"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



segunda-feira, 14 de março de 2022

EDITOR DO PORTAL REALIZA PESQUISA DE CAMPO EM TOURNAI SOBRE A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

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O editor do portal História Militar-Carlos Daróz visitou Tournai, no contexto de suas pesquisas de campo de doutorado sobre a Grande Guerra (1914-1918).


Na ofensiva alemã de agosto de 1914 contra a Bélgica, em seu caminho na direção de Paris atendendo ao Plano Schlieffen, envolvendo Charleroi, Dinant, Liège e Mons como objetivos principais, os alemães também investiram contra Tournai.

Em 4 de agosto de 1914, quando a Alemanha atravessou a fronteira belga após a recusa do ultimato, a guerra foi formalmente declarada. Os alemães foram impiedosos e avançaram rapidamente. Em Tournai, a neutralidade belga da época podia explicar a ausência de um sistema defensivo efetivo. Recém-chegados por via ferroviária do norte da França, os 83º e 84º regimentos de infantaria, componentes da divisão 88ª Divisão Territorial francesa,  compostos de soldados mais velhos que os da infantaria regular, marcharam em direção a Tournai para se oporem ao avanço relâmpago alemão. 

Soldados da 88ª Divisão territorial francesa, muitos em idade superior aos regulares, enviados para defender Tournai

Os franceses estavam armados apenas com fuzis Lebel e não possuíam artilharia ou metralhadoras, ao contrário do inimigo. Uma batalha desigual e impiedosa pelo controle de Tournai foi travada na madrugada de 24 de agosto ao longo da estrada Renaix e na ponte Morelle. Os alemães não hesitaram em usar os civis como escudos humanos.

Homenagem ao 83º regimento de Infantaria francês no Monument du Vendrées

Monumento das vítimas de Tournai nas duas guerras mundiais

Ante o avanço do II Exército alemão, com poder de combate muito superior e com os devidos apoios de artilharia e metralhadoras, os franceses e belgas logo sucumbiram. Tournai permaneceu ocupada pelos alemães durante toda a guerra, sendo liberada apenas três dias antes do armistício de 11 de novembro de 1918, quando o rei-soldado Alberto I e a rainha Elisabeth entraram na cidade.

Hoje existem diversas referências à memória da guerra na cidade, como o Monumento de Vendrées, próximo à gare, e o memorial homenageando Gabrielle Petit, uma enfermeira de Tournai que foi acusada de espionagem e fuzilada pelos alemães em 1916. Diante de seu pelotão de fuzilamento, a guerreira bradou: 

“Vocês verão como uma mulher belga sabe morrer”.

Monumento em homenagem a Gabrielle Petit, cidadã de Tournai fuzilada pelos alemãs na Grande Guerra.


“Vocês verão como uma mulher belga sabe morrer”. As últimas palavras de Gabrielle Petit, uma heroína belga fuzilada durante a Primeira Guerra Mundial.





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