"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



segunda-feira, 2 de março de 2009

O EXÉRCITO E A PAX ROMANA




A expansão romana demorou séculos e o exército foi o instrumento indispensável para tal. 


O exército romano era dividido em legiões; sua organização meticulosa e a disciplina severa permitiram-lhes alcançar inúmeras vitórias sobre outros povos. No final do século I a.C., a legião era formada por 300 cavaleiros e 4.200 homens de infantaria, organizados em grupos de 100 (as centúrias, comandadas por centuriões). O exército era comandado superiormente por magistrados chamados cônsules ou pelo próprio imperador. Os oficiais, os tribunos militares, eram escolhidos entre jovens da classe superior da sociedade romana.

A glória máxima dos generais romanos era o "triunfo", concedido apenas aos grandes vencedores: um desfile festivo pelas ruas de Roma, por entre aclamações populares. Atrás, acorrentados, desfilavam os chefes vencidos e centenas de escravos transportando o produto dos saques.

O exército foi, igualmente, um importante instrumento para a integração dos povos dominados no mundo romano. Depois das conquistas, as legiões permaneciam nas terras conquistadas, para impor o domínio romano e garantir a paz - a "pax romana"(1), uma paz armada com o exército controlando qualquer tentativa de revolta das populações e vigiando as fronteiras.

O Império Romano no ano 117 d.C.

A permanência dos soldados, por longas temporadas, nos diferentes pontos do Império, contribuiu para a romanização (2) das populações. Por outro lado, era frequente fundarem-se colônias militares nas províncias: os soldados, no final da carreira (os veteranos), recebiam terras como recompensa pelos serviços prestados no exército, e nelas se estabeleciam com suas famílias. 

No ano de 25 a.C., por exemplo, o imperador Augusto recompensou vários soldados de duas das suas legiões com terras situadas na Península Ibérica, nas margens do rio Guadiana. Estes soldados "eméritos", isto é, reformados e recompensados devido ao seu mérito, fundaram aí a cidade de Emerita Augusta (Mérida, futura capital da província romana da Lusitânia). Deste modo, estas colônias tornavam-se, autênticos centros de difusão da civilização romana.

(1) A expressão latina "pax romana" designa a situação de paz que o Império Romano conheceu durante os dois primeiros séculos da nossa era, graças à ocupação das províncias por exércitos permanentes que impunham a ordem, reprimindo pela força, qualquer tentativa de revolta. Apesar deste caráter violento, a "pax romana" proporcionou uma época de estabilidade e de prosperidade, durante a qual a civilização romana se estendeu a todo o Império.

(2) Romanização é a influência exercida pela civilização romana sobre as populações do Império. Pouco a pouco, os diferentes povos absorveram a língua, a religião, a cultura e os costumes dos romanos, a ponde de, alguns séculos depois da conquista, poucas diferenças se notarem entre os habitantes da Itália e os da Península Ibérica, por exemplo.

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2 comentários:

  1. Sempre fui fascinado pela civilização romana e particularmente pelas legiões. Isso fica bem óbvio a quem visita o meu blog, que, embora focado basicamente em literatura, não deixa de mostrar meu interesse por História através da escolha de boa parte dos livros comentados. Parabéns por seu blog, está repleto de informações interessantes!

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