fazendo referência ao tecido comumente utilizado para a fabricação das roupas super heróis dos quadrinhos.
O filme "Hacksaw Ridge" (no Brasil, "Até o último homem") conta a verdadeira história de Desmond Doss, um rapaz adventista que se alistou no exército durante a Segunda Guerra Mundial, determinado a salvar vidas na linha de frente como um médico, mas se recusou a carregar uma arma consigo, porque dizia que sua fé não permitia atirar em alguém.
Doss, que morreu em 2006, foi condecorado com a Medalha de Honra do Congresso pelo presidente Harry Truman em 1945, após salvar sozinho a vida de mais de 75 de seus companheiros, durante a batalha de Okinawa (Japão).
O presidente Harry Trumman condecora Doss com a Medalha de Honra do Congresso
Durante a batalha, seu batalhão foi atacado no topo de um penhasco de mais de 120 metros de altura — local que acabou dando nome ao filme 'Hacksaw Ridge' ('Cume de Hacksaw'). Os soldados norte-americanos escalaram a montanha, mas foram recebidos com lança-chamas e tiros de metralhadora dos japoneses. Enquanto outros recuavam, Doss — um socorrista interpretado por Andrew Garfield no filme — recusou-se a procurar abrigo e passou a cuidar dos feridos feridos. Ele levou os homens, um por um, à beira do precipício e os desceu baixo, usando uma maca que ele mesmo improvisou.
Doss, um membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, cresceu em Lynchburg, Virginia. Quando ele era criança, seu pai comprou um poster emoldurado dos 'Dez Mandamentos' e uma dessas ordenanças falava forte ao coração do garoto: "Não matarás". "Eu me perguntava: 'como no mundo, poderia um irmão fazer uma coisa dessas?'. A ideia de matar alguém simplesmente imprime um horror no meu coração. Como resultado eu levei isso para o lado pessoal, como se Deus me dissesse: 'Desmond, se você me ama, você não vai matar ninguém", disse Doss certa vez a Larry Smith, durante o documentário 'Beyond Glory', que contava a história de soldados que ganharam medalhas de honra.
Desmond Doss cresceu em uma cidade pequena, na borda das montanhas de Blue Ridge, na Virgínia (EUA), onde ele acabou vendo seu pai bêbado abusar de sua mãe.
O filme 'Hacksaw Ridge' mostra um incidente de sua infância, no qual Doss entrou em uma briga com seu irmão e acertou a cabeça do garoto com com um tijolo. O acontecimento deixou Desmond muito arrependido. Logo depois, Doss tornou-se um pacifista e passou a se interessar cada vez pela medicina, embora não tivesse condições financeiras para bancar os estudos em uma faculdade.
Em abril de 1942, Doss estava com 23 anos e trabalhava em um estaleiro, quando foi chamado para o exército. Ele teve o direito de tornar-se um 'objetor de consciência', depois de ter se recusado a portar armas, devido a seus princípios de fé. Em seguida, ele se alistou no exército como médico. Ele escolheu se tornar um socorrista, com o objetivo de seguir o sexto e o quarto mandamentos: honrar o sábado. Apesar dos adventistas do sétimo dia considerarem a importância de guardar o sábado, Doss acreditava que não haveria problemas em servir como socorrista sete dias por semana, alegando que "Cristo curou no sábado".
Desmond Doss com suas condecorações
"Eu senti que era uma honra servir a Deus e ao meu país", disse ele ao Richmond Times-Dispatch, em 1998. "Eu não queria ser conhecido como alguém que violou as regras do exército, mas tenho certeza que não sabia exatamente no que eu estava entrando".
Pouco antes de entrar efetivamente para o serviço militar em agosto de 1942, Doss se casou com sua namorada, Dorothy, uma enfermeira.
Doss enfrentou o preconceito dos outros soldados, devido à sua devoção à oração, sua recusa em pegar em armas e comer carne, além do respeito que tinha com relação ao sábado. Certo dia, de acordo com o New York Times, um oficial tentou classificá-lo como um portador de doença mental. O pacifismo de Doss o levou a ser ameaçado por uma corte marcial, mas o problema foi resolvido e ele foi para a guerra.
Já na batalha de Okinawa, na primavera de 1945, foi durante um sábado, 5 de maio, que Doss e seus companheiros de tropa viveram os momentos de tensão, escalando o cume de Hacksaw. Ele conseguiu descer os soldados feridos do penhasco usando um tipo de maca improvisada, apoiada por uma corda que ele havia, com nós que havia aprendido a dar quando era criança e brincava de marinheiro. Depois de descer cada homem ferido, Doss desceu da montanha ileso. Acredita-se que Desmond tenha salvo mais de 75 soldados, porém ele mesmo corrigiu este número, baixando esta conta para aproximadamente 50 homens.
Pouco mais de duas semanas depois, em 21 de Maio, Doss foi ferido nas pernas por uma explosão de granada, durante um ataque noturno, enquanto permanecia em território exposto, ajudando outros soldados. De acordo com informações passadas na citação de sua Medalha de Honra, ele cuidou de seus próprios ferimentos, em vez de pedir a ajuda de um outro soldado. Doss esperou por cinco horas, até que dois de seus companheiros conseguiram alcançá-lo para levá-lo a um local seguro.
Doss e os homens que o levavam foram depois capturados em um ataque inimigo. Quando Doss viu um homem mais gravemente ferido nas proximidades, se arrastou em direção à maca daquele soldado para ajudar a tratar dos ferimentos de seu colega. Mas, enquanto esperava que os carregadores da maca voltassem, Doss foi atingido novamente e fraturou o braço. Ele improvisou uma tala e se arrastou por cerca de 275 metros até um posto de socorro.
Em 12 de outubro de 1945, o presidente Harry Truman condecorou Doss com a Medalha de Honra por suas ações em Okinawa. "Através de sua coragem excepcional e determinação inabalável diante das condições desesperadamente perigosas, Doss salvou a vida de muitos soldados", dizia o texto da Medalha de Honra. "Seu nome tornou-se um símbolo de toda a 77ª Divisão de Infantaria pela bravura excepcional, muito acima e além do que o dever chama".
Desmond Doss com sua esposa Dorothy
Nos cinco anos seguintes, Doss teve que passar por diversos hospitais para tratar seus ferimentos, e também acabou perdendo um pulmão, devido à tuberculose.
Por causa de suas doenças, Desmond não conseguiu encontrar um trabalho estável e acabou se dedicando à vida ministerial. Trabalhou com jovens em programas patrocinados pela igreja nos estados da Geórgia e do Alabama. Na década de 1950, Doss e sua esposa Dorothy se mudaram para a cidade de Lookout Mountain, a noroeste da Geórgia, onde construíram uma casa e criaram seu filho, Desmond Jr, de acordo com registros da Biblioteca da Virgínia.
Dorothy morreu em um acidente de carro, em 1991 e Doss casou-se com Frances May Duman, uma viúva com três filhos adultos, em 1993. Doss morreu, aos 86 anos, em março de 2006, em razão de uma grave doença respiratória. Ele foi enterrado no cemitério nacional de Chattanooga, no Tennessee (EUA).
Garfield — o ator que interpreta Doss no novo filme — ficou famoso anteriormente por fazer o papel do herói dos quadrinhos, Homem Aranha. Porém o astro de Hollywood não escondeu a satisfação em ter atuado no papel mais recente e afirmou que o soldado cristão foi muito mais inspirador do que o herói mutante.
"Ele tinha uma sabedoria em seu coração, entendendo que ele não deveria tirar a vida de um homem, mas queria servir a algo maior do que ele e encontrou sua própria forma de fazer isso", acrescentou.
"Hacksaw Ridge" foi lançado nos cinemas dos EUA no dia 4 de novembro. A pré-estreia no Festival de Veneza terminou com aplausos que duraram cerca de 10 minutos.
Fonte: Portal guiame.com.br
Filme excelente!
ResponderExcluirMuito bom mesmo, excelente história, um verdadeiro exemplo de fé baseado em fatos reais.
ResponderExcluirÉ um filme que eu gosto muito por causa da excelente produção e da interessante história que ele cria. Andrew Garfield esta impecável. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Na minha opinião, Até O Último Homen foi um dos mehores filmes de guerra que foi lançado. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio O filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. Além, acho que a sua participação neste filme drama realmente ajudou ao desenvolvimento da história.
ResponderExcluirFilme excelente
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