"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



sábado, 23 de setembro de 2023

PERSONAGENS DA HISTÓRIA MILITAR - VOLUNTÁRIA DA PÁTRIA MARIANA BARRETO

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A Pernambucana Mariana Amália do Rego Barreto foi enfermeira de campo dos Voluntários da Pátria durante a Guerra do Paraguai. 


* 17/1/1846 - Vitória do Santo Antão-PE

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Filha do capitão Joaquim Pedro do Rego Barreto, sobrinha do tenente-coronel Manoel Joaquim do Rego e prima do Conde da Boa Vista, Mariana Amália do Rego Barreto nasceu em Vitória do Santo Antão, Pernambuco, no dia 17 de janeiro de 1846. 

Com a criação dos Voluntários da Pátria pelo imperador Pedro II, em janeiro de 1865, a fim de mobiliar com efetivos o Exército Imperial e combater as forças paraguaias de Solano López, diversos cidadãos brasileiros se apresentaram para a guerra. Em Vitória de Santo Antão foi nomeada uma comissão para arregimentar os voluntários, composta pelo tenente-coronel Pedro Bezerro Pereira de Araújo Beltrão, major Manoel Cavalcanti de Albuquerque Sá e capitão Aristides Carneiro da Cunha Albuquerque.


Acompanhada do irmão Sidrônio Joaquim do Rego Barreto, ao anunciar na Imprensa local que iria para o campo de batalha como enfermeira, Mariana, então com 18 anos de idade, ganhou fama de heroína em sua cidade natal. Chegou a ser homenageada no teatro Santa Isabel do Recife, saudada por  grande público, além de ser recebida pelo então presidente da Província, o Marquês de Paranaguá, onde assistiu um grande espetáculo de poesias em sua homenagem. 

No dia de sua partida da cidade de Vitória, a jovem Mariana Amália, vestida com saiote amarelo bordado de verde, e tendo no braço a estrela de 1º cadete, postou-se à frente de seus conterrâneos, e pronunciou a seguinte alocução, que foi publicada no Diário de Pernambuco

“Briosa corporação da Guarda Nacional, bravos Vitorienses, vou partir para a guerra. O brado da pátria, tão ultrajada, ecoou em meu peito. As atrocidades praticadas pelo mais requintado canibalismo que o mundo já viu, transpôs-se ao natural acanhamento do meu sexo, e me apresentei Voluntária da Pátria para, no campo de batalha, debelar essas hordas de infames paraguaios que tão ousadamente profanam o solo brasileiro, manchando o brilho de suas fulgurantes estrelas do Império da Santa Cruz, nossa Cara Pátria. Adeus, Adeus vitorienses! Espero que não serei esquecida de vós, e vos peço que por essa última vez entoeis comigo: Viva a Religião Católica Romana! Viva Sua Majestade o Imperador Viva o Sr. Presidente da Província, Viva os Pernambucanos, Amantes da Pátria!”

A jovem voluntária da Pátria Mariana Barreto 

Atendeu a milhares de feridos nos campos de batalha do Paraguai entre 1865 a 1868. Mariana Sobreviveu à guerra e, após o término do conflito, foi morar em Jaboatão dos Guararapes com a família, onde fez parte do Movimento Abolicionista. Agindo com equilíbrio e moderação, Mariana Amália conseguiu convencer os senhores de engenho em Vitória de Santo Antão que dessem cartas de alforria aos seus escravos. 

O ano de sua morte é desconhecido. Em sua homenagem, a principal avenida de sua cidade natal e uma escola do município receberam o seu nome.

Fonte: História da Vitória de Santo Antão e portal Nossa Vitória


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