"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sábado, 20 de fevereiro de 2010

A CONQUISTA DE MONTE CASTELO PELA FEB


No ano passado já trouxemos uma matéria sobre a tomada do Monte Castelo pela Força Expedicionária Brasileira no dia 21 de fevereiro de 1945. Contudo, o BLOG HISTÓRIA MILITAR não poderia deixar passar a referência dessa importante página da História Militar do Brasil, a ser comemorada amanhã, na qual as tropas brasileiras conseguiram desalojar os alemães que guarneciam essa importante posição defensiva nas montanhas da Itália.
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Reproduzimos, a seguir, o texto publicado pelo Noticiário do Exército - Ano LII Nº 10.552, de 21 de fevereiro de 2009.
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Longos foram os anos de convívio pacífico com as demais nações até o momento em que o soldado brasileiro entrou em cena em defesa dos valores morais e éticos da humanidade. O mundo em crise defrontava-se com perdas democráticas que poderiam mudar o rumo da História. A posição de neutralidade não era mais sustentável, pois o perigo rondava ameaçador. Nesse capítulo da história universal, o Brasil entra em combate e, com ele, os nossos heróis.

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A Força Expedicionária Brasileira (FEB) levou o Brasil ao teatro de operações na Itália. O primeiro contingente brasileiro embarcou em 30 de junho de 1944 rumo às terras européias. Ao longo dos meses seguintes, outros quatro escalões seguiram para aquele cenário de batalha internacional. Em solo italiano, o Exército Brasileiro preparava-se para um dos feitos mais gloriosos da FEB em sua vitoriosa campanha na 2a Guerra Mundial, qual seja, a tomada de Monte Castelo.

A região, dominada pelos alemães, representava posição estratégica, já que impedia o 4º Corpo de Exército de prosseguir a marcha até Bolonha, objetivo maior do comando das Forças Aliadas na Itália.
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Em 24 de novembro de 1944, iniciou-se a primeira ofensiva. Depois de se apoderarem do Monte Belvedere, ao lado do Castelo, os nossos combatentes sofreram uma violenta contra-ofensiva alemã que os obrigou a abandonar as posições já conquistadas. No dia 29 do mesmo mês, os Aliados partiram para a segunda ofensiva a Monte Castelo, igualmente barrada pelos regimentos de infantaria alemães. Já em dezembro, os expedicionários brasileiros efetivaram o terceiro assalto ao Monte, com duração inferior a cinco horas, e o resultado, mais uma vez, foi frustrante. Mesmo nessas circunstâncias, as vanguardas da FEB conseguiram chegar além da metade do caminho programado.
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Observa-se que foram inúmeras as dificuldades enfrentadas pela nossa tropa e o clima detensão e ansiedade já assolava os nossos pracinhas. As tentativas de conquista anteriores, deflagradas por tropas americanas e brasileiras, não foram bem-sucedidas. O inimigo era implacável e experiente, dotado de excepcional capacidade de combate e desdobrado em uma posição defensiva dominante. As condições meteorológicas rigorosas do inverno europeu, as minas terrestres, lançadas nas vias de acesso, e as diversas casamatas bem localizadas e camufladas aumentavam a dificuldade da operação. Iniciou-se a segunda quinzena de fevereiro. A defesa inimiga era primorosa e o ataque frontal poderia representar o extermínio de nossa Força. Com fé robustecida e o destemor comuns ao soldado brasileiro, a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária cruzou a linha de partida e seguiu, resoluta, na direção do objetivo.
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Depois de uma jornada de árduos combates, as forças brasileiras, estimuladas pelos sentimentos de honra e de dignidade, silenciaram a defesa contendora. Ao cair da tarde no Monte Castelo, a Bandeira Brasileira tremulava. Esse feito heroico representava o resgate da dívida de sangue dos ataques fracassados que ceifaram tantas vidas.
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A conquista do Monte serviu de estímulo para o prosseguimento das operações da FEB até a rendição incondicional de duas divisões adversárias. Foram quase oito meses de combate em solo italiano e, no curso desse tempo, cerca de meia centena de vilas e cidades haviam sido libertadas. Monte Castelo figura, nesse cenário, como símbolo maior de bravura, de amor à Pátria, de féinquebrantável, de destemor e de capacidade de superação do incansável soldado brasileiro.
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Patrulha brasileira subindo para mais uma investida contra o Castelo

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3 comentários:

  1. blogs como esse sao excelentes para que nós, brasileiros, saibamos que nosso exército foi e é bravo, forte, determinado e corajoso, e que podemos, aliás, devemos, ter orgulho de nossa naçao. Conquistas importantes como essa nao nos sao ensinadas na escola, e é importante que todos saibam da bravura desses homens.

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  2. De fato não me canso de ler e reler a historia destes bravos brasileiros. Inclusive sou neto de ex-combatente da segunda guerra mundial. Se fosse hoje, eu me alistaria para este combate com maior prazer, não seria pelo Brasil e nem pelos governantes atuais deste país. Mas, seria pela liberdade e salvação de pessoas inocentes que foram mortas por alemães lixos. No meu ponto de vista os países demoram para agir contra os alemães. Acredito que poderia ter sido evitados muitas mortes de crianças, idosos, mulheres e homens inocentes, foi uma crueldade contra judeus. Acredito que todos estes alemães estejam queimando no inferno, se não estão, com certeza um dia queimarão.

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  3. Os pracinhas brasileiros, como também o conhecidíssimo sargento Max Wolff Filho mereciam um filme cinematográfico com todos os efeitos possíveis em homenagem com base na historia real destes bravos brasileiros. Tenho certeza que seria de maior bilheteria em toda nação brasileira. O Brasil precisa conhecer esta história e sentir a mesma emoção de quando se ler um livro baseado na história real do Sargento Max Wolff Filho. A história deste sargento faz arrepiar a alma e o orgulho de ser brasileiro. Pois as forças armadas é o próprio povo brasileiro, que a cada geração cumpre com o seu dever de cidadão de servir esta nação. Sou brasileiro, amo este país, amo a nossa bandeira. Imagino na solidão, distante deste solo ao rever apenas a nossa bandeira ao longo do horizonte brota-se o orgulho e o prazer de estar de volta ao solo querido.

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