"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sexta-feira, 8 de abril de 2011

PRESTES ATRIBUIU AO EXÉRCITO VERMELHO A FORÇA DA URSS


Defesa do aparato militar do proletariado está em artigo do líder comunista que se exilou em Moscou nos anos 30 do século passado.  Documento integra um lote de manuscritos de Prestes recentemente entregues pelo governo da Rússia ao Brasil




Por Graciliano Rocha


De Porto Alegre - Exilado em Moscou nos anos 30, o líder comunista Luiz Carlos Prestes (1898-1990) relacionava a sobrevivência do regime comunista na URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) à força do Exército Vermelho.

A conclusão está em esboço de artigo destinado possivelmente à imprensa comunista, onde Prestes previa, em 1934, que o aparato militar seria a "grande garantia da política de paz da URSS" e contra a invasão de forças estrangeiras ao que chamava de "Pátria do proletariado".  O documento integra um lote de manuscritos de Prestes recentemente entregues pelo governo russo ao Brasil e obtidos com exclusividade pela Folha.

"O Exército Vermelho, como arma do proletariado no poder, [...] é um dos grandes fatores que vão auxiliando o proletariado de todo o mundo na luta que sustenta contra a guerra imperialista e contra o ataque à Pátria do proletariado", escreveu.

A análise de Prestes se mostraria correta à luz dos fatos que ocorreriam na Segunda Guerra Mundial (1939-45), quando Adolf Hitler mandou tropas invadirem a URSS em junho de 1941.  A invasão nazista rompeu o pacto Ribbentrop-Molotov, acordo secreto de não agressão estabelecido entre Joseph Stálin e Hitler, em 1939.

Depois, o Exército Vermelho venceria a histórica batalha de Stalingrado contra os nazistas, marcando o início de uma contraofensiva que conduziria os russos à tomada de Berlim (1945) e seria fundamental para a vitória dos países aliados.

Na Segunda Guerra, a URSS lutava com os aliados - EUA, Inglaterra e França - contra os países do Eixo -Alemanha, Itália e Japão.

Historiadores afirmam que a marcha do Exército Vermelho rumo à Alemanha deu a Stálin a vantagem definitiva para delimitar esfera de influência soviética.

O manuscrito de Prestes é do final do seu primeiro exílio na URSS (1931-34), período em que suas atividades são pouco conhecidas.  Prestes só retornaria ao Brasil no ano seguinte para comandar a fracassada tentativa de derrubar Getúlio Vargas do governo na década de 30.


Fonte: Folha de São Paulo

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Um comentário:

  1. Trotsky é o pai do Exército Vermelho, força que resumia a base da nação proletária, do Estado soviético, um exército necessariamente numeroso em sua origem. Stalin tornou-o, além de numeroso, poderoso e operoso, já que lançou as bases dos planos qüinqüenais, que davam toda atenção à indústria de base para proporcionar não o consumo, mas a infraestrutura da nação proletária, metalúrgicas, siderúrgicas, mecanização da agricultura, estabelecimento de metas e quotas, premiação não em dinheiro, mas na extensão de direitos. Toda esta base iria proporcionar a base de sobrevivência da nação, a construção de dezenas de milhões de residências (apartamentos, sobretudo), barragens para produção de energia elétrica, saltos em progressão geométrica na produção de carvão, minério de ferro, manganês, cobre etc etc. A resultante disso foi o equipamento do Exército Vermelho, primeira linha de defesa do Estado soviético contra ameaças que vinham de todos os quadrantes. Centenas de milhares de canhões, autopropulsados, carros de combate, metralhadoras, aviões etc foram fabricados. O Exército Vermelho foi a arma que destruiu a Alemanha, nenhuma outra instituição teve ação tão vital e decisiva no século XX. O Exército Vermelho lutou 46 meses contra a Alemanha, no Front nº 1 da II Guerra Mundial. Os EUA e a Grã-Bretanha lutaram em segundo plano, no front ocidental, por apenas 10 meses. Os Ocidentais lutaram ainda no front terciário, na Itália, por 20 meses. O Exército Vermelho não existe mais como instituição soviética, mas existe em espírito, com matriz do nacionalismo eslavo e patriótico da Rússia.

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