"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



terça-feira, 21 de outubro de 2014

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - CORONEL JOSÉ MOSCARDÓ

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* 26/12/1878 - Madri, Espanha

+ 12/04/1956 - Madri, Espanha




José Moscardó Ituarte nasceu em Madri, no dia 26 de outubro de 1878.  No posto de coronel foi nomeado Governador Militar de Toledo e, durante os combates entre republicanos e nacionalistas que aconteceram na cidade de Toledo, durante a Guerra Civil Espanhola, o Coronel Moscardó refugiou-se com as suas tropas no Alcazar da cidade. Em 1936, as forças republicanas montaram cerco ao Alcazar, cortando o acesso a água e alimentos, ao mesmo tempo que bombardeavam diariamente o reduto do Coronel Moscardó.


Não conseguindo entrar no Alcazar, nem forçar a sair o exército nacionalista, os republicanos capturaram um dos filhos do Coronel Moscardó, Luís Moscardó, de apenas 16 anos, e telefonaram para o Alcazar para falar com o Coronel. Os nacionalistas anunciam a Moscardó que tinham em seu poder o seu filho Luís e ameaçaram matá-lo se o Alcazar não se rendesse de imediato.  Moscardó pediu então para falar com o filho e disse-lhe: "Encomenda a tua alma a Deus e morre como um patriota, dizendo Viva o Cristo Rei! e Viva a Espanha!". A resposta do filho foi: "É o que farei." Moscardó decidiu assim estoicamente manter a defesa do Alcazar mesmo sabendo que isso lhe iria custar a vida do filho. Luís Moscardó viria a ser assassinado 1 mês depois do telefonema.  Existe um episódio de heroicidade similar na história de Espanha, quando no século XIII Alonso de Guzmán preferiu a morte do filho à rendição do Castelo de Tarifa por ele comandado.

 O Alcazar de Toledo em ruínas após o cerco de 1936



Durante o cerco a guarnição militar nacionalista do Alcazar de Toledo era constituída por 1 000 homens, incluindo 600 membros da Guarda Civil e 400 militares do Exército. Estavam também sitiados no Alcazar 670 civis, incluindo 100 homens, 520 mulheres e 50 crianças. As forças militares sitiantes do exército republicano eram constituídas por 10.000 homens.


As forças militares e os civis sitiados no Alcazar de Toledo tiveram de racionar a comida e a água de tal modo que chegaram a passar fome e sede. Tiveram ainda de suportar os constantes ataques dos republicanos de que resultavam baixas diárias entre militares e civis e que, no fim do cerco, deixaram o Alcazar parcialmente destruído.


Apesar da aviação nacionalista ter efetuado bombardeios aéreos sobre as posições republicanas, o cerco do Alcazar de Toledo durou 70 dias, apenas terminando com a chegada, por via terrestre, de reforços nacionalistas que venceram definitivamente o exército republicano sitiante. Apesar de ter perdido um filho, o Coronel Moscardó conseguiu aguentar o cerco do Alcazar de Toledo, o que foi determinante para as tropas franquistas controlarem a cidade de Toledo.

 O Coronel Moscardó, fotografado entre as ruínas do Alcazar



Devido à heroica defesa do Alcazar de Toledo, Moscardó foi nomeado General. Francisco Franco decidiu ainda outorgar-lhe o título nobiliárquico de Conde do Alcazar de Toledo, com honras de “Grande de Espanha”. Posteriormente, Moscardó foi ainda nomeado Capitão-General, o que constituia ao tempo a mais elevada distinção militar espanhola atribuível a um não Chefe de Estado (com a extinção em 1975 do posto de Generalíssimo o mais elevado posto militar espanhol passou a ser precisamente o de Capitão-General, posto ocupado pelo Rei enquanto Chefe Supremo das Forças Armadas e por militares elevados excepcionalmente a esta distinção a título honorífico).


Depois de abandonar a vida militar, Moscardó foi ainda Presidente do Comitê Olímpico da Espanha.  Moscardó morreu na mesma cidade onde nascera, no dia 12 de abril de 1956.


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