"No próprio dia da batalha, as verdades podem ser pinçadas em toda a sua nudez, perguntando apenas;
porém, na manhã seguinte, elas já terão começado a trajar seus uniformes."

(Sir Ian Hamilton)



quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

HISTÓRIA MILITAR NA FRANÇA - MEMORIAL NACIONAL DA GUERRA DA ARGÉLIA E DA LUTA NO MARROCOS E NA TUNÍSIA

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Quase aos pés da icônica Torre Eiffel está instalado outro monumento com referências à História Militar francesa, homenageando os mortos durante as guerras de descolonização no norte da África.

O Memorial Nacional da Guerra da Argélia e da Luta no Marrocos e na Tunísia é um monumento de guerra erguido na Quai Branly, no 7º Distrito de Paris, para rememorar os conflitos de independência que ocorreram na África do Norte francófona entre 1952 e 1962, nos departamentos franceses da Argélia e departamentos franceses do Saara, retrospectivamente chamados de guerra da Argélia (1954-1962) e aqueles situados no protetorado francês deo Marrocos e no protetorado francês da Tunísia, denominada "lutas da Tunísia e do Marrocos" (1952-1956 e, em seguida, 1961 para a crise de Bizerte).

Soldados franceses na Argélia

O monumento homenageia a memória dos 23 mil soldados mortos pela França - franceses e soldados coloniais Harkis -, bem como vítimas civis. Foi inaugurado em 5 de dezembro de 2002 pelo Presidente Jacques Chirac, na presença de Michèle Alliot-Marie, Ministro da Defesa, e Hamlaoui Mekachera, Secretário de Estado para Assuntos dos Veteranos. Em 2003, devido à inauguração deste monumento, a data de 5 de dezembro foi escolhida para instituir o "dia nacional de homenagem aos mortos pela França durante a guerra da Argélia e as lutas no Marrocos e na Tunísia”.


Descrição

O memorial foi erigido por Gérard Collin-Thiébaut e consiste em três monitores eletrônicos verticais configurados em três colunas de 5,85 metros de altura, exibindo, em cada uma delas, as cores da bandeira francesa e informações sobre as pessoas e eventos rememorados:
- Na primeira coluna, percorrem continuamente os nomes e sobrenomes dos 23 mil soldados que morreram pela França no norte da África.
- Na segunda coluna, passam mensagens que recordam o período da guerra na Argélia e a memória de todos os que desapareceram após o cessar-fogo. Em 26 de março de 2010, o governo francês decidiu inscrever nessa coluna os nomes das vítimas civis da manifestação da rue d'Isly, em Argel, ocorridas em 26 de março de 1962.
- Na terceira coluna, através do uso de um terminal interativo localizado no pé do monumento, os visitantes podem ver o nome de um soldado específico, pesquisando entre a lista de nomes na lista.

Aspecto das colunas do memorial. Pode-se ver a  base da Torre Eiffel no canto esquerdo da imagem.

No chão está gravado: "Em memória dos combatentes que morreram pela França durante a guerra da Argélia e a luta no Marrocos e na Tunísia, e a de todos os membros das forças auxiliares, mortos após o cessar-fogo na Argélia, muitos dos quais não foram identificados.

Inscrições existentes no piso do memorial

Placa indicativa

Há também uma placa que diz: "A Nação associa as pessoas desaparecidas e as populações civis vítimas de massacres ou extorsões cometidas durante a guerra da Argélia e após 19 de março de 1962, em violação dos acordos de Evian, bem como as vítimas civis dos combates no Marrocos e na Tunísia, ao tributo pago aos combatentes mortos pela França no norte da África".

O editor do Blog Carlos Daroz-História Militar diante do memorial



Referências
- Decreto nº 2003-925, de 26 set. 2003 – Institui o dia 5 de dezembro como "dia nacional de homenagem aos mortos pela França durante a guerra da Argélia e as lutas no Marrocos e na Tunísia”.

- MERCHET, Jean-Dominique. Guerre d'Algérie: un jour qui ne fait pas date. Libération, 18 set. 2003.


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