"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

MORRE O TENENTE-CORONEL MARCELINO DA MATA, UM DOS MAIORES HERÓIS DE PORTUGAL

 .

Morreu hoje o tenente-coronel Marcelino da Mata, vítima de Covid-19. Era um dos militares da guerra colonial mais condecorados, um dos maiores heróis de Portugal. Tinha 80 anos.


Marcelino da Mata, natural da Guiné-Bissau, tinha 80 anos e foi um dos fundadores da tropa de elite "Comandos", sendo conhecido nos meios militares como um dos mais "bravos e heroicos" combatentes portugueses, especificamente nas então colônias ultramarinas.

Após a Revolução de 25 de Abril e do fim da Guerra Colonial, foi proibido de voltar à sua terra natal, e viu-se obrigado ao exílio, na Espanha, até o contra-golpe do 25 de Novembro, que terminou com o processo revolucionário lusitano.

Foi o militar mais condecorado do Exército Português, recebendo, em 1969, o grau de Cavaleiro da "Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito", após ter sido sucessivamente promovido, desde soldado até o posto de major.

Entre as mais de 2.000 missões de combate em que participou, naquele que é considerado dos teatros de operações mais difíceis da Guerra Colonial, contam-se as emblemáticas: Operação Tridente, o resgate de mais de uma centena de militares portugueses no Senegal, e a Operação Mar Verde.

Marcelino Mata reformou-se em 1980, e foi ainda promovido a tenente-coronel, em 1994.

O Major Marcelino, condecorado por seu desempenho na África

Nascido em 7 de maio de 1940, foi acidentalmente incorporado no lugar de seu irmão, no Centro de Instrução Militar de Bolama, em 3 de janeiro de 1960, oferecendo-se como voluntário após cumprir o primeiro engajamento. Integrou e foi um dos fundadores da tropa de operações especiais COMANDOS, na antiga Guiné Portuguesa, tendo realizado operações no Senegal e na Guiné Conacri.

Apesar de ter sido ferido várias vezes em combate, precisou ser evacuado da Guiné apenas após ter sido alvejado acidentalmente por um companheiro. Após a independência da Guiné, foi proibido de entrar em sua terra natal.

Em 1975, no contexto do movimento revolucionário em curso, foi detido em Lisboa, e sujeito a torturas e flagelações.


O Major Marcelino e suas condecorações. Um herói português.

No decurso das perseguições de que foi alvo no ano de 1975, conseguiu fugir para Espanha, de onde regressou após o 25 de Novembro, participando ativamente na reconstrução democrática e no restabelecimento da ordem militar interna, agindo sempre com elevada longanimidade para com os seus opressores.

Fonte: Diário de Notícias


Nenhum comentário:

Postar um comentário