"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

OS SUBMARINOS SOVIÉTICOS NA 2ª GUERRA MUNDIAL

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Na Síria, a Rússia mostra que sua frota é uma das mais poderosas do mundo. Mas por trás do êxito estão décadas de trabalho que remontam à Segunda Guerra Mundial.

Por Aleksandr Verchínin


Às vésperas da Segunda Guerra Mundial a frota de submarinos da Marinha soviética era a maior do mundo. Em termos numéricos, ela tinha mais que o dobro de submarinos da Marinha dos Estados Unidos e quase o quádruplo da alemã (Kriegsmarine).

Mas as tarefas dessa frota eram bastante restritas. Devido à sua posição geográfica, a União Soviética não podia lutar pela supremacia nos oceanos, já que tinha saídas para o mar aberto apenas em duas regiões.

Assim, não havia possibilidade de implantar uma infraestrutura naval completa nem na região do círculo polar, nem no Extremo Oriente. Restavam apenas os mares fechados - Negro e Báltico. Após o início da guerra, acreditava-se que a Marinha Soviética pudesse atacar as comunicações marítimas do inimigo justamente nessas áreas.

A URSS não podia competir em força com os navios de superfície alemães. Além disso, a participação da Grã-Bretanha, que tinha a maior frota do mundo, malograva as perspectivas soviéticas.

O mais prudente então era aprimorar a frota de submarinos: com custo relativamente baixo, era possível montar uma força poderosa o suficiente para desempenhar papel importante no cenário naval da guerra.


Combates submarinos

Historiadores revelaram recentemente um fato digno de nota, mas pouco conhecido do grande público: a Marinha soviética afundou mais submarinos alemães que os aliados ocidentais. Dos nove submarinos da Kriegsmarine afundados, quatro foram destruídos por submarinos soviéticos. A Marinha da URSS, por sua vez, perdeu apenas três.

Os militares travavam verdadeiros combates subaquáticos nas águas geladas do mar Báltico e do mar de Barents. Um dia após o ataque alemão à União Soviética, o submarino alemão U-144, aproveitando-se de sua superioridade em armamentos, afundou o soviético M-98.

O submarino soviético M-98 foi afundado pelo U-144 no segundo dia da invasão alemã


O próprio U-144, porém, seguiu o mesmo destino pouco mais de um mês depois. Próximo ao litoral da Estônia, o submarino soviético Schuka não deu chances ao capitão alemão, com disparos certeiros de dois tubos de torpedos.

Dois anos depois, outro combate terminou com vitória soviética. O U-639 alemão, que tinha emergido e se ocupava em dispor minas no mar de Barents, foi atingido por três torpedos soviéticos. A ação era totalmente inesperada para a tripulação alemã.


Armas subaquáticas da URSS

Os submarinos soviéticos agiam com rapidez e eficiência nas batalhas da Segunda Guerra Mundial. Os submarinos da série “Maliútka” ("Pequenino") dificilmente poderiam ser classificados como "terríveis". Compactos a ponto de serem transportados por via férrea, eles sacrificavam não só o conforto da população, mas também sua segurança.

Esse submarino tinha apenas uma central energética, seu grau de resistência não lhe permitia mergulhar a profundidades aceitáveis para a realização de combates e uma tempestade severa poderia, literalmente, quebrá-lo ao meio. Mas as falhas técnicas eram compensadas pelo treinamento da tripulação, e foram eles que derrubaram mais de 60 embarcações de transporte e 8 de navios de guerra inimigos.

Submarino Maliútka fotografado na foz do rio Kopi

Os submarinos soviéticos do tipo “S” ou "Srêdniaia” ("Médios"), eram uma novidade para a época. Mesmo não podendo usar todas as suas potencialidades de combate nas águas rasas e densamente minadas do mar Báltico, seus feitos impressionam.

Por ironia do destino, os protótipos dos submarinos do tipo "S" foram os análogos alemães. Mas os construtores navais soviéticos alteraram significativamente o projeto original, adaptando-o a equipamentos e armamentos nacionais.

O resultado foram submarinos versáteis e tão fortes que, durante a guerra, um deles foi submetido a quase cem ataques por bombas de profundidade e não sofreu qualquer dano.

Fonte: Gazeta Russa



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