"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - MARECHAL KARL VON MACK LEIBERICH

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* 24/08/1752 – Nenslingen, Alemanha


+ 22/12/1828 – St. Pölten, Áustria





O Marechal Karl von Mack Leiberich ficou conhecido como o comandante do Exército Austríaco que se rendeu para o Grande Armée de Napoleão Bonaparte na Batalha de Ulm, em 1805. Por causa da derrota, foi levado à corte marcial e condenado a dois anos de prisão.




Começo da carreira


Em 1770, Karl Mack se juntou a um regimento austríaco de cavalaria, no qual que seu tio Leiberich era comandante de esquadrão, tornando-se oficial sete anos depois. Durante a breve Guerra da Sucessão da Baviera, foi selecionado para o serviço com o conde Kinsky, com quem, posteriormente, com o comandante-em-chefe marechal de campo conde Lacy, fez um excelente trabalho. Foi promovido a primeiro-tenente, em 1778, e a capitão em 1783. Em 1785, casou com Katherine Gabrieul, e recebeu o título de barão, com o nome de Mack von Leiberich. 


Na Guerra Turca, Mack foi contratado para o quartel-general da campanha, tornando-se, em 14 de maio de 1788, o principal assessor de campo pessoal do imperador e, em 1789, promovido a tenente-coronel. Destacou-se no ataque a Belgrado e, pouco depois, por divergências entre Mack e Loudon, agora comandante-em-chefe, respondeu a uma corte marcial e teve que se retirar do exército. Tempos depois, no posto de coronel recebeu a Ordem de Maria Teresa e, em 1790, Loudon e Mack, após reconciliação, voltaram à guerra juntos. Durante essas campanhas, Mack foi ferido gravemente na cabeça, do que nunca se recuperou totalmente. Em 1793, assumiu o cargo de intendente-geral, sob as ordens de Josias de Saxe-Coburg, comandante na Holanda. O jovem Charles, arquiduque da Áustria, que ganhou seus próprios louros em ação, escreveu depois da batalha: "Acima de tudo temos de agradecer ao coronel Mack por estes êxitos".




Guerras revolucionárias francesas


Mack distinguiu-se novamente em Neerwinden e teve um papel de liderança nas negociações entre Josias de Saxe-Coburg e Charles François Dumouriez. Continuou a servir como intendente-geral, e foi feito chefe titular (Inhaber) de um regimento e, em 24 de fevereiro de 1794, foi promovido a major-general. No mesmo ano, em ação novamente, recebendo um ferimento em Famars. Com o fracasso dos aliados, por fatores políticos e militares e de ideais, sobre os quais Mack não tinha controle, somados aos insucessos de março-abril de 1793, que tinham a ele sido imputados, caiu em desgraça. Reabilitado, em 1797 foi promovido a tenente-marechal e, no ano seguinte, aceitou, a pedido pessoal do imperador, o comando do exército napolitano. Mas, com o poderio pouco promissor de seu novo comando, ele não pôde fazer frente às tropas revolucionárias francesas, e em pouco tempo, estava em perigo real de ser assassinado por seus próprios homens, refugiando-se no acampamento francês. Foi-lhe prometido passe livre para seu próprio país, entretanto, Napoleão ordenou que ele deveria ser enviado à França como prisioneiro de guerra. 


Bandeira imperial austríaca





Intervenção na República Romana


A República Romana foi uma das repúblicas "irmãs" filofrancesas e jacobinas proclamadas em seguida às conquistas por Napoleão Bonaparte, logo após a Revolução Francesa.


Em 10 de fevereiro de 1798, as tropas francesas, comandadas por Louis Alexandre Berthier, invadiram a cidade de Roma, dando início à ocupação da cidade. O pretexto foi o assassinato de um general da embaixada francesa, Mathurin-Léonard Duphot, ocorrido em 28 de dezembro de 1797, durante um tumulto popular provocado por alguns revolucionários italianos e franceses.


O general Berthier marchou sobre a cidade sem encontrar resistência, ocorrendo o saque dos tesouros de arte do Vaticano. Em 15 de fevereiro de 1798, foi declarado o fim do poder temporal do papa Pio VI e foi proclamada a República Romana, com o modelo francês. Poucos dias depois, em 20 de fevereiro, o Papa foi expulso da cidade. Morreu no exílio na França no ano seguinte. Em 25 de fevereiro, ocorreu uma revolta popular que foi duramente reprimida pelos franceses.


Em 7 de março de 1798, a República Tiberina e a República Anconitana foram anexadas à República Romana. Em 20 de março de 1798 foi promulgada, sob o modelo francês, a constituição da nova república, que previa a eleição de um tribunato de 72 membros e um senado de 32, que teriam o poder legislativo e que designariam cinco cônsules aos quais era delegado o poder executivo. Mas, na realidade, os franceses comandavam.


O novo regime foi acolhido friamente pela população romana, que, depois de sofrer o saque que acompanhou a tomada da cidade, devia suportar os pesados impostos requeridos pelos dirigentes franceses.


Em 28 de novembro de 1798, a República Romana foi invadida pelo exército napolitano, com 70.000 homens ao comando do general austríaco Karl von Mack apoiados pela frota britânica do almirante Horatio Nelson, que tentava restaurar a autoridade papal. Depois de seis dias, Fernando IV de Nápoles entrou em Roma como conquistador. Mas, em 14 de dezembro do mesmo ano, uma imediata e resoluta contraofensiva francesa obrigou os napolitanos a uma retirada. Os franceses entraram em Nápoles em 23 de janeiro de 1799 e instituíram a República Napolitana.


Em 19 de setembro de 1799, os franceses abandonaram Roma, reocupada em 30 de setembro pelos napolitanos, que assim puseram fim à República Romana.




Guerra da Terceira Coalizão


O Marechal Mack capitulou com seu exército em Ulm, em 20 de outubro de 1805, depois de ser envolvido completamente pelas tropas francesas de Napoleão, sendo, novamente, feito prisioneiro de guerra.  Dois anos depois, escapou de Paris disfarçado. A alegação de que ele quebrou a condicional é falsa. Mack não recebeu nenhum comando por alguns anos, mas, quando a convenção de guerra no tribunal austríaco precisava de um general para se opor à política de paz do arquiduque Charles, Mack foi feito intendente-geral do exército, com instruções para se preparar para uma guerra contra a França. Ele fez o possível dentro do curto tempo disponível para a reforma do exército, e no início da guerra de 1805, foi feito intendente-geral pelo comandante-em-chefe na Alemanha, o arquiduque Ferdinando José. Ele foi o verdadeiro comandante responsável pela oposição ao exército de Napoleão Bonaparte na Baviera, mas suas posições de batalha foram mal definidas devido ao pouco respeito à sua autoridade pelos oficiais de menor patente.


Após a Batalha de Ulm, em 1805, Von Mack rende-se a Napoleão Bonaparte

  



Corte marcial


Após a batalha de Austerlitz, Mack foi julgado por uma corte marcial, retirando-se de fevereiro de 1806 até junho de 1807, e condenado a ser privado da sua posição, seu regimento, da Ordem da Maria Teresa, e ainda preso por dois anos.  Mack foi libertado em 1808, e, em 1819, quando a vitória final dos aliados havia apagado da memória os desastres anteriores, ele foi a pedido do príncipe Schwarzenberg, reintegrado ao exército como tenente-marechal e como membro da Ordem de Maria Teresa. 


Kar Von Mack faleceu em St. Pölten, na Baixa Áustria, em 1828.


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