"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sábado, 22 de outubro de 2016

EDITOR DO BLOG LANÇA NOVO LIVRO: O BRASIL NA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL - A LONGA TRAVESSIA

.




Por Carlos Daróz

Em maior ou menor grau, praticamente todos os brasileiros sabem que o país enviou a Força Expedicionária Brasileira para combater o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Mas pouca gente conhece a participação dos brasileiros na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), o primeiro grande conflito ocorrido no século XX.

Mas, afinal, o Brasil enviou forças militares para combaterem na Europa na Primeira Guerra?
Quem transita pela Rua Tenente Possolo, no centro do Rio de Janeiro, dificilmente saberá quem foi o oficial da Marinha que deu nome à via, nem as circunstâncias em que perdeu a vida o jovem brasileiro, enquanto realizava treinamento de vôo na Inglaterra, em 1918, por ocasião da Primeira Guerra Mundial.


A Primeira Guerra Mundial, ou Grande Guerra, como foi chamada pela imprensa da época, irrompeu em 1914 e se estendeu por quatro anos. O conflito global teve consequências tão profundas que, vinte anos mais tarde, conduziriam o mundo a um novo e mais devastador confronto: a Segunda Guerra Mundial. Depois de 1918 as fronteiras da Europa foram redesenhadas, impérios faliram pelos custos do conflito, ao mesmo tempo em que novas potências mundiais se ergueram: os Estados Unidos da América se consolidaram e a União Soviética, herdeira da Rússia czarista, apresentou-se ao mundo. Com a economia mundial em ruínas, a sociedade também se modificou em decorrência da guerra, e as relações de poder, trabalho e, até mesmo, de gênero, ganharam novos moldes. As mulheres conquistaram o mercado de trabalho e os operários das fábricas foram às ruas em busca de uma legislação que contemplasse suas necessidades. No plano internacional, novos parceiros comerciais se associaram, na mesma medida em que tradicionais linhas de negócio foram irremediavelmente rompidas.

A guerra chegou ao Brasil pelo mar, quando navios mercantes brasileiros começaram a ser afundados por submarinos alemães, que desenvolviam uma campanha de bloqueio naval contra a navegação Aliada. Diante dos ataques, em 1917 o Brasil reconheceu estar em estado de guerra contra a aliança liderada pela Alemanha, e uniu-se, ainda que de forma modesta, ao esforço internacional contra os germânicos. No último ano do conflito, 1918, o Governo brasileiro deu sua contribuição, enviando uma Divisão Naval para patrulhar a costa ocidental da África; uma missão médica militar e um grupo de oficiais do Exército para a França; e um grupo de aviadores navais para treinamento e posterior atuação em combate na Grã-Bretanha, Itália e EUA. Diante da participação das forças armadas brasileiras no conflito, surgem algumas indagações: o Brasil estava preparado para enfrentar uma “guerra total”? Qual foi a nossa contribuição para os Aliados no conflito? A atuação dos brasileiros na Grande Guerra trouxe consequências positivas para o país? As forças armadas nacionais se modernizaram? O propósito da obra O Brasil na Primeira Guerra Mundial – a longa travessia é justamente procurar responder a esses questionamentos e lançar uma luz sobre esse desconhecido episódio da história militar brasileira.

Oficiais do Exército Brasileiro na França em 1918
 
Em razão de ter sido travada, em sua maior parte, no solo europeu e devido ao elevado número de combatentes dos países do continente – calcula-se em 60 milhões a quantidade de mobilizados –, a memória histórica da Grande Guerra é bastante viva na Europa, porém vista com olhares diferenciados de um país para o outro. No ano do centenário do início da guerra, 2014, a imprensa internacional deu amplo destaque para a cobertura das solenidades e eventos realizados na Europa. Alunos britânicos visitaram os campos de batalha em Flandres e o Dia do Armistício (11 de novembro) foi comemorado como feriado na França. Na Alemanha, contudo, a Grande Guerra permaneceu esquecida durante anos, até a chegada do centenário, quando filhos e netos buscaram saber o grau de envolvimento de seus pais e avós, demonstrando o profundo enraizamento nas memórias familiares.



Pelas mesmas razões, mas em sentido oposto, no Brasil pouco se fala ou se estuda sobre o conflito de 1914-1918. Nossa participação foi modesta e envolveu, de forma direta, uma reduzida parcela da população – menos de 2.000 pessoas –, o que leva a Grande Guerra a ser uma desconhecida do público brasileiro, seja na memória coletiva ou nos livros escolares. Comparativamente, observa-se que a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, que envolveu o envio de uma força expedicionária e de um grupo de aviação para a Itália, bem como o patrulhamento antissubmarino do Atlântico Sul, é hoje bem mais familiar aos brasileiros.

Este silenciamento da memória é potencializado pela carência historiográfica sobre o tema, havendo muito poucas obras com uma abordagem direta sobre a participação brasileira na Grande Guerra. Nesse sentido, na oportunidade em que se rememora o centenário do conflito, outra intenção deste trabalho é revisitar a história da participação das forças armadas do Brasil no conflito.

Ao todo, quase duzentos brasileiros perderam a vida nos navios e nos campos de batalha da Europa, a maioria vitimada pela pandemia de gripe espanhola e outros em decorrência de acidentes durante as operações.

Ficha Técnica 
Editora Contexto
Gênero: História Militar
Ano: 2016
ISBN 978-85-7244-952-6
Formato 16 x 23
Peso 0.351 kg
Acabamento Brochura
Páginas 208

Acesse a página da Editora Contexto clicando aqui, e conheça o nosso trabalho:



Fonte: Blog da Editora Contexto

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário