"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sábado, 12 de fevereiro de 2022

EDITOR DO PORTAL DESENVOLVE PESQUISA DE CAMPO EM CHARLEROI

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Prosseguindo em meus estudos aqui na Bélgica, realizei hoje pesquisa de campo na cidade de Charleroi, situada às margens do Rio Sambre, na região da Valônia belga. Ali, em junho de 1815, as tropas francesas de Napoleão venceram os prussianos e abriram o caminho para Bruxelas, que seria interrompido em Waterloo.

Charleroi e o Rio Sambre em 1914.


O Rio Sambre no coração de Charleroi, limite entre as forças franco-belgas e alemãs.


Durante a Grande Guerra (1914-1918), a Batalha de Charleroi foi travada no período de 21-23 de agosto de 1914, entre o 5º Exército francês e os 2º Exército alemão, no contexto da invasão da Bélgica, também conhecida como Batalha das Fronteiras.

Os franceses, liderados pelo general Lanrezac e contando com forças belgas, planejavam um ataque através do Sambre, mas os germânicos atacaram primeiro. Obrigados a recuar, os franceses quase foram cercados, quando os alemães cruzaram o Rio Meuse em Dinant, ameaçando o flanco direito francês, e venceram a Força Expedicionária Britânica em Mons, no flanco oeste.

Ainda que derrotado, o 5º Exército francês conseguiu escapar graças aos vigorosos contra-ataques que atrasaram o avanço alemão em Dinant.  A Batalha de Charleroi foi um dos combates que mais produziu baixas nas primeiras semanas da Grande Guerra. Envolvendo mais de um milhão de soldados, resultou em cerca de 10 mil baixas para cada lado. 

Caserne Caporal Trésignies, sede do Musée Memorial des Chaussers à Pied. Os caçadores a pé (infantaria leve) foram protagonistas na história militar belga.


Uniforme de combate belga de 1917. A coloração e a padronagem variava muito durante a Grande Guerra. Musée Memorial des Chaussers à Pied.


Diante do Monument aux Martyres, no centro de Charleroi. Homenagem da cidade a seus mortos na Grande Guerra.


Como ocorreu em Dinant, moradores de Charleroi e Tamines também foram executados por forças alemãs, como represália a atuação de supostos “franco-atiradores” entre os civis.

Cimitière de Charleroi Nord. Homenagem da cidade a seus mortos na Grande Guerra.


No cemitério militar, junto à sepultura de G. Butler, da Brigada de Fuzileiros britânica, morto em 8 de março de 1917.


Cemitério militar no interior do Cemitério Charleroi Nord. Identificamos soldados sepultados de diversas nacionalidades: britânicos, alemães, neozelandeses, australianos, canadenses e poloneses.

Esquema da Batalha de Charleroi. O 5º Exército francês confrontado pelo 2º Exército alemão.


Em Charleroi tive a oportunidade de percorrer a região do Rio Sambre, visitar o Musée Mémorial des Chasseurs à Pied – verdadeira imersão na história militar belga - , monumentos e o cemitério militar da cidade.  Com certeza, uma contribuição valiosa para nossa pesquisa.



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