"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



segunda-feira, 30 de maio de 2022

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - GENERAL GERHARD VON SCHARNHORST

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* 12/11/1755 - Bordenau, Alemanha

+ 28/6/1813 — Praga, República Tcheca

Gerhard Johann David von Scharnhorst foi chefe do estado-maior e general prussiano, notável por seus escritos, reformas no exército e liderança durante as Guerras Napoleônicas.


Scharnhorst nasceu em Bordenau, próximo a Hanôver, numa família de fazendeiros. Dedicou-se aos estudos e assim garantiu a sua admissão na academia militar de Wilhelmstein. Aproveitou seu tempo livre para melhorar a sua educação e seus conhecimentos literários e, em 1783, foi indicado à nova escola de artilharia de Hanôver. Scharnhorst já havia fundado um jornal militar que, sob vários nomes, existiu até 1805 e, no ano de 1788, escreveu e publicou o "Manual para oficiais nas se(c)ções aplicadas do serviço militar" e subsequentemente o "Manual militar para uso em campo" (1792).

A renda gerada pela venda de seus livros era o seu principal sustento, uma vez que ainda ocupava a patente de tenente e a fazenda em Bordenau era pouco lucrativa para manter a sua esposa (Clara Schmalz, irmã de Theodor Schmalz, primeiro diretor da Universidade de Berlim) e a sua família.


Campanhas militares

Sua primeira campanha foi em 1793 nos Países Baixos, na qual serviu com excelência sob as ordens do Duque de York. Em 1794 ele fez parte da defesa de Menen e comemorou a fuga da guarnição inimiga em seu livro "Defesa da cidade de Menen" (1803), que junto com "As origens da boa sorte dos franceses na Guerra Revolucionária" compreendem suas obras mais conhecidas. Foi promovido a major e uniu-se ao estado-maior do contingente de Hanôver.

Depois da Paz de Basileia, em 5 de março de 1795, Scharnhorst retornou a Hanôver. Sua fama espalhou-se pelos exércitos de vários estados aliados e, desde então, recebeu vários convites pedindo pela sua transferência. Tal acontecimento acabou por levá-lo ao rei Frederico Guilherme III, da Prússia, que lhe concedeu um título de nobreza, a patente de tenente-coronel e um salário duas vezes maior do que ele recebia em Hanôver (1801). Foi contratado pela Academia de Guerra de Berlim, que teve Clausewitz como um de seus estudantes, e fundou a sociedade militar berlinense. 

Scharnhorst serviu como tenente-comissário do Duque de Brunswick na guerra de 1806 e foi ferido em Auerstadt (14 de outubro de 1806). Uniu-se a Blücher nos últimos estágios da desastrosa campanha da quarta coalizão e acabou preso pelos franceses após a derrota na batalha de Lübeck (7 de novembro de 1806), sendo rapidamente trocado por outro prisioneiro. 

Posteriormente Scharnhorst teve um papel importante na liderança dos corpos-de-exército do general Wilhelm von l'Estocq, os quais serviram junto com os russos na batalha de Eylau, fato que lhe garantiu a mais alta honraria militar da Prússia, a Ordem Pour le Mérite.


Reforma do exército prussiano

Tornou-se evidente que as habilidades de Scharnhorst superavam as de um mero oficial de estado-maior. Educado sob as tradições da Guerra dos Sete Anos, Scharnhorst teve sua experiência militar expandida gradualmente e havia abandonado as formas antiquadas de guerra, compreendendo que somente um exército nacional e uma política de luta em batalhas decisivas daria a resposta adequada para a situação política e estratégica provocada pela Revolução Francesa. 

Scharnhorst  foi contratado pela Academia de Gierra de Berlim


Alguns dias após a assinatura do Tratado de Tilsit, foi promovido a major-general e tornou-se chefe da comissão de reforma que incluía os mais jovens e melhores oficiais da Prússia, como Gneisenau, Grolman, Boyen e Clausewitz. O próprio barão de Stein integrou a comissão e garantiu a Scharnhorst acesso livre ao rei Frederico Guilherme III, assegurando a sua promoção a general-ajudante-de-campo. Os planos de reforma logo despertaram as suspeitas de Napoleão, obrigando Frederico Guilherme a suspendê-los ou cancelá-los.

Scharnhorst deixou Berlim quando a Prússia despachou um exército auxiliar sob as ordens de Napoleão e foi forçada a participar de uma aliança contra a Rússia. Enquanto esteve fora do serviço militar, escreveu um livro sobre armas de fogo, Über die Wirkung des Feuergewehrs (1813). A retirada francesa de Moscou, em 1812, abriu o caminho para o retorno de Scharnhorst ao novo exército nacional da Prússia.

Estátua memorial de Scharnhorst em Berlim

Última campanha

Scharnhorst foi reconvocado ao quartel-general do rei e promovido a chefe do estado-maior de Blücher. O príncipe russo Wittgenstein demonstrou interesse em tê-lo temporariamente em seu estado-maior. Blücher concordou. Na primeira batalha da sexta coalizão, em Lützen (2 de maio de 1813), a Prússia foi derrotada, mas dessa vez Napoleão falhou ao tentar perseguir o exército prussiano. Scharnhorst foi ferido no joelho esquerdo e morreu algumas semanas depois, na cidade de Praga. Scharnhorst estava a caminho de Viena para negociar a intervenção militar austríaca com Schwarzenberg e Radetzky, em 28 de junho de 1813, e sua morte decorreu da falta de cuidados médicos adequados. Pouco antes de sua morte, ele havia recebido a promoção a tenente-general.

Frederico Guilherme III mandou erigir uma estátua em sua homenagem. Várias embarcações alemãs, quartéis da Bundeswehr (Exército alemão) e um distrito da cidade de Dortmund também levam o seu nome.

Fonte: Encyclopædia Britannica 


quarta-feira, 4 de maio de 2022

EDITOR DO PORTAL PARTICIPA DO SEMINÁRIO INTERNACIONAL 200 ANOS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

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Editor do portal realiza conferência em Portugal sobre os 200 anos da independência do Brasil


Na última semana o editor do portal Carlos Daróz-História Militar participou, como conferencista, do Seminário Internacional 200 anos da Independência do Brasil, organizado em Lisboa, pela Direção de História e Cultura Militar do Exército Português e pela Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército Brasileiro.

No seminário, três historiadores de cada país apresentaram resultados de suas pesquisas, abrangendo diferentes olhares sobre o tema. 

O editor do portal Carlos Daróz-História Militar na Direção de História e Cultura Militar do Exército Português


O editor do portal Carlos Daróz-História Militar apresentando sua conferência


Coube ao editor do portal discutir, à luz da História Comparada e da teoria do poder militar, os processos de emancipação política das colônias ibéricas nas Américas.

Diploma de amigo da Direção de História e Cultura Militar do Exército Português


Medalhão ofertado pelo Exército Português

Na ocasião, Carlos Daróz foi agraciado com o diploma de amigo da Direção de História e Cultura Militar do Exército Português, e recebeu outras condecorações.  


sábado, 23 de abril de 2022

SEMINÁRIO INTERNACIONAL 200 ANOS DA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

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Na próxima semana o editor do portal Carlos Daróz-História Militar estará em Portugal para participar, como um dos representantes do Brasil, no Seminário internacional 200 anos da Independência do Brasil, evento organizado em conjunto pelos exércitos português e brasileiro.

Para quem tem interesse pelo tema, fica o convite para acompanhar o seminário virtualmente.

Maiores informações no link 


quinta-feira, 21 de abril de 2022

EDITOR DO PORTAL REALIZA PESQUISA NOS CAMPOS DE BATALHA DE MONS

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Editor do portal realiza pesquisa no campo de uma das primeiras batalhas da Primeira Guerra Mundial


Retomando as pesquisas de campo sobre a Grande Guerra 1914-1918, estive em Mons, cidade localizada na região da Valônia, perto da fronteira da Bélgica com a França.

Ali ocorreu o primeiro enfrentamento da Força Expedicionária Britânica, que veio socorrer a Bélgica nos primeiros movimentos da guerra, contra os alemães. Embora subjugados por um exército com poder de combate muito superior, os britânicos conseguiram atrasar o avanço alemão, prejudicando a execução do Plano Schlieffen.

Sob a ponte ferroviária de Nimy, a placa memorial que assinala a ação do tenente Maurice Dease e do soldado Sidney Godley, do 4º Batalhão de Fuzileiros Reais, que dispararam uma metralhadora até serem incapacitados ao cobrirem a retirada das tropas. Ambos receberam as duas primeiras Victoria Cross da guerra.


O combate na ponte ferroviária de Nimy em agosto de 1914


Ponte ferroviária de Nimy sobre o canal La Haine.

Mapa mostrando a disposição das forças oponentes em Mons.


Diante do Cemitério Comunal de Mons, local de centenas de sepulturas de guerra.


Sepulturas de soldados belgas no Cemitério Comunal de Mons.


Sepultura de um "soldado desconhecido" alemão no Cemitério Comunal de Mons.


Sepultura do soldado Eugène Martin, do 12º Regimento de Infantaria Territorial francês, falecido em 17 de outubro de 1914. "Mort pour la France".


Sepulturas militares no Cemitério Comunal de Mons.


Sepulturas de soldados canadenses no Cemitério Comunal de Mons.


Placa existente no Hôtel de Ville (prefeitura) homenageando o Exército Canadense, por ter libertado Mons após 50 meses de ocupação alemã em 1918.


Visitando o Musée Memorial de Mons



Uniforme de soldado britânico que foi atingido por estilhaços de granada de artilharia. Certamente os ferimentos foram fatais. Acervo do Musée Memorial de Mons.


Réplica da lápide do soldado canadense J.L. Price, falecido em Mons às 10:58h de 11 de novembro de 1918, o último soldado a ser morto na guerra. Acervo do Musée Memorial de Mons.


Peça de artilharia alemã. Acervo do Musée Memorial de Mons.


Uniformes e equipamentos da Força Expedicionária Britânica. Acervo do Musée Memorial de Mons.


Mons também foi palco das primeiras Victoria Cross, a mais alta condecoração militar britânica. O tenente Maurice Dease e o soldado Sidney Godley, ambos do 4º Batalhão de Fuzileiros Reais, dispararam uma metralhadora até serem incapacitados na ponte ferroviária de Nimy, sobre o canal La Haine, cobrindo o retraimento das forças britânicas.

Estive pesquisando na ponte de Nimy; no Cemitério Comunal de Mons, onde encontram-se sepultados soldados belgas, britânicos, franceses, canadenses, alemães, romenos e russos; e no Musée Memoriel de Mons, que possui um rico acervo sobre a Grande Guerra.



quarta-feira, 20 de abril de 2022

PENSAMENTO MILITAR - SOBRE SOLDADOS E GENERAIS

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“Sob a direção de um forte general, não haverá jamais soldados fracos.”

(Sócrates) 

terça-feira, 19 de abril de 2022

EDITOR DO PORTAL PARTICIPA DO FESTIVAL JUIN 1815 DE GEMBLOUX

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O editor do portal Carlos Daróz-História Militar participou de um interessante evento de reencenação histórica na Bélgica.


O festival Gembloux Juin 1815, é realizado anualmente, em referência à passagem das tropas do marechal da França Grouchy com suas tropas pela cidade a caminho de Waterloo, nos dias 23 e 24 de junho de 1815. 


O evento de reencenação histórica é organizado pela Comunne de Gembloux, Souvenir Napoléonien, Musée Ligny 1815, Guides 1815 e Cercle Royal Art et Histoire de Gembloux.
 
Realizado em praça pública, durante todo o domingo, incluiu um acampamento, apresentação da banda caracterizada com marchas militares da época Napoleônica, desfile e revista da tropa pelo reencenador representando o marechal Grouchy.

Excelente apresentação, cujo ponto alto foi a fidelidade da reconstituição dos uniformes, equipamentos e armamentos, bem como das marchas militares executadas.

A seguir, imagens e vídeos do evento.

Banda executando uma marcha militar do exército de Napoleão.

Tambor-Mor regendo a banda.

O marechal da França Emmanuel de Grouchy (1776-1847).



O armamento ensarilhado junto ao equipamento individual.

O cotidiano de um acampamento francês. As vivandeiras e cantineiras também representadas.

O marechal Grouchy e seu ajudante-de-campo chegando para a revista às tropas.

Tropa de granadeiros pronta para a revista.

Impressionante os detalhes e a fidelidade de reconstituição dos uniformes, equipamentos e fardamentos.

O marechal Grouchy procedendo a revista.


segunda-feira, 18 de abril de 2022

T-55: O “BURRO DE CARGA” DOS CONFLITOS LOCAIS DO SÉCULO XX

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Se alguém pudesse sintetizar a imagem dos tanques soviéticos, é provável que fosse a de um T-55. O motivo é simples: esse veículo de combate foi utilizado por exércitos de 70 países e teve 24.000 unidades produzidas. Longe de ser ideal ou superior aos tanques da OTAN, ajudou a vencer qualquer inimigo na maioria dos conflitos da segunda metade do século XX.


Por Aleksandr Korolkov


Apesar da corrida armamentista entre os anteriores aliados antinazistas, que procuravam sair vitoriosos em cada classe de armamento, a União Soviética não conseguiu colocar em serviço no Exército o novo tanque T-54 antes do final dos anos 1940. Mas o país não poderia deixar de responder aos tanques inimigos M-48 Patton III, norte-americano, e o inglês Centurion, bem como o aparecimento em 1959 do tanque M-60.

Esses veículos de combate se tornaram um grande desafio para a escola soviética de construtores de tanques. Os trabalhos de criação de um veículo de combate blindado sobre a base do T-54 B foram iniciadas somente em 1957, com o codinome “Obiekt 155”, e envolveram todos os progressos alcançados durante a modernização do T-54.

Entre o final de 1957 e início de 1958, os tanques passaram por testes, até que, em 8 de maio daquele ano, o Obiekt 155 foi adotado pelo Estado-Maior do Exército soviético sob a sigla T-55. A principal melhoria frente ao T-54 foi a instalação de um sistema completo de defesa nuclear. O armamento principal era o mesmo, assim como a blindagem. Mas o tanque foi rebaixado quase um metro e a metralhadora coaxial, assim como o canhão, recebeu estabilizador em dois planos.


T-55 sírio 



Fiasco inicial

O T-55 encontrou em combate seu adversário inglês Centurion durante os conflitos árabe-israelenses. O tanque soviético se mostrou superior em desempenho dinâmico, mas era inferior em termos de eficácia de armas. O veículo inglês era equipado com um canhão L7 de 105 mm, de altas precisão balística, o que proporcionava aos israelenses tiros de maior precisão e penetração à longa distância – essencial em batalhas no deserto.

As guerras no Oriente Médio também revelaram outra característica dos tanques soviéticos: a deficiência de proteção adequada do chassi, tendo em vista que qualquer perfuração na blindagem ocasionava a explosão do veículo.

Foi durante a Guerra dos Seis Dias que ocorreu o primeiro grande embate entre o Centurion e os tanques soviéticos. O lado israelense saiu vitorioso: 20 Centurions israelenses destruíram 32 T-54 e T-55 egípcios na área de Bir Lahfan. No entanto, pouco tempo depois, os egípcios repeliram três ataques da 7ª Brigada Blindada israelense e destruíram 17 tanques na batalha de El Arish.

Coluna de T-55 da Alemanha Oriental durante manobras do Pacto de Varsóvia


Ao fim do conflito, Israel havia perdido 122 tanques de vários modelos. Já o Egito, de 935 tanques e outros blindados, perdera 820, entre destruídos e capturados como troféus. O lado positivo disso? Dos 115 que restaram, 82 eram T-55.


Habilidade x tecnologia

Os tanques soviéticos enfrentaram um desafio ainda maior na Guerra do Yom Kippur. Em outubro de 1973, 1.200 tanques egípcios entraram em atrito contra 750 Centurions e Pattons israelenses, formando a maior batalha de tanques desde a Segunda Guerra Mundial.

Durante as escaramuças, os egípcios perderam 264 tanques e destruíram apenas 25 veículos de Israel. O canhão L7 atingia os blindados egípcios a uma distância maior, e Israel possuía superioridade aérea sobre o Sinai.

Após o fim das hostilidades, as tripulações israelenses notaram que o L7 era superior não somente aos D-10T2S de 100 mm dos T-55, mas também aos modernos U5-TC de 115 mm dos T-62. Perceberam também que os Centurions apresentavam maior inclinação máxima dos ângulos de tiro. No entanto, a guerra mostrou que a chave do sucesso israelense não foi a superioridade técnica, mas o melhor planejamento militar e a organização das manobras militares, o que era justamente o ponto fraco das forças egípcias.

T-55 norte-vietnamita combatendo em Hanói, no final da Guerra do Vietnã


A União Soviética utilizou o T-55 durante combates no Afeganistão entre os anos de 1979 e 1989. Enquanto os tanques mais modernos eram alocados nas Divisões Ocidentais, as fronteiras ao sul eram guardadas pelos T-55 e T-62 mais antigos.

No Afeganistão, os T-55 foram usados em unidades menores com a função de proporcionar maior poder de fogo à infantaria mecanizada e às tropas paraquedistas, bem como na segurança de postos avançados e de comunicação. Para essas tarefas, o blindado serviu como elemento de fogo manobrável e de longo alcance. 

Fonte: Gazeta Russa (Transcrição)


sexta-feira, 8 de abril de 2022

O ATAQUE DE ZEPELLIN EM ANTUÉRPIA

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Na noite de 24-25 de agosto de 1914, o Zeppelin LZ 25, número militar Z-IX, lançou cerca de uma dúzia de bombas sobre a cidade de Antuérpia. Um total de 12 pessoas foram mortas e outras 40 ficaram feridas. A indignação foi grande, especialmente porque o palácio real localizado em Meir foi obviamente u m dos alvos alvo. Por medidas de segurança, os filhos do Rei Alberto e da Rainha Elizabeth foram levados para a Inglaterra alguns dias depois.

O LZ 25 bombardeando Antuérpia


Área central da cidade impactada pelo bombardeio


Efeito do bombardeio de 24-25 de agosto de 1914 em Antuérpia


O Z-IX entrou em serviço em 13 de julho de 1914, primeiro Zeppelin equipado com empenagem cruciforme. O LZ 25 era o 25º dirigível fabricado e o 12º do acervo do exército alemão.  A aeronave foi utilizada para reconhecimento e bombardeio no norte da França sob o comando do capitão Horn.

Além da missão contra a Antuérpia, o LZ 25 também bombardeou Ghent e Boulogne-sur-Mer. O Zeppelin foi destruído em seu hangar na cidade de Düsseldorf,  no dia 8 de outubro de 1914, por ocasião de um bombardeio aéreo britânico. 




segunda-feira, 4 de abril de 2022

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - MARECHAL JOSÉ DE ABREU

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* ??/??/1770 – San Carlos de Maldonado

+ 20/2/1827 – Passo do Rosário-RS


Filho de João de Abreu, português de Canteleães, na vizinhança de Pinheiro, Vieira do Minho, com Ana Bernarda de Souza, nascida na Ilha Terceira, nasceu em San Carlos de Maldonado, em virtude da ocupação espanhola no Rio Grande. O patriarca João de Abreu e família fizeram parte do processo fundacional de San Carlos de Maldonado, retornando ao Rio Grande quando José tinha 13 anos.

José de Abreu assentou praça em 28 de dezembro de 1784, em Rio Grande, ainda durante o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815-1822). Combateu os provincianos do Prata em todas as campanhas de 1801 a 1827, participando da libertação de São Borja em 1814. Casou-se em 1794 com Maria Feliciana da Conceição, natural de Porto Alegre, e filha de Antônio da Silveira Nunes e Maria da Conceição. 

Teve papel fundamental na guerra contra Artigas (1816-1820), quando, com seus 650 homens, em diversos combates, abateu os 3.000 homens do Coronel Pantaleão Sotel. Posteriormente, em Arapeí, no dia 2 de janeiro de 1817, derrotou o próprio general Artigas. Logo em seguida, em 4 de janeiro, resgatou as tropas do General Curado, Conde de São João das Duas Barras, e do Barão do Alegrete, atacadas por La Torre. Chegou ao final desta campanha no posto de Brigadeiro. 

Na segunda Campanha Cisplatina, em 1820,  participou da Batalha de Taquarembó (1820), auxiliando muito na vitória brasileira. Depois da derrota de Artigas, em 1820, a Coroa Portuguesa ocupou por completo a Banda Oriental.

Ao longo de 44 anos de serviço, lutou em vinte batalhas. Comandante de cavalaria, após a independência do Brasil, em 1822, foi nomeado governador das armas de São Pedro do Rio Grande do Sul. Posteriormente, promovido a marechal-de-campo, foi agraciado por D. Pedro I com o título nobiliárquico de Barão.

Ao iniciar a guerra Cisplatina (1825-1828), em 1825, invadiu a Banda Oriental (atual Uruguai), denominada pelo Império do Brasil como Província Cisplatina. Foi depois demitido do cargo de governador das armas, motivo pelo qual se afastou da vida pública.

Todavia, dadas as derrotas brasileiras na Guerra pela Cisplatina, formou um regimento de voluntários em São Gabriel, e partiu para a frente de batalha. Na batalha do Passo do Rosário (1827), conhecida pelos Argentinos como Ituzaingó, comandou 560 homens, contra 3.100 soldados inimigos sob o comando de Juan Antonio Lavalleja. Tombou ferido, por fogo amigo, quando sua tropa foi confundida como inimiga, morrendo logo em seguida no campo de batalha.

O Marechal José de Abreu foi o primeiro e único barão do Cerro Largo. Vulto histórico, foi um militar e nobre brasileiro. O Exército Brasileiro, em sua homenagem, concedeu ao 6º Regimento de Cavalaria Blindada, com sede em Alegrete, a denominação histórica de Regimento Marechal José de Abreu.

Fonte: 6º RCB


quinta-feira, 31 de março de 2022

1763: TRATADO CONFIRMA PRÚSSIA COMO POTÊNCIA EUROPEIA

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  Em 15 de fevereiro de 1763, é selada no castelo Hubertusburg, na Saxônia, a paz da Guerra dos Sete Anos, que marcaria a ascensão da Prússia ao rol das potências europeias.


Por Rachel Gessat 

A Guerra dos Sete Anos durou de 1756 até 1763 e envolveu todas as potências europeias da época. A Áustria pretendia recuperar a rica província da Silésia, perdida para a Prússia em 1748, e ao mesmo tempo queria acabar com a ambição prussiana de ascender como potência.

Depois de uma reordenação de forças entre as potências europeias, Maria Teresa, grã-duquesa da Áustria e rainha da Hungria e Boêmia, recebeu o apoio da Rússia, da Suécia, da Saxônia, da Espanha e da França. Do outro lado estavam Prússia, Reino Unido e Hannover.

Em vista dos preparativos da Áustria e da Rússia para um ataque militar em 1757, o Rei da Prússia, Frederico II, decidira tomar a dianteira e ocupara a Saxônia um ano antes. No início de 1757, invadira a Boêmia e conquistara Praga, mas teve de se retirar da região após a derrota em junho do mesmo ano. Em setembro, Hannover, aliado prussiano, foi obrigado a garantir neutralidade depois de ser derrotado pela França.
 

Prússia torna segunda grande potência germânica

Apesar da pressão de todos os lados e de dispor de menos tropas que os inimigos, a Prússia e seus aliados conseguiram impor-se até o final de 1758: em novembro de 1757 derrotaram os franceses na Saxônia; em dezembro, os austríacos na Silésia; e, em agosto de 1758, os russos em Brandemburgo, enquanto Braunschweig expulsava os franceses para as outras margens do Reno.
 
Frederico II, o Grande: no seu reinado a Prússia tornou-se grande potência
 
A Prússia sofreu sua derrota mais amarga para a Rússia e a Áustria em agosto de 1759, no local onde hoje fica Zielona Góra, centro-oeste da Polônia. No começo de 1760, os dois aliados chegaram a ocupar Berlim, mas as tropas prussianas venceram outras duas importantes batalhas. No final do ano seguinte, o Reino Unido cortou as subvenções à guerra. O que salvou a Prússia foi a morte da imperatriz russa Elisabeth, em janeiro de 1762.

Seu sucessor, Pedro III, era um admirador de Frederico, o Grande, com quem selou a paz em 5 de maio de 1762 e assinou uma aliança a 17 de junho. Pouco depois, também a Suécia fez as pazes com a Prússia. Às vitórias sobre a Áustria em julho e outubro, seguiu-se o armistício entre o Reino Unido e a França. A paz definitiva foi então selada em 15 de fevereiro de 1763, na hoje Saxônia. A Prússia receberia o poder sobre a Silésia e devolveria a Saxônia.

Na realidade, ninguém lucrou com o conflito. Pelo contrário, todos sofreram enormes perdas humanas e financeiras. Frederico, o Grande, e a Prússia consolidaram sua importância na história. O "velho Fritz", como passou a ser carinhosamente chamado pelo seu povo, mandou construir um imponente castelo em Potsdam. A Prússia tornou-se a segunda grande potência germânica, ao lado da Áustria, iniciando um dualismo que se prolongaria pelos próximos 100 anos.

Fonte: DW (transcrição)
 
 

domingo, 27 de março de 2022

EDITOR DO PORTAL REALIZA PESQUISA DE CAMPO EM ZEEBRUGGE

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Editor do portal realiza pesquisa de campo sobre o reide de Zeebrugge


O editor do portal Carlos Daróz-História Militar realizou pesquisa de campo em Zeebrugge, grande porto no Mar do Norte, que foi palco da maior incursão naval da Grande Guerra: o reide de Zeebrugge.

Depois da invasão e ocupação da Bélgica, os alemães logo identificaram a posição estratégica do local, e instalaram no porto uma base de submarinos (u-boats) e de navios ligeiros para atacar a navegação Aliada no Mar do Norte e no Canal da Mancha.

Na gare de Zeebrugge, chegando para começar a pesquisa.


Esquema mostrando como se desenvolveu o reide de Zeebrugge de 23 de abril de 1918.




Depois de fracassadas tentativas de neutralizar a base alemã, incluindo bombardeio naval e ataques aéreos, em 1918 a Marinha Real britânica colocou em prática um ousado plano, que consistia em afundar navios obsoletos no canal de navegação do porto, e, assim, bloqueá-lo.

Bandeiras da região da Flandres (à esquerda), da Bélgica, e da comuna de Bruges (à direita) hasteadas em Zeebrugge.


Junto ao molhe Sul do porto de Zeebrugge, o principal palco da luta.




Uma das eclusas do porto.


Porto de Zeebrugge, local do reide 23 de abril de 1918.


Fotografia aérea do porto após a incursão mostrando os navios afundados que bloqueiam, parcialmente, o canal de navegação.


Em 23 de abril de 1918, os britânicos atacaram o porto e conseguiram a um custo de 227 mortos, afundar alguns navios no canal, embora em locais não previstos. 

O reide não foi bem sucedido, pois, apesar dos navios afundados, os u-boats continuaram a operar favorecidos pela maré alta. 

Memorial St. George´s Day, junto ao molhe Sul de Zeebrugge.


Memorial St. George´s Day, junto ao molhe Sul de Zeebrugge. Tributo ao submarino C3 que se fez explodir com toda sua tripulação para cumprir seu objetivo


Memorial St. George´s Day, junto ao molhe Sul de Zeebrugge. Tributo aos mortos do 4º Batalhão dos Royal Marines.


Memorial junto à igreja de São Donato (Sint-Donatianuskerk) em Zeebrugge.


Lápides de marinheiros (ou fuzileiros ?) britânicos não identificados (soldados desconhecidos - "know unto God") e sepultados no jardim da igreja de São Donato (Sint-Donatianuskerk) em Zeebrugge.